Baseado em The altar of the dead e The
beast of the jungle, novelas de Henry James, O quarto verde (La
chambre verte, 1978) é, aparentemente, um corpo estranho na filmografia
de François Truffaut. Assustou o público, tornando-se a realização menos
lucrativa do diretor. Demorou mais de 20 anos para ser lançado no Brasil, mesmo
assim, em âmbito restrito. Acompanhando a trajetória de Julien Davenne,
obcecado pela morte, O quarto verde é um manifesto contra a
banalização do esquecimento. Ao mesmo tempo, faz coro a alguns posicionamentos
sobre o cinema: “forma de embalsamamento”, segundo André Bazin, e a única arte
capaz de surpreender a morte em sua atividade, conforme Jean Cocteau.
O quarto verde
La
chambre verte
Direção:
François Truffaut
Produção:
François Truffaut
Les Films du Carrosse, Les Productions Artistes
Associés
França — 1978
Elenco:
François Truffaut, Nathalie Baye, Jean Dasté, Patrick
Maléon, Jane Lobre, Antoine Vitez, Jean-Pierre Moulin, Serge Rousseau,
Jean-Pierre Ducos, Annie Miller, Nathan Miller, Marie-Jaoul de Poncheville,
Monique Dury, Laurence Ragon, Marcel Berbert, Guy D'Ablon, Thi-Loan Nguyen,
Christian Lentretien, Henri Bienvenu, Alphonse Simon, Anna Paniez, Carmen
Sardá-Cánovas, Jean-Claude Gasché, Martine Barraqué, Jean-Pierre Kohut-Svelko,
Josiane Couëdel, Roland Thénot, Gérard Bougeant, Néstor Almendros, Florent
Bazin, Anne Trigaux.
Julien
Davenne (Truffaut) leva existência triste e amargurada, alimentada por profundo
sentimento de culpa: sobreviveu às pessoas que amou e lhe foram significativas.
Fechou-se num mundo todo particular, no qual parece sobrar na desconfortável
situação de solitário vivente. Existe apenas para cultuar os mortos. É ministro e
guardião de fé tão estranha quanto extremada, da qual é, também, único fiel.
Os
vivos não importam a Davenne. É incapaz de compreendê-los, muito menos de
aceitá-los no interior do estreito círculo de seu mundo recluso. Aliás, fazendo-lhe justiça, os vivos lhe interessam apenas por fornecerem a permanente matéria prima do culto que o fascina. De
certo modo, Davenne está tão morto como os espectros que lhe povoam a memória.
De tão apegado a eles, tornou-se um fantasma. Apenas perambula pela vida. Nos
planos da real afetividade, há muito deixou de fazer diferença ou de existir.
François Truffaut interpreta Julien Davenne |
O
personagem, soldado, passou incólume pelo terrível morticínio da I Guerra
Mundial. Mas o conflito ceifou boa parte dos amigos e conhecidos. O trauma da
experiência é arrasador. Não se recupera após o armistício. Pensa que
encontrará alívio e normalidade no casamento com a amada Julie. Mas ela falece,
passados dois anos, deixando-lhe um filho mudo, Georges (Maléon), tratado com indiferença.
Cada vez mais afundado na melancolia, busca conforto e recomposição no
isolamento do culto à memória da esposa. Num aposento reservado da casa, o
quarto do título, ergue uma área de adoração a Julie, na qual distribui
retratos e relicários. Nesse santuário, passa boa parte do tempo,
principalmente ao voltar do trabalho. Não fossem as exortações da governanta, a
Sra. Rambaud (Lobre), Davenne não reservaria momentos ao burocrático e
distanciado convívio com Georges. Mesmo assim, parece que pretende iniciá-lo nos
mistérios do seu estranho culto. Exibe ao menino slides ilustrados por falecidos que lhe foram próximos e até de desconhecidos.
Julien Davenne (François Truffaut) em raro momento de interação com o filho Georges (Patrick Maléon) |
Após
os créditos de abertura — distribuídos sobre imagens palidamente azuladas da
amarga experiência de Davenne nos campos de batalha —, a história começa
propriamente, onze anos após o término da guerra. O personagem chega ao velório de
Genevieve (Miller), esposa do amigo Gerard Mazet (Moulin). É o momento em que
se percebe o quão egoísta se tornou. Seus argumentos ao consolo do viúvo são
justificativas para a vida que leva. Deseja ardentemente que Gerard canalize o
luto e a tristeza ao culto à memória de Genevieve. “Para os indiferentes, os
olhos dela estão fechados, mas para você, Gerard, estarão sempre abertos. Não
pense que a perdeu, mas que, agora, jamais poderá perdê-la. Devote todos os
seus pensamentos, todas as suas ações, todo o seu amor a ela. Os mortos
pertencem a nós, se estamos de acordo em pertencer a eles. Acredite, Gerard, os
mortos podem continuar a viver.” Mais tarde, dará as costas ao amigo ao saber
que ele superou o sofrimento do luto, casando-se novamente — atitude que
considera traição à memória de Genevieve.
