A trama foi atualizada por Steve Soderbergh em 2001. Como
se não bastasse, esticou-a sucessivamente dos onze homens iniciais para doze e
treze. No cinema estadunidense, os membros do esquadrão convertido em quadrilha para a realização de ousada e espetacular expropriação deram as caras pela primeira vez em 1960, sob a liderança de Danny Ocean (Frank Sinatra) no
razoável Onze homens e um segredo (Ocean's eleven), de Lewis Milestone.
Na mira do grupo estão cinco dos principais cassinos de Las Vegas, assaltados
simultaneamente. Os créditos não informam, mas por trás de tudo está o inovador
filme de Jean-Pierre Meville, Bob, o jogador (Bob le flambeur, 1956),
por muitos considerado o marco inicial da Nouvelle
Vague. A realização de Milestone é conduzida em tom de brincadeira. Serve
mais como peça promocional para o Rat
Pack. O contexto das filmagens foi politicamente complicado para Sinatra. A apreciação, de 1993, sofreu ligeira atualização para publicação.
Onze homens e um
segredo
Ocean's eleven
Direção:
Lewis Milestone
Produção:
Lewis Milestone
Warner Brothers, Dorchester
EUA — 1960
Elenco:
Frank Sinatra, Dean Martin, Peter
Lawford, Sammy Davis Jr., Henry Silva, Joey Bishop, Norman Fell, Cesar Romero,
Clem Harvey, Richard Benedict, Buddy Lester, Angie Dickinson, Richard Conte,
Patrice Wymore, Akim Tamiroff, Ilka Chase, Jean Willes, Hank Henry, Lew Gallo,
Robert Foulk, Red Skelton, George Raft, os não creditados Murray Alper, Don
'Red' Barry, Marjorie Bennett, Rummy Bishop, Nicky Blair, Richard Boone, Norman
Brooks, Paul Bryar, David Carlile, Laura Cornell, John Craven, Ronnie Dapo,
Jerry Dodgion, George Fenneman, Wesley Gale, Gregory Gaye, Chief Leonard
George, John George, Jay Gerard, Hoot Gibson, Bob Gilbreath, Joe Gray, Dick
Hudkins, John Indrisano, Jessica James, Helen Jay, Michael Jeffers, William
Justine, Sparky Kaye, Mike Lally, David Landfield, Forrest Lederer, Nelson
Leigh, David Leonard, Shirley MacLaine, Charles Meredith, Tom Middleton, Anne
Neyland, William H. O'Brien, Ted Otis, Steve Pendleton, Jack Perry, Carmen
Phillips, Louis Quinn, Red Norvo Quintet, Myrna Ross, Jack Santoro, Cosmo
Sardo, Robert 'Buddy' Shaw, Shiva, Al Silvani, Richard Sinatra, John Slosser, Joan
Staley, Barbara Sterling, George E. Stone, H. T. Tsiang, Jerry Velasco, Max
Wagner, James Waters, Dave White, Harry Wilson, Norma Yost e participações
eliminadas no corte final de Robert Bice, John Holland, Pinky Lee.
Lewis Milestone |
É o penúltimo
filme de Lewis Milestone, diretor que está entre os melhores encenadores da guerra
no cinema. Sem novidades no front (All quiet on the western front,
1930) e Um passeio ao sol (A walk in the sun, 1945)[1]
estão aí para lhe confirmar o talento. Porém, está muito distante dos melhores
dias com Onze homens e um segredo. Em 1962 se despediria melancólica e
tumultuadamente das telas com a pretensiosa superprodução O grande motim (Mutiny
on the Bounty, 1962) — refilmagem do
clássico de mesmo nome dirigido por Frank Lloyd em 1935 —, graças às constantes
ingerências e aos excessos do protagonista Marlon Brando[2].
