domingo, 25 de janeiro de 2015

JULIE ANDREWS DESBANCA MARY TYLER MOORE EM NOSTÁLGICO E REVERENCIAL FILME DE GEORGE ROY HILL

No final da década de 60 Peter Bogdanovich anunciou: "Todos os grandes filmes já foram feitos". A partir daí deu partida ao processo conhecido como "Onda de Nostalgia", pelo qual se lançou à realização de títulos que resgatavam os clássicos do cinema, intérpretes e diretores. Em 1967 — um ano antes de Bogdanovich embarcar na "Onda" e recuperar Boris Karloff em Na mira da morte (Targets) — George Roy Hill antecipava os sinais dos tempos. Curvou-se em reverência aos "Loucos Anos 20" das comédias silenciosas repletas de nonsense, do jazz, charleston, de Harold Lloyd e Clara Bow. A tudo isso uniu uma trama rocambolesca sobre anseios de mocinhas casadoiras e tráfico de escravas brancas. O resultado é Positivamente Millie (Thoroughly modern Millie), ao qual assisti tardiamente, com alguma má vontade. Porém, revelou-se suficientemente agradável, cativante e despretensioso. É um delicioso escapismo. Nele, Mary Tyler Moore — sucesso na televisão com The Dick Van Dike Show — faria a transição para o cinema. Mas foi totalmente eclipsada por Julie Andrews, em plena evidência na época. Apesar de algumas incursões pela telona, restou a Tyler Moore permanecer no veículo televisivo, onde teria consagração com The Mary Tyler Moore Show a partir de 1970.






Positivamente Millie
Thoroughly modern Millie

Direção:
George Roy Hill
Produção:
Ross Hunter
Universal, Ross Hunter Productions
EUA — 1967
Elenco:
Julie Andrews, James Fox, Mary Tyler Moore, Carol Channing, John Gavin, Jack Soo, Pat Morita, Philip Ahn, Anthony Dexter, Cavada Humphrey, Herbie Faye, Michael St. Clair, Lisabeth Hush, Ann Dee, Beatrice Lillie e os não creditados Jackie Allen, Jimmy Bryant, Albert Carrier, Mae Clarke, Alan Copeland, Don Crichton, Bill Lee, Todd Mason, Joseph Mell, Lou Nova, Christopher Riordan, Victor Rogers, Benny Rubin, Diane Sayer, Jeffrey Sayre, Buddy Schwab, Jay Thompson, Jackie Ward, Kenneth Yee, Alberto Zoppe.



O diretor George Roy Hill


Visto tardiamente e com alguma má vontade, Positivamente Millie revelou-se uma agradabilíssima surpresa. Hoje, diante de tantos valores em dissolução, pouco se ouve falar de George Roy Hill. Mas são creditadas a ele três preciosidades do moderno cinema estadunidense: Butch Cassidy (Butch Cassidy and Sundance Kid, 1969), Matadouro 5 (Slaughterhouse 5, 1971) e Golpe de mestre (The siting, 1973). Positivamente Millie pertence a esta fase de afirmação do talento do diretor. É uma comédia musical na qual se percebem traços da onda de nostalgia que marcaria o cinema dos Estados Unidos na primeira metade da década de 70, tendo Peter Bogdanovich como iniciador e figura mais emblemática. Por outro lado, com respeito ao musical — cujo auge cinematográfico se encontra nos anos 50 —, Positivamente Millie está, sem dúvida, entre as melhores realizações que tentaram prolongar a vida de um gênero praticamente moribundo durante a década seguinte[1].



