Relegado aos filmes 'B', Joseph H. Lewis é mais que um
competente artesão. Enaltecido por Martin Scorsese no documentário que este
dirigiu para as comemorações do centenário do cinema — Uma viagem pessoal através do
cinema americano com Martin Scorsese (A personal journey of Martin
Scorsese through American movies, 1995) —, Lewis não apenas extraía o
máximo de recursos mínimos e condições adversas de trabalho, como considerava aspectos
e questões que ultrapassavam o limite das encenações. Dirigiu 41 títulos, de
1937 a 1958. A seguir, prosseguiu carreira na televisão, responsabilizando-se
por episódios de séries famosas. Seu último trabalho para o cinema é Reinado
de terror (Terror in a Texas town, 1958), western tão inusitado quanto único.
Isto graças ao desenho do herói George Hansen (Sterling Hayden). Ele ocupa lugar
parecido ao de Shane (Alan Ladd) no filme de George Stevens, Os
brutos também amam (Shane, 1953). Mas não é um cowboy,
muito menos um pistoleiro em busca de redenção. O desfecho entre 'bem' e 'mal',
devidamente antecipado pelo prólogo, é atípico em se tratando das horse opera. Mais interessantes são o caráter
e as falas do pistoleiro Johnny Crale, interpretado por Nedrick Young (creditado
como Ned Young), vítima do macarthismo. Quanto a isso, o roteiro é do blacklisted Dalton Trumbo, oculto sob o
pseudônimo de Ben L. Perry.
Reinado de terror
Terror in a Texas town
Direção:
Joseph H. Lewis
Produção:
Frank N. Seltzer
Seltzer Films
EUA — 1958
Elenco:
Sterling
Hayden, Sebastian Cabot, Carol Kelly, Eugene Martin, Nedrick Young, Victor
Millan, Frank Ferguson, Marilee Earle e os não creditados Byron Foulger, Herman
Hack, Fred Kohler Jr., Gil Lamb, Thomas Martin, Tyler McVey, Steve Mitchell,
Kansas Moehring, Hank Patterson, James Russell, Jeffrey Sayre, Ted Stanhope,
Glenn Strange, Jack Tornek, Ann Varela, Sheb Wooley.
O diretor Joseph H. Lewis |
No tríptico Uma viagem pessoal através do cinema americano com Martin Scorsese (A personal journey of Martin Scorsese through American movies, 1995) —
documentário realizado pelo diretor de Taxi driver (Taxi driver, 1976) como parte das comemorações ao centenário do cinema
—, Joseph H. Lewis é lembrado com carinho. Geralmente incluído no segundo time
do cinema estadunidense, praticamente relegado ao território das produções ‘B’,
é, no entanto, reconhecido pela capacidade de extrair o máximo trabalhando com
o mínimo, às vezes em condições plenamente adversas. Reinado de terror — sua última realização para o cinema — é, disso,
exemplo perfeito. Custou parcos 80 mil dólares[1].
As filmagens duraram apenas 10 dias. Ao resolver dirigi-lo, Lewis praticamente se
impôs um desafio, um exercício de superação, segundo revelou a Peter Bogdanovich:
acabara de sofrer um ataque cardíaco, mas não pretendia passar por inválido[2].
Apesar das limitações, principalmente físicas, imprimiu, como é comum em sua
obra, marca pessoal ao filme, o toque impressionista que o transformou em
motivo de culto por críticos e realizadores franceses, particularmente os
ligados à Nouvelle vague[3].
