Dirigida por Mervyn LeRoy, esta é a terceira adaptação
cinematográfica do romance Quo vadis?, de Henryk Sienkiewicz. A
primeira, de 1913, creditada a Enrico Guazzoni, é sucesso de bilheteria e marco
na história do cinema. A segunda, fracassada, surgiu em 1925 e tem entre seus
diretores o célebre poeta e dramaturgo Gabriele D’Annunzio. A presente
refilmagem dispensou a interrogação do título em latim (a tradução é "Aonde
vais?") e tem como principais trunfos a música de Miklós Rózsa, a reconstituição
do incêndio de Roma, mais as interpretações de Peter Ustinov e Leo Genn,
entronizados respectivamente nos papeis de Nero e Petronius. Seus pontos
frágeis são o tom marcadamente brega da encenação, o desempenho de Robert
Taylor e o aspecto pouco convincente de algumas falas. Por outro lado, dentre
todas as produções épicas que originou, Quo vadis é a que tem intenções
explicitamente políticas. Guarda estreita sintonia com o contexto da realização,
em particular com fatos e personagens do momento ou até há pouco evidenciados.
A apreciação é de 1975.
Quo vadis
Quo vadis
Direção:
Mervyn LeRoy, Anthony Mann (não
creditado)
Produção:
Sam Zimbalist
Metro-Goldwyn-Mayer
EUA — 1951
Elenco:
Robert Taylor, Deborah Kerr, Peter Ustinov, Leon Genn, Patricia Laffan, Finlay Currie, Abraham Sofaer, Marina Berti, Buddy Baer, Felix Aylmer, Nora Swinburne, Norman Wooland, Rosalie Crutchley, Ralph Truman, Peter Miles, Geoffrey Dunn, Nicholas Hannen, D. A. Clarke-Smith, John Ruddock, Arthur Walge, Elspeth March, Strelsa Brown, Alfredo Varelli, Roberto Ottaviano, William Tubbs, Pietro Tordi e os não creditados Adam Jennette, Adriano Ambrogi, Adrienne Corri, Al Fergunson, Alberto Plebani, Aldo Pini, Alessandro Serbaroli, Alfred Baillou, Alfred Brown, Alfredo Rizzo, Alice Bishop, Anna Arena, Anna Mancini, Anna Maria Padoan, Armando Apaccarelli, Attillio Olivo, Benjamin Wilkes, Bud Spencer, Carlo Borelli, Carlo Ghisini, Carlo Tricoli, Cesare Fasulo, Clelia Matania, Daniel De Jonghe, Dante Ciriaci, Dario Michaelis, David Craig, Dianora Veiga, Dino Galvani, Rino Raffaelli, Eduardo Di Persis, Elizabeth Taylor, Enrico Formichi, Enzo Fiermonti, Ernesto Molinari, Evelyn Guignardi, Francesca Biondi, Franco Fantasia, Frank Colson, Gabriella Fabrizio, George Restive, Giacomo Barnas, Gianni Gazzoti, Giovanni Lovatelli, Gipsy Kiss, Giuseppe Rodi, Giuseppe Tosi, Giuseppe Varni, Harriet Medin, Harry J. Vejar, Helena Makovska, Jack del Rio, Jack George, Jane Sprague, Joan Griffiths, John Binns, John Fostini, John Myhers, John Sleeter, Joseph Sebaroli, Jurek Shabelewski, Kenneth Richards, Lee Kresel, Leonardo Scavino, Leslie Bradley, Lia Di Leo, Liana Del Balzo, Louis Payne, Luca Cortese, Lujo Sostarich, Lydia Fostini, Maria Zanoli, Marika Aba, Maurice De Bosardi, Michael De Kransy, Michael Mark, Michael Proben, Michael Tor, Mildred Dudzik, Philip Kieffer, Phyllis Brown, Raffale Tana, Renato Valente, Riccardo Pantellini, Richard Garrick, Richard Lark, Richard McNamara, Riette Osborn, Robin Hughes, Romilda Villani, Rosemary Burt, Scilla Vannucci, Scott R. Beal, Sophia Loren, Truddy Glassford, Valentino Bruchi, Vicent Neptune, Walter Pidgeon, William Taylor.
