domingo, 8 de maio de 2016

DORIAN GRAY ZOMBA DA MORAL E DA CRIAÇÃO AO EXPÔR A ALMA DA ARISTOCRACIA

Cresci assombrado por Dorian Gray, especificamente por seu retrato. Meu pai sempre falava do único romance escrito por Oscar Wilde, lançado originalmente em 1890 nas páginas de um jornal londrino. Porém, tomei conhecimento tardio da obra, inclusive da versão cinematográfica por conta de Albert Lewin: O retrato de Dorian Gray (The picture of Dorian Gray, 1945) — uma das incontáveis adaptações para o cinema desde a primeira, de 1910, a cargo do dinamarquês Axel Stroom: Dorian Grays portræt. Apesar reconhecer as diferenças fundamentais entre o original literário e sua transposição para a tela, pouco me agradou o trabalho de Lewin: não honra a densidade do texto e excede nas liberdades via introdução de personagens estranhos a Wilde, com a explícita função de tornar mais palatável e convencional a história. Uma narração totalmente desnecessária cumpre, ainda por cima, o papel de destacar o óbvio. Apesar do rigoroso aparato que sempre cercou as produções da unidade de Pandro S. Berman na Metro-Goldwyn-Mayer, o resultado final peca pela falta de substância e sutileza. O intérprete do protagonista também não ajuda. Hurd Hatfield é fraco e, ao menos no meu imaginário, não guarda semelhança alguma com o Dorian Gray textual. Destacam-se a direção de fotografia de Harry Stradling bem como as interpretações de Angela Lansbury e George Sanders. Este está irresistível como o aristocrata blasé Lord Henry Wotton, sempre pronto a disparar epigramas plenamente ajustados às mais diferentes ocasiões. A apreciação a seguir, de 1987, passou por revisão e ampliação em 1997.







O retrato de Dorian Gray
The picture of Dorian Gray

Direção:
Albert Lewin
Produção:
Pandro S. Berman
Metro-Goldwyn-Mayer
EUA — 1945
Elenco:
George Sanders, Donna Reed, Miles Mander, Hurd Hatfield, Angela Lansbury, Peter Lawford, Richard Fraser, Lowell Gilmore, Douglas Walton, Morton Lowry, Lydia Bilbrook, Mary Forbes, Robert Greig, Moyna MacGill, Billy Bevan, Renee “Renie” Carson, Lillian Bond, Devi Dja e os não creditados Charles Coleman, Jimmy Conlin, Gibson Gowland, Cedric Hardwicke, Carol Diane Keppler, Pedro de Córdoba, Dorothy Ford, Skelton Knaggs, Al Ferguson, Alan Edmiston, Alexander Pollard, Alice Keating, Allen Schute, Anita Sharp-Bolster, Ann Lundeen, Anne Curson, Art Berry Sr., Arthur Mulliner, Arthur Shields, Audrey Manners, Barbara Woodell, Bernard Gorcey, Betty Fairfax, Bob MacLean, Bruce Carruthers, Bud Harrison, Carl M. Leviness, Charles K. French, Charles Knight, Charles McNaughton, Colin Campbell, Crauford Kent, Dick Earle, Donald Kerr, Doris Stone, Eddie Aquilian, Edward Cooper, Elyse Brown, Emily Massey, Eric Mayne, Evan Thomas, Frank Dawson, Frank McLure, Frank O'Connor, Frank Pharr, Fred Aldrich, Frederick Worlock, George Broughton, George Jenner, George Peters, Glenna Kendall, Guy Bates Post, Guy Bellis, Harold De Becker, Harry Adams, Harry Allen, Helen O'Hara, Helena Benda, Herbert Evans, Herberta Williams, Hugh Greenwood, Ila Lee, J. C. Fowler, Jack Lee, James Logan, Jerry St. John, Jimmy Aubrey, Joe Yule, John George, John Good, John Valentine, Joseph E. Bernard, Joseph Marievsky, Kay Medford, Kenneth Hunter, Kerry Vaughn, Larry Stanton, Larry Williams, Lee Powell, Leo Mostovoy, Leonard Mellin, Leslie Sketchley, Lillian Talbot, Lisa Carpenter, Lloyd Ford, Lorraine Miller, Lotus Thompson, Lumsden Hare, Margaret Roberts, Mary Benoit, Michael Jeffers, Mitchell Lewis, Monica Bannister, Natalie Draper, Norman Pogson, Olive Jones, Oliver Cross, Pascale Perry, Paul De Corday, Pedro Regas, Ralph Bucko, Ray Flynn, Reginald Owen, Reginald Simpson, Renie Riano, Rex Evans, Richard Collin, Robert Cory, Ruby Hewport, Sam Harris, Sam Simone, Scott Seaton, Sidney Lawford, Stuart Holmes, T. Arthur Hughes, Taylor & Sinclair, Toby Noolan, Tom Costello, Tom Pilkington, Tom Tamarez, Volta Boyer, Wally Dean, Walter Rode, Ward Carson, Whitey Sacks, Will Patton, William Eddritt, William H. O'Brien, William Holmes, William Stack, Wilson Benge.



