Flash Gordon é um dos ícones da minha infância. Durante os
anos 60, as aventuras seriadas dedicadas ao personagem de Alex Raymond —
produzidas na década de 30 pela Universal — ainda eram exibidas pela televisão
brasileira. Na ocasião, a Rio Gráfica Editora lhe dedicava bem cuidadas edições
em quadrinhos.
Portanto , como fã apaixonado, não poderia perder Flash
Gordon (1980), de Mike Hodges. Porém, que decepção! O filme é uma risível
aventura com roteiro de Lorenzo Semple Jr., autor de alguns episódios do
televisivo e também camp seriado Batman,
criado por William Dozier. Mas o que funcionava perfeitamente nas peripécias do
Homem Morcego se perde totalmente na realização de Hodges, graças,
principalmente, aos inexpressivos Sam J. Jones e Melody Anderson nos papéis de
Flash e Dale Arden. A história fica praticamente nas mãos de coadjuvantes
tarimbados, com destaque para o bergmaniano Max Von Sydow como o tirânico
Imperador Ming. Apesar de tudo, Flash Gordon conta com aguerrida
legião de fãs. A trilha musical a cargo do Queen é um achado. A apreciação é de
1981.
Flash Gordon
Flash Gordon
Direção:
Mike Hodges
Produção:
Dino De Laurentiis
Universal, EMI Films Ltd., Starling
Productions Ltd., Dino De Laurentiis Company (não creditada)
EUA, Inglaterra — 1980
Elenco:
Sam J. Jones, Melody Anderson, Topol, Max Von Sydow,
Ornella Mutti, Mariangela Melato, Peter Duncan, Robbie Coltrane, Bobby Brown,
Timothy Dalton, Brian Blessed, Suzanne Danielle, Peter Wyngarde, Carolyn Evans,
Fai, John Osborne, Glenna Foster-Jones, Gina, John Gallam, William Hootkins,
Jamalia, Karen Johnson, Jill Lamb, Lindy, Magda, Kathy Marquis, Sally
Nicholson, Richard O'Brien, Lorraine Paul, Raquel, Miranda Riley, Roseanne
Romine, Kathy September, Shaka, Sneh, Sophie, Venetia Spicer, Sunanka, Tessa,
Tina Thomas, Viva, Frances Ward, Kenny Baker, Ruthie Barnett, Celeste, John
Hollis, John Lees, Mike Potter, Roy Scammel, Eddie Stacy, Adrienne Kronenberg, Alva
Shelley, Andy Bradford, Anthony Olivier, Bertram Adams, Beverly Andrews, Bob
Goody, Bogdan Kominowski, Burnell Tucker, Camella, Carolyn Evans, Chris Webb, Colin
Taylor, Daniel Venn, Doretta Dunkley, Eddie Powell, Fai, Francis Mughan,
Frederick Warder, George Harris, Glen Whitter, Graeme Crowther, Imogen Claire,
Jim Carter, Joe Iles, John Ghavan, John Lummiss, John Morton, John Sullivan,
Kay Zimmerman, Ken Robertson, Ken Sicklen, Kerry-Lou Baylis, David Neal, Deep
Roy, Leon Greene, Leonard Hay, Leslie Crawford, Lionel Guyett, Malcolm Dixon,
Marie Green, Max Alford, Michelle Mildwater, Mike Cottrell, Mike Edmonds, Nigel
Jeffcoat, Nik Abraham, Oliver MacGreevy, Paul Bentall, Peter Brace, Peter
Burroughs, Peter Duncan, Peter St. James, Philip Stone, Richard Jones, Rusty
Goffe, Stanley Lebor, Stephen Brigden, Stephen Calcutt, Steve Payne, Stuart
Blake, Suzanne Danielle, Ted Carroll, Terry Forrestal, Terry Richards, Tina
Thomas, Tiny Ross, Tony Scannell, Trevor Ward, Venetia Spicer e os não
creditados David de Keyser, Derek Lyons, Kevin Hudson, Ralph Morse, Richard
Bonehill, Sean Barry-Weske.
