Por mais insana que seja a afirmação, testemunhar a
destruição do mundo sob o impacto de uma profusão de cogumelos atômicos é algo
que "não tem preço" — como informa a mensagem comercial. Ainda mais
com o acompanhamento musical de Vera Lynn na interpretação da suave e nostálgica
canção We'll meet again. Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: how I learned
to stop worrying and love the bomb, 1964), de Stanley Kubrick, é filme sem
igual. Permanece atualíssimo na insana descrição dos bastidores de uma
hecatombe nuclear. Vivia-se, por ocasião das filmagens, o auge da corrida
armamentista e a temperatura da guerra fria
atingia níveis alarmantes. Esta é a primeira das duas partes da apreciação de Dr.
Fantástico, única comédia — assustadoramente séria — do cineasta. A
bomba e o temor suscitado pelo famigerado botão que a faria explodir não passam
de detalhes. Pavorosos e dementes são os responsáveis pela guarda dos
equipamentos de destruição em massa bem como pelo decisão de usá-los. É sobre
eles que Stanley Kubrick dirige o peso de sua implacável e bem humorada atenção:
tacanhos militares de alta patente, psicopatas contaminados até a medula pela
enfermidade da mais incurável beligerância. Para parecer crível, o nível de
insanidade só poderia ser oferecido sob a forma de implacável sátira, como o realizador
se propôs a executar após ouvir as considerações do humorista Terry Southern,
parceiro na elaboração do roteiro extraído do livro Two hours to doom, de
Peter George, também responsável pela adaptação.
Link para a segunda e última parte: O FANTÁSTICO — E ÚNICO — PESADELO NUCLEAR DE STANLEY KUBRICK: SEGUNDA E ÚLTIMA PARTE
Link para a segunda e última parte: O FANTÁSTICO — E ÚNICO — PESADELO NUCLEAR DE STANLEY KUBRICK: SEGUNDA E ÚLTIMA PARTE
Dr. Fantástico
Dr. Strangelove or: how I learned to stop worrying and
love the bomb
Direção:
Stanley Kubrick
Produção:
Stanley Kubrick
Columbia Pictures Corporation, Stanley
Kubrick Production, Hawk Films Ltd.
EUA, Inglaterra — 1964
Elenco:
Peter Sellers, George C. Scott, Keenan Wynn, Sterling
Hayden, Slim Pickens, Peter Bull, James Earl Jones, Tracy Reed, Jack Creley,
Frank Berry, Robert O'Neil, Glenn Beck, Roy Stephens, Shane Rimmer, Hal Galili,
Paul Tamarin, Laurence Herder, Gordon Tanner, John McCarthy e os não creditados
Victor Harrington, Burnell Tucker.
O diretor Stanley Kubrick com o ator Peter Sellers caracterizado como Merkin Muffley, Presidente dos Estados Unidos |
Stanley Kubrick
esbanja talento desde a estreia na realização cinematográfica com Day
of fight (1951), seguido de Flying padre (1952). Estes curtas
caseiros alcançam imediata repercussão e chamam a atenção da RKO Radio Pictures
que os adquire para complementar programas encabeçados pelos longas de seu
acervo. Em 1953 Kubrick faz o média The seafarers e o longa Fear
and desire. Dois anos depois, o cineasta e fotógrafo da revista Look
inicia a entrada definitiva para a história do cinema com o “virtuosismo”[1]
da seca e direta narrativa de A morte passou por perto (Killer’s
kiss). Na sequência, oferece um punhado de obras, algumas mestras — o
vigoroso antimilitarismo de Glória feita de sangue (Paths
of glory, 1957); a contundência do absurdo realismo de Dr.