A
superação da morte pela continuidade da existência, a recomposição dos laços
afetivos e o reencontro com outra experiência amorosa são impossibilidades para
Davenne. Para ele, viver se resume, em absoluto, na reverência aos mortos. O
personagem nega a conformação ou o exercício terapêutico do esquecimento, mesmo
relativo, para continuar vivendo. Não admite a morte como dado que traduz a
provisoriedade da existência. Antes, é a realidade pela qual o ato de viver
deve buscar prolongamento natural. Estranha experiência de transcendência! Como
lembrou o próprio Truffaut, entrevistado sobre O quarto verde[1],
Davenne é “um semilouco” perseguido por “uma idéia fixa”. Ele “se recusa a
esquecer [...], é o que importa”. Mas com a passagem do tempo — adianta o
cineasta — é fundamental que os mortos não ocupem demasiados espaços em nossas
lembranças, senão a própria vida se torna uma impossibilidade. Davenne —
prossegue Truffaut — discorda de Marcel Proust, para quem devemos aprender a
isolar os mortos de nossas lembranças mais recorrentes. Isso não significa esmorecer
no afeto que lhes devemos, mas porque morremos um pouco com eles, sempre. Por
isso, é fundamental cultivar mecanismos de afastamento, mesmo que isso não
aconteça de forma plena. Mas aqueles que continuam devem aprender a aceitar a existência
como algo provisório, em prol da própria sobrevivência.
Davenne,
em sua jornada apagada, mora numa pequena cidade francesa. Ganha o sustento
como jornalista da revista Globe. Boa parte dos assinantes, constituída
de idosos, está morrendo; as novas gerações não se interessam pela publicação.
Mesmo assim, recusa a proposta de transferência ao mais rentável jornal da
editora. Considera a permanência na Globe como gesto de fidelidade aos
leitores falecidos, em geral, e aos seus mortos queridos, em particular.
Especializou-se na redação de obituários tão precisos como
particularizados. Mantém-se informado sobre as atividades dos leilões, apesar
de não frequentá-los diretamente. Considera insuportável que objetos tão
queridos e carregados de significados para seus falecidos proprietários sejam,
durante os pregões, separados de seus contextos e tratados como bens
ordinários. Mas como se dispõe, sempre, a adquirir algo que fora de real
importância aos mortos, elege a idosa Sra. Rambaud para representá-lo nessas ocasiões.
Nas incursões para tomar ciência de itens que serão leiloados, Davenne conhece
Cecilia Mandel (Baye), relativamente uma alma gêmea. Com ela manterá relacionamento
significativo, mas insatisfatório no plano afetivo. Julien está tão perdido
para os mortos a ponto de não saber como reencontrar o caminho para a alegria
de viver. Cecilia poderia ser a oportunidade de redenção. Também valoriza o
passado e lamenta as perdas. Mas mantém conexões com a vida e a vontade de
viver. Venera os mortos, apenas. Procura não esquecê-los, principalmente pelas
boas contribuições que somaram ao seu viver. Já Davenne põe, acima de tudo, o
culto aos mortos em oposição aos vivos. Egoísta, procura tirar partido da
amizade com Cecilia, instrumentalizando-a. Principalmente depois da destruição
do quarto verde por um incêndio acidental.
Julien Davenne (François Truffaut) conhece Cecilia Mandel (Nathalie Baye) |
Julien Davenne (François Truffaut) diante das chamas que consomem o quarto verde |
Davenne encontra, no interior de um cemitério, as ruínas de uma capela destruída pela
guerra. Submete ao clero um plano para recuperá-la. Pretende transformar o
lugar em espaço dedicado aos seus mortos. A ideia é aceita — o que revela um
dado mórbido da própria religiosidade. No novo santuário, Julie ocupa o centro
das atenções. As memórias de todos os mortos queridos estão distribuídas pelas
paredes: fotografias, textos e os mais diversos relicários. A cada falecido
Davenne sabe de cor a biografia e mantém velas acesas. O local acirra as
diferenças com Cecilia. Ela acreditou que a centralização de todas as
lembranças do amigo poderia curá-lo. Mas, não! Além do mais, Davenne quer
Cecilia como parceira na guarda e preservação do local, acima de tudo quando
partir em definitivo.