O diretor: Mike Hodges |
O conflito entre
Bem e Mal também tem raízes político-econômicas. Que o digam Flash Gordon e
Superman, vindos à luz nos anos duros da depressão decorrente da crise de 1929.
No campo da cultura de massas, ambos personificam os melhores antídotos aos
imensos traumas e desafios da época. São os primeiros grandes heróis das
histórias em quadrinhos.
Criado por Alex
Raymond em 1933, Flash Gordon vem a público no ano seguinte. De início, é força
competidora da King Features Syndicate em oposição às aventuras quadrinizadas
de Buck Rogers e Tarzan, publicadas pelo Pulitzer Syndicate. Em 1936 o
personagem chega aos cinemas interpretado por Buster Crabbe e amparado pela
Universal Pictures em três aventuras seriadas. A primeira, de 13 capítulos, chama-se
simplesmente Flash Gordon, com direção de Frederick Stephani e do não
creditado Ray Taylor. A segunda, de 1938, com 15 capítulos, Flash
Gordon trip to Mars, está a cargo de Ford Beebe, Robert F. Hill e
Frederick Stephani. A derradeira, de 1940, é Flash Gordon conquistando o mundo
(Flash
Gordon conquers the universe), de Ford Beeb e Ray Taylor, com 12
capítulos.
Em meados dos
anos 60 os seriados de Flash Gordon ainda eram exibidos na televisão brasileira,
em cópias envelhecidas, praticamente embaçadas e desprovidas de brilho. Assisti
a vários episódios. As imagens estão vivas em minhas lembranças. Na ocasião, marcaram
época as publicações em quadrinhos das aventuras do herói pela Rio Gráfica
Editora, das quais era leitor voraz. A memória ainda preserva a forma das
ilustrações — fieis ao traço revolucionário concebido pela delirante imaginação de
Alex Raymond — e a ilusão de movimento que proporcionavam. Valorizavam o
conjunto os cenários imponentes e a ação ininterrupta.
Acima e abaixo: Max Von Sydow interpreta o despótico e cruel Ming, imperador do planeta Mongo |
O filme de Mike
Hodges, em apreço, é, de certo modo, responsável pela existência de Guerra
nas estrelas (Star wars, 1977), apesar de
realizado três anos após a aventura espacial de George Lucas. Este tentou
adquirir os direitos de Flash Gordon, mas o produtor Dino de
Laurentiis saiu na frente via desembolso de 27 milhões de dólares. Frustrado,
Lucas se adiantou dando vazão às peripécias do predestinado Luke Skywalker
(Mark Hamill), do mercenário Han Solo (Harrison Ford) e da princesa Leia Organa
(Carrie Fisher) em luta contra as pretensões do Império para desestabilizar uma
República interplanetária. O conhecedor das epopeias concebidas por Alex
Raymond perceberá muitos elementos tomados de empréstimo das sagas de Flash
Gordon em Guerra nas estelas. Há traços do personagem no caráter de Han
Solo. Da mesma forma, as representações do mal, Palpatine ou Darth Sidious —
visto pela primeira vem em forma de holograma em O Império
contra ataca (The Empire strikes back, 1980) — e
Darth Vader encontram correspondência, respectivamente, nos vilões do Imperador
Ming e seu imediato Klitus.