Robert Taylor, Deborah Kerr, Peter Ustinov, Leon Genn, Patricia Laffan, Finlay Currie, Abraham Sofaer, Marina Berti, Buddy Baer, Felix Aylmer, Nora Swinburne, Norman Wooland, Rosalie Crutchley, Ralph Truman, Peter Miles, Geoffrey Dunn, Nicholas Hannen, D. A. Clarke-Smith, John Ruddock, Arthur Walge, Elspeth March, Strelsa Brown, Alfredo Varelli, Roberto Ottaviano, William Tubbs, Pietro Tordi e os não creditados Adam Jennette, Adriano Ambrogi, Adrienne Corri, Al Fergunson, Alberto Plebani, Aldo Pini, Alessandro Serbaroli, Alfred Baillou, Alfred Brown, Alfredo Rizzo, Alice Bishop, Anna Arena, Anna Mancini, Anna Maria Padoan, Armando Apaccarelli, Attillio Olivo, Benjamin Wilkes, Bud Spencer, Carlo Borelli, Carlo Ghisini, Carlo Tricoli, Cesare Fasulo, Clelia Matania, Daniel De Jonghe, Dante Ciriaci, Dario Michaelis, David Craig, Dianora Veiga, Dino Galvani, Rino Raffaelli, Eduardo Di Persis, Elizabeth Taylor, Enrico Formichi, Enzo Fiermonti, Ernesto Molinari, Evelyn Guignardi, Francesca Biondi, Franco Fantasia, Frank Colson, Gabriella Fabrizio, George Restive, Giacomo Barnas, Gianni Gazzoti, Giovanni Lovatelli, Gipsy Kiss, Giuseppe Rodi, Giuseppe Tosi, Giuseppe Varni, Harriet Medin, Harry J. Vejar, Helena Makovska, Jack del Rio, Jack George, Jane Sprague, Joan Griffiths, John Binns, John Fostini, John Myhers, John Sleeter, Joseph Sebaroli, Jurek Shabelewski, Kenneth Richards, Lee Kresel, Leonardo Scavino, Leslie Bradley, Lia Di Leo, Liana Del Balzo, Louis Payne, Luca Cortese, Lujo Sostarich, Lydia Fostini, Maria Zanoli, Marika Aba, Maurice De Bosardi, Michael De Kransy, Michael Mark, Michael Proben, Michael Tor, Mildred Dudzik, Philip Kieffer, Phyllis Brown, Raffale Tana, Renato Valente, Riccardo Pantellini, Richard Garrick, Richard Lark, Richard McNamara, Riette Osborn, Robin Hughes, Romilda Villani, Rosemary Burt, Scilla Vannucci, Scott R. Beal, Sophia Loren, Truddy Glassford, Valentino Bruchi, Vicent Neptune, Walter Pidgeon, William Taylor.
O diretor Mervyn LeRoy nas filmagens de Quo vadis |
Embalado pela
música de Miklós Rózsa, este Quo vadis — sem ponto de
interrogação no título — é a terceira versão cinematográfica do massudo romance
homônimo de Henryk Sienkiewicz. A primeira provocou furor nas bilheterias; é um
dos marcos da história do cinema: Quo vadis? (1913), produção italiana
dirigida por Enrico Guazzoni, recebeu de Rodin a classificação de “obra-prima”.
A segunda, Quo vadis? (Quo vadis?, 1925), coprodução ítalo-alemã,
resultou num estrondoso fracasso: tem direção do poeta e dramaturgo
"decadentista" Gabriele D’Annunzio em parceria com Georg Jacoby.
A
Metro-Goldwyn-Mayer planejava a refilmagem desde 1948. O projeto contava com o
empenho pessoal do todo poderoso chefe da companhia, Louis B. Mayer. Seria produção
de Arthur Hornblow com direção de John Huston e protagonizada por Gregory Peck
e Elizabeth Taylor. Mas o realizador de O tesouro de Sierra Madre (Treasure
of Sierra Madre, 1948) não demonstrava entusiasmo pelo material. Além
do mais, era personalidade difícil, reconhecidamente rebelde. Recebeu imediata
desaprovação do excessivamente controlador Louis B. Mayer. Diante disso, a
produção foi temporariamente suspensa e Huston deslocado para a realização de O
segredo das joias (The asphalt jungle, 1950) e A
glória de um covarde (The red badge of courage, 1951).