Chegado esse momento, ela deverá completar o círculo,
acendendo a vela em honra dele mesmo. Ideias, ponderações e sentimentos da
amiga não são considerados.
Julien Davenne (François Truffaut) nos cuidados prestados ao jazigo da esposa Julie |
Concepções
tão distintas sobre a morte e a forma de cultuá-la afastam e aproximam Davenne
e Cecilia. Ainda mais por ela possuir, em casa, espaço reservado ao culto do
amante falecido, Paul Massigny, apenas mostrado em fotografias. Fora
amigo de Davenne. Por motivos pouco claros, tornou-se um desafeto, sendo a
única pessoa a quem endereçou um obituário em desacordo com os padrões
jornalísticos. A relação entre Cecília e Massigny é inexplicável para Davenne.
Sem dizer palavra, afasta-se dela, para se recolher, doente, ao que restou do
quarto verde. Desgostoso, prepara-se para morrer. Enquanto isso, ela o procura.
Tentando compreendê-lo melhor, levanta informações sobre seu passado junto a
Bernard Humbert (Dasté), editor da Globe. Por fim, escreve-lhe uma
carta, na qual declara amor. Mas não é o amor na medida esperado pelo outro,
resumido apenas no cumprimento dos preceitos que recomendou à sua morte. Ele
reúne as últimas forças para encontrá-la no santuário, onde falece. Cecília,
então acende a vela dedicada a Julian Davenne.
Cecilia Mandel (Nathalie Baye) acende a vela em honra de Julien Davenne |
A
princípio, O quarto verde aparenta ser um corpo estranho na filmografia de Truffaut.
Jamais uma temática tão mórbida, perturbadora e íntima se apresentou assim,
explicitamente, num conjunto de realizações geralmente dedicado a exaltar as possibilidades
de redenção pelo amor e pela alegria de viver, mesmo reservando lugar aos
sofrimentos decorrentes das dores da paixão. O público, assustado com guinada
tão radical, evitou o filme. O quarto verde é a realização menos
lucrativa do diretor. No Brasil, sequer foi lançado na época devida. Se chegou
a merecer a condescendência dos exibidores, mesmo de forma restrita, isso
decorreu das recentes mostras em homenagem ao cineasta exibidas em solo
brasileiro.
Duas
novelas de Henry James ofereceram a matéria-prima ao roteiro escrito por
Truffaut em parceria com Jean Gruault e Jean-Pierre Moulin (não creditado): The
altar of the dead e The beast of the jungle. A maior
parte da inspiração decorre do primeiro título. A história aí contada
transcorre no século 19. Mas Truffaut decidiu atualizá-la, transportando-a para
o período situado no entreguerras, pois queria relacioná-la diretamente às
lembranças dos morticínios provocados pela primeira grande conflagração de proporção
global[2].
Sempre criticado por suas
atuações apagadas, Truffaut resolveu encarnar Julien Davenne para torná-lo mais
íntimo e pessoal[3]. Ofereceu
uma interpretação convincente, marcada pela contenção, provavelmente devido ao
próprio modo de ser do personagem, tão apático e abúlico. Mas seria simplificação
excessiva concluir que Julien Davenne seria o próprio Truffaut. Não de todo.
Afinal, se há algo de comum entre o diretor e o seu personagem, é a recusa ao
esquecimento. Por ocasião do lançamento de O quarto verde, o realizador
declarou, já aos 46 anos, que começava a se ver cercado de pessoas mortas.
Apresentou como exemplo o filme Atira no pianista (Tirez
sur le pianiste, 1960): metade dos atores que nele trabalhou já morreu[4],
declarou na ocasião. “De tempos em tempos as pessoas que perdi me dão saudade,
como se acabassem de morrer. Jean Cocteau, por exemplo. Então, coloco um dos
seus discos e ouço-o. Escuto-o pela manhã, enquanto tomo banho. Como sinto
falta dele.”[5] Na
ocasião, afirmou sua contrariedade com o esquecimento, por ser um ato de
extrema futilidade, a futilidade do momento. “Isso eu rejeito.”[6]
Por
outro lado, se há vestígios de Truffaut em Julien Davenne , há
muito mais na personagem Cecilia Mandel. Ela tem ciência do valor e da
importância dos mortos em nossas vidas. Mas recusa a mortificação dos vivos.