Nesta
reatualização, Flash Gordon está, pelas minhas lembranças, calcado no seriado
de 1940, Flash Gordon conquistando o mundo. No planeta Mongo o despótico
e impiedoso Ming (Von Sydow) — autoproclamado Imperador do Universo — está
entediado. Para dar tratos à bola apela para uma geringonça que provoca
desastres meteorológicos. O alvo é a Terra. Os efeitos catastróficos da
brincadeira foram — não se sabe como — previstos pelo Dr. Hans Zarkov (Topol) — cientista dado por louco e recentemente demitido da NASA. Os incautos Flash
Gordon (Jones) — zagueiro do New York Jets — e Dale Arden (Anderson) — agente
de viagens — são surpreendidos pelos misteriosos e assustadores eventos. O
avião que os transportava cai exatamente no laboratório de Zarkov. Este já se aprontava
para zarpar rumo a Mongo — em foguete construído com esse objetivo — e resolver
o mistério. Não é preciso dizer que Flash e Dale, aturdidos pela queda da
aeronave, embarcam na missão depois de enganados pelo cientista. Não demora e
estão em Mongo, nas dependências de Ming.
Melody Anderson faz Dale Arden; Sam J. Jones como Flash Gordon |
Na sala do trono
Ming se comporta como o faraó Sethi (Cedric Hardwicke) de Os Dez Mandamentos (The
Ten Commandments, 1956), de Cecil B. DeMille, com toques histriônicos. Está
recebendo honras e tributos dos mundos conquistados. Neste momento, o filme
assume de vez o espírito de chanchada camp,
carregada de nonsense, que vinha se
desenhando desde o início. O personagem-título se apresenta ao desconfiado
Imperador nestes termos: "Sou Flash Gordon, quarterback do New York Jets!". No entanto, Ming demonstra
interesse apenas por Dale. É sobre a heroína que os lúbricos olhos do tirano
são lançados. Hipnotizada, é posta a encenar uma dança repleta de trejeitos
eróticos, deixando Flash perplexo e atento. Logo fica evidente que a situação
não é boa. Tentando uma reação, o atleta apela aos seus talentos esportivos. No
lugar da bola lança mão de algo parecido a uma melancia e parte para o ataque,
driblando os guardas. Dale incorpora o espírito de líder de torcida e grita
sucessivamente "Go, Flash, Go!", em incentivo. Mas os
donos da casa logo controlam a situação.
Os inesperados
visitantes são aprisionados. Flash é condenado à morte. Zarkov terá o cérebro
esvaziado por uma máquina sugadora. Dale se tornará mais uma das esposas de
Ming. Entretanto, a escultural e caprichosa Princesa Aura (Mutti), filha do
tirano, intervém. Interessada sexualmente em Flash, força sua libertação e o conduz
ao Reino das Árvores, colônia de Mongo. Deixa-o sob proteção do seu
pretendente, o relutante e enciumado Príncipe Barin (Dalton) — espécie de Robin
Hood na liderança de homens parecidos ao Merry Men da Floresta de Sherwood. De
peripécia em peripécia
Flash ganha a confiança do anfitrião e consolida um feito
político impensável naqueles bandas: a união dos explorados contra a tirania. Conseguem
a adesão de Vultan (Blessed), líder dos homens-pássaros. Juntos lançam
investida maciça a Mongo. Chegam a tempo de interromper a cerimônia forçada de
casamento de Dale com o Imperador. Este sucumbe, atingido em cheio pela
espaçonave que capitaneava o ataque. A Terra também é salva. O planeta estava
prestes a se transformar em alvo da Lua, desviada de sua órbita por artes de
Ming. Aliás, esta quase catástrofe resulta numa das falas mais engraçadas e
despropositadas do filme. Num rápido e casual encontro com o herói, Dale Arden,
tomada de pavor e emoção, exclama: "Ó, Flash! Eu te amo, mas só temos 24
horas para salvar a Terra!". Todo o resto termina bem. Aura — regenerada —
e Barin se acertam. Quanto a Zarkov, o processo de limpeza cerebral só lhe fez
bem: torna-se um gênio sagaz e comedido.
