Hoje, infelizmente, o diretor John Farrow está relegado
aos status de marido de Maureen
O’Sullivan e pai de Mia Farrow. Faleceu precocemente em 1963, aos 58 anos.
Artesão competente, fez filmes os mais diversos, inclusive cinco westerns: Califórnia
(California,
1947), O vale da ambição (Copper canyon, 1950), O
último caudilho (Red mountain, 1951), de
William Dieterle — para o qual trabalhou como diretor não creditado —, A
bela e o renegado (Ride, vaquero!, 1953) e Caminhos
ásperos (Hondo, 1953) — o melhor. Esta apreciação, escrita em 1977,
trata de Califórnia. É ambicioso épico valorizado por acurado aparato de
produção: cenografia, reconstituição de época, música, fotografia e figurinos.
Lamentavelmente, falhou na pretensão de abordar tudo em escassos 97 minutos: as
caravanas das ilusões pioneiras, corrida do ouro e pendengas amorosas até
chegar aos bastidores políticos da luta pela elevação do território à condição de
trigésimo primeiro estado da União. Na falta de um seguro foco narrativo, ganham
evidência o trabalho de câmera e as interpretações de Ray Milland, Barbara
Stanwyck, Barry Fitzgerald e George Coulouris como o paranoico e delirante
vilão com nome para lá de esquisito: Pharaoh Coffin. Anthony Quinn, ainda mero
coadjuvante, mostra talento como dançarino.
Califórnia
California
Direção:
John Farrow
Produção:
Paramount
Pictures
EUA — 1947
Elenco:
Barbara
Stanwyck, Ray Milland, Anthony Quinn, Barry Fitzgerald, George Coulouris,
Albert Dekker, Frank Faylen, Gavin Muir, James Burke, Edward Ciannelli, Roman
Bohnen, Argentina Brunetti, Howard Freeman, Julia Faye e os não creditados Crane
Whitley, Joey Ray, Tommy Tucker, Frances Morris, Minerva Urecal, Virginia
Farmer, Dock McGill, Sam Flint, Stanley Andrews, Don Beddoe, Harry Hayden, Ian
Wolfe, Billy Andrews, Gary Armstrong, George Barton, Jack Baxley, Hank Bell, Al
Bridge, Lane Chandler, Tom Chatterton, Russ Clark, Jeff Corey, Lester Dorr,
Phil Dunham, Ralph Dunn, Eddie Ehrhart, Diane Ervin, Tom Fadden, Frank
Ferguson, Francis Ford, Bud Geary, Joe Gilbert, Jesse Graves, Frank Hagney,
William Hall, Gertrude Hoffman, Si Jenks, Ethan Laidlaw, Rex Lease, George
Magrill, Louis Mason, George McDonald, George Melford, Tony Paton, Lee Phelps,
Pepito Pérez, Fredric Santly, Kathryn Sheldon, LeRoy Taylor, Phil Tead, Janet
Thomas, Philip Van Zandt, Dick Wessel, Joe Whitehead, Will Wright, Al Ferguson,
Albert Cavens, Albert Ray, Ann Kunde, Betty Farrington, Bill Hunter, Blackie
Whiteford, Bob Burns, Bob Kortman, Bobby Warde, Cap Somers, Charles Soldani,
Chet Brandenburg, Chick Hannan, Clancy Cooper, Colin Kenny, Darby Jones, Dave
Kashner, Ed Randolph, Ethan Laidlaw, Frank Mills, George Anderson, George
Bruggeman, George Lloyd, George Sowards, Guy Wilkerson, Harry Cording, Henry
Wills, Jack Perrin, Jack Rube Clifford, James Davies, Jasper Palmer, Jimmie
Dundee, John George, John Sheehan, Joseph E. Bernard, Kernan Cripps, Len Hendry,
LeRoy Edwards, Martin Garralaga, Mitchell Rhein, Pedro Regas, Perc Launders,
Richard M. Norman, Stanley Blystone, Wesley Hopper, William Meader.