Reinado de terror é western atípico. Mesmo assim, permite contato com
exemplares clássicos do gênero, principalmente Os brutos também amam (Shane, 1953), de George Stevens, na temática desenvolvida: em
Prairie City, Texas, pequenos proprietários acuados pela pressão armada do
grande especulador fundiário e incapazes de lhe oferecer resistência, contam,
em sua defesa, com o senso de justiça de um indivíduo estranho à comunidade,
convertido em herói pelos caprichos do acaso. Seu nome é George Hansen
(Hayden). Mas ao contrário de Shane (Alan Ladd) do filme de Stevens, não se
trata propriamente de um cowboy, muito menos de um pistoleiro vagando sem rumo
em busca da paz que nunca encontrará. George, imigrante sueco, é baleeiro hábil
no manejo do arpão. Chega ao Texas para encontrar o pai Sven Hansen (Stanhope,
não creditado) — outrora também baleeiro — e iniciar vida de fazendeiro nas
terras que adquiriram.
A comunidade de pequenos proprietários sob ameaça de poderoso especulador fundiário... |
Em linhas gerais, Reinado de terror refaz um tema clássico, recorrente, das sagas
cinematográficas e literárias do velho Oeste. Diferente é o tratamento conferido
por Joseph H. Lewis, possibilitado pelo roteiro pouco esquemático do blacklisted Dalton Trumbo[4]
e acompanhamento musical de Gerald Fried, incomum a um western, graças à marcação
rítmica oferecida por instrumentos de percussão nos momentos de tensão elevada.
No prólogo e no desfecho: George Hansen (Sterling Hayden) |
Mais interessante é
o perfil de Johnny Crale (Young), braço armado do especulador Ed McNeil
(Cabot). Nuançado, apresentando trejeitos de Humphrey Bogart como gângster
atormentado, é o personagem emblemático do filme, em oposição ao chapado George
Hansen. Este sabe exatamente o que deseja. Trajado de negro da cabeça aos pés, Crale
jamais tira as luvas. Apesar da mão direita endurecida, é exímio com a
esquerda. Suas intervenções convidam o espectador a refletir sobre o caráter e
o lugar no mundo de um pistoleiro de aluguel. Ao mesmo tempo atualizam, direta
ou indiretamente, as peculiaridades do momento histórico vivido pelos Estados
Unidos na época da produção, quando os efeitos do macarthismo ainda se faziam
sentir.
Alienado, desprovido
de horizontes, preso à rotina do serviçal sempre à espera das ordens do chefe,
Johnny Crale não percebe e não admite a mudança temporal que dará fim ao poder
arbitrário dos pistoleiros de aluguel. Ainda acredita no Oeste forjado pelas
decisões de indivíduos como ele. Portanto, despreza as abstrações e o formalismo
da Lei, da Ordem e do Direito, legitimadores dos princípios democráticos e da cidadania.
Mas por trás de tanta truculência se oculta um homem amargurado e frustrado,
incapaz de racionalizar sobre seus desejos e vontades. O aleijão que lhe
inutilizou a mão destra serve de metáfora à sua impotência, inclusive sexual.
Disso a perdida e insatisfeita Molly (Kelly), apática companheira, é testemunha.
O estado aparentemente catatônico do pistoleiro é ampliado após assassinar o
mexicano José Miranda (Martin). Este, contrariando o esperado, não temeu a
morte. “Pela primeira vez vi um homem que não teve medo de morrer”, passa a
repetir Crale constantemente, tão abalado em suas convicções.
O pistoleiro e sua garota insatisfeita: Johnny Crale (Nedrick Young) e Molly (Carol Kelly) |
Nedrick Young
chama a atenção como o amargurado Johnny Crale graças aos diálogos cujos
significados extrapolam os limites do filme. Ele, como o roteirista Dalton
Trumbo, foi vítima da ‘caça às bruxas’ do macarthismo. Tal situação explica,
provavelmente, a referência à mão direita arruinada. Ela parece aludir aos
interrogatórios públicos do Comitê de Investigação de Atividades
Antiamericanas, quando os intimados a erguiam para jurar compromisso somente
com a verdade. Perguntado pelo chefe Ed McNeil por que usa somente a esquerda,
Crale responde: “Porque eles destruíram minha mão direita, que agora é dura
como aço”. “Eles”! Quem? Quais? O filme não esclarece. Por isso, é válida a
alusão ao macarthismo. Caso contrário, as referências à mão direita seriam
totalmente gratuitas — algo que causaria estranheza num trabalho de Joseph H.