Resumindo-a, em oposição a Davenne, percebe-se nela o amor por aqueles que
partiram. Sabe, no entanto, que a melhor maneira de cultuá-los não é pelo
desligamento da vida, mas pela continuação da existência, com eles e por eles.
Dessa forma, apesar da força decorrente da presença de Davenne, a morbidez de O
quarto verde pode ser relativizada, graças ao contraponto mais redentor
e realista oferecido por Cecilia.
Cecilia Mandel (Nathalie Baye) e Julien Davenne (François Truffaut) no "altar dos mortos" |
Em
Dicionário
de Filmes[7],
Georges Sadoul considera O quarto verde como realização
“maior” de Truffaut, pois, coerente com o tema que apresenta, faz coro à tese
de André Bazin, que tinha o cinema como “forma de embalsamamento”. O cinema
preserva cenas, situações, rostos, gestos. Tem a capacidade de mostrar como as
coisas e as pessoas se apresentavam em determinados momentos preservados nas
imagens. Outra não é a missão a que se atribui Davenne: preservar, guardar,
relembrar. A tese de Bazin também entra em concordância com a expressão de Jean
Cocteau, para quem o cinema se apresenta como a única arte capaz de surpreender
a morte em sua atividade[8],
pois é feito de movimento, como a vida, plena de fluições, mas efêmera, sempre
rumo a um fim.
O
radicalismo de O quarto verde lembra aos incautos, que tanto o estranharam, a marcante
presença da morte na filmografia de Truffaut. É um elemento que não deveria,
pois, merecer a desconfiança do público conhecedor da obra do cineasta. Jules
e Jim: uma mulher para dois (Jules et Jim, 1961), apesar de toda
a primeira parte, plenamente solar — é praticamente uma saudação à alegria de
viver —, encaminha-se lentamente para a melancolia decorrente da experiência
dos anos de guerra — novamente o primeiro grande conflito mundial —, chegando
ao final notadamente trágico. Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451, 1966) é
outro exemplo de nota, com história transcorrendo numa sociedade futurista que tenta
apaziguar as consciências pela incineração dos livros, considerados culpados
pela infelicidade dos homens. Em oposição, há a resistência de grupos
subversivos que se prestam a memorizá-los contra o crime do esquecimento.
Julien Davenne (François Truffaut) no quarto verde |
O
quarto verde também firma relações com a própria biografia de Truffaut,
repleta de personagens que lhe foram tão significativamente reais e caros. Entre
as imagens dos mortos dispersas pelas paredes do santuário são percebidos
retratos de Jean Cocteau, André Bazin, Oskar Werner (ator de Fahrenheit
451 e Jules et Jim), Oscar Wilde, Henry James, Maurice Jaubert —
compositor morto durante a Segunda Guerra Mundial, autor do Concerto
flamenco que pontua dramaticamente o filme — entre outros. Não há como esquecer
as referências de cunho notadamente cinematográficos. Afinal, Truffaut, ao
longo de sua obra, sempre dialogou com filmes que o inspiraram. Devido ao seu
tema e à sua composição, as imagens de O quarto verde remetem à atmosfera
carregada de irrealidade dos filmes de horror da Universal, realizados
principalmente ao longo dos anos 30. As tomadas no cemitério, o interior da
capela banhada na iluminação de velas e as cenas iniciais dos campos de batalha
revelam essa influência. Para tanto foi fundamental o talento do diretor de
fotografia Néstor Almendros, expert na
composição sob luz reduzida e contrastada, resultando em tonalidades
esmaecidas, pálidas, desvitalizadas, em acordo com a alma do personagem Julien
Davenne. O andamento do filme é sereno, como não podia deixar de ser em virtude
da temática abordada. Para isso, contribui a montagem de Martine Barraqué, que
investiu em elementos há muito deixados de lado pelas edições do cinema
contemporâneo: elipses, fusões à base de transições lentas, a utilização de fade-in e fade-out, até mesmo da íris.