Frank Sinatra é Danny Ocean em Onze homens e um segredo |
Onze homens e um
segredo tem ritmo preguiçoso, sonolento. É mais um filme de
Sinatra e seu clã — o Rat Pack (Dean
Martin, Peter Lawford, Joey Bishop e Sammy Davis Jr.) — que do diretor. Aparentemente,
Milestone comparece com funções apenas burocráticas: ordenar cenas, costurar sequências
e atribuir sentido a uma trama em tom de comédia despretensiosa sobre o crime
perfeito. A história de George Clayton Johnson e Jack Golden Russell — base ao
roteiro de Sherry Brown, Charles Lederer e do não creditado Billy Wilder — tem
predecessor ilustre não referenciado nos créditos: o roteiro de Auguste Le
Breton e Jean-Pierre Melville para a inovadora película francesa Bob,
o jogador (Bob le flambeur, 1956), de Jean-Pierre Melville, por muitos
considerada o marco zero da Nouvelle
Vague.
O Rat Pack - Frank Sinatra e os integrantes de seu clã |
O contexto da
realização de Onze homens e um segredo foi politicamente complicado para
Sinatra. Nele ocorreu a maior aproximação — seguida de rompimento — do ator com
o Partido Democrata e o candidato à Presidência John F. Kennedy, ao qual deu
pleno apoio durante a campanha. Ele e sua turma — muito chegados ao futuro
ocupante da Casa Branca — atemorizaram o eleitorado mais moralista e
conservador. Aos olhos desse setor, Sinatra e o clã eram pessimamente
reputados. Alimentavam constantemente o noticiário graças às relações "promíscuas"
que mantinham com o universo “dissoluto” dos night club — repleto de jogatina, gângsteres, trapaceiros e
mulheres de moral duvidosa. Para piorar, havia as mal explicadas relações de
Sinatra com a Máfia, ventiladas desde que ganhou o papel de Joe Maggio —
desbancando Eli Wallach e com o qual conquistou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante
— em A
um passo da eternidade (From here to eternity, 1953), de
Fred Zinnemann.
A oposição Republicana
se aproveitou das supostas relações perigosas do cantor para lançar uma série
de petardos sobre a seriedade da candidatura Democrata. Alardeou que Sinatra e
seus amigos cobrariam o apoio em forma de cargos no secretariado e na
diplomacia. O eleitorado dava foro de verdade não só aos boatos como às piadas,
contadas com ar de seriedade. Nesse diapasão, Sammy Davis Jr. estava cotado
para embaixador em Israel; Sinatra ocuparia idêntico posto na Itália — origem
dos “negócios de sua especialidade”, relacionados à Máfia —; e Dean Martin iria
para a Secretaria de Gabinete, disfarce perfeito para a “Pasta de Assuntos
Alcoólicos”.
Como se não
bastasse, Sinatra passou a ser visto como simpatizante do comunismo. No começo
dos anos 60, a consciência do americano médio ainda estava contaminada com os
fantasmas do macarthismo. Por isso, soou mal a notícia de que pretendia levar
às telas, com roteiro do blacklisted
Albert Matz, a história do soldado Eddie Slovik, único militar americano
julgado e condenado à morte por deserção durante a Segunda Guerra Mundial. Pressões
de todos os lados — partindo principalmente do big boss Harry Cohn da Columbia Pictures e do amigo e falcão
republicano John Wayne (que publicamente ameaçou romper a amizade se o projeto
fosse adiante) — fizeram-no desistir[3].
Tantas notícias
negativas, fartamente exploradas pela imprensa, preocuparam seriamente os
principais articuladores da candidatura Democrata, Joseph Kennedy e Robert
Kennedy, respectivamente pai e irmão do futuro Presidente. Quem ficou em
posição desconfortável foi Peter Lawford, membro do clã e marido de Patricia,
irmã de John. Pressionado pelos mentores da campanha, foi obrigado a romper
relações com Sinatra da forma a mais abjeta: anunciou que não era amigo dele e da
turma; eles, sim, eram amigos do cunhado, o que explicava a proximidade. Mas
Robert Kennedy bancou a ruptura total ao intensificar investigações que,
segundo consta, comprovaram o envolvimento do cantor com a Máfia. Até aí,
apesar de magoado e irritado, Sinatra manteve apoio aos Democratas. Tentou
reaproximação após as eleições. Enviou presentes à Casa Branca e convidou o
Presidente a passar temporada na sua propriedade em Palm Springs. Kennedy
não compareceu; sequer justificou a recusa. Preferiu visitar outro cantor, Bing
Crosby. Foi o bastante para bom entendedor. Não demorou para Sinatra assinar
ficha de filiação ao Partido Republicano, que tanto contribuiu para minar sua
reputação durante a campanha eleitoral.