Em 1949 Quo
vadis passou às mãos do produtor Sam Zimbalist e a realização foi
confiada a Mervyn LeRoy. Orçado em 8,5 milhões de dólares e anunciado como “O
filme mais colossal já realizado”, ocupou integralmente as atividades do
diretor nos dois anos seguintes, dos quais seis meses foram gastos apenas nas
filmagens. Para fugir às obrigações que teria nos Estados Unidos, com o fisco e
os sindicatos de técnicos e atores, a Metro buscou o exterior. O material foi
integralmente rodado nos estúdios de Cinecittà, Itália. O elenco e a equipe de
realização contaram com vários profissionais italianos cujas entidades
representativas, à época, não possuíam força ou sequer existiam. Por isso, a
maioria dos envolvidos não foi creditada. Isso explica o estranhamento diante
do reduzido tempo ocupado pelos letreiros de apresentação.
Quo Vadis fez escola.
Depois, dos anos 50 até meados dos 60, surgiram as mais variadas superproduções
épicas — principalmente os “espetáculos de túnicas” baseados em relatos
bíblicos, fatos alusivos ao Império Romano e aos primórdios do Cristianismo.
O tribuno Marcus Vinícius (Robert Taylor) |
O filme conta
história de amor e conversão. O tribuno Marcus Vinícius (Taylor) retorna a Roma
depois de bem sucedida campanha contra a Bretanha. Como era habitual em casos
assim, ele e seus legionários são recebidos em triunfo pelo imperador Nero
(Ustinov) e ovacionados pela população. Cerca de 5500 figurantes foram reunidos
nessa sequência, diante de gigantescos cenários reproduzindo o centro nervoso
da Cidade Eterna. “Roma une e civiliza o mundo”. Vinícius acredita firmemente
nisso. É romano e pagão até a medula; arrogante e autossuficiente ao extremo.
Mas é tão superficial como convém a uma mente capaz de raciocinar apenas sobre poder,
prazeres carnais e manobras militares. É sobrinho do poeta Petronius (Genn) — autor de Satiricon —, que lhe consegue acomodações provisórias na casa de Plautius
(Aylmer), general aposentado das legiões romanas.
Marcus Vinícius (Robert Taylor) com o tio e poeta Petronius (Leo Genn) |
Plautius, casado
com Pomponia (Swinburn), tem uma filha adotiva: Lygia (Kerr) — refém do
Império, tirada ainda criança da guarda do pai, o rei da Frigia. Vinícius é
imediatamente atraído por ela. Mas é repudiado. O tribuno não sabe que ela e
todos da casa de Plautius seguem o considerado perigoso e subversivo
Cristianismo.
Amor e redenção: Marcus Vinícius (Robert Taylor) e Lygia (Deborah Kerr) |
Marcus Vinícius
deseja Lygia a todo custo. Convence o imperador a retirá-la da tutela dos pais
adotivos. O amor entre ambos não tarda a aflorar. Mas terá que superar as
intrigas palacianas, a intransigência e o desprezo de Marcus pelos cristãos, a
loucura de Nero, o incêndio de Roma, os ciúmes de Pompeia (Laffan) e as arenas
romanas repletas de feras famintas e outros infames tormentos. Ao final Marcus
Vinícius se rebela contra Nero. Aprisionado com Lygia e os cristãos — acusados
de incendiar Roma —, conhece na masmorra a força dos novos ensinamentos e se
converte. Casam-se aí mesmo, em cerimônia celebrada por ninguém menos que o
apóstolo Pedro (Currie). Chegam vivos ao final da saga, graças à revolta de
legionários fiéis ao tribuno. Deposto, Nero comete suicídio. É substituído por Galba
(Tordi).