Ornella Mutti faz a caprichosa princesa Aura, filha de Ming |
A realização de
Hodges tem imensa e ardorosa legião de fãs — dentre os quais não me incluo —,
principalmente de partidários de realizações camp. Flash Gordon é um despropósito, um desperdício. Os 27 milhões
de dólares investidos nos direitos autorais mais os 35 milhões do custo da
produção foram pelo ralo. O roteiro é de Lorenzo Semple Jr., responsável por
alguns dos 120 episódios de Batman — a famosa série de TV da
20th. Century-Fox, exibida originalmente de 12 de janeiro de 1966 a 14 de março
de 1968 — volta e meia reprisada no Brasil — e erigida à condição de clássico
do camp, principalmente por dois
importantes fatores aliados a uma época que viu a eclosão da cultura pop: o
carisma dos atores — capazes de conferir veracidade a diálogos repletos de nonsense e pronunciados com firme
convicção — mais a agilidade da ação coadjuvada por uma locução empolgante que
parecia recuperar a linguagem característica das histórias em quadrinhos com
todas as suas onomatopeias e pontuada por elementos esclarecedores como
"Entretanto..", "Enquanto isso...", "Quando a noite
cai em Gothan City.. ."
etc.
Flash Gordon é um fake que não convence. Provoca saudades
das aventuras episódicas protagonizadas por Buster Crabbe. O roteiro seria um
trunfo se fosse convenientemente adaptado. Mas sua transposição não conquista a
adesão do espectador incrédulo e injuriado. O desenho de produção de Danilo
Donati, responsável também pelos figurinos extravagantes e colantes — exageradamente
sensuais, bregas e provocantes — são dignos de nota mas incapazes de funcionar
de forma isolada. Contrariando a vaga que movimenta muitas produções de ficção
científica, os efeitos especiais e a tela azul são utilizados com parcimônia.
Sobressaem os cenários tingidos de cores fortes — ao que parece, todo o
espectro do arco íris foi utilizado, predominantemente o vermelho —, elaborados
por um competente artesanato que soube aproveitar materiais simples, de
papelaria, na elaboração dos fundos sobre os quais a ação se desenvolve. Os
domínios de Ming, o Reino das Árvores e o refúgio dos homens-pássaros soam
convincentes ao que é esperado de um filme dominado pela delirante e insana fantasia.
O terrivelmente ridículo Barbarella (Barbarella, 1968), de Roger
Vadin — também produzido por Dino De Laurentiis — pelo visto serviu de
inspiração à recriação de climas, cenários e figurinos de Flash Gordon. A trilha
musical, a cargo do Queen, entra no clima de avacalhação com suas marcações e
comentários à base de repetidos "tam tam tam tam tam tam tam", interjeições
como "Flash! Ah! Ahahaha!" e afirmações lapidares como "Só ele será
capaz de nos salvar" ou coisa semelhante. No campo musical há ainda outra
brincadeira: a nossa Marcha nupcial, atribuída a
Mendelssohn, também é tema dos casamentos celebrados em Mongo.
Mas os principais
complicadores de Flash Gordon residem no elenco, particularmente no casal
protagonista. É duro suportar o inexpressivo tronco petrificado Sam J. Jones
como personagem-título. De crível, tem apenas o talento de jogador de futebol
americano, o que realmente é. Melody Anderson é desprovida de qualquer carisma,
fator primordial para conferir um mínimo de credibilidade à principal
incentivadora e razão de ser da luta do herói contra Ming. Em todo caso é uma
delícia vê-la pronunciar "Ó, Flash! Eu te amo! Mas só temos 24 horas para
salvar a Terra!". Também quando ingenuamente retruca Aura, que tenta
convencê-la a não se casar com o pai: "Eu não posso voltar atrás! Eu dei a
minha palavra! Manter a palavra é algo que torna os terráqueos melhores que
vocês, de Mongo". Bom, se não eram exatamente esses os dizeres de Dale
Arden, estavam bem próximos disso.