Bastidores de O retrato de Dorian Gray: à direita, o diretor Albert Lewin, acompanhado dos atores Lowell Gilmore e George Sanders, devidamente caracterizados, respectivamente, como os personagens Basil Hallward e Lord Henry Wotton



Poucos leram O retrato de Dorian Gray — único romance de Oscar Wilde. Mas muitos o conhecem de ouvir falar. Conta a trágica história do personagem do título, que cedeu ao MAL os dramas de consciência e princípios éticos em troca da preservação da juventude e das facilidades a uma existência plena, desimpedida de interditos de qualquer tipo. Apenas uma pintura — seu próprio retrato — estrategicamente afastada dos curiosos testemunha esse pacto. Nela, a imagem se corrompe com a passagem do tempo, expondo os meandros da pérfida e devassa alma do sempre jovem Dorian Gray. Para este partidário do hedonismo absoluto nada importa. Os semelhantes são, sem hesitação, tomados como objetos de seu mais puro deleite. No romance de Wilde há vestígios do Fausto, de Goethe; de O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson; e do super-homem do niilismo de Nietszche.


A princípio, numa versão mais curta, O retrato de Dorian Gray foi lançado em Londres, em 1890, nas páginas do Lippincott’s Magazine. Conseguiu de imediato ampla repercussão, proporcional ao tamanho da polêmica que provocou. Classificado de imoral por conservadores furiosos, foi condenado ao fogo. O autor se defendeu, alegando que a literatura não reconhece amoralidade ou imoralidade, mas apenas obras boas e más. Porém, diante da persistência da campanha persecutória, Wilde aceitou a provocação de seus detratores e, em 1891, lançou O retrato de Dorian Gray em livro, adicionando-lhe capítulos e prefácio. A obra é, hoje, reconhecida como mestra por muitos. Certamente, é um dos maiores clássicos da literatura em todos os tempos.


Hurd Hatfield como Dorian Gray


De que trata O retrato de Dorian Gray? O que há por trás da história do homem que, ao desejar a eterna juventude, permutou a alma por uma vida totalmente desregrada e dissoluta? O livro permite várias interpretações. A mais simplista afirma o óbvio: Wilde traça o retrato de uma época que, encantada com o progresso e o desenvolvimento científico, zomba de crenças e valores firmados por tradições seculares em processo de esfacelamento. Mas O retrato de Dorian Gray é também a crítica e o desnudamento da aristocracia decadente em luta contra a implacabilidade do tempo que a condena ao desaparecimento. Dorian Gray simboliza essa classe em busca de sobrevida. Para tanto, lança mão da corrupção mais vil e torpe, sempre protegido pela hipocrisia das convenções sociais — contra as quais se levantam ineficazes e sussurradas admoestações — tão bem estruturadas e resistentes a mudanças. O quarto no qual tranca o maior segredo de sua vida — o retrato terrível, em constante mutação —, simboliza a rigidez das convenções, regras e normas que ocultam a verdade ao público. Tais amarras continuam operando após a morte do personagem, quando praticamente trocam de lugar a aparência de Gray e a alma estampada no retrato: ao lado do corpo dilacerado por avançada decrepitude, que mal permite o reconhecimento, ergue-se a magnífica pintura de jovem tão formoso quanto tranquilo, aparentando não possuir pecado algum. Essa efígie, revestida de romantismo, nostalgia e perenidade, passará imaculada à posteridade como a mitificação de um homem, uma classe e uma época.


