O 'profissional', em sentido estrito, é uma decorrência da
ética protestante segundo Max Weber. O sociólogo alemão o define, idealmente,
como alguém obediente ao chamado da vocação. Seu amor próprio depende do
cumprimento de uma atividade à qual se julga apto. Realizá-la é, acima de tudo,
um dever, uma missão revestida de conteúdo sagrado. Desse ordenamento não pode
abrir mão, não importam as circunstâncias ditadas por estados de ânimo, emoções
e sentimentos. Não sei se Howard Hawks conhecia a sociologia de Weber. No
cinema, ninguém melhor que ele abordou o 'profissional' tão ao gosto das
elaborações idealtípicas do autor. Geralmente os cowboys, soldados, caçadores,
coristas, policiais, gângsters e aventureiros de todos os matizes do universo
hawksiano se enquadram no modelo. Um dos melhores exemplos é Geoff Carter
(Cary Grant) de Paraíso infernal (Only angels have wings, 1939). O
personagem é uma construção mítica, um tipo ideal de indivíduo, uma utopia da
masculinidade tão ao gosto do diretor. Como em outros filmes de sua lavra, também
está à frente de um fechado grupo de homens em cujo centro a mulher se
posiciona como complemento necessário mas desestabilizador.
Paraíso infernal
Only
angels have wings
Direção:
Howard
Hawks
Produção:
Howard
Hawks
Columbia
Pictures Corporation
EUA — 1939
Elenco:
Cary
Grant, Jean Arthur, Richard Barthelmess, Thomas Mitchell, Sig Ruman, Rita
Hayworth, Allyn Joslyn, Victor Kilian, John Carroll, Donald “Don Red” Barry,
Noah Beery Jr., Manuel Ávarez Maciste, Melissa Sierra, Lucio Villegas, Pat Flaherty,
Pedro Regas, Pat West e os não creditados Enrique Acosta, Harry A. Bailey,
Wilson Benge, Dick Botiller, Stanley Brown, Cecilia Callejo, Candy Candido,
Rafael Corio, Lew Davis, Vernon Dent, Curley Dresden, Elena Durán, Budd Fine,
Eddie Foster, Tex Higginson, Raúl Lechuga, Jack Lowe, Francisco Maran, James
Millican, Charles R. Moore, Forbes Murray, Tessie Murray, Aurora Navarro, Inez
Palange, Ed Randolph, Al Rhein, Kay Robinson, Sam Tong, Victor Travers, Marion
Wolfe.
Howard Hawks, cineasta que melhor concebeu os profissionais |
"O melhor drama mostra um homem em perigo". Esta é a máxima de Howard Hawks, cineasta e piloto de aeronaves e lanchas. No set de filmagens, na terra, no ar e na água, atraía-o a velocidade e, por extensão, o gosto da aventura, a sensação de viver perigosamente. O diretor se projeta nos protagonistas de seus filmes. Para eles, o presente é o tempo que vale. Têm o pensamento ligado, exclusivamente, aos exatos momentos e contextos dos riscos corridos. Vigiam os próprios movimentos e o entorno da ação. Qualquer descontrole, mecânico ou emocional, pode ser fatal. Por isso, é conveniente afirmar, com base em Veillon[1], que são tão centrados e pontuais os vigorosos personagens masculinos das aventuras cinematográficas de Hawks. Vivendo sob o signo da aceleração, obrigam-se à rígida suspensão dos sentidos. Submetidos à permanente tensão física, evitam, em consequência, as pressões dramáticas, as armadilhas do amor, os conflitos do coração. Apagam o passado e não pensam no futuro. Importam-se somente com o aqui e agora. Nos filmes do diretor, esse código vital imprime sentido ao ethos de aviadores e automobilistas. Da mesma forma, orienta o modo de ser de cowboys, coristas, gângsters, policiais e caçadores. Generalizando, todos os personagens de Hawks agem como pilotos no controle de existências metaforicamente assemelhadas a bólidos metafísicos, sujeitos, portanto, aos mais diversos golpes do imponderável.
