domingo, 4 de maio de 2014

"TAM TAM TAM TAM" — FLASH GORDON SALVA A TERRA AO EMBALO DO QUEEN: "FLASH! AH! AHAHAHA!"

Flash Gordon é um dos ícones da minha infância. Durante os anos 60, as aventuras seriadas dedicadas ao personagem de Alex Raymond — produzidas na década de 30 pela Universal — ainda eram exibidas pela televisão brasileira. Na ocasião, a Rio Gráfica Editora lhe dedicava bem cuidadas edições em quadrinhos. Portanto, como fã apaixonado, não poderia perder Flash Gordon (1980), de Mike Hodges. Porém, que decepção! O filme é uma risível aventura com roteiro de Lorenzo Semple Jr., autor de alguns episódios do televisivo e também camp seriado Batman, criado por William Dozier. Mas o que funcionava perfeitamente nas peripécias do Homem Morcego se perde totalmente na realização de Hodges, graças, principalmente, aos inexpressivos Sam J. Jones e Melody Anderson nos papéis de Flash e Dale Arden. A história fica praticamente nas mãos de coadjuvantes tarimbados, com destaque para o bergmaniano Max Von Sydow como o tirânico Imperador Ming. Apesar de tudo, Flash Gordon conta com aguerrida legião de fãs. A trilha musical a cargo do Queen é um achado. A apreciação é de 1981.







Flash Gordon
Flash Gordon

Direção:
Mike Hodges
Produção:
Dino De Laurentiis
Universal, EMI Films Ltd., Starling Productions Ltd., Dino De Laurentiis Company (não creditada)
EUA, Inglaterra — 1980
Elenco:
Sam J. Jones, Melody Anderson, Topol, Max Von Sydow, Ornella Mutti, Mariangela Melato, Peter Duncan, Robbie Coltrane, Bobby Brown, Timothy Dalton, Brian Blessed, Suzanne Danielle, Peter Wyngarde, Carolyn Evans, Fai, John Osborne, Glenna Foster-Jones, Gina, John Gallam, William Hootkins, Jamalia, Karen Johnson, Jill Lamb, Lindy, Magda, Kathy Marquis, Sally Nicholson, Richard O'Brien, Lorraine Paul, Raquel, Miranda Riley, Roseanne Romine, Kathy September, Shaka, Sneh, Sophie, Venetia Spicer, Sunanka, Tessa, Tina Thomas, Viva, Frances Ward, Kenny Baker, Ruthie Barnett, Celeste, John Hollis, John Lees, Mike Potter, Roy Scammel, Eddie Stacy, Adrienne Kronenberg, Alva Shelley, Andy Bradford, Anthony Olivier, Bertram Adams, Beverly Andrews, Bob Goody, Bogdan Kominowski, Burnell Tucker, Camella, Carolyn Evans, Chris Webb, Colin Taylor, Daniel Venn, Doretta Dunkley, Eddie Powell, Fai, Francis Mughan, Frederick Warder, George Harris, Glen Whitter, Graeme Crowther, Imogen Claire, Jim Carter, Joe Iles, John Ghavan, John Lummiss, John Morton, John Sullivan, Kay Zimmerman, Ken Robertson, Ken Sicklen, Kerry-Lou Baylis, David Neal, Deep Roy, Leon Greene, Leonard Hay, Leslie Crawford, Lionel Guyett, Malcolm Dixon, Marie Green, Max Alford, Michelle Mildwater, Mike Cottrell, Mike Edmonds, Nigel Jeffcoat, Nik Abraham, Oliver MacGreevy, Paul Bentall, Peter Brace, Peter Burroughs, Peter Duncan, Peter St. James, Philip Stone, Richard Jones, Rusty Goffe, Stanley Lebor, Stephen Brigden, Stephen Calcutt, Steve Payne, Stuart Blake, Suzanne Danielle, Ted Carroll, Terry Forrestal, Terry Richards, Tina Thomas, Tiny Ross, Tony Scannell, Trevor Ward, Venetia Spicer e os não creditados David de Keyser, Derek Lyons, Kevin Hudson, Ralph Morse, Richard Bonehill, Sean Barry-Weske.



O diretor: Mike Hodges


O conflito entre Bem e Mal também tem raízes político-econômicas. Que o digam Flash Gordon e Superman, vindos à luz nos anos duros da depressão decorrente da crise de 1929. No campo da cultura de massas, ambos personificam os melhores antídotos aos imensos traumas e desafios da época. São os primeiros grandes heróis das histórias em quadrinhos.