O diretor John Farrow com os atores Diana Dors e Rod Steiger durante intervalo das filmagens de A vergonha de ser profana (The unholy wife, 1957) |
Muito
injustamente, o diretor John Farrow é mais conhecido — ao menos nos dias que
correm — como marido da Jane do Tarzan: a atriz Maureen O’Sullivan. Do
casamento nasceu a não menos famosa Mia Farrow, intérprete de Rosemary
Woodhouse — mãe do filho do capeta em O bebê de Rosemary (Rosemary’s
baby, 1968), de Roman Polanski — e moçoila que horrorizou a moral
puritana ao contrair matrimônio, com apenas 21 anos, em 1966, com o cinquentão
Frank Sinatra. Apesar do rápido esquecimento que lhe envolveu o nome, John
Farrow trouxe à luz títulos no mínimo interessantes. Alguns marcaram época: Nossos
mortos serão vingados (Wake island, 1942), A
quadrilha de Hitler (The Hitler gang, 1944), O
relógio verde (The big clock, 1948), A
noite tem mil olhos (Night has a thousand eyes, 1948), O
enviado de Satanás (Alias Nick Beal, 1949), O
vale da ambição (Copper canyon, 1950), Caminhos
ásperos (Hondo, 1953) e Ainda não comecei a lutar (John
Paul Jones, 1959).
Califórnia — seu primeiro
western — é o vigésimo quinto dos 49 trabalhos que assinou ao longo de uma
carreira de três décadas, encerrada precocemente em 1963, aos 58 anos, por
ataque cardíaco. No gênero também é responsável por O vale da ambição, A
bela e o renegado (Ride, vaquero!, 1953) e Caminhos
ásperos. Pode-se acrescentar a esses títulos O último caudilho (Red
mountain,
1951), para o qual trabalhou como diretor não creditado: rodou algumas
sequências em substituição ao impossibilitado titular William Dieterle, intimado,
na ocasião, a comparecer perante o Comitê de Investigação de Atividades
Antiamericanas (House Un-American Activities Committee – HUAC) do Senado
estadunidense.
Lily Bishop (Barbara Stanwyck) e Jonathan Trumbo (Ray Milland) |
Belamente
embalado, Califórnia é ambicioso em suas pretensões épicas. Infelizmente,
tem desenvolvimento rasteiro. Faltam-lhe densidade e foco. Todo o aparato de
produção da Paramount entrou em campo para trazer à luz um filme B com
requintes de realização de primeira grandeza. Os 97 minutos de exibição são insuficientes
para abarcar completa e satisfatoriamente a complexa e diversificada trama
contida no roteiro de Frank Butler, Theodore Strauss e do não creditado Seton
I. Miller, extraído da história homônima de Boris Ingster. Uma profusão de
acontecimentos tem como partida o poder de atração exercido pelo então
território da Califórnia entre os pioneiros alimentados por ideais puritanos e
revestidos pelas narrativas bíblicas sobre a terra da promissão. O filme começa
maravilhosamente bem: portentosa caravana de gente simples — em geral famílias
—, conduzida pelo guia Jonathan Trumbo (Milland) — homem de poucas palavras e
passado obscuro — luta para chegar em segurança às “terras livres” de
Sacramento. Evidencia-se de imediato o rigor da recriação de época. Cenários,
figurinos, equipamentos e utensílios estão afinados com o final da década de 40
do século 19. As canções e ditos populares que legitimam e animam o espírito
pioneiro correspondem, apesar dos excessos — como faz falta um bom poder de
síntese! —, ao tempo histórico focalizado e conferem rara fidelidade ao
empreendimento cinematográfico. Impulsionados pela determinação mosaica do Exodus,
homens e mulheres, apoiados na fé e na firme convicção dos seus ideais, buscam a
felicidade prometida pelo direito à propriedade na “terra sem males”. Mas os
bons propósitos vão por água abaixo quando a notícia da descoberta de ouro no
território alcança a caravana. Cessa o espírito colonizador que antevia atividades
prósperas, seguras e permanentes como arar, semear, cultivar e colher. Agora,
impera o desejo do enriquecimento fácil e imediato a qualquer preço. O espírito
colonizador é sobrepujado pelo impulso aventureiro estimulado pela cobiça. A
caravana se desfaz na confusão armada por todos em obediência ao lema de cada
qual por si na busca ao quinhão dourado. Incapaz de conter a desorganização, Trumbo
é gravemente ferido pelo desafeto Booth Pennock (Muir) e deixado para trás na
companhia do sereno, sábio e realista Michael Fabian (Fitzgerald), irlandês com
pretensões ao cultivo de vinhas.