Fantástico; a reflexão de 2001: uma odisseia no espaço (2001:
a espace odyssey, 1968); a denúncia da violência e do totalitarismo de Laranja
mecânica (A clockwork orange, 1971); o rigor plástico de Barry
Lyndon (Barry Lyndon, 1975); e o horror elevado ao paroxismo de O
iluminado (The shining, 1980) —, outras, no mínimo significativas e
instigantes — a desilusão noir de O
grande golpe (The killing, 1956); a grandiosidade
épica de Spartacus (Spartacus, 1960); a perversão de Lolita
(Lolita,
1962); o niilismo de Nascido para matar (Full
metal jacket, 1987); e o desejo de transgressão a desembocar na
frustração individual em De olhos bem fechados (Eyes
wide shut, 1999).
Além do Presidentes dos Estados Unidos, Merkin Muffley, Peter Sellers também interpreta o Capitão Lionel Mandrake, da britânica Royal Air Force... |
...e o personagem do título, Dr. Fantástico (Dr. Strangelove no original) |
Dr. Fantástico ― única comédia
de Kubrick ― brinca com o terror do apocalipse nuclear na forma da mais
implacável, cínica e devastadora das sátiras. É ambientado no começo dos anos sessenta,
quando da guinada da revolução cubana ao socialismo soviético, da “crise dos
mísseis” e do início da escalada dos Estados Unidos no Vietnã. Vivia-se o auge
da guerra fria; por extensão, da
corrida armamentista entre os EUA e a extinta União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). Nessa época, o prosaico substantivo “botão” inspirava pavor:
qualquer lado poderia apertá-lo e detonar bombas que mandariam o planeta
literalmente pelos ares. É o que acontece ao final de Dr. Fantástico: ao sabor
da suave, alegre e nostálgica interpretação de Vera Lynn para We’ll
meet again — canção do final dos anos 30, muito ouvida na Londres
assediada pelos bombardeios nazistas —, o mundo sucumbe num balé ao mesmo tempo
macabro e poético de fatais cogumelos radioativos. Por causa desse epílogo
catastrófico, o próximo filme de Kubrick só poderia ser, logicamente, algo como
2001:
uma odisseia no espaço — a Terra fora arrasada em Dr. Fantástico[2].
Dr. Fantástico é, no mínimo,
uma fábula genial. Denuncia e avacalha de modo devastador o militarismo e o
belicismo dos dourados loucos anos da guerra
fria[3].
Sensível e antenado à época da realização, Kubrick fez um filme mais que
oportuno. Transcorridos 23 anos, o tema permanece atualíssimo, e pelo conhecimento
acumulado sobre a condição humana é possível que jamais fique datado. Não
existem mais a URSS, o Muro de Berlim e os regimes socialistas-burocráticos da
Europa Oriental. Aparentemente, o mundo pode dormir mais despreocupado, pois a
paranoia da hecatombe nuclear decorrente do conflito ideológico entre Leste e
Oeste deixou de fazer sentido. Mas o medo da bomba desapareceu do horizonte da
humanidade? De pronto, a resposta é um sonoro NÃO, como provam a recente
corrida nuclear decorrente da rivalidade entre Índia e Paquistão e quando pouco
se sabe do destino dado ao monstruoso arsenal atômico soviético após a
degringolada da URSS. Além disso, mesmo se o terror nuclear deixasse de contar,
continua em operação a lógica da doentia mentalidade militar que o gerou.
Reside aí o aspecto mais assustador de Dr. Fantástico. Não é tanto a bomba
que preocupa. Mais apavorantes são o irracionalismo e a vocação à destruição
que a tornaram realidade — fatores que transcendem as eras.
