Francisco Ramalho Jr., diretor de Anuska, manequim e mulher
(1968) e À flor da pele (1977) — provavelmente o seu melhor filme —,
vinha da realização do frustrante O cortiço (1978) quando se abriu
para dramática e intimista prestação de contas com a ditadura militar imposta
ao Brasil pelo golpe de Estado de 1964. Paula — A história de uma subversiva
(1979) é trabalho corajoso para a época. Vivia-se o primeiro ano da Abertura
Política do governo do General João Batista Figueiredo. A anistia alcançou militantes
que se levantaram contra o regime militar e os operadores clandestinos do
Estado, responsáveis por torturas, mortes e desaparecimentos. O amargurado
arquiteto Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) é obrigado a confrontar suas
lembranças com o desaparecimento da filha Celina. À frente das investigações
está Oliveira (Armando Bógus), notório torturador e provável assassino da militante
Paula Bertazzo (Carina Cooper). Na aproximação entre passado e presente, Paula
— A história de uma subversiva é, provavelmente, a primeira produção do
cinema brasileiro a enfrentar, sem metáforas, os nossos anos de chumbo. Estranhamente,
passou incólume pela censura ainda em vigor e cumpriu carreira sem sobressaltos
no circuito de exibição. Apesar da inadequação do elenco em geral, explora com
propriedade o fracasso e amarguras das gerações envolvidas pela atmosfera
rarefeita do regime de exceção. A apreciação a seguir é de 1981.
Paula — A história
de uma subversiva
Direção:
Francisco Ramalho Jr.
Produção:
Sylvio
Band, Stefan Burstin, Cid Gomes Fernandes
Oca Cinematográfica Ltda.,
Embrafilme, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
Brasil — 1979
Elenco:
Marlene França, Armando Bógus,
Regina Braga, Walter Marins, Carina Cooper, Helber Rangel, Sheila Agnelli,
Carlos Cambraia, Hugo Della Santa, Kátia Grumberg, José Amadeu Natali, Gustavo
Pinheiro, Marcos Santos, Ilana Sherl, Adriano Silva, Ronaldo Costa, Celso Gil,
Vicente Barcellos, Célia Loscalzo, Álvaro Bittencourt, Adriano Silva, Cristina
Ferreira, Emma Stedile, Lígia Rodrigues, Júlio A. Artigas, Vylma Abdalla,
Reginaldo de Paiva, Vicente Kutca Neto, Hilda Wickerhouser, Blanca Abalo,
Paloma Ipólito, Roberto Bianchi, Cândida Villares, José Tauil, Daicy Alves.
O diretor Francisco Ramalho Jr. |
São Paulo,
capital, final dos anos 70: Marco Antônio Carvalho (Marins) toca a duras penas,
diante da instável situação econômica do país, uma agência de arquitetura.
Tenta alavancá-la ao inscrever dois projetos em concurso. No plano
pessoal sente os efeitos da crise afetiva e profissional que consome Bia
(Braga), companheira e fotógrafa bem mais nova. A situação piora quando desaparece
a filha Celina (15 anos), fruto do primeiro casamento com a professora Marta
(França). A jovem e uma amiga não retornaram de uma festa nos arredores da
cidade. À frente das buscas está o delegado Oliveira (Bógus), de amargas lembranças.
Bia (Regina Braga) com Marco Antônio Carvalho (Walter Marins). |
Paula ― A
história de uma subversiva é drama político e intimista. O diretor
Francisco Ramalho Jr. dedicou-o à memória do amigo Bené — conforme os créditos
de abertura — e aos mortos e desaparecidos da fase mais aguda da brutal
repressão aos militantes que se posicionaram contra a ditadura militar
implantada pelo golpe de Estado de 1964. Provavelmente, é o primeiro filme
nacional a tratar, clara e diretamente, sem metáforas, dos custos humanos do
período — principalmente após a decretação do Ato Institucional Número 5 (AI5).
Este instrumento jogou por terra qualquer aparência de legitimidade
constitucional do regime ao dar livre curso ao império da mais arbitrária violência
policial.
Trata-se de filme
corajoso, realizado nos momentos iniciais do processo de Abertura desencadeado
no começo do mandato do General João Batista Figueiredo (1979-1985). A
iniciativa redemocratizadora ganhou, de início, a reação de militares da linha
dura e de integrantes dos órgãos de repressão que operavam na clandestinidade
com franca liberdade de movimento. Felizmente, passou incólume pela censura e
cumpriu carreira sem sobressaltos no circuito exibidor.