A partir daí Califórnia
se converte num carrossel de ritmo desigual. Passa da caravana das ilusões pioneiras
à ensandecida corrida do ouro. Logo chega às disputas políticas entre poderosos
interesses privados — que tentam manter a região como território aberto à livre
exploração de negociantes e especuladores de todos os tipos — e “homens de
bem”, candidatos a cidadãos, em campanha para transformá-la no trigésimo
primeiro membro da União, regulada por leis e princípios garantidores de direitos.
No meio deste imbróglio se elevam as más intenções do traficante de escravos africanos
Capitão Pharaoh Coffin (Colouris), delirante paranóico assombrado pelos fantasmas
dos negros mortos em seus navios. Almeja transformar a Califórnia em império
pessoal, um grande empreendimento privado. Também sobra espaço à faiscante pendenga
amorosa entre a nada fácil e vingativa Lily Bishop (Stanwyck) — sempre em busca
de reparações às humilhações sofridas — e o ríspido e direto Jonathan Trumbo.
Lily Bishop (Barbara Stanwyck) é lançada ao chão pela Liga da Decência de Pawnee Flats |
É antológica a
entrada em cena da personagem interpretada por Stanwyck. Trajada em vistosa e
moralmente acusadora cor vermelha, é expulsa de Pawnee Flats, Missouri, pela
ciosa liga feminina da decência. Basicamente é uma reedição da proscrição
sofrida por Dallas (Claire Trevor) em No tempo das diligências (Stagecoach,
1939), de John Ford. Sem alternativas, Lily é acolhida na caravana graças à
generosidade de Michael Fabian. Torna-se, de imediato, alvo dos desejos
inconfessáveis de Trumbo, ainda que estejam sempre às turras. O tenso
interregno amoroso chega ao auge algum tempo depois, em Sacramento: no jogo de
cartas, o guia leva a melhor e toma da impulsiva mocinha, enriquecida pelo
fluxo de ouro fácil, a posse do promissor saloon Lírio de Ouro. Porém, o
negócio logo será apropriado de modo vil pelo açambarcador Pharaoh Coffin,
sedento na sanha de monopolizar tudo o que encontra, do ouro à água de beber.
Jonathan Trumbo (Ray Milland), Lily Bishop (Barbara Stanwyck) e Pharaoh Coffin (George Coulouris) |
Diante de tão desmedida
ambição, Trumbo organiza a oposição política republicana. Apoiado pela
população espoliada, cutuca com vara curta o poder dos monopólios privados.
Lança o aliado Michael Fabian como delegado à convenção territorial em Monterey,
com o objetivo direto e claro de elevar a Califórnia à condição de membro da
União. Ao mesmo tempo, ferido em seu orgulho, almeja atingir o coração de Lily.
A voluntariosa garota correu para os braços de Pharaoh quando perdeu o saloon. Infelizmente,
a alta temperatura da disputa provoca vítimas. Fabian é covardemente
assassinado. A perversidade do ato apressa, da parte de Trumbo, a solução do
problema de uma vez por todas. Inclusive com a incorporação da regenerada Lily
aos partidários da boa vontade.
Michael Fabian (Barry Fitzgerald) e Jonathan Trumbo (Ray Milland) |
Apesar da
narrativa frouxa e corrida, Califórnia tem algumas louváveis
qualidades. Logo se nota a espetacular direção de fotografia de Ray Rennahan,
principalmente ao captar o avanço da caravana e o esplendoroso traje vermelho
de Lily Bishop. A qualidade do Technicolor salta aos olhos e, sem exageros, faz
o figurino da mocinha brilhar. O poder das imagens de Rennahan teve comprovação
em duas realizações que lhe valeram o Oscar: ...E o vento levou (Gone
with the wind, 1939)[1],
de Victor Fleming; e Sangue e areia (Blood and sand, 1941)[2],
de Rouben Mamoulian.