Lewis, sempre marcado pela precisão, concisão e inclusão de elementos apenas
necessários à narrativa.
A habilidade do
diretor para armar situações e conferir credibilidade ao aparentemente improvável
transparece desde o começo do filme: George Hansen, acompanhado pela multidão,
avança resoluto, arpão em punho, pelas ruas de Prairie City. Johnny Crale surge
em seu caminho. Está preparado o cenário a um estranho duelo: revólver versus
arpão! Os oponentes manejam armas nas quais são exímios. Frente às provocações
do adversário, Hansen abaixa o arpão, como a lhe oferecer tempo para sacar. A
partir desse instante a narrativa corre em flashback.
Os créditos de abertura passam sobre imagens diversas, idílicas e violentas, que
revelam e sintetizam, num prólogo de precisão admirável, os elementos que darão
suporte à narrativa. Em seguida, Ed McNeil articula com Johnny Crale os
próximos passos de seu plano para se apoderar das terras dos pequenos
proprietários. Logo, Sven Hansen, armado de arpão, é confrontado por Crale e se
recusa a deixar a propriedade. Seu assassinato tem o testemunho de José Miranda
e do filho deste, Pepe (Millan), ambos ocultos. Pressionados por Rosa (Varela,
não creditada), esposa grávida de José, são impedidos de revelar o ocorrido aos
demais rancheiros. A esta altura somente os Miranda e os espectadores conhecem
os motivos da gana de Ed MacNeil: há petróleo nas terras cobiçadas.
José Miranda (Eugene Martin) e George Hansen (Sterling Hayden) |
Após o assassinato
de Sven Hansen, os rancheiros discutem como opor resistência organizada ao plenipotenciário,
mas não há acordo. Além do mais, o xerife Stoner (McVey, não creditado) está na
folha de pagamento do especulador. Porém, George Hansen chega à cidade. Não
demora a saber do “misterioso” assassinato do pai, por intermédio do próprio
Johnny Crale. Impressiona-o o descaso com as investigações, principalmente
depois de se avistar com o xerife. As terras que lhe pertenceriam por direito, mesmo
registradas em cartório, estão sob tutela judicial. Para sua maior estranheza,
Ed McNeil tenta, sem muitas explicações, indenizá-lo com a recusada quantia de
300 dólares. Praticamente só, George prossegue nas investigações. Ao mesmo
tempo, tenta reorganizar os rancheiros. Também testemunha o instante em que
John Crale e seus pistoleiros ameaçam José Miranda, ultimando-o a desocupar as
terras. Tal qual Shane confrontando os homens de Rufus Ryker (Emile Meyer) que
ameaçavam Joe Starret (Van Heflin) e se apresentando como amigo deste em Os brutos também amam, George Hansen faz o mesmo por José. Diante da
situação, e pensando na relação de amizade que unia os Miranda a Sven Hansen,
Rosa, apesar dos riscos, revela a George os detalhes do assassinato de seu pai.
Os acontecimentos
se precipitam antes da tomada de providências mais efetivas. Os bandidos investem
contra Hansen. Desacordado, é abandonado num trem que o deixa a quilômetros da
cidade. Logo as ameaças de Johnny Creale se concretizam: José é morto diante da
própria casa, com Rosa em trabalho de parto. É um momento de crueldade, mesmo
para um western dos já desmistificadores anos 50: depois de morto, o corpo de José
ainda é crivado de balas diante de Pepe.
Ao saber da morte
do amigo, George Hansen percebe que alternativas legais de justiça estão fora
de questão. Toma o arpão que pertencera ao velho Sven e parte ao encontro de
Crale. O filme retorna às imagens iniciais. O revólver é vencido no antológico
duelo. Crale é morto. Antes, em seus delírios, dera cabo de Ed McNeil. A
comunidade está novamente ordenada, graças à intervenção individual. É o mundo
do western. É a reafirmação do mito americano.