Há dez anos, por
volta do fim de 1968, Marco Antônio — simpático aos ideais de esquerda — era discreto
professor da Faculdade de Arquitetura. O endurecimento do regime o afastará
compulsoriamente das atividades. Envolve-se afetivamente com a estudante e
militante Paula Bertazzo (Cooper). Conheceram-se quando a abrigou da perseguição
do famigerado Oliveira, delegado e torturador do DOPS (Departamento de Ordem
Política e Social). Comparado a Paula, o arquiteto é reles e acomodado pequeno
burguês próximo dos 30 anos. Ela, oito anos mais jovem, esbanja energia e
vitalidade. Determinada, valoriza a ação. É um dos alvos mais visados da repressão.
Apesar das diferenças nas concepções políticas, apaixonaram-se. A relação é estreitada
no primeiro semestre de 1969. Nessa época, Marco Antonio contribui intensamente
com a militância de Paula. Rompe a união com Marta. Celina contava apenas cinco
anos.
Acima e abaixo: Paula Bertazzo (Carina Cooper) e Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) |
Paula é
aprisionada; a seguir, Marco Antônio. Mesmo torturada, não entrega o
companheiro. Ele, elemento de baixa periculosidade, sofre mais os transtornos
psicológicos do interrogatório. Oliveira o considerava “peixinho, lambari, coisa
miúda”. Perdeu somente o emprego. Paula desapareceu por completo em 1971. Havia
voltado ao Brasil clandestinamente, depois de libertada e banida na permuta de
prisioneiros por diplomata sequestrado.
Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) submetido ao interrogatório do Dr. Oliveira (Armando Bógus) |
O reencontro com
Oliveira reatualiza o passado de Marco Antônio da pior maneira. A situação é
complicada, carregada de contradições. O arquiteto abomina o investigador. Este
continua fiel aos métodos violentos cultivados na ditadura. A trágica e surreal
conciliação dos anos de arbítrio e violência política com as pretensões à
normalidade democrática — sem que excesso algum fosse julgado — oferece a
tônica da reaproximação dos personagens. É como se nada houvesse acontecido
após tanto tempo. Oliveira, provável assassino de Paula, agora procura Celina.
Lúcido e cruel, zomba cinicamente da situação. “Estou aqui para servi-lo” — diz
a Marco Antônio, logo após reconhecê-lo. O pai, aflito e sem alternativas, só
pode sucumbir resignado à estranha relação de dependência. Oliveira se
aproveita do contexto permitido pelos novos tempos de abertura política à
brasileira: “Temos que aprender a conviver juntos. Eu de um lado, você do
outro. Tenho que aguentar a sua estupidez e você precisa dos meus serviços para
manter a sua paz, a sua tranquilidade. Não é isso que você chama de democracia?”.
Ao final,
consuma-se mais uma tragédia na vida de Marco Antônio. Primeiro, perdeu Paula, o
grande amor. Agora, recebe de Oliveira a notícia da morte de Celina. Ela e a
amiga foram assassinadas por traficantes. O arquiteto carregará para sempre a culpa
pela precoce perda da filha, provocada, segundo insinuações de Marta, pela ausência
da presença paterna após a cisão familiar.
Paula Bertazzo (Carina Cooper) e Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) |
No Instituto Médico Legal: Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) e Marta (Marlene França) |
Paula ― A
história de uma subversiva é repleto de fragilidades, a começar
pelo elenco. A amadora Carina Cooper não passa autenticidade alguma como
aguerrida militante de esquerda. É fraquíssima, tanto na atuação como na
entonação desprovida de convicção. A bem da verdade, apenas Armando Bógus é
convincente. Fala e age com naturalidade. Os demais atores são iguais a integrantes
mirins em peça de grupo escolar. Carregam ênfase exagerada em quase todos os diálogos,
como se discursassem com a clara intenção de serem compreendidos pelo público da
última fileira da audiência. Também é gratuito o excesso de exposição do corpo
nu de Regina Braga. Despe-se sem necessidade dramática, como se fosse movida
pelo exibicionismo. Marlene França, demasiado contida, é pura apatia.
Os momentos no
cárcere, desprovidos de intensidade, não convencem. Ainda contam com o
inacreditável padre interpretado por Helber Rangel, perdido na exortação de
palavras de ordem — tão risíveis que não caberiam sequer numa assembleia
estudantil — e nas admoestações à consciência de Oliveira.