Sob os olhares de Vultan (Brian Blessed), Dale Arden (Melody Anderson) e Flash Gordon (Sam J. Jones) celebram a vitória sobre Ming (Max Von Sydow) |
O fator atuação é
salvo pelos coadjuvantes Max Von Sydow, Topol, Ornella Mutti, Peter Wyngarde,
Timothy Dalton, Mariangela Melato e Brian Blessed. O bergmaniano Von Sydow
entrou no clima da farsa na pela de Ming. Nada fica a dever a Charles B.
Middleton dos seriados. Ornella Mutti, apertada em trajes que só acentuam a
generosidade de suas formas, é um regalo aos olhos. É inesquecível sua
encarnação da mimada, caprichosa e pervertida Aura. Melato está convincente no
papel de Kala. É uma espécie de Fata Morgana e braço direito do imperador. Na
mesma função está Klytus — esqueleto negro vivido por Peter Wyngarde
irreconhecível sob a fantasia —, conselheiro de Ming e seu assessor na
distribuição do farnel de maldades. Topol, como Dr. Zarkov, rouba a cena sempre
que aparece, principalmente quando se põe a emitir complicadas explicações
científicas. O shakespeareano ator britânico Timothy Dalton e o gaiato Brian
Blessed, respectivamente responsáveis por Barin e Vultan, desempenham
adequadamente seus papéis. Generosos, parece que dão a deixa a Sam J. Jones em
vários momentos, como se tentassem diminuir seu desconforto e falta de
experiência. Segundo informações veiculadas quando Flash Gordon estava
prestes a ser lançado, Jones se desentendeu com o diretor e abandonou o
trabalho de gravação dos diálogos. Diante disso, outro ator foi contratado para
dublar todas as falas do personagem.
Os bastidores da
realização, segundo Mike Hodges, foram tumultuados. O trabalho de pré-produção,
dentre os quais o roteiro, não estava concluído quando as filmagens começaram.
Diante disso, muitas cenas e sequências foram improvisadas — o que é plenamente
visível. Ele próprio não seria o diretor. A primeira opção de Dino De
Laurentiis foi Nicolas Roeg, responsável pelos curiosos e inquietantes A
longa caminhada (Walkabout, 1971), Inverno
de sangue em Veneza (Don't look now, 1973) e O
homem que caiu na Terra (The man who fell to Earth, 1976).
Terminou afastado por discordar de orientações da produção. A seguir, até a
escolha de Mike Hodges — que vinha da curiosa e esquecida ficção científica O
homem terminal (The terminal man, 1974) —, outros
seis diretores foram cogitados.
No quesito
premiações, principalmente nas categorias consideradas arbitrariamente como
secundárias, Flash Gordon fez jus a várias indicações: Melhor Direção de
Fotografia para Gilbert Taylor pela Sociedade Britânica de Diretores de
Fotografia em 1980; Hugo Awards de 1981 como Melhor Apresentação Dramática para
Mike Hodges, Lorenzo Semple Jr., Michael Allin — responsável pela adaptação dos
originais de Alex Raymond (também nominado); Saturno Award de Melhor Ficção
Científica, de Melhor Ator Coadjuvante (Von Sydow) e Melhor Figurino (Danilo
Donati) da parte da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films
(EUA) em 1981; Anthony Asquit Award para a trilha sonora do Queen, outorgado
pelo BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) em 1981, instituto que
também indicou Danilo Donati pelo Melhor Figurino, Melhor Desenho de Produção e
Melhor Direção de Arte. Max Von Sydow recebeu o Marshall Trophy de Melhor Ator
do Napierville Cinema Festival em 1980. Para arrematar, sobrou para Sam J.
Jones o Razzie como Pior Ator em 1981.
Os créditos de
abertura merecem destaque. Correm sobre desenhos de Alex Raymond e recuperam,
em parte, os sabores originais das histórias em quadrinhos e dos seriados.
Também antecipam expectativas alvissareiras sobre a produção, infelizmente não
concretizadas.