George Hansen (Sterling Hayden), com o arpão, junto à família de José Miranda (Eugene Martin) |
Muitos críticos
consideram Reinado de terror como o melhor dos westerns ‘B’.
Talvez seja! Quem sabe? De fato, é surpreendente, principalmente por alguns
instantes que parecem escapar ao principal da trama. A chegada de George Hansen
a Prairie City faz parte desses momentos. Da janela do trem ele é apresentado,
em rápidas tomadas, à paisagem do Oeste em mutação. Avista construções
remodelando a linha do horizonte; pequena manada de búfalos, animais que foram
praticamente extintos por matanças desenfreadas e caçadores de peles; uma
diligência correndo paralela ao comboio, qual imagem romântica de um tempo que
se esvai; um reduzido e pobre aldeamento indígena, provavelmente de uma tribo
há pouco formada por guerreiros altivos e orgulhosos.
George Hansen (Sterling Hayden) deixa a casa dos Miranda e parte para o ajuste de contas |
Também merece
destaque o breve diálogo entre George e Molly, no balcão do saloon. Remete ao
início do relacionamento entre o jovem e inocente Ringo Kid (John Wayne) com a
prostituta Dallas (Claire Trevor) em No tempo das diligências (Stagecoach, 1939), de John Ford. De forma um tanto ingênua, George
pergunta a Molly que tipo de trabalho faz e os motivos que a levam a acompanhar
Crale. Ela, em tom de justificativa conformada, responde que está com o
pistoleiro por ser o que cabe a alguém na situação em que se encontra. George
contrapõe como autêntico individualista, procurando animá-la: “Todos podem
mudar. Basta querer”. Joseph H. Lewis, individualista declarado, provavelmente
diria o mesmo.
"Todos podem mudar. Basta querer", diz George Hansen (Sterling Hayden) a Molly (Carol Kelly) |
Apesar de
abandonar o cinema após Reinado de terror, Lewis prosseguiu
carreira na TV, dirigindo, de 1958 a 1966, episódios para diversas séries: Alcoa Theatre, 1959; The detectives, 1959; The investigators, 1961; The Dick Powell Show; The rifleman, 1958-1963; Bonanza, 1963; Daniel Boone, 1964; Branded, 1965; Gunsmoke, 1965; A man called Shenandoah, 1965-1966; e The big valley, 1965-1966. Em 1959 realizou
um filme para a televisão: The
fat man: the thirty-two friends of Gina Lardelli[5].
Em Reinado de Terror os atores Nedrick Young e Eugene Mazzola estão
creditados, respectivamente, como Ned Young e Eugene Martin.
Roteiro: Ben L. Perry (Dalton
Trumbo). Produção associada: Carrol
Sax. Música: Gerald Fried. Direção
de fotografia (preto-e-branco): Ray Rennahan. Montagem: Stefan Arnsten, Frank Sullivan. Direção de
arte: William Ferrari. Decoração: Rudy Butler. Penteados: Shirley Madden. Maquiagem: Sidney Perell. Assistência de direção: Richard Dixon. Contrarregra: Arnold Goode. Som: Charles Althouse, Tom Rennings. Edição de efeitos especiais: Carl Brandon. Fotografia fixa: Ken Lobben (não creditado). Assistente de
montagem: James T. Heckert. Edição
musical: George Brand. Estúdios de
rodagem: Hal Roach Studios. Tempo de
exibição: 80 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 2012)
[1] Cerca de 600 mil dólares com a atualização
monetária.
[2] Cf. BOGDANOVICH, Peter. Afinal, quem faz os filmes?. São
Paulo: Cia das Letras, 2000. p. 790.
[3] A fama de impressionista é confirmada pelo próprio
Joseph H. Lewis nesta declaração: “Assinei meu nome em todos os fotogramas (dos
filmes que dirigi)”. Cf. BOGDANOVICH, Peter. Op. cit. p. 738. Parênteses de
José Eugenio Guimarães.