Dentre os países
vitoriosos na Segunda Grande Guerra, os Estados Unidos da América são o grande
vencedor. Não sofreram ataques em seu território e se afirmam de imediato como
a primeira potência nuclear. Tal fato permite que chamem para si as
responsabilidades da defesa do chamado “mundo livre”. Ao leste, a URSS —
engrandecida ao término do conflito mundial nos planos territorial, político e
ideológico — não demora a desvendar o segredo da bomba. Torna-se o satã a ser
combatido. Para os EUA, o expansionismo comunista deve ser sustado de qualquer
maneira. Por causa dessa contenção o mundo esteve perto de entrar em chamas. A gendarmerie estadunidense se espalha
consideravelmente pelo globo, pronta a intervir indiscriminadamente em qualquer
região onde “cabeças vermelhas” ousassem aflorar. Se na Ásia a China de Mao
estava perdida, o mesmo não podia acontecer com Coreia, Vietnã, Laos e Cambodja.
Se Fidel Castro teve a insolência de instalar um regime socialista no quintal estadunidense,
bem debaixo das barbas de Tio Sam, o resto do continente teria que resistir. Em
prol da sobrevivência do “mundo livre” as ditaduras militares se multiplicaram.
Se no planeta o jogo esquentava em conflitos localizados, no confronto direto
URSS e Estados Unidos se comportavam de modo, digamos, mais civilizado, via
medição de forças na área diplomática e por ameaças mútuas pelo meio de empilhar
ogivas nucleares em seus territórios e áreas de influência, em escala crescente,
na disputa conhecida como corrida armamentista ou guerra fria.
O General Jack D. Ripper (Sterling Hayden), responsável por dar partida à insana trama de Dr. Fantástico |
Dr. Fantástico aproveita com
maestria o clima de ansiedade internacional provocado pela dupla de leviatãs em pugna. Mas muito do seu
humor e atualidade advém do fato de ser praticamente um prolongamento quase
natural de acontecimentos que agitaram a política interna dos Estados Unidos
desde o final dos anos 40. Os puritanos e facilmente impressionáveis cidadãos
do país, de tanto que olharam apavorados para o ameaçador Leste Europeu,
começaram a enxergar comunistas debaixo das próprias camas. A caça ao inimigo
interno gerou um atmosfera de pavor histérico desembocada nos Comitês de Investigação
de Atividades Antiamericanas e na eletrocussão do casal Julius e Ethel
Rosemberg, ao que parece injustamente acusado de passar informações
confidenciais aos russos. Abrigos antinucleares se tornaram anexos das
residências. As escolas interrompiam periodicamente as atividades letivas para
testes nos quais estudantes se escondiam sob carteiras em busca de proteção
contra o “famigerado” comunista que poderia atacar traiçoeiramente a qualquer
momento. Joe Dante, em 1993, captou razoavelmente bem o clima de histeria
coletiva no gostoso Matinee — uma sessão muito louca (Matinee), com ação
desenvolvida sob o pano de fundo da crise dos mísseis em Cuba.
Ao centro, junto aos seus assessores, o Presidente dos Estados Unidos, Merkin Muffley (Peter Sellers), decide os destinos da humanidade |
Dr. Fantástico é comédia
macabra e cínica, com profundas ressonâncias históricas. Destila um humor
cáustico que, longe de provocar o riso franco, desperta a reflexão e o fascínio
do espectador. O roteiro se apropria magistralmente de personagens e
acontecimentos reais na impiedosa análise que faz dos bastidores da guerra fria, apesar do aviso anterior à
imagem-símbolo da Columbia Pictures — a deusa com a tocha — comunicar
exatamente o contrário: “Este filme não retrata nenhuma pessoa real, viva ou
morta”. Num punhado de cenas e sequências antológicas, embaladas por diálogos
primorosos, são radiografadas a loucura, a estupidez e a pobreza conceitual que
dominam os sistemas políticos impregnados pelo autoritarismo sem peias do mais
desbragado militarismo. Os Estados Unidos acuados pelo pavor comunista são
vistos sob o domínio de insanas correntes belicistas que não hesitam em
explodir o mundo para se livrar do considerado “mal supremo”. Os gestos e a
retórica dos loucos e afetados Generais “Buck” Turgidson (Scott) e Jack D.