Mary Tyler Moore no papel de Dorothy Brown


Positivamente Millie é puro nonsense, espetáculo escapista e francamente descompromissado cuja fórmula há muito se perdeu. A trama rocambolesca mescla, ao desenrolar de situações tão deliciosamente absurdas quanto ridículas, o cotidiano de duas jovens recentemente chegadas em Nova York na primeira metade dos loucos anos 20 — ambas tentando encontrar a felicidade — com o desaparecimento de moças brancas desprovidas de laços familiares ou de outros relacionamentos, assunto noticiado diariamente pelos jornais. Julie Andrews e Mary Tyler Moore vivem, respectivamente, as esperançosas Millie Dillmount e Dorothy Brown. Residem no Priscilla Hotel, gerenciado por Mrs. Meers (Lillie). Mal percebem que os estranhos sumiços acontecem nas proximidades, sob responsabilidade da gerente coadjuvada por atrapalhada dupla de chineses (Soo e Morita). Dorothy, sozinha no mundo, corresponde perfeitamente ao perfil das vítimas. Termina, após muitas tentativas, nas mãos dos bandidos. Mas até o mistério ser resolvido, o espectador acompanhará os esforços da provinciana e arrojada Millie para se fazer moderna e encontrar o amor de sua vida, de preferência rico. Equivoca-se com o patrão, Trevor Graydon (Gavin), que se enamora de Dorothy. Diante da decepção, resta a Millie o jovem e aguerrido Jimmy Smith (Fox), aparentemente um honesto vendedor de clips, exímio dançarino (a Dança da “Tapioca” é memorável — será que a produção pagou royalties ao Brasil?[2]) e êmulo de Harold Lloyd. Este irrequieto e saltitante comediante do cinema mudo recebe justa homenagem no filme: fazendo de tudo para declarar seu amor a Millie, Jimmy praticamente refaz, pela lateral do edifício no qual ela trabalha, ao longo de 20 andares, a famosa sequência da escalada de O homem mosca ou Segurança afinal (Safety last!, 1923), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor. Ao final, após o salvamento de Dorothy e das demais desaparecidas, graças aos esforços coligados de Millie, Jimmy e Graydon, uma revelação vem à tona: os personagens de Fox e Moore são irmãos e filhos de Muzzy Van Hossmere (Channing) — viúva milionária, aventureira e maluquete, espécie de representação personalizada do espírito de liberação atribuído aos loucos anos 20.


Millie Dillmount (Julie Andrews) almeja ser moderna nos "Loucos Anos 20"

Dorothy Brown (Mary Tyler Moore) e Millie Dillmount (Julie Andrews)


Ao que parece Positivamente Millie foi originalmente pensado como veículo para o lançamento de Mary Tyler Moore no cinema. A atriz, egressa da TV, fazia sucesso no programa da CBS The Dick Van Dike Show, levado ao ar de 1961 a 1966. No entanto, nesta ocasião Julie Andrews vivia o apogeu de sua carreira. Recebera, havia dois anos, o Oscar de Melhor Atriz por A noviça rebelde (The sound of music, 1965), de Robert Wise; e estrelara Mary Poppins (Mary Poppins, 1964), de Robert Stevenson, sem esquecer que podia ser vista em Não podes comprar o meu amor (The Americanization of Emily, 1964), de Arthur Hiller; Cortina Rasgada (Torn curtain, 1966), de Alfred Hitchcock; Havaí (Hawaii, 1966), de George Roy Hill; e imediatamente após Positivamente Millie, em A estrela (Star!, 1968), de Robert Wise; e Lili, minha adorável espiã (Darling Lili, 1970), de Blake Edwards. Sem querer, mas exclusivamente por causa do talento e da visibilidade, Julie Andrews eclipsou Mary Tyler Moore, que terminou restringindo a carreira praticamente à televisão[3], alcançando sucesso com o programa que lhe levaria o nome, The Mary Tyler Moore Show, da CBS, no ar de 1970 a 1977.


O roteirista Richard Morris, segundo consta, inspirou-se remotamente em algumas fontes teatrais: Chrysanthemum, pouco conhecido musical encenado nos palcos ingleses, em 1956, e Boyfriend, outro musical inglês que serviu ao lançamento de Julie Andrews em 1954. Mas as inspirações mais imediatas e diretas estão mesmo nas comédias silenciosas estadunidenses. Além da homenagem explícita a Harold Lloyd por parte do personagem de Edward Fox, há o modo como os atores interpretam, buscando comunicação com a plateia por meio de gestos, olhares e expressões frontais, quase sempre em primeiro plano. Alguns pensamentos e interrogações de Millie recorrem constantemente ao uso de intertítulos para traduzi-los e comunicá-los tal qual no período silencioso. Pouco se falou a respeito, mas a atriz Clara Bow — a garota com it, uma das mais representativas do cinema mudo dos EUA, tão alegre e confiante em sua maneira desprendida de se movimentar e vestir — provavelmente serviu de inspiração à composição da moderna Millie.