Danny Ocean (Frank Sinatra), Sam Harmon (Dean Martin) e o "mui amigo" Peter Lawford como Jimmy Foster |
Onze homens e um
segredo está repleto de pontas de luxo: George Raft, Red Skelton,
Angie Dickinson e Shirley MacLaine. É, em tudo, um filme referencial. O Rat
Pack protagoniza uma aventura passada em Las Vegas , tão conhecida do grupo. Funciona como
peça promocional. Os integrantes da turma, Dean Martin principalmente,
representam eles mesmos. O Sands — cassino que serve de locação ao filme — era,
à época, propriedade de Sinatra em associação com outros membros do clã.
Sinatra é Danny
Ocean. Durante a Segunda Guerra Mundial liderou a Companhia 86, unidade de 11
paraquedistas (referência clara a Bob, o jogador). O grupo ganhou fama
devido a notório golpe aplicado no front,
mas que nunca teve autoria comprovada: o desvio, em proveito próprio, de considerável
fortuna do inimigo. Quinze anos após o fim da guerra, os remanescentes da
Companhia 86 voltam a se reunir sob arregimentação de um dos oficiais em
comando, Spyros Acebos (Tamiroff). Sob sua mira estão cinco cassinos de Las
Vegas: Sahara, Riviera, Flamingo, Sands e Desert Inn. Pretendem roubá-los ao
mesmo tempo, na virada do ano. Os membros do grupo, estrategicamente posicionados,
provocam blackout de aproximadamente
15 minutos na cidade, tempo no qual esvaziarão os cofres dos estabelecimentos e
ocultarão o precioso conteúdo em latas de lixo. Ato contínuo, Josh Howard (Davis Jr.),
funcionário do serviço de limpeza da cidade, recolherá a bolada no caminhão de
coleta que dirige. Tudo funciona às mil maravilhas. Já os desdobramentos...
Sammy Davis Jr., à esquerda, como Josh Howard |
O trio de ouro do Rat Pack: Frank Sinatra, Sammy Davis Jr. e Dean Martin, responsáveis, respectivamente, pelos papéis de Danny Ocean, Josh Howard e Sam Harmon |
O próximo passo é
retirar o dinheiro de Las Vegas. A polícia armou barreiras nas saídas da
cidade. Mas é a intromissão do oportunista Duke Santos (Romero) — futuro
padrasto de Jimmy (Lawford), um dos “onze” — que põe tudo a perder. Primeiro
propõe aos gerentes dos cassinos a recuperação da bolada mediante comissão de
30%. Em seguida descobre que toda a Companhia 86 estava em Las Vegas na noite do golpe.
Bastou somar dois mais dois para esclarecer tudo. Procura Ocean, com a
pretensão de se apossar de metade da grana.
Ameaçado, o grupo
oculta o produto do golpe no caixão do companheiro Anthony Bergdorf (Richard
Conte), fulminado por ataque cardíaco após o assalto. Só não contava com a surpreendente
decisão da viúva (Jean Willes): realizar os funerais em Las Vegas e não na
cidade natal do marido, como era o esperado. Para piorar, em respeito às
tradições do falecido, o sepultamento é descartado. O corpo será cremado. É
muito tarde quando a turma percebe o que está acontecendo. É também o melhor
momento do filme. Estão todos presentes à capela do velório. Escutam um
crepitar estranho. São as labaredas dos incineradores, devorando caixão, corpo
e dinheiro. No ambiente sacro, nada podem fazer, a não ser trocar olhares de
respeitosa e frustrada perplexidade. Um final anticlimático, impagável e
surpreendente!