Criado por Alex Raymond em 1933, Flash Gordon vem a público no ano seguinte. De início, é força competidora da King Features Syndicate em oposição às aventuras quadrinizadas de Buck Rogers e Tarzan, publicadas pelo Pulitzer Syndicate. Em 1936 o personagem chega aos cinemas interpretado por Buster Crabbe e amparado pela Universal Pictures em três aventuras seriadas. A primeira, de 13 capítulos, chama-se simplesmente Flash Gordon, com direção de Frederick Stephani e do não creditado Ray Taylor. A segunda, de 1938, com 15 capítulos, Flash Gordon trip to Mars, está a cargo de Ford Beebe, Robert F. Hill e Frederick Stephani. A derradeira, de 1940, é Flash Gordon conquistando o mundo (Flash Gordon conquers the universe), de Ford Beeb e Ray Taylor, com 12 capítulos.


Em meados dos anos 60 os seriados de Flash Gordon ainda eram exibidos na televisão brasileira, em cópias envelhecidas, praticamente embaçadas e desprovidas de brilho. Assisti a vários episódios. As imagens estão vivas em minhas lembranças. Na ocasião, marcaram época as publicações em quadrinhos das aventuras do herói pela Rio Gráfica Editora, das quais era leitor voraz. A memória ainda preserva a forma das ilustrações — fieis ao traço revolucionário concebido pela delirante imaginação de Alex Raymond — e a ilusão de movimento que proporcionavam. Valorizavam o conjunto os cenários imponentes e a ação ininterrupta.



Acima e abaixo: Max Von Sydow interpreta o despótico e cruel Ming, imperador do planeta Mongo


O filme de Mike Hodges, em apreço, é, de certo modo, responsável pela existência de Guerra nas estrelas (Star wars, 1977), apesar de realizado três anos após a aventura espacial de George Lucas. Este tentou adquirir os direitos de Flash Gordon, mas o produtor Dino de Laurentiis saiu na frente via desembolso de 27 milhões de dólares. Frustrado, Lucas se adiantou dando vazão às peripécias do predestinado Luke Skywalker (Mark Hamill), do mercenário Han Solo (Harrison Ford) e da princesa Leia Organa (Carrie Fisher) em luta contra as pretensões do Império para desestabilizar uma República interplanetária. O conhecedor das epopeias concebidas por Alex Raymond perceberá muitos elementos tomados de empréstimo das sagas de Flash Gordon em Guerra nas estelas. Há traços do personagem no caráter de Han Solo. Da mesma forma, as representações do mal, Palpatine ou Darth Sidious — visto pela primeira vem em forma de holograma em O Império contra ataca (The Empire strikes back, 1980) — e Darth Vader encontram correspondência, respectivamente, nos vilões do Imperador Ming e seu imediato Klitus.


Nesta reatualização, Flash Gordon está, pelas minhas lembranças, calcado no seriado de 1940, Flash Gordon conquistando o mundo. No planeta Mongo o despótico e impiedoso Ming (Von Sydow) — autoproclamado Imperador do Universo — está entediado. Para dar tratos à bola apela para uma geringonça que provoca desastres meteorológicos. O alvo é a Terra. Os efeitos catastróficos da brincadeira foram — não se sabe como — previstos pelo Dr. Hans Zarkov (Topol)  cientista dado por louco e recentemente demitido da NASA. Os incautos Flash Gordon (Jones) — zagueiro do New York Jets — e Dale Arden (Anderson) — agente de viagens — são surpreendidos pelos misteriosos e assustadores eventos. O avião que os transportava cai exatamente no laboratório de Zarkov. Este já se aprontava para zarpar rumo a Mongo — em foguete construído com esse objetivo — e resolver o mistério. Não é preciso dizer que Flash e Dale, aturdidos pela queda da aeronave, embarcam na missão depois de enganados pelo cientista. Não demora e estão em Mongo, nas dependências de Ming.