Ripper (Hayden) são prolongamentos históricos e lógicos de cabeças mal
resolvidas como J. Parnell Thomas e Joseph McCarthy — notórios inquisidores dos
Comitês de Investigação de Atividades Antiamericanas — e, como se verá, de
outros contemporâneos, igualmente donos da mais tacanha, estúpida e intolerante
mentalidade puritana.
Dr. Fantástico é baseado em Two
hours to doom (literalmente, “Duas horas para o apocalipse”), livro que
o ex-oficial Peter George, da britânica Royal Air Force, escreveu em 1958 sob o
pseudônimo de Peter Bryant, publicado nos Estados Unidos com o título de Red
alert (“Alerta vermelho”). Para escrever o roteiro, Kubrick e George se
uniram ao humorista Terry Southern — que os convenceu a trocar a seriedade do
original pela comédia. A mudança de tom foi acertada. Segundo o cineasta,
permitiu exagerar na caracterização dos personagens e situações,
possibilitando, em consequência, a ampliação dos aspectos insanos da trama e da
contundência da mensagem de “perigo iminente” transmitida ao espectador.
Kubrick, conforme revelação de 1963, concordou que a seriedade tornaria o filme
“inverossímil e ridículo”[4].
Exemplificou com cenas em que o patético e fraco Presidente dos Estados Unidos,
Merkin Muffley (Sellers) — mero fantoche de militares mentalmente incapacitados
—, avisa aos pilotos dos B-52 que a ordem de lançar a bomba sobre a Rússia não
passa de lamentável equívoco; portanto, devem voltar para casa[5].
Sem esquecer a hilariante e absurda sequência do diálogo travado ao Telefone
Vermelho entre Muffley e Dimitri Kissof, Primeiro Ministro da URSS — quando
este é informado da ameaça nuclear que paira sobre seus país: “Dimitri, há um
pequeno problema sobre o qual gostaria de lhe falar”, diz o Presidente dos EUA.
Do outro lado, o interlocutor em off, indignado, libera impropérios
incompreensíveis que levam o conselheiro do Pentágono, General “Buck”
Turgidson, na escuta, a concluir pela insanidade do Premier Soviético[6]
que, pelo visto, foi interrompido bêbado e em plena orgia sexual.
Merkin Muffley (Peter Sellers), Presidente dos Estados Unidos |
O Embaixador russo Alexi de Sadesky (Peter Bull) e Merkin Muffley (Peter Sellers), Presidente dos Estados Unidos |
O conselheiro do Pentágono, General "Buck" Turgidson (George C. Scott) |
O General Jack D. Ripper (Sterling Hayden) |
Segundo o
diretor, a “única forma de (...) (transmitir) a sensação de demência da
situação era fazer um filme insano. Não estávamos lidando com um tema racional,
que pudesse ser mostrado convencionalmente. Aqui nós rimos da tragédia de ter
nossas vidas atreladas a um botão, rimos da possibilidade de que é plausível se
deslanchar uma guerra nuclear por acidente”[7].
Tal situação, de plena “demência”, só poderia ser ilustrada com personagens
“dementes”[8].
Os atores, auxiliados pelos ângulos de câmera — caso de Sterling Hayden — ou
pela iluminação e cenografia estilizadas — como George C. Scott — exageram nas
expressões de psicopatas. Todo esse esforço de caracterização, parafraseando
Giuliani[9],
prova que a ficção, em determinadas circunstâncias, é a maneira mais eficaz de
reproduzir a realidade. Particularmente num momento em que o mundo esteve, de
fato, a ponto de ser lançado ao caos por políticos e militares recalcados e
loucos que tomaram para si o poder de decidir o destino da humanidade. Segundo
Giuliani, a opção pelo humor negro aumentou o tom de veracidade de Dr.
Fantástico e o deixou à frente de seu tempo[10].