[4] Impedido de trabalhar no cinema por “desacato” ao
Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senador Joseph McCarthy,
Dalton Trumbo se ocultou sob o pseudônimo Ben L. Perry em Reinado de Terror. Lewis, entrevistado por Peter Bogdanovich, atribui a Nedrick Young,
erroneamente, os créditos pelo roteiro de Terror in a Texas town (Cf.
BOGDANOVICH, Peter. Op. cit. p. 755). Nedrick Young recebeu o Oscar de Melhor
Roteiro Original em 1959, por Acorrentados (The
defiant ones), de Stanley Kramer.
[5] JOSEPH H. Lewis (1907-2000). Disponível em http://www.imdb.com/name/nm0507390/?ref_=fn_nm_nm_1#Director.
Acessado em 3 dez. 2012.
Eugenio,
ResponderExcluirAchei de fundamental de importância, e sem valor a pagar, tal abordamento sobre a película Reinado de Terror/58, do Lewis.
Não se faz filmes de faroeste fora da linha de filmes de faroestes. Aliás, não deveria fazer, porque o Lewis chega a inventar com este seu filme de 1958.
Quando somos jovens muitas coisas nos marcam. E se formos cinemaníacos, como fomos e seguimos sendo, muitas cenas de fitas nos marcam e, com estas, seus respectivos titulos.
E Reinado de Terror caminhou em minha mente por anos a fio quando, finalmente a TV o reprisou.
Não vou aqui dizer que na época de seu lançamento eu sabia que Reinado de Terror era uma fita do Lewis, que somente vim a conhecer melhor num filme que ele já havia feito em 1955, que foi Obrigado a Matar.
Este pequeno western com o Randy e a Lansbury me deixou de olhos e instintos arregalados demais.
Gostei tanto desta fita que ela se travou em mim, catando-o para rever por anos a fio, quando um ex-amigo, por fim, me premiou com um DVD.
E matei a saudade. Tanto que comecei a distribuir a fita com amigos, chegando a exagerar nos meus comentários e enaltecendo as cenas que me embeveceram, com nem todos eles a amando como eu a amava nem a valorizando como eu.
Mas eles não estava errados e, talvez, eu sim, que o amava por dados quase que insignificantes, mas que, para mim, eram peças fundamentais para nos fazer prender a um filme B, detalhes estes não captados com a energia e significancia com que eu as captara os meus amigos cinéfilos.
É muito normal isso, eu amar uma fita e você, ou outros, a virem naturalmente e sem as vantagens com que as vi. Normal.
Detesto o Citzen Kane, mas milhões o amam. Sou preso à beleza e qualidade magistral de Da Terra Nascem os Homens. Mas tem muitos que o vêm normalmente, sem captar nele tudo o quanto eu capto.
Também normal.
E é esta a grandeza do cinema. Eu amo uma fita e você a detesta. São valores que um apanha nela, enquanto para outros tal fita passa normal e sem tanta atenção.
E foi com Obrigado a Matar que descobri o Lewis. Neste interim eu peguei a filmografia deste e lá estava Reinado de Terror, que já havia visto anos e anos antes.
Que boa surpresa! E foi que passei a atentar para o bem regular diretor, chegqando a ver com ele filmes como A Sétima Cavalaria (ou O Fantasma do Gal. Custer) e um filme com a Patricia Medina e o Howard Kell, Busca Desesperada, de 1952.
Enfim; o Lewis foi um diretor marca 1 ou mesmo um cineasta de qualidade maior? Não, não foi. Porém, o Lewis tinha o carisma de por nos seus filmes momentos e qualidades indiscutiveis e marcantes, como um homem matando outro, um pistoleiro, com um arpão, num duelo inusitado e aparentemente desigual
e um xerife modesto enfrentando um povoado cheio de pistoleiros, tendo neste duelo desigual vitórias e derrotas, como em Obrigado a Matar.