Por fim, algumas
curiosidades: Fellini é o nome do animal de estimação de Aura e o ponto de
interrogação sobre a misteriosa cena final parece apontar para uma continuação
que não se concretizou.
Direção de fotografia (Technicolor): Gilbert Taylor. Roteiro: Lorenzo Semple Jr., a partir de adaptação por Michael
Allin para personagens de Alex Raymond. Produção
executiva: Bernard Williams. Desenho
de produção: Danilo Donati. Penteados:
Giusy Bovino, Betty Glasow. Maquiagem:
Massimo De Rossi, Mario Di Salvio, Richard Mills, Jane Royle. Gerentes de produção: David C.
Anderson, Alexander De Grunwald, Clifton Brandon (não creditado). Primeiro assistente de direção: Brian
W. Cook. Direção de segunda unidade:
William Kronick. Segundos assistentes de
direção: Terry Needham, Michael Stevenson. Música: Howard Blake, Queen. Supervisão
da Direção de arte: John
Graysmark. Figurinos: Danilo Donati.
Montagem: Malcolm Cooke. Concepção de céus e nuvens: Tom Adams,
Count Ul De Rico. Ilustração:
Emanuela Alteri, Mentor Huebner, Giovanna Lombardo. Contrarregra: Andy Andrews, Jack Towns. Assistentes
de direção de arte: Ted Clements, Ken Court , John Fenner, Giorgio
Postiglione, Tony Reading, Steve Spence. Planejamento
do set: Danilo Donati. Esculturas:
Galliano Donati, Arthur Healey, Giulio Tamassy, Peter Voysey, Keith Short. Gerentes de construções: Len Furey,
Tony Graysmark, Aldo Puccini. Produção de compras: Dennis Griffin. Arte cênica: Ted Michell. Supervisão
de construções: Vic Simpson. Revestimentos:
Andy Aitken (não creditado), Mick Chubbock (não creditado), Dennis Murray (não
creditado). Poster: John Alvin (não
creditado). Pintura: Michael Finlay
(não creditado). Carpintaria: David
Ned Kelly (não creditado). Cortinas:
Cleo Nethersole (não creditado). Assistente
de arte no set: Peter Russell (não creditado). Storyboard: Bill Stallion (não creditado). Edição de som: Jonathan Bates. Edição
de passos em escadarias: Michael Crouch. Edição de diálogos: Ian Fuller. Mixagem da combinação de sons: Gerry Humphreys, Robin O'Donoghue. Consultoria de Dolby Stereo: John Iles.
Mixagem de som: Ivan Sharrock. Operador de microfones: Ken Weston, Don
Banks (não creditado). Efeitos especiais
de voo: Derek Botell. Supervisão de
efeitos especiais: George Gibbs. Edição
de efeitos especiais: Chris Kelly. Consultoria
de efeitos especiais: Glen Robinson. Assistentes
de efeitos especiais: Pierre Tilley, David Watson, Michael White. Técnico senior de efeitos especiais:
Garth Inns (não creditado). Fabricação
de modelos: Martin Bower, Christine Overs, Bill Pearson, Don Sargent. Modelos de efeitos especiais e céus:
Richard Conway. Modelos de direção de
arte: Norman Dorme. Técnicos de
efeitos óticos: Lyn Gerry, Ralph Gordon, Dick Ramirez, Rick Rothbart. Pintura matte: Louis Lichtenfield,
Robert Scifo. Coordenador de
laboratório: Bill Lindemann. Operador
de câmera para céus e nuvens: David Litchfield. Operadores de câmera para efeitos óticos: Ray Monahan, Hugh Wade. Assistente de efeitos fotográficos
especiais: Barry Nolan. Operador de
câmera para iluminação de céus e nuvens: Harry Oakes. Foco para céus e nuvens: Terry Pearce. Supervisão de efeitos fotográficos especiais: Frank Van Der Veer. Composição de tela azul: Greg Van Der
Veer. Efeitos visuais para miniaturas:
Jon Sorensen (não creditado). Dublês (não
creditados): Vic Armstrong, Graeme Crowther, Kevin Hudson, Joe Powell, Nosher
Powell, Deep Roy. Foco: David Budd,
Peter Taylor. Operadores de câmera:
Roy Ford, Gordon Hayman, Bob Penn (para stills), Geoff Mulligan (cenas aéreas).