Mas também é
tarde para salvar o filme, conduzido de forma desinteressada até sua melhor
sequência. Muito tempo que poderia ser utilizado em proveito do dinamismo da ação
é perdido com a apresentação dos personagens e detalhes da vida privada de
alguns, como Ocean — separado da esposa Beatrice
(Dickinson) para quem pretende voltar — e Jimmy Foster
(Laword) — financeiramente dependente da mãe (Ilka Chase) viúva e milionária.
Até a narrativa se situar em
Las Vegas para a concretização do assalto, Onze
homens e um segredo tem o desenvolvimento prejudicado por barrigas
sucessivas e adiposas. Inclusive depois disso, quando o ritmo ganha razoável
dinamismo. Ficaria melhor se evitasse o excessivo didatismo das cenas que
descrevem os preparativos à execução do plano.
Roteiro: Sherry Brown, Charles Lederer, Billy Wilder (não
creditado), baseados em história de George Clayton Johnson e Jack Golden
Russell. Montagem: Philip W.
Anderson. Créditos de abertura: Saul
Bass. Supervisão de maquiagem: Gordon
Bau. Música e direção musical:
Nelson Riddle. Direção de fotografia
(Panavision, Technicolor): William H. Daniels. Produção associada: Henry W. Sanicola (não creditado). Direção de arte: Nicolai Remisoff. Decoração: Howard Bristol. Figurinos: Howard Shoup. Supervisão de maquiagem: Gordon Bau. Maquiagem: Robert J. Schiffer (não
creditado). Gerente de produção:
Jack R. Berne. Assistentes de direção:
Ray Gosnell Jr., Richard Lang (não creditado). Som: M. A. Merrick. Gravação
de som: William Lambert (não creditado). Assistente de efeitos especiais: Franklyn Soldo (não creditado). Coordenação de efeitos visuais:
Franklyn Soldo (não creditado). Dublês:
Bob Gilbreath (para piloto de helicóptero, não creditado), Joe Gray (não
creditado). Fotografia de cena: Bernie
Abramson (não creditado), Floyd McCarty (não creditado), Robert Willoughby (não
creditado). Segundo assistente de
câmera: Richard Doran (não creditado). Principal
assistente de câmera: Carl Gibson (não creditado). Eletricista-chefe: Lloyd Hill (não creditado). Primeiro assistente de câmera: Bill Johnson (não creditado). Operador de câmera: Al Lane (não
creditado). Segundos assistentes de
câmera: Burdell C. Schwiebert, Floyd McCarty (não creditado). Roupeiro: Florence Albert (não
creditado), Morris Brown (não creditado), Bob Richards (não creditado). Orquestração: Arthur Morton. Músico: Jimmy Wyble (não creditado). Assistente para o produtor: Richard
Benedict. Direção da sequência de
abertura: William T. Hurtz (não creditado). Coordenação de produção: Bob Irving (não creditado). Secretaria da produção: Lois Kerst (não
creditada). Contabilidade em Las Vegas : Eddie
O'Carroll (não creditado). Assistente de
produção: George Reynolds (não creditado). Continuidade: Stanley Scheuer (não creditado). Consultor técnico: R. K. Sheffer (não creditado). Sistema de mixagem de som: RCA Sound
Recording. Tempo de exibição: 127
minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1993; revisto para
publicação em 2014)
[1] Lançado em DVD no Brasil, pela
Classicline, como Caminhada sob o sol (nota do autor inserida após revisão
textual para publicação).
[2] O ator interpreta Fletcher
Christian, papel que foi de Clark Gable há 27 anos no filme de Frank Lloyd. As
interferências de Brando na realização provocaram o afastamento do diretor
inicial, Carol Reed. Convocado para substituí-lo, Lewis Milestone também não
teve vida fácil.
[3] Lamont Johnson realizou, em 1974,
A
execução do soldado Slovik (The execution of private Slovik), um
dos melhores e mais angustiantes telefilmes. Foi lançado nos cinemas
brasileiros.