Na época, coincidentemente, a Columbia Pictures produzia outro filme
semelhante: Limite de segurança (Fail safe, 1964)[11],
de Sidney Lumet, que tratava o tema com excessos de sobriedade e seriedade. Por
isso, segundo Giuliani, parecia inteiramente falso de tão verdadeiro que era[12].
Roteiro: Stanley Kubrick, Terry Southern, Peter George, com
base na novela Red alert ou Two hours to doom, de Peter George. Direção de fotografia (preto e branco):
Gilbert Taylor. Música: Laurie
Johnson. Desenho de produção: Ken
Adam. Guarda-roupa: Bridget Sellers.
Montagem: Anthony Harvey. Produção associada: Victor Lyndon. Produção executiva: Leon Minoff. Gerente de produção: Clifton Brandon. Mixagem da combinação de sons: John
Aldred. Gravação de som: Richard
Bird. Efeitos especiais: Alan Bryce
(não creditado), Brian Gamby (não creditado), Garth Inns (não creditado), Mike
Shaw (não creditado), Wally Veevers, Arthur 'Weegee' Fellig (não creditado). Continuidade: Pamela Carlton. Supervisão de som: John Cox. Consultor-técnico: Capitão John
Crewdson. Planejamento de créditos:
Pablo Ferro, pela Mohammed & Schwartz Inc. (não creditado). Assistente de câmera: Bernard Ford. Maquiagem: Stewart Freeborn. Coordenação de montagem: Geoffrey Fry. Edição de som: Leslie Hodgson. Assistente de direção: Eric Rattray. Assistente de montagem: Ray Lovejoy. Direção de arte: Peter Murton. Operador de câmera: Kelvin Pike. Penteados: Barbara Ritchie. Supervisão de efeitos especiais: Wally
Veevers. Travelling matte: Vic
Margutti. Canções: When Johnny comes marching home, Try a
little tenderness, We’ll meet again, por Vera Lynn, Operador de câmera de efeitos visuais: Jim
Body (não creditado). Pintura matte:
Bob Cuff (não creditado). Fotografia de
cena: Bob Penn (não creditado). Ponto
de vista do bombardeiro: Jean Bernard (não creditado). Agradecimentos dos produtores: British Oxygen, Marconi Wireless
Telegraph Company, Solartron Electronics, Telephone. Locações: Institut Geographique National (não creditado). Sistema de mixagem de som: Westrex
Recording System. Tempo de exibição:
94 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1981; revisto e ampliado
em 2000)
[1] TULARD, Jean. Dicionário de cinema: os diretores.
Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 355.
[2] LARANJEIRA, Adilson. De volta, o
delirante Dr. Fantástico. Folha de São Paulo, São Paulo,
10/jun./1987. Ilustrada, p. A-37.
[3] Por ocasião do lançamento muitos
críticos torceram o nariz para Dr. Fantástico. Consideraram-no
piada de “mau gosto”. Inteligente exceção é o “historiador e filósofo Lewis
Munford”: referiu-se ao filme como “a primeira interrupção no transe catatônico
da Guerra Fria” (LEFCOWITZ, Eric. A tragicomédia do juízo final. O
Globo. Rio de janeiro, 11/fev./1994. Segundo Caderno, p. 4).
[4] GIULIANI, Pierre. Stanley Kubrick. Lisboa:
Livros Horizonte, 1992. p. 107.
[5] Ibidem.
[6] A História registra conversa semelhante. Durante a
crise dos mísseis Kennedy recebeu longa e incoerente mensagem de Nikita
Kruschev. Diante do fato, assessores da Casa Branca indagaram se o líder
soviético não estaria alcoolizado quando a transmitiu. Cf. BOYER, Paul. Dr.
Fantástico. In: CARNES, Mark C. (org.). Passado imperfeito. Rio de Janeiro:
Record, 1997. p. 266.
[7] Stanley Kubrick. In: Giuliani, Pierre. Op. cit. p.