Hawks explora
magistralmente esse universo em Paraíso infernal — quarta das suas
cinco incursões pelo tema da aviação. As outras são Conquistando os ares (The
air circus, 1928), A patrulha da madrugada (The
dawn patrol, 1930), Heróis do ar (Ceiling zero, 1935) e Forja
de heróis (Air force, 1943). Cary Grant, protagonista de Paraíso
infernal, marca presença em mais quatro filmes do diretor: Levada
da breca (Bringing up baby, 1938), A noiva era ele (I was
a male war bride, 1949), Jejum de amor (His girl friday, 1940) e O
inventor da mocidade (Monkey business, 1952).
Geoff Carter (Cary Grant), à direita, com Bonnie Lee (Jean Arthur), Dutch (Sig Ruman), Sparks (Victor Kilian) e Joe Souther (Noah Beery Jr.) |
Paraíso infernal tem ação passada
em Barranca, cidade portuária de algum país da América do Sul (Chile? Peru?
Equador?). A caracterização do lugar — cercado por
montanhas que lembram os Andes, acossado por tempestades e espessas camadas de
neblina — preserva o exotismo e o mistério típicos das visões que o
cinema estadunidense, ruim de geografia, endereça às plagas subdesenvolvidas. Uma
mulher — causa de desestabilização nas tramas do diretor — introduz o
espectador na história. Trata-se de Bonnie Lee (Arthur), decidida corista
americana do Brooklyn em viagem ao Panamá, onde um emprego a espera.
Bonnie aproveita
a escala do navio em Barranca para espairecer. Em terra, faz amizade com os
pilotos Les Peters (Joslyn) e Joe Souther (Beery Jr.), que buscam a alegre
companhia do sexo oposto. Ao ser abordada nas vielas escuras e nevoentas,
responde: “São americanos! Pensei que eram trapaceiros”. A fala, de conteúdo
tão etnocêntrico, não passa despercebida. Entretanto, isso importa pouco. Mais
significativos são os desdobramentos do encontro de Bonnie com os rapazes. Eles
a introduzem no universo hawksiano, um fechado grupo masculino reunido no misto
de bar, mercearia, pousada, agência postal e empresa aérea de John van Ruyter
(Ruman), vulgo Holandês (Dutchy, no original).
Bonnie Lee (Jean Arthur) e, com o violão, o cantor vivido por Manuel Àlvarez Maciste |
O profissional Geoff Carter (Cary Grant) e a desestabilizadora Bonnie Lee (Jean Arthur) |
Atraída pelo
lugar, Bonnie esquece o Panamá e resolve ficar. Torna-se observadora
participante, mais de um modo de vida que propriamente de uma história. Aliás,
em alguns filmes de Hawks as narrativas metódicas contam muito pouco. Ao
diretor interessam o indivíduo e a situação que o determina, suas ações e seu
código de ética. Paraíso infernal é exemplo disso, da mesma forma que Onde
começa o inferno (Rio Bravo, 1959), Hatari!
(Hatari!,
1962) e Eldorado (Eldorado, 1967), para citar apenas
esses. São filmes que, grosso modo, não se ordenam em torno de um eixo
narrativo de muitos desdobramentos. Seus roteiros se apoiam em tramas simples,
às vezes rudimentares. Assemelham-se mais a fiapos de argumentos que a
descrições carregadas de pleno sentido. Apesar disso, fornecem agudas
observações do cotidiano rotineiro e enganadoramente banal de um grupo de
indivíduos afligidos pelas contradições típicas do universo tão caro ao
cineasta: dúvida versus certeza, responsabilidade versus convicção. Os polos
destas dicotomias pressupõem escolhas traduzidas como riscos. Mas, mais do que
se importar com a opção tomada, a coletividade que deposita esperanças no herói
hawksiano sabe o fundamental: ele é plenamente confiável; não fraquejará em público. Nada o
desviará da missão a cumprir. Certamente, a simplificação das histórias
contadas por Hawks é imposta pelo desenho do herói. O cineasta apresenta não a
imagem de um homem real, que encontra prolongamento no cotidiano. O
protagonista de seus filmes é uma construção mítica, um tipo ideal de
indivíduo, uma utopia da masculinidade. O diretor projeta seus valores numa
abstração e para ela orienta a atenção do espectador. Evita distraí-lo com as áreas
de dispersão encontradas nos processos descritivos mais elaborados e complexos.