Dorian Gray (Hurd Hatfield) diante da sua imagem em retrato, já em avançado estado de decrepitude

  
Em outra compreensão, o romance de Wilde é a parábola profana do Gênesis. Basil Hallward, o artista que pintou o quadro, é o Deus impotente e fracassado no instante da criação. Imprimiu à tela o melhor de si, a ponto de considerá-la obra-prima. Entretanto, foi incapaz de sensibilizar o modelo com suas generosidade e boas intenções. Nisso, superou-o seu duplo em negativo, o aristocrata Lord Henry Wotton, espécie de satã cínico e amoral presente ao ateliê nos instantes de finalização da pintura. Como aranha se acercando da mosca aprisionada na teia, Wotton cativa e impressiona o jovem modelo com conversas e tiradas ferinas. Leva-o a cair de amores pela própria beleza e a desejar ardentemente preservá-la, mesmo ao preço de conspurcar os valores mais sagrados. Ao admirar a imagem fixada na tela, como se fosse o fruto do trabalho de Deus, Dorian lamenta: chegará o tempo em que estará irremediavelmente velho, com o rosto vincado por sofrimentos e dissabores, ao passo que, no retrato, terá a sempre jovem e imaculada aparência. Seria possível o contrário? E se for conveniente repudiar Deus e, no limite, feri-Lo de morte? O personagem de Wilde é o HOMEM conscientemente afastado do BEM e do BOM, perdido para o MAL e o MAU, anjo decaído incapaz de qualquer redenção.


O retrato de Dorian Gray foi várias vezes levado ao cinema e à televisão. Em 1910, na Dinamarca, o diretor Axel Stroom filmou Dorian Grays portræt, estrelado por Henrik Malberg, Clara Pontoppidan e Valdemar Psilander. É, ao que parece, a primeira adaptação cinematográfica do romance. Segue-se o estadunidense The picture of Dorian Gray (1913), de Phillips Smalley, interpretado por Wallace Reid, Lois Weber e o próprio diretor. Em 1915, na Rússia, Mikhail Doronin e Vsevolod Meyerhold dirigem Portret Doryana Graya, com P. Belova, G. Enriton, o diretor Meyerhold e Varvara Yanova. Os Estados Unidos, via direção de Fred W. Durrant, retomam o romance em 1916 com The picture of Dorian Gray, que traz no elenco Henry Victor, Pat O'Malley, Sydney Bland, Dorothy Fane, Jack Jordan, Douglas Cox, Miriam Ferris e A. B. Imeson. Em 1917 os alemães apresentam Das bildnis des Dorian Gray, de Richard Oswald, com Bernd Aldor, Lea Lara, Ernst Ludwig, Lupu Pick, Ernst Pittschau e Andreas Van Horn. Em 1970 surge Dorian Gray, de Massimo Dallamano, produção italiana interpretada por Helmut Berger, Richard Todd, Herbert Lom, Marie Liljedahl, Margaret Lee e Eleonora Rossi Drago. De 1977 é a obscura produção francesa Le portrait de Dorian Gray, de Pierre Boutron, estrelada por Raymond Gérôme, Patrice Alexsandre e Marie-Hélène Breillat. Dois telefilmes estadunidenses foram dedicados ao livro: The picture of Dorian Gray (1973), de Glenn Jordan, com Shane Briant, Nigel Davenport e Charles Aidman; e The sins of Dorian Gray (1983), de Tony Maylam, com Anthony Perkins, Belinda Bauer, Joseph Bottoms e Olga Karlatos. Inúmeros curtas metragens e séries televisivas também adaptaram a obra de Oscar Wilde[1]. 



A versão cinematográfica de Albert Lewin é ambientada em Londres, em 1886. O diretor, expert em literatura inglesa — portanto não estranho ao universo de Oscar Wilde —, pouco se destacou no cinema. Segundo os dicionários de realizadores, atuou, “desde 1924”, como roteirista da Metro-Goldwyn-Mayer onde, mais tarde, tornou-se braço direito do todo-poderoso Irving Thalberg, lugar-tenente do big boss Louis B. Mayer. Essa condição lhe permitiu intervir cirurgicamente em muitas realizações companhia[2] — para desespero de diretores rebeldes ou em busca de independência criativa. Também marcou presença em diversas outras áreas relacionadas à produção[3]. 