Melody Anderson faz Dale Arden; Sam J. Jones como Flash Gordon

O Dr. Hans Zarkov (Topol) e Dale Arden (Melody Anderson)


Na sala do trono Ming se comporta como o faraó Sethi (Cedric Hardwicke) de Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956), de Cecil B. DeMille, com toques histriônicos. Está recebendo honras e tributos dos mundos conquistados. Neste momento, o filme assume de vez o espírito de chanchada camp, carregada de nonsense, que vinha se desenhando desde o início. O personagem-título se apresenta ao desconfiado Imperador nestes termos: "Sou Flash Gordon, quarterback do New York Jets!". No entanto, Ming demonstra interesse apenas por Dale. É sobre a heroína que os lúbricos olhos do tirano são lançados. Hipnotizada, é posta a encenar uma dança repleta de trejeitos eróticos, deixando Flash perplexo e atento. Logo fica evidente que a situação não é boa. Tentando uma reação, o atleta apela aos seus talentos esportivos. No lugar da bola lança mão de algo parecido a uma melancia e parte para o ataque, driblando os guardas. Dale incorpora o espírito de líder de torcida e grita sucessivamente "Go, Flash, Go!", em incentivo. Mas os donos da casa logo controlam a situação.


Os inesperados visitantes são aprisionados. Flash é condenado à morte. Zarkov terá o cérebro esvaziado por uma máquina sugadora. Dale se tornará mais uma das esposas de Ming. Entretanto, a escultural e caprichosa Princesa Aura (Mutti), filha do tirano, intervém. Interessada sexualmente em Flash, força sua libertação e o conduz ao Reino das Árvores, colônia de Mongo. Deixa-o sob proteção do seu pretendente, o relutante e enciumado Príncipe Barin (Dalton)  espécie de Robin Hood na liderança de homens parecidos ao Merry Men da Floresta de Sherwood. De peripécia em peripécia Flash ganha a confiança do anfitrião e consolida um feito político impensável naqueles bandas: a união dos explorados contra a tirania. Conseguem a adesão de Vultan (Blessed), líder dos homens-pássaros. Juntos lançam investida maciça a Mongo. Chegam a tempo de interromper a cerimônia forçada de casamento de Dale com o Imperador. Este sucumbe, atingido em cheio pela espaçonave que capitaneava o ataque. A Terra também é salva. O planeta estava prestes a se transformar em alvo da Lua, desviada de sua órbita por artes de Ming. Aliás, esta quase catástrofe resulta numa das falas mais engraçadas e despropositadas do filme. Num rápido e casual encontro com o herói, Dale Arden, tomada de pavor e emoção, exclama: "Ó, Flash! Eu te amo, mas só temos 24 horas para salvar a Terra!". Todo o resto termina bem. Aura — regenerada — e Barin se acertam. Quanto a Zarkov, o processo de limpeza cerebral só lhe fez bem: torna-se um gênio sagaz e comedido.


Ornella Mutti faz  a caprichosa princesa Aura, filha de Ming

O príncipe Barin, representado por Timothy Dalton

Brian Blessed no papel de Vultan


A realização de Hodges tem imensa e ardorosa legião de fãs — dentre os quais não me incluo —, principalmente de partidários de realizações camp. Flash Gordon é um despropósito, um desperdício. Os 27 milhões de dólares investidos nos direitos autorais mais os 35 milhões do custo da produção foram pelo ralo. O roteiro é de Lorenzo Semple Jr., responsável por alguns dos 120 episódios de Batman — a famosa série de TV da 20th. Century-Fox, exibida originalmente de 12 de janeiro de 1966 a 14 de março de 1968 — volta e meia reprisada no Brasil — e erigida à condição de clássico do camp, principalmente por dois importantes fatores aliados a uma época que viu a eclosão da cultura pop: o carisma dos atores — capazes de conferir veracidade a diálogos repletos de nonsense e pronunciados com firme convicção — mais a agilidade da ação coadjuvada por uma locução empolgante que parecia recuperar a linguagem característica das histórias em quadrinhos com todas as suas onomatopeias e pontuada por elementos esclarecedores como "Entretanto..", "Enquanto isso...", "Quando a noite cai em Gothan City..." etc.