Olá Eugênio!
ResponderExcluirONZE HOMENS E UM SEGREDO pode não ser um dos maiores clássicos do cinema, e realmente não é, mas ainda assim, não supera de forma alguma o remake de 2001, aliás, com o chatérrimo George Clooney.
O roteiro era super. Interessante, e o elenco era cartas marcadas, isto é, os RAT PACK eram versados na boêmia e na diversão da noite, sempre regados com álcool e belas mulheres. Mas aí, teríamos que falar do caráter de Sinatra, que tinha poder de persuasão sobre os amigos ou quem quer que fosse.
Algumas biografias afirmam que o melhor amigo de Sinatra em todo este estágio foi Dean Martin, e isto é fato. Afinal, os dois tinham muito em comum, eram filhos de imigrantes italianos e eram cantores. Influenciou muito Sammy Davies Jr no casamento dele com May Britt e juntos pulavam todos os tipos de cerca. Fala-se que Dean Martin, nesta época, já sentia sinais de impotência sexual, e enquanto os amigos de farra se divertiam, ele preferia estar no seu quarto de hotel vendo TV.
O mais azarado foi Peter Lawford. Sinatra nunca gostou de Pete na verdade e só se associaram porque Sinatra queria mesmo aproximação com o cunhado de Lawford, o candidato a Presidente dos Estados Unidos John Kennedy. E conseguiu!
Mas algo que me fez pensar aqui e agora! John Kennedy e seus irmãos Robert e Ted (Edward) também eram integrantes do RAT PACK, só que não nas telas de cinema, mas participavam de todo tipo de festinhas regado a muito wiskhy, espumantes, e mulheres fatais. E entre estas, se encontrava Marilyn Monroe. Marilyn, uma mulher cheia de confusões e profusões, que Frank usou para fazer parte do grupo. Mas o que conseguiu foi atrair reputação bastante negativa para a atriz, a partir do momento que ela se envolveu com John Kennedy e seu irmão Bob. Marilyn, carente emocionalmente, se apaixonou por Bob Kennedy, e há quem diga que ela sabia de coisas bastante intima de dentro dos Kennedys e da própria Casa Branca. Não demorou muito, a atriz foi encontrada morta em seu quarto, morte esta até hoje cheia de mistérios, que se presume mesmo assassinato e queima de arquivo por parte dos Kennedys – mas isto nunca se provou.
Joe Di Magio, o ex marido de Marilyn, odiava Sinatra e chegou a declarar que o mataria se desse algum tipo de depoimento ou aparecesse ao funeral, aliás, foi Di Magio que cuidou de tudo, e apenas permitiu poucos amigos e colegas da atriz de participar de seu enterro.
Não demorou, Sinatra cortou Peter Lawford de seu círculo de amizades, porque este não conseguiu uma posição importante para o cantor, que tanto almejava perante o Partido Democrata. Pouco tempo depois, o casamento de Lawford foi desfeito e ele saiu humilhado do clã dos Kennedys, e seu destino não foi muito feliz. Faleceu em 1984, doente e enfrentando dificuldades financeiras.
Talvez um lado mais humano de Sinatra, em contrapartida, foi quando em 1978, ele conseguiu reunir Dean Martin e Jerry Lewis num show de TV e os dois reataram amizade depois de anos sem se falarem.
Realmente Sinatra não era flor que se cheirasse como ser humano, e já ouvi um cara me dizer que não assistia nenhum filme com ele porque era mau caráter. Bom se fosse assim, ninguém iria assistir seus filmes ou ouvir sua VOZ e suas belas canções, afinal não me consta que Madre Teresa fosse atriz, não é mesmo? (ah, e que o cara lá do facebook que inverte “alhos com bugalhos” não me ouça, melhor, não me leia, rsrs).
Voltando a falar de ONZE HOMENS E UM SEGREDO, as sequencias são inesquecíveis, mas a mais impactante sem dúvida é a final, pois após tanto projeto e tudo levando a crer que se dariam bem, o dinheiro foi cremado junto com o corpo do companheiro morto (aliás, o bom Richard Conte, que na vida real também era escritor e poeta), afinal contavam que ele fosse sepultado, para que assim, na calada da noite, pudessem exumar o corpo para recuperar a grana que haviam escondido dentro do caixão.