O pintor Basil Hallward (Lowell Gilmore) com a sobrinha Gladys (Carol Diane Keppler)

  
Dorian Gray (Hurd Hatfield) e Lord Henry Wotton (George Sanders)


Dorian Gray (Hurd Hatfield) e Sibyl Vane (Angela Lansbury)


O roteiro de Lewin toma liberdades com o original. Primeiro, acrescenta personagens: Gladys (Donna Reed, adulta; Carol Diane Keppler, criança), sobrinha do solitário Basil Hallward (Gilmore), frustrada em sua tentativa de conquistar Dorian Gray; David Stone (Peter Lawford, tão magro como um caniço), apaixonado por Gladys, tenta elucidar o mistério em torno do personagem do título. Segundo, o roteiro amplia deliberada e explicitamente a densidade de mistério do original, aproximando-o do misticismo mágico. Trata-se, provavelmente, de uma tentativa de relacionar o filme às obras de terror concebidas pela unidade do produtor Val Lewton, na RKO Radio Pictures. Os diferenciais óbvios são o luxo narrativo típico da MGM, mais a quantidade e qualidade de recursos à disposição de Albert Lewin. A referência a Lewton se deve à escultura de um gato — inexistente no romance — que ornamenta o ateliê de Hallward. O bichano representa, na explicação de Lord Henry Wotton (Sanders), um dos 73 deuses do Egito, tão poderoso a ponto de atender aos desejos de Gray. A imagem da divindade felina foi inserida no retrato ao lado do motivo principal. Transferida para a mansão de Dorian, ilustra cena emblemática: a câmera focaliza o personagem no subir das escadas. Logo atrás, estrategicamente posicionada, a escultura fornece a sensação de observá-lo, como se estivesse a lhe traçar o destino. O momento, eficaz, chega a ser arrepiante. Entretanto, essa é a única aparição significativa da imagem do bichano. Daí em diante, nada mais acrescentará à narrativa.


David Stone (Peter Lawford), Lord Henry Wotton (George Sanders) e Gladys Hallward (Donna Reed)

  
O filme, apesar do rigoroso aparato que cerca as produções de Pandro S. Berman, não passa de bela embalagem a envolver pouca substância. A adaptação tem estilo, mas é superficial e pouco sutil. Apresenta de imediato sério problema: a absurda, onipresente e desnecessária narração, originalmente a cargo da voz do não creditado Cedric Hardwicke. Além de expor o óbvio, reveste de banal literalidade um material que deveria ser exclusivamente cinematográfico, aproximando-o do dramalhão. São totalmente dispensáveis informações como “Pela primeira vez Dorian se viu consciente de sua juventude e do fato de que um dia a perderia”. A caracterização dos personagens, submetidos à passagem do tempo, também é falha. O certo seria apenas Dorian Gray preservar a juventude. Entretanto, os demais parecem imunes ao avanço dos anos. Não envelhecem convincentemente. Nota-se isso principalmente em Henry Wotton e Basil Hallward. Dessa forma, eliminam-se aspectos que poderiam resultar em interessantes contrastes.


O mercador de joias (John Good) e Dorian Grey (Hurd Hatfield)


O elenco, à exceção de George Sanders e Angela Lansbury, não corresponde às expectativas. Lowell Gilmore fornece interpretação insossa, ainda que se esperasse pouco do seu papel. Donna Reed, geralmente boa atriz, está deslocada. Parece saber que defenderia personagem estranha ao original, com pouca densidade na trama cinematográfica. De Peter Lawford não se deve estranhar a inexpressividade. Essa qualidade, entretanto, não poderia contaminar o papel de Dorian Gray. Infelizmente, Hurd Hatfield é fraquíssimo, além de não guardar a menor verossimilhança com as feições imaginadas por Oscar Wilde.


A então jovem Angela Lansbury — indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em sua estreia no cinema em À meia luz (Gaslight, 1944), de George Cukor — tem participação pequena, mas significativa e convincente como a inocente atriz de mafuá Sibyl Vane, seduzida e arruinada pelo personagem do título. O papel lhe valeu a segunda indicação à estatueta da categoria citada, proeza que se repetirá 17 anos depois por Sob o domínio do mal (The Manchurian candidate, 1962), de John Frankenheimer. George Sanders na pele do aristocrata Henry Wotton — misto de frieza, cinismo, niilismo, hedonismo e mordacidade — está perfeito, como sempre. A aparência blasé do ator só ajuda na composição. É uma delícia vê-lo manifestar-se por meio de epigramas como estes: “Você tem uma expressão intelectual e o intelecto destrói a beleza de qualquer rosto”, “Sempre escolho os amigos pela boa aparência e os inimigos pelo bom intelecto”, “Gosto de pessoas com princípios e de pessoas sem princípios mais que qualquer coisa no mundo”, “As mulheres representam o triunfo da matéria sobre a mente como os homens representam o triunfo da mente sobre a moral”, “O prazer é a única coisa que merece uma teoria”, “Só as coisas sagradas merecem ser tocadas”, “Para voltar à minha mocidade faria qualquer coisa, menos acordar cedo e ser respeitado”.