Millie Dillmount (Julie Andrews) e Dorothy Brown (Mary Tyler Moore)


De cara, a partir das primeiras sequências, o espectador com espírito desarmado é convidado a embarcar na gostosa fantasia de Positivamente Millie. A mescla de drama e comédia logo se faz presente com a impagável Mrs. Meers providenciando mais uma vítima entre as “tristes solitárias” hospedadas em seu estabelecimento. A pobre coitada, dopada e introduzida num cesto, é conduzida ao “sistemático” elevador que, apesar dos mecanismos, só se movimenta ao “sentir” a vibração provocada pelos passos de alguma dança. A seguir, com os jornais chamando a atenção para mais um desaparecimento, surge Millie caminhando em Nova York, absorta em seus pensamentos para se fazer moderna, modificando a aparência à medida que analisa e acompanha a moda que dita penteados, figurinos e adereços enquanto os créditos ocupam a tela.


Millie Dillmount (Julie Andrews) e Miss Dorothy Brown (Mary Tyler Moore)


Uma feliz harmonia entre elementos diversos contribui para a sensação de unidade em Positivamente Millie. Os atores principais estão em sintonia com coadjuvantes brilhantes como a esfuziante Carol Channing[4] e a impagável Beatrice Lillie[5] (vê-la pronunciando “Estar só no mundo é tão triste!”, praticamente o bordão de Mrs. Meers, é uma delícia). No departamento musical as composições de Elmer Bernstein recebem tratamento adequado na condução de André Previn e na orquestração dos não creditados Jack Hayes, Albert Sendrey e Leo Shuken, sem esquecer da coreografia a cargo de Joe Layton, principalmente nas sequências com Carol Channing incorporando a essência do jazz nos loucos anos 20. Os figurinos do lendário Jean Louis não são apenas trajes estáticos, mas referências vivas de uma era de otimismo e transformações (que terminaria melancolicamente em Lei Seca e depressão econômica), contribuindo para destacar as personalidades daqueles que os vestem. A direção de arte de Alexander Golitzen e Goerge C. Webb aliada à decoração de Howard Bristol e à fotografia de Russel Metty permitem enquadramentos vivos, que transpiram autenticidade, aos personagens.



Millie Dillmount (Julie Andrews)


Na quadragésima premiação do Oscar, em 1968, Positivamente Millie recebeu sete indicações nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Canção Original (Thoroughly modern Millie), Melhor Atriz Coadjuvante (Carol Channing), Melhor Direção de Arte & Decoração, Melhor Trilha Sonora Adaptada (André Previn e Joseph Gershenson) e Melhor Trilha Sonora Original na qual Elmer Bernstein se saiu vencedor[6].


Na vigésima quinta premiação do Globo de Ouro, de 1968, o filme foi indicado nas categorias de Melhor Filme Musical ou Comédia, Melhor Atriz de Musical ou Comédia (Julie Andrews), Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Canção (Thoroughly modern Millie) e Melhor Atriz Coadjuvante na qual Carol Channing mereceu o prêmio[7].


Mrs. Meers (Beatrice Lillie), a gerente do hotel


Para o Writers Guild of América Positivamente Millie foi o Melhor Roteiro de 1968[8].


Além da canção-título, de Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, interpretada por Julie Andrews, outros 19 números, adaptados ou originais, estão incluídos na trilha sonora: The tapioca, de Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, cantada por Andrews e Edward Fox; Jimmy, de Jay Thompson, interpretada por Andrews; The Jewish wedding song (número desnecessário em sequência idem), de Sylvia Neufeld, na voz de Andrews; Baby face, de Benny Davis e Harry Akst, cantada por Andrews; Do it again, de Buddy De Sylva e George Gershwin, na performance de Carol Channing; Poor butterfly, de John Golden e Raymond Hubbell, interpretada por Andrews; Rose of Washington Square, de James Hanley e Ballard MacDonald, na performance de Dee Dee Bridgewater; I can't believe that you're in love with Me, de Jimmy McHugh e Clarence Gaskill; I'm sitting on top of the world, de Sam M. Lewis, Joe Young e Ray Henderson; Stumbling, de Zez Confrey, cantada por Andrews e Mary Tyler Moore; Japanese sandman, de Ray Egan e Richard A. Whiting, interpretada por Jack Soo e Pat Morita; Charmaine, de Erno Rapee e Lew Pollack; Jazz baby, na performance de Channing.



Trevor Graydon (John Gavin)


Hoje, provavelmente, a atribuição do tráfico de escravas brancas aos chineses enquadraria facilmente Positivamente Millie na categoria de filme racista segundo os cânones do politicamente correto.