Os cristãos lançados às feras no circo romano |
No centro da arena, o forte Ursus (Buddy Baer) tenta proteger Lygia (Deborah Kerr) das investidas do touro diante dos olhares preocupados de Marcus Vinícius (Robert Taylor), à direita |
Os melhores
momentos de Quo vadis ficam por conta de Peter Ustinov. Ele compõe um Nero
afetado, excessivamente caprichoso, vaidoso, demente e megalômano. Julga-se
poeta e possuidor das melhores qualidades artísticas de todo o mundo. Ai de
quem duvidar! Arrasta atrás de si um cortejo de intelectuais — como Sêneca
(Hannen) e Petronius (Genn) — que o aturam a contragosto. Petronius sabe lidar
com o gênio carente de elogios do imperador. Vez ou outra, sempre que
solicitado, emite irônicos juízos de duplo sentido, não percebidos por Nero. O
intérprete de Petronius é também um dos melhores em cena. O limitado e pouco
convincente Robert Taylor é um dos pontos frágeis do filme. Deborah Kerr praticamente
não é exigida.
Nero (Peter Ustinov) e Pompeia (Patricia Laffan) |
Nero não suporta
os odores de Roma no verão. Nessa época a cidade fede. Alega que o cheiro do
povo — que tanto despreza — fica mais forte. Por isso, não consegue imprimir
melhor forma ao poema épico que compõe, iniciado com o verso “Ó chamas
bruxuleantes”. Como se sabe, Roma arderá — em nome da arte no caso de Quo
vadis. As sequências do incêndio impressionam. Constituem um tento da
equipe de efeitos especiais da Metro-Goldwyn-Mayer. Aliás, Hollywood vinha se
especializando em espetáculos pirotécnicos de grande escala desde que Atlanta
ardeu em ...E o vento levou (Gone with the wind, 1939), de Victor
Fleming.
As críticas negativas
endereçadas a Quo vadis são injustas. Em geral, abominam o visual kitsch, de cores berrantes, e
ridicularizam a interpretação de Robert Taylor. Mas o filme é mais que um
festival de estampas bregas e canastrice do protagonista. Provavelmente, é o épico
de “túnicas romanas” mais afinado com o contexto político do momento da
realização. Sinais disso estão presentes logo na narração do prólogo: numa
ênfase liberal avant la lettre, o Império
Romano é associado ao tempo da opressão do indivíduo pelo poder do Estado. O
aparente anacronismo do comentário vai ao chão tão logo se percebe que a Roma
de Nero equivale aos estados totalitários modernos. Os gestos romanos de
saudação são em tudo semelhantes aos braços estendidos dos nazistas quando
diziam “Heil Hitler”. Além do Führer,
o imperador também lembra Stalin. Da boca desses insanos poderia sair esta fala
do personagem de Ustinov: “O mundo é meu e posso destruí-lo”. Os cristãos —
obrigados a se reunir no escuro das catacumbas quando não estão encarcerados ou
aplacando a fome dos leões — correspondem aos judeus do holocausto hitlerista, aprisionados
e exterminados em campos de concentração.
Quo vadis foi indicado ao
Oscar de Melhor Filme. Perdeu para Sinfonia de Paris (An
american in Paris, 1951), de Vincente Meinnelli, num ano em que as
premiações justas da categoria deveriam ir para Um lugar ao sol (A
place in the sun, 1951), de George Stevens, ou Um bonde chamado desejo (A
streetcar named desire, 1951), de Elia Kazan. Justiça em Quo
vadis seria premiar Leo Genn e Peter Ustinov. Ambos foram indicados a
Melhor Ator Coadjuvante. Mas a estatueta da categoria foi para Karl Malden pelo
filme de Kazan.
Um dos melhores momentos
de Quo
vadis é quando alguém do séquito de Nero observa a multidão apavorada fugindo
do incêndio e tentando invadir o Palatino — área reservada ao imperador e
protegida das chamas. “Querem sobreviver” — afirma. Ato contínuo Nero responde:
“Quem pediu que sobrevivessem?”. Memorável também é o instante em que o
personagem de Ustinov desaba em chiliques ao ler as últimas e sinceras palavras
que Petronius lhe dirigiu antes de cometer suicídio. O intelectual percebeu que
o vento não levaria tão facilmente a fumaça do incêndio e preparou a própria
saída do conturbado e ensandecido mundo romano. "Virão tempos nada bons
para as artes" — afirmou ao deixar a cena. Mais conveniente é deixar o
caminho livre para Nero e sua harpa.