Os aristocratas


Apesar da superficialidade da narrativa, O retrato de Dorian Gray se redime devido à cuidadosa concepção cênica. O fotógrafo Harry Stradling Sr. — premiado com o Oscar de Melhor Fotografia em Preto e Branco — faz bom uso de lentes grandes angulares que realçam a profundidade de campo. Também é feliz nas poucas cenas em Technicolor. O recurso é utilizado somente quando há a necessidade de captar a pintura em primeiro plano. A cenografia (acumulando decoração a cargo de Edwin B. Willis, assistido por John Bonar e Hugh Hunt; e direção de arte por conta de Cedric Gibbons e Hans Peters) foi indicada ao Oscar.






Roteiro: Albert Lewin, com base em novela homônima de Oscar Wilde. Direção de fotografia (preto-e-branco, Technicolor): Harry Stradling Sr. Trilha musical: Mario Castelnuovo-Tedesco (não creditado), Frédéric Chopin (não creditado), Herbert Stothart. Solo de piano: Lela Simone (não creditada). Montagem: Ferris Webster. Quadro de Dorian Gray jovem: Henrique Medina. Quadro de Dorian Gray monstruoso: Ivan Le Lorraine Albright. Decoração: Edwin B. Willis. Maquiagem: Jack Dawn. Direção de arte: Cedric Gibbons, Hans Peters. Assistentes de decoração: John Bonar, Hugh Hunt. Supervisão de figurinos: Irene Sharaff. Assistente de supervisão de figurinos: Marion Herwood Keyes. Direção de gravação de som: Douglas Shearer. Figurinos masculinos: Valles. Assistente especial para Albert Lewin: Gordon Wiles. Voz do narrador: Cedric Hardwicke (não creditado). Áreas verdes: William H. Cunningham (não creditado). Assistente de câmera (não creditado): Ed Davis, Frank V. Phillips. Assistente de direção: Earl McEvoy (não creditado). Assistente de montagem: Don Hall (não creditado). Associado à supervisão de figurinos: Marion Herwood Keyes. Câmera de pintura matte: Mark Davis (não creditado). Departamento musical (não creditado): Alberto Colombo, Murray Cutter, Rudolph G. Kopp, Magdaline Simone. Direção de gravação de som: Douglas Shearer. Eletricista-chefe: C. A. Philbrick (não creditado). Gerente de unidade: Keith Weeks (não creditado). Joalheria: Eugene Joseff (não creditado). Maquiagem de Angela Lansbury: Robert J. Schiffer (não creditado). Membros da equipe (não creditados): Pop Arnold, Richard Borland, Bill Cary, Frank Caston, Richard Hendrickson, Elmer Holtz, Les Johnson, Harry Kearley, Joseph Keener, Ethel La Blanche, Bob Meeker, Tony Ordoqui, Bernard Ponedel, Irving Richall, Rose Rockney, Jack Rohan, Bill Shaw, Jack Wetzel, Pasquale Williams. Mixagem musical (não creditado): Edward Baravalle, Earl Cates, M. J. McLaughlin. Música adicional: Mario Castelnuovo-Tedesco (não creditado). Orquestração (não creditada): Murray Cutter, Ted Duncan. Pesquisa: Viola Pettit (não creditado). Pintura matte: Warren Newcombe (não creditado). Pinturas: Frank Wesselhoff (não creditado). Produção de elenco: Mel Ballerino (não creditado). Regravação e efeitos de mixagem de som (não creditado): Frank McKenzie, Robert Shirley, Newell Sparks, William Steinkamp, Michael Steinore. Segundo assistente de direção: Frank E. Myers (não creditado). Segundo operador de câmera: Sam Leavitt (não creditado). Sistema de gravação de som: Western Electric. Sistema de mixagem de som: Western Electric Sound System. Som (não creditado): Lew Barnes, Ted Hoffman. Supervisão de áreas verdes: Clarence J. Falk (não creditado). Tomadas de projeção de transparências: A. Arnold Gillespie (não creditado). Unidade de mixagem: Bill Edmondson (não creditado). Tempo de exibição: 110 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1987; revisto e atualizado em 1997)