Geoff Carter
(Grant, em papel a princípio pensado para Clark Gable) é o 'Homus hawksianus' de Paraíso
infernal. É o chefe dos pilotos que movimentam a empresa aérea do
Holandês. Os precários aviões levam principalmente correspondência e cargas de
todos os tipos. O negócio atravessa fase ruim. Pode melhorar com a
possibilidade de novo e lucrativo contrato. Para consegui-lo deve, da forma em
que está, revelar-se eficaz e confiável. Carter não mede esforços para reerguer
a companhia. É profissional rigoroso, duro e positivo. Também é leal, honesto,
companheiro e franco. Não mede palavras e atos. Afirma e demonstra o que sente,
sem rodeios. Nada esconde. É o que demonstra ao demitir o piloto Gent Sheldon
(Carroll), por se recusar a transportar nitroglicerina a uma exploração
petrolífera. Com a mesma sinceridade proíbe o amigo Kid Dabb (Mitchell) de voar após confirmar
seus problemas visuais. Diante dele, à beira da morte, não o ilude com falsas
esperanças.
Thomas Mitchell no papel de Kid Dabb |
Tensão em terra diante de um perigo no céu de Paraíso infernal |
O mundo de Carter
está limitado ao campo de ação da empresa. Fora desse entorno é como se mais
nada existisse. Ele tem ciência dos riscos que espreitam a atividade levada a
cabo em aviões e rotas pouco confiáveis. Sabe também que os pilotos reunidos em
sua volta são indivíduos responsáveis por seus atos. Optaram livremente pelo
trabalho. Foram convenientemente informados dos perigos. Por isso, não tem
crises de consciência quando alguns morrem nos vários acidentes que fazem o
cotidiano da empresa. Conforma-se dizendo: “Ele não era bom o bastante” —
comentário curto e seco endereçado a Joe Shouter, falecido ao se chocar contra
a pista ao tentar pousar sob baixa visibilidade. Bonnie se horroriza com a
frieza das palavras. Depois, ato contínuo, escandaliza-se ao ver Carter se
apoderar do bife que seria servido ao piloto desaparecido. Mas, conforme Sérgio
Augusto, não há crueldade nem cinismo tanto na fala como no gesto. Sobram, sim, pragmatismo e estoicismo[2].
Bonnie não demora a compreender isso. Logo percebe que está diante de uma realidade
revestida de fugacidade. “Puxa, tudo aqui acontece tão rápido”, diz.
Num mundo assim, vale somente a vida. E viver ali é muito pouco seguro. Por isso, os mortos são
imediatamente esquecidos, como Joe, expulso da lembrança dos companheiros tão
logo os deixou. O esquecimento é terapêutico. Aos que ficam, é o método que
permite encontrar forças ao necessário prosseguimento da instável existência
que levam. O mundo fugaz não permite demonstrações de afetos, lembranças e o
acúmulo de bens. Cada qual guarda o estritamente necessário. As recordações são
apagadas. A memória é uma armadilha. É inútil a quem não tem certeza de viver o
suficiente para contar uma história. Pode desviar a atenção das ações que
precisam ser cumpridas no presente, o único tempo que de fato importa.
Quando sobre tempo, abrem-se permissões à confraternização e celebração da vida que, no mais das vezes, transcorre em meio à fugacidade |
Kid Dabb, o
melhor amigo de Carter, tem clara percepção do problema. Gravemente ferido em
acidente provocado por um condor que atravessou o visor do avião, está certo de
que não se recuperará. Pede aos companheiros para morrer sozinho. Não quer ser
visto na condição de moribundo. Ninguém precisa guardar sua imagem com pescoço
quebrado. A fortaleza Carter é abalada com o passamento do parceiro. Mas a
sensação de pesar é breve. Dura o tempo necessário para o personagem de Manuel
Maciste entoar ao violão uma balada de despedida. Tudo volta à normalidade com
o fim do nevoeiro. O bom tempo permite o retorno da companhia às atividades de
sempre. Kid é logo esquecido. Novamente, os aviadores estão em ação. A situação de Carter
e Peters, ligeiramente avariados, cada qual com um braço na tipoia, torna-se
irrelevante. São profissionais. Têm um trabalho a cumprir, não importa o estado
ou a situação em que se encontram. O melhor exemplo disso, provavelmente, é Tex
(Barry), o sentinela da cordilheira. Mora sozinho e distante em uma cabana de
posição elevada, vigiando os perigos à espreita dos aviadores. O rádio é seu
único contato com o mundo.