Roteiro: Richard Morris. Música original: Elmer Bernstein. Direção de fotografia (Technicolor): Russell Metty. Montagem: Stuart Gilmore. Direção de arte: Alexander Golitzen, George C. Webb. Decoração: Howard Bristol. Figurinos: Jean Louis. Penteados: Larry Germain, Hal Saunders. (para Julie Andrews). Maquiagem: Bud Westmore. Gerente de unidade de produção: Ernest B. Wehmeyer. Assistente de direção: Douglas Green. Coordenação de set: Virgil Clark (não creditado). Contrarregra: John Faltis (não creditado), Solly Martino (não creditado). Som: Ronald Pierce, William Russell, Waldon O. Watson, Perry Devore (não creditado), Bruce Smith (não creditado). Efeitos especiais: Dave Fleischer (não creditado). Supervisão de efeitos especiais: Albert Whitmore (não creditado). Supervisão de pintura matte: Albert Whitlock. Dublês: Jerry Brutsche (não creditado), Paula Dell (não creditado), Lee Faulkner (não creditado), Russell Saunders (não creditado), Hayward Soo Hoo (não creditado). Grua: Kenneth Smith (não creditado). Assistente de figurinos: Sheryl Deauville (não creditado). Confecção de figurinos: Bill Jobe (não creditado). Confecção de joias: Joan Joseff (não creditado). Supervisão musical: Joseph Gershenson. Coreografia: Joe Layton. Regente de números musicais: André Previn. Assistentes para Joe Layton: Buddy Schwab, Jay Thompson, Buddy Schwab, Jay Thompson. Orquestração: Jack Hayes (não creditado), Albert Sendrey (não creditado), Leo Shuken (não creditado). Planejamento de créditos: Wayne Fitzgerald (não creditado). Assistente de produção: Edward Folger (não creditado). Fornecimento de cosméticos: Cinematique. Tempo de exibição: 138 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 2012)



[1] Alguns do melhores musicais do período são Amor, sublime amor (West side story, 1962), de Robert Wise e Jerome Robbins; A noviça rebelde (The sound of music, 1965), de Robert Wise; e Minha bela dama (My fair lady, 1964), de George Cukor. Os equívocos, pesados e enfadonhos para um gênero habituado à agilidade e leveza são: O fantástico Dr. Doolittle (Doctor Dolittle, 1967), de Richard Fleischer; Alô, Dolly (Hello, Dolly, 1969), de Gene Kelly, Os aventureiros do ouro (Paint your wagon, 1969), de Joshua Logan; Camelot (Camelot, 1967), de Joshua Logan, e O caminho do arco-íris (Finian’s rainbow, 1968), de Francis Ford Coppola.
[2] O espanto decorre da utilização do vocábulo “tapioca”. De origem tupi-guarani, é o nome dado ao polvilho (ou goma) extraído do beneficiamento da mandioca. Incorporada ao português do Brasil, “tapioca” é a designação de uma iguaria, salgada ou doce, confeccionada puramente com polvilho ou com adições de coco, leite condensado, queijo e outros ingredientes.
[3] Os filmes dos quais participou Mary Tyler Moore após Positivamente Millie são: Gente como a gente (Ordinary people, 1980), de Robert Redford; Procurando encrenca (Flirting with disaster, 1996), de David O. Russell; Acerto de contas (Keys to Tulsa, 1997), de Leslie Greif; e Um bebê a caminho (Labor plains, 2000), de Tracy Alexon (CONSULTA de filmes. Disponível em http://www.filmesdecinema.com.br/ator-mary-tyler-moore-438/. Acessado em 12 nov. 2012). 
[4] Channing distribui a carreira artística pelas mais diversas mídias:teatro, cinema, TV e discos. Foi três vezes premiada com o Tony, uma vez com o Globo de Ouro e uma vez com o Grammy (CAROL Channing. Biography. Disponível em http://www.biography.com/people/carol-channing-9542563. Acessado em 2 nov. 2012).
[5] Beatrice Lillie foi basicamente uma atriz de teatro. Três vezes premiada com o Tony, teve poucas aparições no cinema (FOSTER, Rob; LITTLEPAGE, Layne. Beatrice Lillie: The funniest woman in the world. The Beatrice Lillie portal. Disponível em http://www.laynelittlepage.com/pages/the_real_beatrice_lillie.html. Acessado em 2 nov. 2012).
[6] AWARDS for Positivamente Millie. Disponível em http://www.imdb.com/title/tt0062362/awards. Acessado em 2 nov. 2012. ALBAGLI, Fernando. Tudo sobre o Oscar. Rio de Janeiro: Brasil-América, 1988. p. 149-152.
[7] AWARDS for Positivamente Millie. Op. cit.
[8] Ibidem.