Petronius (Leon Genn) e Marcus Vinícius (Robert Taylor) |
Entretanto,
algumas passagens poderiam ser evitadas. Soaram excessivamente constrangedoras,
a ponto de provocar riso involuntário ou mal estar na plateia. Nesse particular,
merece destaque o momento em que o imobilizado Marcus Vinícius é obrigado a presenciar,
no circo, a cena de Lygia atada ao poste e sob ataque de um touro. Ursus (Baer)
— o forte e gigantesco guardião da moça — tem apenas as mãos para defendê-la. Tudo
bem ao que se passa no centro da arena. Mas Marcus Vinícius pronunciando “Ó,
Cristo, dai-lhe forças” é tão forçosamente falso a ponto de deixar incomodado o
mais beato dos espectadores.
Tigelinus (Ralph Truman), comandante da guarda pretoriana, e Nero (Peter Ustinov) |
Algumas cenas
mais espetaculares de Quo vadis não foram dirigidas por
Mervyn LeRoy. Ficaram a cargo do não creditado Anthony Mann — também no cargo
de segundo assistente de direção —, realizador de alguns dos melhores westerns
dos anos 50 — Winchester'73 (Winchester'73, 1950), Almas
em fúria (The Furies, 1950), E o sangue semeou a terra (Bend
of the river, 1952), O preço de um homem (The
naked spur, 1953), Região do ódio (The far country, 1954), Um
certo capitão Lockhart (The man from Laramie, 1955), O
homem dos olhos frios (The tin star, 1957) e O
homem do Oeste (Man of the West, 1958) — e, na
década seguinte, de dois épicos de respeito: El Cid (El
Cid, 1960) e A queda do Império Romano (The
fall of Roman Empire, 1963).
A ainda
desconhecida Sophia Loren faz figuração não creditada como escrava de Lygia. Na
mesma situação Elizabeth Taylor aparece entre os cristãos lançados na arena. Igualmente
não creditados estão Walter Pidgeon fazendo a narração, o "Bambino" Bud
Spencer como membro da guarda pretoriana e Sérgio Leone na direção de segunda
unidade.
Roteiro: John Lee Mahin, S. N. Behrman, Sonya Levien, com
base na novela homônima de Henryk Sienkiewicz. Contribuição ao roteiro (não creditada): Hugh Grey. Música: Miklós Rózsa. Letra das canções: Hugh Gray. Direção de fotografia (Technicolor):
Robert Surtees, William V. Skall. Consultor
de Technicolor: Henri Jaffa. Direção
de arte: William A. Horning, Cedric Gibbons, Edward Carfagno. Montagem: Ralph E. Winters. Coreografia: Marta Obolensky, Auriel
Millos. Supervisão de gravação de som:
Douglas Shearer. Decoração: Helen Hunt,
Elso Valentini (não creditado). Efeitos
especiais: Thomas Howard, A. Arnold Gillespie, Donald Jahraus. Costumes: Herschel McCoy. Penteados: Joan Johnstone, Sydney
Guilaroff. Maquiagem: Charles E.
Parker. Produção de elenco (não
creditada): Mel Ballerino, Irene Howard. Assistente de produção de elenco (não creditada): Rino Guidi. Assistente de gerente de produção (não
creditado): Mack D'Agostino. Gerente
de produção (não creditado): Henry Henigson. Assistente de direção (não creditado): Peter Bolton. Direção de segunda unidade (não creditado):
Sergio Leone. Segundo assistente de
direção (não creditado): Anthony Mann. Construção
do set (não creditada): Donald P. Desmond. Storyboard (não creditado): Mentor Huebner. Planejamento do set (não creditado): Italo Tomassi. Assistente de som (não creditado):
Piero Cavazzuti. Som (não creditado):
Robert B. Lee. Arte matte (não
creditada): Peter Ellenshaw. Foco da
terceira unidade (não creditado): Dennis Bartlett. Eletricidade (não creditada): Fenton Hamilton. Assistente de câmera (não creditada): Arthur Lemming. Apoio à câmera (não creditado): Leo
Monlon. Operadores de câmeras (não
creditados): George Pink, John Schmitz. Joalheria (não creditada): Joan Joseff. Orquestração (não creditada): Eugene Zador. Transportes (não creditado): Eddie Frewin. Consultoria histórica (não creditada): Hugh Gray. Publicidade (não creditada): Howard
Dietz, Morgan Hudgins. Interação da
produção com a MGM britânica (não creditada): Ben Goetz. Execução musical (não creditada): The
Philharmonia Orchestra of London. Sistema
de mixagem de som: Western Electric Sound System. Tempo de exibição: 171 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1975)
Caro Eugenio,
ResponderExcluirÉ seguir lendo e aprendendo, como nunca me nego a dizer.