O padre (Helber Rangel) e Oliveira (Armando Bógus) |
Por outro lado, explora-se
muito bem o drama do fracasso geracional. Francisco Ramalho Jr. desenvolve com
certo vigor uma história sobre vidas desperdiçadas. Paula e Marco Antônio
hipotecaram ideais e ações à causa da transformação do país, mas colheram mortes
e frustrações, despedaçados que foram pela violência institucional. O arquiteto
é pesarosamente transportado a uma atualidade de mudanças apenas superficiais. O
arbitrário e brutal Oliveira emergiu dos porões apoiado nos mesmos métodos de
outrora, para ganhar respeitabilidade nos novos tempos. Marta e o ex-marido fracassaram
como pais. Bia é fruto da geração perdida, alienada, que ficou à margem do
caminho. Apenas se ajustou como pôde aos ares pouco respiráveis de então. Abusou
das drogas e da liberdade sexual, mas não encontrou alternativas para se erguer
efetivamente no plano existencial, quando houve a necessidade, ditada pelo amadurecimento,
de se integrar à realidade. O filme explora a contento as situações de
melancolia, frustração, desencanto e falta de sentido decorrentes da opção
política autoritária que moldou o país ao longo de duas décadas.
Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) entre companheiros de Paula e diante dos cartazes que marcaram uma época |
Mesmo lamentando as
lutas e vidas perdidas, Paula — A história de uma subversiva
abre brecha à esperança com o simples e belo plano final do rosto questionador
de Flávia (Scherl), irmã mais nova da personagem do título. É uma composição
significativa. Certamente, passou despercebida. Depois de entregar ao melancólico
e enlutado Marco Antônio os desenhos e pinturas elaborados por Paula, Flávia se
despede. Na rua, diante de um realejo, tenta a sorte. Integrante de geração
ainda não testada, que lhe reserva o futuro? Abre um sorriso largo, que logo se
faz discreto e interrogador ao divisar o semblante amargurado de Marco Antônio.
Há um misto de incerteza e confiança impregnando o fotograma congelado enquanto
sobem os letreiros de encerramento.
No Instituto Médico Legal: Oliveira (Armando Bógus) diante do condoído e frustrado Marco Antônio Carvalho (Walter Marins) |
Roteiro: Francisco Ramalho Jr. Diálogos: Consuelo de Castro. Música:
Alberto Caribé da Rocha. Direção de
fotografia (Eastmancolor) e operador de câmera: Zetas Malzoni. Montagem: Maurício Wilke. Direção de arte e figurinos: Abílio
Viana Neto. Maquiagem: Flávio
Torres. Assistentes de direção:
Jayme Monjardim Matarazzo, Maria Inês Villares. Assistente de direção de arte: Ivan Novais. Edição de efeitos sonoros: Francisco M. Coca. Mixagem da regravação de som: José Luiz Sasso. Assistente de câmera: Odair Guarany. Fotografia de cena: Nícia Guerreiro. Eletricista: Luiz Antônio Silva. Assistente de montagem e continuidade: Vânia Buchioni. Planejamento de créditos: Júlio Abe
Wakahara. Equipe de produção: José
Luis Ferreira, Billy Menzil, Roberto Bianchi. Pesquisa: Emma Stedile. Maquinista:
Lélio Rodrigues. Trilha sonora:
Orlando Piani. Tempo de exibição: 96
minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1981)
Eugenio,
ResponderExcluirComo do diretor Francisco Ramalho Jr. eu somente conheço o filme O Cortiço/78 e Filhos e Amantes/81, vou me ater a dar apenas duas palavras destas peliculas, nada dizendo sobre a fita da postagem, por não conhece-la e até sentir muito por isso, já que estamos falando de um diretor que fez um filme, àquela altura de 1979, extremamente corajoso, o que passa a nos merecer respeito e parabens pelo que li do seu filme, além do que já vi do mesmo.
Na minha visão não consigo ver O Cortiço como um filme frustante. Muito ao contrário, insisto, assim vejo, uma fita com muitas qualidades, embora não seja esta a visão geral existente sobre o mesmo.
Administrar um filme com um elenco daquele tamanho, possivelmente ainda com recursos parcos, e dar vida clara a cada personagem daqueles, é como fazer um milagres e, no final, construir uma fita com conteudo e alguma qualidade.
Em Filhos e Amantes, vou mais adiante ainda.
Nesta fita capatei nela uma alternação muito significativa de valores. Os filmes feitos na época caminham distante desta sua criação por sua condução séria e bem administrada, pela postura segura de cada personagem, nos entregando para assistir um resultado final de importancia significativa.
O cinema nacional peca por demais pela falta de dedicação na criação de suas produções. Fator que não relego ao Ramalho, já que tudo que vi dele me agradou por demais e tudo que andei conhecendo da pessoa deste homem do cinema deveria ser um sério abrir de olhos para outros que não dão ao que se faz a relevancia merecida.
Felizmente ultrapassamos os anos 1980 e o cinema brasileiro está passando a conhecer uma safra mais acurada de criadores, que nos tem dado alguma coisa das quais até sentimos orgulho em assistir.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir,
ExcluirA esta altura, tenho pouquíssimas lembranças de FILHOS E AMANTES. Marcarei uma revisão. Porém, não me animo a fazer isso com O CORTIÇO, não ainda. As lembranças - terríveis - deste filme ainda impregnam as minhas lembranças.