Supervisão
de eletricidade: Maurice Gillett. Fotografia adicional: Harry Waxman. Eletricista-chefe: Micky Wilson. Eletricistas (não creditados): Carlos
Melville, Jimmy Worley. Produção de
elenco: Michael McLean (EUA), Mary Selway (Inglaterra). Confecção de trajes especiais: Franco
Antonelli. Supervisão de guarda-roupa:
Ron Beck. Fabricação de costumes: Julian
Gilbert, Giampiero Grassi, Michael Jones, Bruno Lenzi, Riccarda Pierconti, David
Terry. Assistentes de
guarda-roupa: Renee Heimer, Keith Morton, Patrick Wheatley. Assistente
de figurinos: David Perry. Guarda-roupa feminino: Janet Tebrooke. Assistentes de montagem: Rita Burgess,
Michael Greenleaf, David Hitchcock, Jeremy Hume, Derek Trigg. Arranjos orquestrais: Howard Blake. Edição musical: Robin Clarke. Gravação musical: Alan Douglas, John
Richards, Eric Tomlinson. Músico: Brian
May (Queen). Performance e produção musical: Queen. Capitão
de transportes: Gerald Makein. Publicidade:
Gordon Arnell, June Broom. Contabilidade:
Len Barnard. Assistente de
contabilidade: Mary Breen-Farrelly. Assistentes
de administração: Diana Bull, Jerry Cormier. Instrutores de diálogos dramáticos: John Burgess, Barbara Markham. Apresentação: Dino De Laurentiis. Produção e concepção de créditos de
abertura e finais: Richard Greenberg. Coordenação
de movimentos em cenas de ação: William Hobbs. Assistentes de produção: Josephine Knowles, Golda Offenheim. Direção de marketing: Charles
Lippincott. Assistente pessoal do
diretor: Sandy Molloy. Direção da
sequência de manipulação do cérebro de Zarkov: Denis Postle. Continuidade: June Randall. Chefe de elenco e equipe: Robin
Demetriou (não creditado). Efeitos
técnicos: Philip Sharpe (não creditado). Licenciamento: King Features Syndicate. Distribuição de gravação musical: Elektra Records and Tapes. Estúdios de gravação musical: The Music
Centre, Anvil Recording Studios, The Town House, Advision Studios. Estúdios de efeitos sonoros eletrônicos:
Theatre 3 Productions. Companhia de
produção e concepção de créditos finais e de abertura: R/Greenberg
Associates Inc. Estúdios de gravação em Dolby Stereo : Twickenham
Film Studios. Equipamentos de
iluminação: Lee Electric Lighting Equipment Ltd. Fornecimento de veículos: Fiat Motors. Empresas de efeitos óticos: Van Der Veer Photo Effects, R/Greenberg
Associates Inc., Universal Hartland (não creditado). Equipamentos de câmera: Joe Dunton & Company (não creditado). Sistema de mixagem sonora: Dolby
Stereo. Tempo de exibição: 111 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1981)
Bem Completo José Eugênio, gostei bastante (y)
ResponderExcluirLuan Castro
Obrigado, Luan! Apareça mais. Grande abraço.
ExcluirSalve nobre Eugenio!
ResponderExcluirParabéns por este grande tópico, e estou certo que acima de qualquer elogio ou crítica a respeito desta fita produzida em 1980, você presta uma homenagem a este herói das Histórias em Quadrinhos que tantas alegrias encantaram a garotada por mais de três décadas.