4 comentários:

  1. Eugenio,

    Assisti a diversos filmes da Andrews, e o que mais me impressionou, pelo seu realismo, foi Cortina Rasgada/66, do Alfred.
    .
    E isso apesar de não ser adorador do Mestre do Suspense e considerando seu melhor trabalho exatamente o que o próprio diretor considera o seu pior e o filme, que mais odeia, que é Disque M Para Matar.

    Sobre a Andrews eu não vi Poppins nem Positivamente Mille, mas assisti ao seu maior sucesso, que foi A Noviça Rebelde.

    O mestre Wise voltou a dar sua nota nesta pelicula, mostrando o realizador que foi.
    Mas o filme tem muito da Julie, que pareceu se entregar por inteira na criação de seu personagem e que ficou marcada para a eternidade com esta pelicula.

    Quanto ao realizador Roy Hill este dispensa comentários, pois o considero um dos grandes pois, não se cria um Golpe de Mestre/73 ou um Butch Cassid/69 sem ser alguém de porte.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir,

      Começo com uma pergunta? Quais as suas apreciações sobre o "mestre do suspense" Alfred Hitchcock, já que afirmou que não é dele admirador. Gosto de Hitch, mas, quase sempre, estou na contramão no que diz respeito aos filmes preferidos. O meu é "A sombra de uma dúvida", uma realização reputada como menor mas absolutamente primorosa.

      Quanto a George Roy Hill, este teve a sua grande fase. Infelizmente, não está mais entre nós. Faleceu em 2002, aos 81 anos. Tenho enorme apreço pelos mais badalados GOLPE DE MESTRE e BUTCH CASSIDY. Mas a realização do diretor que mais aprecio é MATADOURO CINCO. Dentre os filmes agradabilíssimos que dirigiu, praticamente no mesmo nível de POSITIVAMENTE MILLIE, está o muito alegre e simpático O MUNDO DE HENRY ORIENT, de 1964. Procure conhecê-lo. É uma boa surpresa.

      Abraços.

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  2. Eugenio,

    Realmente, não sou muito amante do diretor Hitch.
    Na verdade eu nem sei dizer unicamente o porque, mas não consigo achar, ou ver, em seus filmes o que quase todos acham.
    Principalmente porque ele é um diretor de estudio, fato que acho um ato um tanto meio acovardado de um diretor não fazer suas filmagens em locações. Isto e mais outras coisas.
    Por coincidencia, o filme dele que mais aprecio é o que ele diz mais detestar, que é Disque "M" Para Matar, seguido de Cortina Rasgada.
    Um Corpo Que Cai, que todos consideram sua obra prima, o que vejo nele é uma fita com muitos pontos vulneráveis, muito fragmentado e com uma historia um tanto descabida, apesar do Jimmy estar ótimo como sempre..

    Sobre o Roy Hill eu já disse tudo no meu comentário anterior.
    E como sou um cinemaníaco que confunde muito o nome de diretores, como é o caso do Hill, que geralmente confundo com o Mervin Le Roy, dentre muitos outros, procuro sempre estar atendo e geralmente conferindo direito o que falo sobre eles para não dar mancada e trocar gatos por lebres.

    Mas ambos são sim grandes diretores, o Hill e o Mervin e, talvez os confunda por ambos terem o Roy nos seus nomes. E considero do Mervin Adversidade/36 e Quo Vadis/51, seus melhores feitos.

    abraço grande

    jurandir_lima@bol.comn.br

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    1. Jurandir,

      Sou apreciador do Hitchcock, mas entendo perfeitamente os reparos que faz a ele. O melhor filme que ele dirigiu, para mim, não é nenhum dos títulos atualmente tão badalados. É o perfeito "A sombra de uma dúvida". Conhece? Recomendo que o veja, caso ainda não teve o prazer.

      Mervyn Le Roy é um desses diretores que merecem um resgate. Inclua entre os grandes filmes que ele fez o poderoso "O fugitivo" ("I Am a Fugitive from a Chain Gang", 1932).

      Abraços.

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