Flash Gordon é um fake que não convence. Provoca saudades das aventuras episódicas protagonizadas por Buster Crabbe. O roteiro seria um trunfo se fosse convenientemente adaptado. Mas sua transposição não conquista a adesão do espectador incrédulo e injuriado. O desenho de produção de Danilo Donati, responsável também pelos figurinos extravagantes e colantes — exageradamente sensuais, bregas e provocantes — são dignos de nota mas incapazes de funcionar de forma isolada. Contrariando a vaga que movimenta muitas produções de ficção científica, os efeitos especiais e a tela azul são utilizados com parcimônia. Sobressaem os cenários tingidos de cores fortes — ao que parece, todo o espectro do arco íris foi utilizado, predominantemente o vermelho —, elaborados por um competente artesanato que soube aproveitar materiais simples, de papelaria, na elaboração dos fundos sobre os quais a ação se desenvolve. Os domínios de Ming, o Reino das Árvores e o refúgio dos homens-pássaros soam convincentes ao que é esperado de um filme dominado pela delirante e insana fantasia. O terrivelmente ridículo Barbarella (Barbarella, 1968), de Roger Vadin — também produzido por Dino De Laurentiis — pelo visto serviu de inspiração à recriação de climas, cenários e figurinos de Flash Gordon. A trilha musical, a cargo do Queen, entra no clima de avacalhação com suas marcações e comentários à base de repetidos "tam tam tam tam tam tam tam", interjeições como "Flash! Ah! Ahahaha!" e afirmações lapidares como "Só ele será capaz de nos salvar" ou coisa semelhante. No campo musical há ainda outra brincadeira: a nossa Marcha nupcial, atribuída a Mendelssohn, também é tema dos casamentos celebrados em Mongo.


Mas os principais complicadores de Flash Gordon residem no elenco, particularmente no casal protagonista. É duro suportar o inexpressivo tronco petrificado Sam J. Jones como personagem-título. De crível, tem apenas o talento de jogador de futebol americano, o que realmente é. Melody Anderson é desprovida de qualquer carisma, fator primordial para conferir um mínimo de credibilidade à principal incentivadora e razão de ser da luta do herói contra Ming. Em todo caso é uma delícia vê-la pronunciar "Ó, Flash! Eu te amo! Mas só temos 24 horas para salvar a Terra!". Também quando ingenuamente retruca Aura, que tenta convencê-la a não se casar com o pai: "Eu não posso voltar atrás! Eu dei a minha palavra! Manter a palavra é algo que torna os terráqueos melhores que vocês, de Mongo". Bom, se não eram exatamente esses os dizeres de Dale Arden, estavam bem próximos disso.


Sob os olhares de Vultan (Brian Blessed), Dale Arden (Melody Anderson) e Flash Gordon (Sam J. Jones) celebram a vitória sobre Ming (Max Von Sydow)

  
O fator atuação é salvo pelos coadjuvantes Max Von Sydow, Topol, Ornella Mutti, Peter Wyngarde, Timothy Dalton, Mariangela Melato e Brian Blessed. O bergmaniano Von Sydow entrou no clima da farsa na pela de Ming. Nada fica a dever a Charles B. Middleton dos seriados. Ornella Mutti, apertada em trajes que só acentuam a generosidade de suas formas, é um regalo aos olhos. É inesquecível sua encarnação da mimada, caprichosa e pervertida Aura. Melato está convincente no papel de Kala. É uma espécie de Fata Morgana e braço direito do imperador. Na mesma função está Klytus — esqueleto negro vivido por Peter Wyngarde irreconhecível sob a fantasia —, conselheiro de Ming e seu assessor na distribuição do farnel de maldades. Topol, como Dr. Zarkov, rouba a cena sempre que aparece, principalmente quando se põe a emitir complicadas explicações científicas. O shakespeareano ator britânico Timothy Dalton e o gaiato Brian Blessed, respectivamente responsáveis por Barin e Vultan, desempenham adequadamente seus papéis. Generosos, parece que dão a deixa a Sam J. Jones em vários momentos, como se tentassem diminuir seu desconforto e falta de experiência. Segundo informações veiculadas quando Flash Gordon estava prestes a ser lançado, Jones se desentendeu com o diretor e abandonou o trabalho de gravação dos diálogos. Diante disso, outro ator foi contratado para dublar todas as falas do personagem.


Os bastidores da realização, segundo Mike Hodges, foram tumultuados. O trabalho de pré-produção, dentre os quais o roteiro, não estava concluído quando as filmagens começaram. Diante disso, muitas cenas e sequências foram improvisadas — o que é plenamente visível. Ele próprio não seria o diretor. A primeira opção de Dino De Laurentiis foi Nicolas Roeg, responsável pelos curiosos e inquietantes A longa caminhada (Walkabout, 1971), Inverno de sangue em Veneza (Don't look now, 1973) e O homem que caiu na Terra (The man who fell to Earth, 1976). Terminou afastado por discordar de orientações da produção. A seguir, até a escolha de Mike Hodges — que vinha da curiosa e esquecida ficção científica O homem terminal (The terminal man, 1974) —, outros seis diretores foram cogitados.