Como cheguei a Terra em ano bem posterior (mas bem mesmo) ao ano de 1933, devo dizer que conheci este herói na minha saudosa infância da década de 1970, pelas tiras dominicais do Jornal O Globo (que publicava o GLOBINHO SUPER.-COLORIDO, lembra?) e as revistas da Rio Gráfica e Editora, já extinta. Tenho alguns números que os conservo em minha coleção.
OS TRÊS SERIADOS DE CINEMA protagonizados por Buster Crabbe foram indubitavelmente superiores ao filme produzido por Dino De Laurenttis.
Nem tudo que o renomado produtor italiano produzia se reluzia em ouro, já que a segunda versão de KING KONG de 1977, também produzida por ele, foi um verdadeiro fiasco.
Sabendo que George Lucas também estava interessado em produzir as aventuras deste fascinante herói dos gibis da Ficção Científica e não conseguindo seus direitos autorais para filmagem, é possível que ele, caso viesse a produzir, seria bem mais certeiro, tendo em vista sua rica competência no âmbito das produções de aventura como tão bem o vimos nas sagas de STAR WARS e INDIANA JONES, que, aliás, se diga, abrem muitas reminiscências aos antigos seriados das saudosas e emocionantes matinês.
Não era um filme para Di Laurentiis produzir, não tem nada a ver com um produtor acostumado sim a produzir grandes espetáculos épicos e de época (alguns até cansativos, como GUERRA E PAZ, por exemplo). Mas sem dúvida gibis, seriados, e ficção, não era o terreno para Dino. Bem mais aventurado teria sido se fosse produzido por George Lucas.
As únicas coisas que se salvam no filme de Hodger é a fascinante trilha do grupo Queen, que você mesmo em seu texto, Eugenio, com elementos bem humorados, diz ser um ACHADO, e em nenhum momento vejo críticas ao grupo do saudoso vocalista Freddie Mercury. Realmente, um dos poucos pontos culminantes da produção, além da magistral interpretação do bergmaniano Max Von Sydow, como o Imperador Ming, e como bem diz em seu primoroso artigo, não ficou nada a dever a Charles Middleton.
Que FLASH GORDON salve o planeta e que tenhamos vida sempre MAIS INTELIGENTE em todas as comunidades cinematográficas, e nos livre da ABSOLUTA IGNORÂNCIA, ESTUPIDEZ, E FANATISMO de alguns membros deste planeta, onde quer que eles estejam!
///Música///
Agora com vcs: QUEEN – FLASH GORDON!
“Flash...AHHHHHHH..TAM TAM TAM TAM”
Rsrs- Só para descontrair!
Grande abraço!
Paulo Telles
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Olá, Paulo Telles
ExcluirBlog Filmes Antigos Club Artigos
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Caro Paulo, até acredito que o produtor Dino Di Laurentiis tivesse cabedal para bancar uma boa aventura de Flash Gordon. Infelizmente, a tentativa deu no fiasco que nos foi permitido ver. E parte da culpa disso é mesmo do megalomaníaco produtor. Não soube contratar as pessoas adequadas para levar adiante a realização. Hodges não tinha tarimba para tanto. Para piorar, ainda havia os péssimos e destemperados atores chamados a interpretar Flash e Dale. Sam J. Jones é o cigano Igor, coitado! Muito ruim. Uma porta fechada, garanto, fornece mais credibilidade que ele.
Quanto à música, ela é muito boa. Depois da interpretação de Max Von Sydow, Topol, Ornella Mutti e Mariangela Melato, a trilha é a melhor coisa do filme. Pena que os ciosos comentaristas daquele grupo da SET no Facebook tenham a mentalidade de tapires. Pelo visto, não leram o texto e, mesmo assim, resolveram comentá-lo de forma depreciativa. Ainda tentaram bancar os engraçadinhos. Mas só mostraram que são completos analfabetos virtuais. Mas já percebi que naquele grupo poucos se salvam.
Um abraço.
José Eugenio Guimarães