O novo piloto,
Bat MacPherson (Barthelmess), confirma a tese da memória como armadilha.
Apresenta-se acompanhado da esposa Judy (Hayworth aos 21 anos, em seu primeiro
papel de destaque). Na verdade, chama-se Kilgallon, nome que traz lembranças
terríveis a quem o ostenta e aos pilotos de Carter. Tem fama de covarde.
Abandonou um avião em pane, largando à própria sorte o companheiro de voo,
irmão de Kid que acabou perecendo. Ninguém o quer. Entretanto, a necessidade da
empresa obriga Carter a contratá-lo. Recebe as missões mais perigosas. É um
homem atormentado, acossado pela memória, em busca de redenção. Carter não
revela mas compreende MacPherson. Sabe que os homens ostentam uma fortaleza
aparente. São frágeis, dominados por desejos e sentimentos pouco nobres, nem
sempre passíveis de controle. Tem conhecimento das marcas que as recordações
ruins produzem nos indivíduos. Por isso, recrimina Judy. Ela não sabe do
passado do marido e tem curiosidade para descobrir as causas de tanta aversão.
Mas a MacPherson também é ocultado que ela fora casada com Carter. Disso ele
não necessita tomar conhecimento. Algumas memórias são exclusivamente
individuais. Nada justifica o desejo de compartilhá-las.
Geoff Carter (Cary Grant) e a desestabilizadora Judy (Rita Hayworth) |
Entretanto,
MacPherson tem possibilidade de se redimir. Poderia ter abandonado o
mortalmente ferido Kid no trimotor em chamas. Arriscou-se
para devolvê-lo ao solo. Diante desse ato heroico o passado ruim de Kilgallon é
esquecido. O atormentado personagem vivido por Richard Barthelmess agora faz
parte do grupo.
Paraíso infernal, segundo o
diretor, foi baseado em
fatos. MacPherson , por exemplo, remete a alguém que Hawks viu
saltar de um avião, abandonando o companheiro indefeso. No filme, as ligações
entre os incidentes são fictícias — atesta —, mas o relacionamento entre Bonnie
e Carter é autêntico, também "o lugar (...), um pequeno porto da Grace
Line, na América do Sul”, afirma o cineasta[3].
Somente a
presença feminina desestabiliza o universo masculino de Hawks. A mulher
significa o imprevisível, pois, segundo o diretor, não controla emoções. É como
a natureza, tão perigosa quanto a tempestade e a névoa que ofuscam a
visibilidade dos pilotos. Não é à toa que Carter acusou Bonnie pela morte de
Joe Shouter. O piloto estava apressado para jantar com ela. Por isso, não
conseguiu vencer a cerração e pousar em segurança. Da mesma
forma que a neblina, a lembrança de Bonnie o ofuscava. Adiante, preocupada com
a segurança de Carter, a apaixonada personagem de Jean Arthur dispara o
revólver acidentalmente contra ele, impedindo-o provisoriamente de voar. Mas,
apesar de tudo, Hawks sabe, como Carter, que a impulsividade feminina é o
contraponto necessário à racionalidade masculina. Não para menos MacPherson se
faz acompanhar de Judy. A mulher é um complemento necessário, da mesma forma
que os riscos da natureza. São dois elementos desafiadores, misteriosos, que
abrandam a rotina e encantam um setor tão previsível, mecânico e masculino da
existência.
Rita Hayworth vive Judy em Paraíso infernal |
Elementos
dramáticos e narrativos de Paraíso infernal são aproveitados no
roteiro que Kenneth Gamet e Barry Trivers escreveram para Os tigres voadores (The
Flying Tigers, 1942), filme de guerra dirigido por David Miller e
protagonizado por John Wayne.