Como sabe, discordo de suas avaliação sobre o cinema nacional. Inclusive porque sempre foi difícil fazer cinema aqui. Não creio que haja falta de dedicação. Provavelmente, o que falta são sistemas consolidados de produção. Mas isto é uma especificidade nossa. Em todo caso, não é de todo mal, não é uma deficiência, posto que impõe aos realizadores o uso permanente do fator criatividade/imaginação. Ao menos tal não nos torna prisioneiros de esquemas. Sou um profundo admirador e incentivador de nosso cinema. Sou assim desde criança.
Abraços.
Eugenio,
ResponderExcluirNão havia visto esta sua análise de minha fala sobre o cinema nacional.
Acredite: não sei se o cinema nacional tem um fã tão ardoroso quanto eu.
Nos anos 1950, quando comecei a ir ao cinema, eram os filmes nacionais que eu mais assistia. Tanto que raríssimos filmes da época eu deixei de ver, onde até hoje eu cato o filme Dioguinho, com Helio Souto, para ver e parece não existir copias mais na praça, pois nunca ninguém o tem.
Agora; não posso deixar de reafirmar para o amigo que o cinema nacional parou de capengar um pouco mais há muito pouco tempo. Até que foram feitos alguns, ou até muitos, filmes de alguma qualidade. No entanto, a precariedade com que muitas fitas foram criadas não nos deixam de nos obrigar a ser sinceros. A mim, pelo menos.
Vi um filme de 1958, de Maria Basaglia, que não conhecia, chamado O Pão Que O Diabo Amassou.
E um filme pequeno, simples. No entanto, fica clara a vontade da diretora de fazer alguma coisa que tivesse significado, que nele fosse transmitido o seu desejo de dar um recado, fazer uma reclamação.
E ela conseguiu. Conseguiu, com um filme modesto nos dizer alguma coisa.
No cinema mais atual, quem pode falar de uma fita como Verônica, ou Eu Receberia as Piores Noticias de Seus Lindos Lábios, por exemplo?
Agora; não vou aqui ser desonesto comigo mesmo e abrir a boca e dizer que Cacá Diégues é um bom diretor. Não. Ao contrário, ele é péssimo. Tem nome mas não sabe fazer cinema, não sabe dirigir.
Quem vai me fazer acreditar que algum dia na vida o Glauber Rocha criou alguma coisa que se pudesse por credibilidade ou mesmo chamar de cinema?
São de coisas assim que falo do cinema Nacional. Não que não o adore, que não o veja e que não goste dele. Mas que tem muita gente metida a fazer cinema e que de cinema nada entende, tem sim. E gente famosa e não apenas nomes pouco vistos.
Olha a filmografia de um Paulo Thiago, de um Claudio Assis, de um Beto Brant. São diretores esforçados, que lutam para melhorar seus trabalhos e têm conseguido.
Mas, caro amigo, não posso dizer aqui que o cinema nacional é um cinema craque e nem tecer elogios a tantas porcarias feitas apenas por ser brasileiro e gostar do cinema de meu país. Não posso fazer isso.
Não temos especialização, não sabemos fazer filmes grandiosos, não temos atestado de qualidade. Não adianta. Não temos. Ainda.
O Sergio Rezende teve de importar americanos para fazer uma ou duas cenas mais especializadas no seu filme Guerra de Canudos porque não temos qualidade por aqui para fazer aquelas bobagens. Coisas que a Globo faz a todo o momento em suas Minisséries ou em suas Novelas.
Foi coisa mais ou menos deste quilate que eu tentei dizer e que, possivelmente, o bom companheiro interpretou de uma outra forma.
Mas a verdade é que ainda estamos mesmo muito crus para fazer um cinema de fato. Vamos vendo o que é feito. Mas que precisamos melhorar, e muito, isso precisamos.
Não podemos ficar dependurando as honras do nosso cinema apenas em o Cangaceiro/53, ou em O Pagador de Promessas/62 ou mesmo em Quelé de Pajeú, acho que de 1970.
Lamentavelmente!
Abração
jurandir_lima@bol.com.br
Bom Jurandir, eu sou muito fã do Cacá Diegues. Gosto muito dele e algumas coisas que vi do cinema nacional, dirigidas por ele, estão entre as melhores. Talvez o amigo acha que existe uma forma correta, padrão, de fazer cinema. Eu não acho isso. Existem várias maneiras de fazer cinema e me encontro aberto a todas. Não imponho limites. Cinema é linguagem e pode se comunicar de maneiras as mais variadas. A GRANDE CIDADE, CHUVAS DE VERÃO, BYE BYE BRASIL são excelentes realizações e filmes acima de tudo tocantes, emocionantes.
ExcluirAbraços.