Ming (Max Von Sydow)

  
No quesito premiações, principalmente nas categorias consideradas arbitrariamente como secundárias, Flash Gordon fez jus a várias indicações: Melhor Direção de Fotografia para Gilbert Taylor pela Sociedade Britânica de Diretores de Fotografia em 1980; Hugo Awards de 1981 como Melhor Apresentação Dramática para Mike Hodges, Lorenzo Semple Jr., Michael Allin — responsável pela adaptação dos originais de Alex Raymond (também nominado); Saturno Award de Melhor Ficção Científica, de Melhor Ator Coadjuvante (Von Sydow) e Melhor Figurino (Danilo Donati) da parte da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films (EUA) em 1981; Anthony Asquit Award para a trilha sonora do Queen, outorgado pelo BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) em 1981, instituto que também indicou Danilo Donati pelo Melhor Figurino, Melhor Desenho de Produção e Melhor Direção de Arte. Max Von Sydow recebeu o Marshall Trophy de Melhor Ator do Napierville Cinema Festival em 1980. Para arrematar, sobrou para Sam J. Jones o Razzie como Pior Ator em 1981.


Os créditos de abertura merecem destaque. Correm sobre desenhos de Alex Raymond e recuperam, em parte, os sabores originais das histórias em quadrinhos e dos seriados. Também antecipam expectativas alvissareiras sobre a produção, infelizmente não concretizadas.


Por fim, algumas curiosidades: Fellini é o nome do animal de estimação de Aura e o ponto de interrogação sobre a misteriosa cena final parece apontar para uma continuação que não se concretizou.