Cecilia (Nathalie Baye) e Julien (François Truffaut) nos momentos finais de O quarto verde |
Para
tempos de dissolução como os atuais, valorizadores do hic et nunc, imersos no esquecimento e, consequentemente, na
desvalorização do passado, O quarto verde permite a projeção de
questões fundamentais acerca da preservação de relatos de experiência e
trajetórias vividas. É um filme que contempla as grandes e exemplares
narrativas, cada vez mais postas para escanteio frente às exigências da pressa
e crescente necessidade de substituir coisas e valores constantemente
liquefeitos nas névoas da contemporaneidade. Ao mesmo tempo, apresenta
interrogações acerca dos aspectos mais comezinhos da vida, mas nem por isso menos
importantes: como lidar com nossos mortos e deles extrair significados às
nossas vidas? Na verdade, já na época do seu lançamento, Truffaut apresentara
um trabalho que exigia algum esforço de reflexão dos espectadores. Pois O
quarto verde mexe com nossas atitudes frente à vida e à morte. Se já
não era fácil assisti-lo no final dos anos 70, o que dirá agora?
Roteiro: Jean Gruault, François Truffaut e Jean-Pierre Moulin (não
creditado), com base nas novelas The altar of the dead e The
beast of the jungle, de Henry James. Música: Maurice Jaubert. Direção
de fotografia (Eastmancolor): Néstor Almendros. Montagem: Martine Barraqué. Desenho
de produção: Jean-Pierre Kohut-Svelko. Figurinos:
Monique Dury, Christian Gasc. Maquiagem:
Thi Loan N'Guyen. Gerente de unidade de
produção: Geneviève Lefebvre. Segundo
assistente de direção: Emmanuel Clot. Assistente
de direção: Suzanne Schiffman. Assistentes
ao desenho de produção: Pierre Gompertz, Jean-Louis Povéda. Técnico de mixagem de som: Vincent
Arnardi. Som: Michel Laurent,
Jean-Louis Ughetto. Mixagem de som: Jacques
Maumont. Assistentes de câmera: Florent
Bazin, Anne “Trigaux” Khripounoff. Fotografia
de cena: Guy Gallice, Dominique Le Rigoleur. Eletricistas: Jean-Claude Gasché, Serge Valézy. Assistentes de montagem: Jean Gargonne,
Michel Klochendler. Direção musical:
Patrice Mestral. Consultoria musical:
François Porcile. Direção da produção:
Marcel Berbert, Roland Thénot. Maquinistas:
Gérard Bougeant, Charles Freess, Jacques Fréjabue. Secretaria de produção: Josiane Couëdel. Continuidade: Christine Pellé. Tempo
de exibição: 94 minutos.
(José Eugenio
Guimarães, 2013)
[1]
GILLAIN, Anne. O cinema segundo François Truffaut. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1990. p. 368ss.
[2]
GILLAIN, Anne. Op. cit. p. 367.
[3]
Ibidem. p. 369.
[4]
TRUFFAUT, François. Entrevista concedida a Catherine Laporte e Daniéle Heymann.
L’Express,
Paris, n. 1392, 13-19 de mar. 1978.
[5]
Ibidem.
[6]
GILLAIN, Anne. Op. cit. p. 368.
[7]
SADOUL, Georges. Dicionário de filmes. Porto Alegre: L&PM, 1993. p. 84.
[8]
Citação em acordo com a memória de José Eugenio Guimarães, pois não houve como
localizar a fonte.
Vi este há três anos, no canal 65(Telecine Cult). O Chicão Truffaut é um diretor fora-de-série. A ambientação é bem interessante, como você destrinchou, do Almendros empalidecer a tonalidade... e assim vai. Os elementos que você traz dão no que pensar. A idéia do Bazin, e.g., remete a um comercial dos 90's feito pelo Chico Anysio pra VCR. Quando assisti a La Chambre Verte, simpatizei com a Cecilia, que rejeitava o moderno e se ligava em coisas antigas. Se me derem brecha, tô assinando Le Globe.
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Olá, Hilton Neves;
ExcluirFeliz Páscoa! Espero que seus coelhos poedores estejam produzido a todo vapor. Hehe!
Quando à ideia de ver o cinema como "forma de embalsamemento", lembro que gravei (embalsamei) várias excelentes realizações que eram exibidas no velho canal 65, que mudou de nome sucessivamente de Telecine 5 para Telecine Cult e, no meio, chamou-se Telecine Classic, quando teve o seu apogeu. Todas essas gravações foram em fita. Atualmente, não tenho como ver mais nada disso. Alguma coisa consegui transferir para DVD.
Também tenho simpatias pela personagem Cecília. Já falaram que o posicionamento dela frente à vida é meio parecido com o meu. Lamenta as perdas, olha com carinho para o passado que lhe é significativo, mas segue em frente. Gosto muitíssimo desse filme.
Abraços.