Não restou ao grupo de Danny/Sinatra senão se conformar, e vemos todos circularem pela bela Las Vegas, fumando e refletindo, sobre a perda de suas vidas.
Forte abraço
Paulo Telles
Grande Paulo;
ExcluirSeus aportes e os do companheiro Jurandir são assaz enriquecedores. E talvez eu comece a responder contrariando-o! Hehehe! Mas, no fundo, não é nada demais. Porém, gosto de George Clooney. Considero-o bom bom e discreto ator. Além do mais, tem fama de ser uma personalidade generosa além de ser alimentado por uma boa consciência que o leva a se envolver com boas causas de dimensões públicas. Por outro lado, vem conseguindo bons resultados na direção. Como ator, creio que mostrou a que veio naquele que considero o melhor filme dos irmãos Joe e Ethan Coen: E AÍ, MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ?.
Quanto a Sinatra, apesar de arrastar uma má fama, lembro que é dele um dos melhores artigos que li sobre a consciência política e a importância da valorização da cidadania. Já o tive em meus guardados, mas acabou descartado quando fui obrigado a fazer uma razia na minha papelada, por falta de condições adequadas de conservação e espaço. Você se refere ao apoio que THE VOICE deu ao Sammy Davis Jr, quando do seu casamento com a branca May Britt. Pelo que sei, este apoio chegou envolver os punhos algumas vezes. Os tempos ainda eram muito bicudos para casamento inter-raciais e parece que Sinatra andou acertando alguns queixos de jornalistas e colunistas dados às matérias sensacionalistas e que andaram avançando além do que seria eticamente permitido no casamento de Sammy.
Desconhecia mais acerca do triste destino do Peter Lawford. Sei que fez algumas participações, no começo dos anos 70, em seriados como O HOMEM DE VIRGINIA e A FEITICEIRA. Também apareceu em HAWAI 5-0 mais pelo final da década. No cinema, acho que os últimos filmes que vi com ele foram as comédias DE CANIÇO E SAMBURÁ (1969), com Jerry Lewis e direção do veterano George Marshall, UMA DUPLA EM PONTO DE BALA (1968), com direção de Richard Donner e no qual dividia a cena com Sammy Davis Jr., e NOITES DE AMOR, DIAS DE CONFUSÃO ("Buona Sera, Mrs. Campbell", 1968), de Melvin Frank. Este filme rendeu até duas versões de uma novela, a primeira exibida pela Tupi nos anos 70; a outra, pela Globo, em período mais recente. A adaptadora foi, se não estou enganado, a Ivani Ribeiro. Não faz muito tempo, a mesmo história resultou num cine musical que permanece inédito para mim: MAMMA MIA, de Phyllida Lloyd, com a Meryl Steep.
As histórias envolvendo Marilyn Monroe com o RAT PACK e os KENNEDY são, de fato, notórias. Algumas, pelo que é ventilado, podem se constituir, mesmo, em segredo de Estado, inclusive as verdadeiras circunstâncias que rondam a sua morte. É impossível esquecer a fulgurante participação dela no aniversário de John Kennedy, quando saiu cantando Happy Birthday de dentro de um bolo. Quanto ao boxeador Joe Di Magio, é incrível a demonstração de bom caratismo que deu quando ela morreu. A pergunta que não quer calar nesse momento é: onde foi parar o Henry Miller?
Este cara que disse que não assistiria filme algum com Sinatra, pelo motivo de que o ator-cantor era "mau caráter", deveria aproveitar e riscar da vida dele todos os cantores e atores. Como deve ser o caráter dele? Será que é totalmente impoluto?. É o tipo de comportamento de fariseu, de moralista, que não me agrada de forma alguma. Dá vontade de rir de gente assim. E é o que estou fazendo. Hehehehe!
Abraços.