Roteiro: Jules Furthman, Howard Hawks (não creditado),
Eleanore Griffin (não creditada), William Rankin (não creditado), com base em
história de Jules Furthman e Howard Hawks. Direção
de fotografia (preto-e-branco): Joseph Walker. Fotografia aérea: Elmer Dyer. Montagem:
Viola Lawrence. Música: Dimitri
Tiomkin. Direção musical: Morris W.
Stoloff. Consultor técnico e chefe dos
pilotos: Paul Mantz. Efeitos
especiais: Roy Davidson, Edwin C. Hahn. Direção de arte: Lionel Banks. Maquiagem:
Robert J. Schiffer. Assistente de
direção: Arthur S. Black Jr. Mixagem
sonora: Western Electric Sound System. Figurinos:
Robert Kalloch. Tempo de exibição:
121 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1994)
[1] VEILLON, Olivier-René. O cinema americano dos anos
cinquenta. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 95.
[2] AUGUSTO, Sérgio. Globo exibe Paraíso infernal, de
Hawks. Folha de São Paulo, São Paulo, 20 maio 1987. Ilustrada, p. 35.
[3] HAWKS, Howard. In: SADOUL, Georges. Dicionário
de filmes. Porto Alegre: L&PM, 1993. p. 301. Parênteses de José
Eugenio Guimarães.
Salve Eugenio!
ResponderExcluirHoward Hawks foi sem dúvida um artesão de primeira na Sétima Arte, embora seus heróis sejam bem que utópicos, acima de qualquer desafio. Gosto muito de ONDE COMEÇA O INFERNO, que foi uma resposta republicana a MATAR OU MORRER, de Fred Zinnemann, que foi redigido por quem andou perseguido pelo Macarthismo, e foi uma alusão ao “Caça as Bruxas” como sem sabemos. Embora goste muito de “RIO BRAVO”, de Hawks, e de Wayne, meu herói/xerife favorito é Will Kane (Gary Cooper), muito mais humano e real.
Segundo as observações de John Wayne, seguido fielmente pelo “cineasta falcão”, era ridículo e humilhante um homem da lei pedir ajuda na hora de perigo, ao que me fez analisar uma pauta em seu artigo sobre Hawks: “O personagem é uma construção mítica, um tipo ideal de indivíduo, uma utopia da masculinidade tão ao gosto do diretor”. Isto é, a mitologia de um homem individualista que consegue vencer os obstáculos sem ajuda, dando tapa a cara para todos os desafios que encontra pela frente. Ele tem suas próprias convicções, e obviamente, o personagem de Cary Grant em PARAÍSO INFERNAL não seria exceção.
Quanto a este clássico, assisti há muitos anos e preciso rever imediatamente. Talvez Clark Gable no papel seria a escolha mais acertada, mas Grant era um ótimo ator e sem dúvida, não deixou o público a desejar.
Abraços
Paulo Telles
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Howard Hawks é o melhor cineasta para traduzir a ideia de indivíduo conforme os significados que foram ditados pela Ética Protestante e que foram bem conformados pelos Estados Unidos. Veja o que era o personagem do John Wayne em Rio Vermelho: a própria razão personificada, mesmo que assumisse, de vez em quando, um comportamento totalmente irracional. É o cara que faz aquilo que tem que fazer, como se sua salvação dependesse disso. Nesse sentido, Cary Grant não nega fogo em "Paraíso infernal". Adoro esse filme.
Já exibi muitos filmes de Howard Hawks para meus alunos das disciplinas de Sociologia, com o objetivo de mostrar a eles o que é um profissional no sentido ideal do termo. Os melhores profissionais do cinema estão nos filmes do "cineasta falcão", como você gosta de se referir ao Hawks.
Um abraço
José Eugenio Guimarães
Com comentário sensacional eu só posso dizer que este filme é sensacional ,para mim .
ResponderExcluirExcelente postagem!
Que belo texto! O melhor que já li para este que é o meu filme preferido!
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