Não conhecia as participações do Mann, do Leone, da Liz e de muitos outros que agiram em prol da criação desta boa pelicula.
Também desconhecia que os estudios de Roma/Cinecitá, fora o palco de sua criação, como o foi de Ben Hur e de outros épicos norte americanos.
Verdade pura que a Kerr não tem chances alguma na pelicula do Le Roy. Mas, convenhamos: o Taylor, que não é um ator tão desqualificado assim, deixa sim, e muito, a desejar.
Quase que com certeza a coisa não se deva exclusivamente a ele, pois os roteiristas tinham muito a criar, a desenrolar, a por em cena muitos e muitos outros personagens.
O papel e as falas perfeitas de Genn foram retiradas do fundo de algum minadouro. O que fizeram Nero citar com sua loucura paralela, trata-se de belos achados.
E o Taylor, por ser o principal nome da fita, tinha que se virar e até permanecer muitos e muitos momentos sem falas ou com falas sem poder. Dificil não fazer esta afirmação.
Porém, salvo alguns exageros, como o retorno de Pedro a Roma depois daquela muito mal feita aparição do Superior, o filme é um verdadeiro espetáculo de beleza, cores e emoções.
Quando Marcus Vinícius segura aquele pequenino durante a fuga dos romanos do incendio, percebia-se ali já a quebra de sua transformação para o lado cristão. E o restante das cenas que se seguem àqueles momentos iniciais, são algo de não se poder esquecer, pois o incendio de Roma é tão perfeito para a época, que mais se assemelha a uma realidade.
Não há duvidas também que o Genn e o Ustinov mericiam, com toda justiça, o premio de coadjuvante.
Porém, a injustiça com Um Lugar ao Sol foi além dos limites. Ninguém naquele ano tinha cartas na manga ou frutos no pomar suficientes para vencer o filme de Stevens. Possivelmente a maior das injustiças ocorridas naquela premiação.
Quanto aos efeitos também me surpreendi. O incendio de Roma é de estarrecer, além de ser uma cena longa e sempre no mesmo pique de qualidade.
Gosto do Le Roy e até acho que mesmo sem a mão dada por Mann ele terminaria por fazer uma boa pelicula. Porém, quatro mãos funcionam sempre melhor que duas, daí sair a beleza que saiu Quo Vadis.
jurandir_lima@bol.com.br
Olá, Jurandir!
ExcluirBom dia!
Sempre fiquei incomodado com algumas coisas em QUO VADIS, apesar de apreciar muito este filme. O excesso de estampas em cores muito berrantes, a interpretação de Robert Taylor e o papel um tanto quanto subalterno a que Deborah Kerr foi relegado. Quando ao mais, só posso louvar. Adoro aqueles intrigas palacianas e as interpretações de Genn e Ustinov. O primeiro com suas tiradas, agindo como consciência daquela época conturbada, o outro se perdendo mais e mais na insanidade e carregando nas tintas com os caprichos que dão sentido a qualquer déspota. Grande desempenho do Ustinov.
O incêndio ainda impressiona. Não é um simples fogo, apreciado ao longe, que o espectador experimenta de forma impessoal. Não! É quente mesmo, queima, é visceral. A segunda unidade do Anthony Mann, os coordenadores de multidões e os técnicos de efeitos especiais estavam afinados em sintonia. Quando garoto, era facilmente impressionável e acho que ainda sou. Sempre que eu via QUO VADIS, tinha dificuldades para pegar no sono por causa do temor que sentia com o incêndio de Roma. É um filme que sempre me agrada rever.
Abraços.