Totalmente ao seu lado e de suas opiniões sobre Reinado de Terror, fita com seus valores minimos, mas visto por pessoas que conseguem apanhar situações onde as situações existem, como é o caso deste modesto, mas vigoroso e diferente faroeste.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir,
ExcluirAlem de OBRIGADO A MATAR e REINADO DE TERROR, tive o privilégio de conhecer outros filmes de Lewis. Uso o termo "privilégio" simplesmente porque filmes do diretor estão cada vez mais distantes dos nossos olhos. Mas conheço ÓDIO CONTRA ÓDIO, O FANTASMA DO GENERAL CUSTER, JORNADA CRUEL, SÓ OS COVARDES SE RENDEM, MORTALMENTE PERIGOSA, OUTUBRO VOLTOU Á TERRA, SATÃ PASSEIA À NOITE, TRÁGICO ÁLIBI, O FANTASMA INVISÍVEL e OS ANJOS PINTAM O SETE.
São, todos, filmes realizados no limite da pobreza. Mas todos se deixam ver, devido à competência do artesão responsável pelas realizações. Em todos há algo de curioso ou, no mínimo, interessante.
No momento, tento encontrar mais filmes de Joseph H, Lewis, ao menos em programas de compartilhamento na Web. Ele e o alemão Pabst são os cineastas que tenho, no momento, a missão de descobrir e redescobrir.
Abraços.
Eugenio,
ResponderExcluirPerfeita posição sua nesta resposta e marcante frase (que a exponho abaixo) e tal qual eu também penso assim.
Uma postura sincera para com o diretor e uma verdade crua para suas condições de trabalho.
VEJA SUA FRASE CHEIA DE VERDADES:
São, todos, filmes realizados no limite da pobreza. Mas todos se deixam ver, devido à competência do artesão responsável pelas realizações. Em todos há algo de curioso ou, no mínimo, interessante.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir,
ExcluirSelecionei, via download, alguns títulos de Joseph H. Lewis para rever, principalmente estes: "Obrigado a matar", "Ódio contra ódio", "O fantasma do General Custer" e "Mortalmente perigosa". Se o nome do cineasta ainda é lembrando, hoje, vamos agradecer aos resgates promovidos por Peter Bogdanovic e Martin Scorsese, que sempre o valorizaram.
Abraços.
Eugenio,
ResponderExcluirNem sabia de nada disso, o que termina tornando nossos diálogos mais valorizados, nossas memorias mais férteis que imaginávamos e nossas palavras mais potentes que supunhamos.
Então , se estes dois grandes nomes do cinema dizem o que dizem do Lewis, o que mais poderemos citar em prol dos bons e férteis trabalhos do cineasta?
Somos acima de felizes por termos algum conhecimento sobre o que achamos de positivo no diretor, assim como as expondo sem nelas ter incorporados em nossas falas estes dois grandes nomes, o que nos deixa respirando sem contenção.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir,
ExcluirRecomendo que procure nos sebos os livros "Nacos do tempo: crônicas de cinema", de Peter Bogdanovich; "Uma viagem pessoal pelo cinema americano", de Martin Scorsese e Michael Henry Wilson; e "Afinal, quem faz os filmes", de Peter Bogdanovich. O livro do Scorsese é a versão escrita do documentário que ele dirigiu com o mesmo nome. Veja-o se puder, também.
Grande abraço.
Superb film
ResponderExcluirJá assisti muitas vezes .
Cada vez observo algo diferente .
Com sua publicação vou assistir novamente para observar mais detalhes
Obrigadoooooooo
Olá, Marina!
ExcluirSim, estes filmes podem ser revistos várias vezes. As produções "B" de Hollywood tinham mais liberdade. Podiam escapar das convenções e, de contrabando, inserir algumas mensagens de alerta. Obrigado pela presença e comentário.
Beijos e abraços.