[1] Para maiores informações, pode-se consultar http://www.imdb.com/find?q=The%20picture%20of%20dorian%20Gray&s=tt&ref_=fn_al_tt_mr. Acessado originalmente em 17 set. 1997.
[2] EWALD FILHO, Rubens. Dicionário de cineastas. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 1988. p. 319; TULARD, Jean. Dicionário de cinema: os diretores. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 387.
[3] Ibidem. 

4 comentários:

  1. Eugenio,

    Tive diversas oportunidades de ver o filme em pauta, mas o deixei passar em branco.
    Intimamente eu pressentia que não iria gostar da fita, além de ter sido legendada, o que mais ainda me afastou da película.

    Sobre o Lewin não ter conseguido dar a densidade que o livro permitia, este fator já foi observado por mim em diversas oportunidades. É apenas uma questão da não existeêcia de qualidade como um diretor que tem o poder de valorizar um texto ou a insensibilidade ao texto.

    Vi o Mann fazendo isso em Cimarrom/60. E o Mann que era um diretor acostumado a fazer westerns de qualidade inconstestável.

    Porém, neste ele pareceu perder a mão e terminou por degradar uma boa obra da Ferber. O que não ocorreu com o Stevens com Giant/56, da mesma Edna Ferber.

    De maneira que existe muito isto da perda de densidade da obra quando ela em mãos errôneas ou coisas mais que podem levar a esta desordem.

    De maneira que não vi o filme de 1945, mas vi o desastre que o Oliver Parker fez com sua versão de 2009.

    Um filme inteiramente a desejar, também sem qualquer da densidade que o amigo editor cita na versão do Lewin e, por fim, um filme que eu deixaria de ver e que somente ganharia com isto.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir, o que costuma me afastar dos filmes é a dublagem. Muito da qualidade de uma filme depende da forma como os atores usam a sua voz. As impostações, as inflexões, as entonações, a maneira como recortam as palavras... Fico a pensar no desastre que são as dublagens de um Alan Rickman, Laurence Olivier, Marlene Dietrich, Charles Laughton e tantos outros que sempre trabalharam com vozes personalíssimas, únicas, para conferir grandeza e autenticidade aos seus personagens. A dublagem avacalha com tudo. Sem esquecer a questão cultural. Nada mais falso que um esquimó falando em português, ainda mais com a adesão improvisada por conta do dublador, de gírias e cacos que sequer estavam no original. Dublagem sequer conhece expressões idiomáticas e particularidades linguísticas. Dublagem, para mim, só em último caso.

      Abraços.

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  2. Eugenio,

    Não consigo ir de encontro ao que me mostras. Não há como depois de cada citação quanto à originalidade de uma fita.
    Cada paralelo que citaste de um filme originalmente assistido é ponto em favor da pelicula.

    Sim, sei disso. Porém, existem dublagens muito boas, tal qual um monte de péssimas.

    Vi recentemente Spartacus e quem dublou o Laughton e o Olivier foram dois perfeitos atores, pois captei que impuseram suas falas quase que como se fossem os atores quem as estivesse falando.

    Cito este exemplo, o que em nada desfaz o que colocaste em se ver o filme originalmente, porque eu vi o mesmo filme, Spartacus, no seu idioma original e não percebi alterações ao ve-lo dublado. Foi ali feito um muito bom trabalho.

    Porém, insisto, todos os valores que puseste são válidos, embora alguns filmes dublados nos dêm mais descanso, além de sairem de qualidade apreciáveis, enquanto alguns não dão para assistir de forma alguma, sendo necessário colocar os letreiros para se acompanhar o que está sendo dialogado.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Compreendo seus motivos, Jurandir. Mas a dublagem será sempre, para mim, o ultimo requisito a contar na escolha de um filme para ver. Sempre darei preferência ao som original, com legendas, ainda mais quando a minha fluência auditiva não estiver à altura das línguas originais. Já consigo me arranjar bem com os ouvidos em algumas e as diferenças são gritantes. Hoje em dia, então... Nem se fala. Algumas traduções são de amargar e levam a perder o sentido original dos diálogos. Enfim...

      Abraços.

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