O vibrante
comentário musical de Victor Young fica, infelizmente, muito além das
potencialidades do épico de envergadura que Califórnia não conseguiu
ser. Apesar de muito criticadas, as canções de Earl Robinson (música) e E. Y.
Harburg (letra) encantam. Tentam traduzir com fidelidade os motivos que
animavam o espírito pioneiro impregnado de religiosidade puritana. Porém,
ocupam tempo precioso — às vezes com plena exclusividade — de uma narrativa
incapaz de equilibrar adequadamente as consecutivas frentes de dispersão.
Lily Bishop (Barbara Stanwyck) diante do corpo de Michael Fabian (Barry Fitzgerald) |
O trabalho de
câmera transforma o espaço em componente dinâmico da encenação, principalmente
em duas sequências complementares, obtidas na sede da hacienda de Pharaoh Coffin. Na primeira, Jonathan Trumbo é
apresentado ao traficante de escravos. O diálogo tenso se faz com os
personagens circulando pelo ambiente. Do fundo do recinto, dirigem-se para a
saída. A objetiva, dinâmica, acompanha de perto a ação. Ao mesmo tempo esquadrinha
o cenário, até revelar a então oculta Lily junto ao piano em cômodo contíguo. Trumbo
não esperava pela surpresa. A tensão resultante da contradição entre amor e
ódio domina o conjunto. Próximo ao final, diante do definitivo ajuste de
contas, o delirante Coffin aguarda a chegada de Trumbo, o anjo vingador. O
fator surpresa está ao lado do vilão. Mas no momento extremo um disparo mortal,
desferido de posição fora do quadro, salva o guia. Novamente Lily é revelada pela
câmera em evolução.
As atuações evidenciam
outros valores de Califórnia. No auge de suas carreiras, Ray Milland, Barbara
Stanwyck e Barry Fitzgerald não decepcionam, ainda que a intérprete de Lily
Bishop soe, às vezes, excessivamente enfática e pouco à vontade. Milland, no
entanto, apresenta-se como ágil cowboy de primeira linha, conforme o figurino
traçado pelo cinema. Fitzgerald faz com convicção o papel do agricultor
compassivo, paciente, capaz de interpretar os sinais da terra e o caráter das
pessoas.
Ao centro, o brutal Mr. Pike (Albert Dekker) |
George Coulouris
exagera na paranoia e trejeitos de Pharaoh Coffin. Mas acrescenta cor especial,
até deliciosa, à galeria hollywoodiana dos delirantes insanos. Tem por braços
direitos os brutos representados pelos bons Albert Dekker como Mr. Pike e Gavin
Muir na pele do viscoso e traiçoeiro Booth Pennock.
Don Luis Rivera y Hernandez (Anthony Quinn) e Jonathan Trumbo (Ray Milland) |
Anthony Quinn
ainda amargava longo período largado em papéis menores, às vezes como mero
figurante, numa carreira iniciada em 1936 e que só começaria a ganhar
relevância no começo dos anos 50. Em Califórnia faz Don Luis Rivera y
Hernandez, gentil aliado da conspiração de Pharaoh Coffin. Entra em cena como
galante dançarino para logo terminar assassinado após se arrepender e revelar a
Jonathan Trumbo os planos com vistas à eliminação de Michael Fabian.
Roteiro: Frank Butler, Theodore Strauss, Seton I. Miller
(não creditado), com base em história de Boris Ingster. Direção de fotografia (Technicolor): Ray Rennahan. Música: Victor Young, Phil Boutelje. Canções: California ,
California or
bust, I should ‘a stood in Massachusetts ,
The
gold rush, Lily-I-Lay-de-o, Said I to my heart, said I,
compostas por Earl Robinson (música) e E. Y. Harburg (letra). Figurinos: Edith Head, Gile Steele. Montagem: Eda Warren. Direção de arte: Roland Anderson, Hans
Dreier. Consultores de cor:
Robert Brower, Natalie Kalmus. Consultores
técnicos: Dr. John Walton Caughey, Princesa Conchita Pignatelli. Assistente de direção: Herbert Coleman.