107. Parênteses de José Eugenio Guimarães.
[8] Cf. Ibidem.
[9] Ibidem.
[10] Ibidem.
[11] Por causa da semelhança com o
original de Peter George, este processou por plágio Harvey Wheeler e Eugene
Burdick, autores do livro do qual foi extraído o roteiro de Limite
de segurança, publicado em 1962. Essa mesma semelhança forçou a
estratégia de adiar para dois anos depois do lançamento de Dr. Fantástico a estreia
do filme de Sidney Lumet. No mesmo 1964 em que foram produzidas essas duas obras,
John Frankenheimer se lançou na ficção política com Sete dias em maio (Seven
days in May), no qual militares americanos da linha dura tentam, em
1974, derrubar o Presidente dos EUA após este assinar tratado de limitação de
armas nucleares com a URSS. Dois anos antes Frankenheimer assinara Sob o
domínio do mal (The Mandchurian candidate), no qual
soldados americanos, prisioneiros dos chineses na Guerra da Coreia, são
submetidos à lavagem cerebral e instruídos a assassinar o Presidente dos EUA tão
logo voltassem ao país. Como se vê, o ambiente tenso da guerra fria não passou ao largo de Hollywood. As quatro realizações
citadas integram um conjunto do melhor que o cinema estadunidense produziu na
primeira metade dos anos 60 (nota de José Eugenio Guimarães).
[12] Cf. GIULIANI, Pierre. op. cit.
Eugenio,
ResponderExcluirOuço muito falar em Dr. Fantástico e em Gloria Feita de Sangue.
Inclusive tenho um amigo que os coloca entre os melhores e mais perfeitos filmes de todos já visto.
E, pela pessoa que ele é, não duvido de nada do que diz. Porém, vou deixar de fazer qualquer comentário a respeito do filme em edição por não conhecer seu conteúdo, melhor, por não conhecer a fita.
jurandeir_lima@bol.com.br
OK, Jurandir! Aguardarei! Recomendo que faça isto o quanto antes, pois "Dr. Fantástico" é filme absolutamente obrigatório. Veja logo antes que... melhor deixar para lá. Rs! Abraços.
ExcluirGostei muito de seus comentários. Da próxima vez que for discutir guerra fria e passar este filme (daqui um mês mais ou menos) convido vc para falar sobre ele, topas?
ResponderExcluirClaro que topo, Lérida! É só chamar. Mas a apreciação ainda não está completa. "Dr. Fantástico" terá a análise publicada em duas partes. Por ora, foi só a primeira. No próximo domingo irá ao ar a segunda e última parte.
ExcluirBeijos.
Cando vin por primeira vez "A laranxa mecánica" non sabía nada do seu Kubrick nin da súa obra. Saín do cine en estado de chock. Tardei moito tempo en dixerila. Logo vin "O resplandor" (The shining) e ainda hoxw non podo olvidar a image simbólica das xwmelgas...con todo isto, quero decir, que me fascinou e fascina. Por certo, viche "Canino" de Yorgos Lanthimos? Hai unhas escenas semellantes.
ResponderExcluirGrazas por compartir esta rigurosa información. Apréndese contigo
Un saúdo.
Olá, Marybel Galaaz;
ExcluirInfelizmente, aún no conozco esta película del director Yorgos Lanthimos. Aquí en Brasil ella es conocida por el nombre de "Dente Canino". Quedé curioso por las relaciones que usted hizo. Veré la posibilidad de encontrarla para ver. Abrazos, saludos y muchas gracias.
Marybel Galaaz, muchas gracias!
ExcluirAún no conozco el cineasta griego Yorgos Lanthimos. Gracias a su comentario, estoy haciendo el download de la película "Canino" ("Kynodontas", 2009). En Brasil, la película tiene el nombre de "Diente canino". Más una vez, muchas gracias. Abrazos y un saludo.