Direção de fotografia (Technicolor): Gilbert Taylor. Roteiro: Lorenzo Semple Jr., a partir de adaptação por Michael Allin para personagens de Alex Raymond. Produção executiva: Bernard Williams. Desenho de produção: Danilo Donati. Penteados: Giusy Bovino, Betty Glasow. Maquiagem: Massimo De Rossi, Mario Di Salvio, Richard Mills, Jane Royle. Gerentes de produção: David C. Anderson, Alexander De Grunwald, Clifton Brandon (não creditado). Primeiro assistente de direção: Brian W. Cook. Direção de segunda unidade: William Kronick. Segundos assistentes de direção: Terry Needham, Michael Stevenson. Música: Howard Blake, Queen. Supervisão da Direção de arte: John Graysmark. Figurinos: Danilo Donati. Montagem: Malcolm Cooke. Concepção de céus e nuvens: Tom Adams, Count Ul De Rico. Ilustração: Emanuela Alteri, Mentor Huebner, Giovanna Lombardo. Contrarregra: Andy Andrews, Jack Towns. Assistentes de direção de arte: Ted Clements, Ken Court, John Fenner, Giorgio Postiglione, Tony Reading, Steve Spence. Planejamento do set: Danilo Donati. Esculturas: Galliano Donati, Arthur Healey, Giulio Tamassy, Peter Voysey, Keith Short. Gerentes de construções: Len Furey, Tony Graysmark, Aldo Puccini. Produção de compras: Dennis Griffin. Arte cênica: Ted Michell. Supervisão de construções: Vic Simpson. Revestimentos: Andy Aitken (não creditado), Mick Chubbock (não creditado), Dennis Murray (não creditado). Poster: John Alvin (não creditado). Pintura: Michael Finlay (não creditado). Carpintaria: David Ned Kelly (não creditado). Cortinas: Cleo Nethersole (não creditado). Assistente de arte no set: Peter Russell (não creditado). Storyboard: Bill Stallion (não creditado). Edição de som: Jonathan Bates. Edição de passos em escadarias: Michael Crouch. Edição de diálogos: Ian Fuller. Mixagem da combinação de sons: Gerry Humphreys, Robin O'Donoghue. Consultoria de Dolby Stereo: John Iles. Mixagem de som: Ivan Sharrock. Operador de microfones: Ken Weston, Don Banks (não creditado). Efeitos especiais de voo: Derek Botell. Supervisão de efeitos especiais: George Gibbs. Edição de efeitos especiais: Chris Kelly. Consultoria de efeitos especiais: Glen Robinson. Assistentes de efeitos especiais: Pierre Tilley, David Watson, Michael White. Técnico senior de efeitos especiais: Garth Inns (não creditado). Fabricação de modelos: Martin Bower, Christine Overs, Bill Pearson, Don Sargent. Modelos de efeitos especiais e céus: Richard Conway. Modelos de direção de arte: Norman Dorme. Técnicos de efeitos óticos: Lyn Gerry, Ralph Gordon, Dick Ramirez, Rick Rothbart. Pintura matte: Louis Lichtenfield, Robert Scifo. Coordenador de laboratório: Bill Lindemann. Operador de câmera para céus e nuvens: David Litchfield. Operadores de câmera para efeitos óticos: Ray Monahan, Hugh Wade. Assistente de efeitos fotográficos especiais: Barry Nolan. Operador de câmera para iluminação de céus e nuvens: Harry Oakes. Foco para céus e nuvens: Terry Pearce. Supervisão de efeitos fotográficos especiais: Frank Van Der Veer. Composição de tela azul: Greg Van Der Veer. Efeitos visuais para miniaturas: Jon Sorensen (não creditado). Dublês (não creditados): Vic Armstrong, Graeme Crowther, Kevin Hudson, Joe Powell, Nosher Powell, Deep Roy. Foco: David Budd, Peter Taylor. Operadores de câmera: Roy Ford, Gordon Hayman, Bob Penn (para stills), Geoff Mulligan (cenas aéreas). Supervisão de eletricidade: Maurice Gillett. Fotografia adicional: Harry Waxman. Eletricista-chefe: Micky Wilson. Eletricistas (não creditados): Carlos Melville, Jimmy Worley. Produção de elenco: Michael McLean (EUA), Mary Selway (Inglaterra). Confecção de trajes especiais: Franco Antonelli. Supervisão de guarda-roupa: Ron Beck. Fabricação de costumes: Julian Gilbert, Giampiero Grassi, Michael Jones, Bruno Lenzi, Riccarda Pierconti, David Terry. Assistentes de guarda-roupa: Renee Heimer, Keith Morton, Patrick Wheatley. Assistente de figurinos: David Perry. Guarda-roupa feminino: Janet Tebrooke. Assistentes de montagem: Rita Burgess, Michael Greenleaf, David Hitchcock, Jeremy Hume, Derek Trigg. Arranjos orquestrais: Howard Blake. Edição musical: Robin Clarke. Gravação musical: Alan Douglas, John Richards, Eric Tomlinson. Músico: Brian May (Queen). Performance e produção musical: Queen. Capitão de transportes: Gerald Makein. Publicidade: Gordon Arnell, June Broom. Contabilidade: Len Barnard. Assistente de contabilidade: Mary Breen-Farrelly. Assistentes de administração: Diana Bull, Jerry Cormier. Instrutores de diálogos dramáticos: John Burgess, Barbara Markham. Apresentação: Dino De Laurentiis. Produção e concepção de créditos de abertura e finais: Richard Greenberg. Coordenação de movimentos em cenas de ação: William Hobbs. Assistentes de produção: Josephine Knowles, Golda Offenheim. Direção de marketing: Charles Lippincott. Assistente pessoal do diretor: Sandy Molloy. Direção da sequência de manipulação do cérebro de Zarkov: Denis Postle. Continuidade: June Randall. Chefe de elenco e equipe: Robin Demetriou (não creditado). Efeitos técnicos: Philip Sharpe (não creditado). Licenciamento: King Features Syndicate. Distribuição de gravação musical: Elektra Records and Tapes. Estúdios de gravação musical: The Music Centre, Anvil Recording Studios, The Town House, Advision Studios. Estúdios de efeitos sonoros eletrônicos: Theatre 3 Productions. Companhia de produção e concepção de créditos finais e de abertura: R/Greenberg Associates Inc. Estúdios de gravação em Dolby Stereo: Twickenham Film Studios. Equipamentos de iluminação: Lee Electric Lighting Equipment Ltd. Fornecimento de veículos: Fiat Motors. Empresas de efeitos óticos: Van Der Veer Photo Effects, R/Greenberg Associates Inc., Universal Hartland (não creditado). Equipamentos de câmera: Joe Dunton & Company (não creditado). Sistema de mixagem sonora: Dolby Stereo. Tempo de exibição: 111 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1981)

4 comentários:

  1. Bem Completo José Eugênio, gostei bastante (y)
    Luan Castro

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  2. Salve nobre Eugenio!