Decoração: Sam Comer, Ray Moyer. Gravação de som: Stanley Cooley, John
Cope. Efeitos fotográficos especiais:
Gordon Jennings. Arranjos vocais:
Ken Lane. Maquiagem: Wally Westmore,
Charles Gemora (não creditado). Direção
de segunda unidade (não creditada): Joe Keller, Roy Kreuger. Segundos assistentes de direção (não
creditados): Michael D. Moore, James A. Rosenberger. Mixagem de som: Philip Wisdom (não creditado). Assistente de efeitos fotográficos especiais para tomadas com
miniatures: Devereaux Jennings (não creditado). Assistente de efeitos óticos especiais: Paul K. Lerpae (não
creditado). Dublê: Richard
Farnsworth (não creditado). Segundo
operador de câmera: Archie R. Dalzell (não creditado). Guarda-roupa: John A. Anderson (não creditado). Supervisão de montagem: Eda Warren. Arranjos vocais: Ken Lane. Compositores do acervo musical (não
creditados): Charles Bradshaw, Gerard Carbonara. Orquestração (não creditada): Sidney Cutner, George Parrish, Leo
Shuken. Associado à direção de
Technicolor: Robert Brower. Direção
de Technicolor: Natalie Kalmus. Consultoria
técnica (não creditada): John Walton Caughey, Princess Conchita Pignatelli.
Coordenação de produção: Gerd Oswald
(não creditado). Direção de pesquisa:
Gladys Percey (não creditada). Assistente
de pesquisa: Elvira Smith (não creditada). Pesquisa de locações e auxiliar de produção: Joseph C. Youngerman
(não creditado). Sistema de mixagem de
som: Western Electric Recording. Tempo
de exibição: 97 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1977)
Eugenio,
ResponderExcluirNormalmente me pego no hábito de concordar com muitas das coisas que escreve o nosso editor. E aqui vou fazer isto novamente, sem qualquer pesar de consciencia, porque utilizo da mesma prerrogativa quando não ando de acordo com o que leio.
Injustiças mesmo para com o ótimo Farrow, que era um diretor de muito boa qualidade, tinha visão firme para o que iria filmar e que criava com perfeição seus projetos.
O Farrow foi um diretor que me despertei para o mesmo quando vi seu nome na direção de um filme com o Rory Calhoon, chamado Após a Tempestade/54, um filme muito simples, em P&B, mas criado com um esmero visivel, com uma fotografia maravilhosa e conteudo que me despertou a atenção.
Hoje tenho uns onze titulos vistos sob sua direção, que inclui o filme da postagem e mais aquela beleza de fita com o Stack, Ainda Não Comecei a Lutar, filme visto há anos e anos e que, juntamente com California, Caminhos Ásperos, A Bela e o Renegado e mais alguns outros, seguem registrados com sua qualidade inegável.
Não vou poder aqui enumerar as qualidade que o amigo editor deve ter feito na época em que assistiu à fita com o Milland, mas ele está registrado na mente como um filme bonito, ágil, bem feito e de grande agrado.
Já os detalhes de quem foi o diretor eu desconhecia. Não sabia que era pai da Mia e nem que fora casado com a companheira do Wessimuller, o que passa a ser para mim mais informes para que eu vá repassando a outros cinéfilos que ainda desconhecem tais informes.
Existe um fato que observo com qualquer filme feito tendo como referencia ou pano de fundo a California ou a Fórida. Normalmente são fitas muito bonitas, pelas paisagens naturais dos locais e peliculas de muita movimentação, como A Mascara do Zorro, do M. Campbell, o próprio A Marca do Zorro do Mamoulian/40, California, do Farrow, o delicioso e muito movimentado A Marca do Renegado/51, do Fregonese, onde o Montalban tem uma cena de dança fantástica com a lindissima Charisse num pátio lindo e arborizado, numa cena recheada de beleza e sensualidade e momento digno dos dançarinos que eram, além de outros filmes com estes locais como pano de fundo.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir,
ExcluirSou obrigado a confessar que tenho muitas dívidas com o John Farrow. Há muita coisa que ele dirigiu que ainda não vi. Sem esquecer as revisões de realizações que vi quando ainda era apenas uma criança. Ele é um daqueles diretores que os críticos chamavam de artesão competente. Infelizmente, muitos, como ele, ficaram à margem do tempo e, logicamente, das lembranças. Está praticamente esquecido.
Abraços.