    Parabéns por este grande tópico, e estou certo que acima de qualquer elogio ou crítica a respeito desta fita produzida em 1980, você presta uma homenagem a este herói das Histórias em Quadrinhos que tantas alegrias encantaram a garotada por mais de três décadas.

    Como cheguei a Terra em ano bem posterior (mas bem mesmo) ao ano de 1933, devo dizer que conheci este herói na minha saudosa infância da década de 1970, pelas tiras dominicais do Jornal O Globo (que publicava o GLOBINHO SUPER.-COLORIDO, lembra?) e as revistas da Rio Gráfica e Editora, já extinta. Tenho alguns números que os conservo em minha coleção.

    OS TRÊS SERIADOS DE CINEMA protagonizados por Buster Crabbe foram indubitavelmente superiores ao filme produzido por Dino De Laurenttis.

    Nem tudo que o renomado produtor italiano produzia se reluzia em ouro, já que a segunda versão de KING KONG de 1977, também produzida por ele, foi um verdadeiro fiasco.

    Sabendo que George Lucas também estava interessado em produzir as aventuras deste fascinante herói dos gibis da Ficção Científica e não conseguindo seus direitos autorais para filmagem, é possível que ele, caso viesse a produzir, seria bem mais certeiro, tendo em vista sua rica competência no âmbito das produções de aventura como tão bem o vimos nas sagas de STAR WARS e INDIANA JONES, que, aliás, se diga, abrem muitas reminiscências aos antigos seriados das saudosas e emocionantes matinês.

    Não era um filme para Di Laurentiis produzir, não tem nada a ver com um produtor acostumado sim a produzir grandes espetáculos épicos e de época (alguns até cansativos, como GUERRA E PAZ, por exemplo). Mas sem dúvida gibis, seriados, e ficção, não era o terreno para Dino. Bem mais aventurado teria sido se fosse produzido por George Lucas.

    As únicas coisas que se salvam no filme de Hodger é a fascinante trilha do grupo Queen, que você mesmo em seu texto, Eugenio, com elementos bem humorados, diz ser um ACHADO, e em nenhum momento vejo críticas ao grupo do saudoso vocalista Freddie Mercury. Realmente, um dos poucos pontos culminantes da produção, além da magistral interpretação do bergmaniano Max Von Sydow, como o Imperador Ming, e como bem diz em seu primoroso artigo, não ficou nada a dever a Charles Middleton.

    Que FLASH GORDON salve o planeta e que tenhamos vida sempre MAIS INTELIGENTE em todas as comunidades cinematográficas, e nos livre da ABSOLUTA IGNORÂNCIA, ESTUPIDEZ, E FANATISMO de alguns membros deste planeta, onde quer que eles estejam!

    ///Música///

    Agora com vcs: QUEEN – FLASH GORDON!

    “Flash...AHHHHHHH..TAM TAM TAM TAM”

    Rsrs- Só para descontrair!

    Grande abraço!
    Paulo Telles
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    1. Olá, Paulo Telles
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      Caro Paulo, até acredito que o produtor Dino Di Laurentiis tivesse cabedal para bancar uma boa aventura de Flash Gordon. Infelizmente, a tentativa deu no fiasco que nos foi permitido ver. E parte da culpa disso é mesmo do megalomaníaco produtor. Não soube contratar as pessoas adequadas para levar adiante a realização. Hodges não tinha tarimba para tanto. Para piorar, ainda havia os péssimos e destemperados atores chamados a interpretar Flash e Dale. Sam J. Jones é o cigano Igor, coitado! Muito ruim. Uma porta fechada, garanto, fornece mais credibilidade que ele.

      Quanto à música, ela é muito boa. Depois da interpretação de Max Von Sydow, Topol, Ornella Mutti e Mariangela Melato, a trilha é a melhor coisa do filme. Pena que os ciosos comentaristas daquele grupo da SET no Facebook tenham a mentalidade de tapires. Pelo visto, não leram o texto e, mesmo assim, resolveram comentá-lo de forma depreciativa. Ainda tentaram bancar os engraçadinhos. Mas só mostraram que são completos analfabetos virtuais. Mas já percebi que naquele grupo poucos se salvam.

      Um abraço.

      José Eugenio Guimarães

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