domingo, 3 de março de 2013

A REPÚBLICA DE WEIMAR DEFINHA NAS ILUSÕES DO CABARET

Berlim, 1931: o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ou Partido Nazista pavimenta o caminho para a tomada do poder, o que acontecerá dentro de dois anos. É um dos momentos mais tensos da cena contemporânea. A República de Weimar está com os dias contados. Sobre seus escombros se assentará um regime que dará novos significados à perversão e à barbárie. Apesar de tudo, no Kit Kat Clube predominam o escapismo e a diversão. O Mestre de Cerimônias comanda o espetáculo: o mundo é uma festa! Não ouse duvidar, mein herr! Esta apreciação a Cabaret (Cabaret, 1972), de Bob Fosse, é de 1974. Passou por revisão e ampliação em 1982.








Cabaret
Cabaret 

Direção:
Bob Fosse
Produção:
Cy Feuer
ABC Pictures Corporation, Allied Artists Pictures Corporation, ABC Circle Films, 20th. Century-Fox, Feuer & Martin Production
EUA - 1972
Elenco:
Liza Minnelli, Joel Grey, Michael York, Helmut Griem, Fritz Wepper, Marisa Berenson, Elizabeth Neumann-Viertel, Helen Vita, Sigrid von Richthofen, Gerd Vespermann, Ralf Wolter, Georg Hartmann, Ricky Renée, Estrongo Nachama, Kathryn Doby, Inge Jaeger, Angelika Koch, Helen Velkovorska, Gitta Schmidt, Louise Quick e os não creditados Oliver Collignon, Pierre Franckh.




Bob Fosse



Dançarino e coreógrafo com farta experiência em produções hollywoodianas, Bob Fosse faz bonito ao estrear na direção de filmes, em 1968, com o feérico e inicialmente incompreendido Charity, meu amor (Sweet Charity, 1968). A história, ambientada em Nova York e livremente inspirada no roteiro de As noites de Cabiria (Le notti di Cabiria, 1957), de Federico Fellini, narra as desventuras de uma patética, otimista e simplória garota de programas (Shirley Maclaine), incansável na busca do amor verdadeiro.


A fria recepção angariada com esse primeiro trabalho condena Fosse a três anos de ostracismo. Nem mesmo a rápida e positiva reavaliação crítica do filme, imediatamente guindado à categoria de cult[1], basta para reabilitá-lo junto aos estúdios. Mas nada como um dia após o outro: em 1972, Cabaret, segundo filme do diretor, conquista 5 Globos de Ouro e disputa em pé de igualdade com O poderoso chefão (The godfather, 1972), de Francis Ford Coppola, dez indicações ao Oscar. A saga mafiosa adaptada da novela de Mario Puzzo recebe três estatuetas, inclusive a de Melhor Filme. Cabaret abocanha oito, para Direção, Atriz (Minnelli), Ator Coadjuvante (Grey), Fotografia, Montagem, Cenografia (direção de arte e decoração), Som e Trilha Musical Adaptada. Também concorre nas categorias de Filme e Roteiro Adaptado.


A princípio, nada previa os bons resultados de Cabaret. O projeto começou mal, desprezando qualquer planejamento prévio. A produção já havia consumido cerca de 2 milhões de dólares a esmo, sem ter sequer um roteiro pronto, quando Bob Fosse foi chamado para lhe dar rumo. Prevendo que esta poderia ser a chance de sua vida, não se intimidou. Encarou a má vontade da produção e fez o que pôde com os minguados recursos disponíveis. Chegou a fazer figuração, disfarçado (o mesmo acontecendo com Liza Minnelli), devido à falta de dinheiro para pagar os extras[2].


O resultado final está na tela para quem quiser ver. Cabaret, rodado na Alemanha Ocidental, é um filmaço, uma sátira amarga sobre o canto de cisne da República de Weimar e a ascensão do nazismo. É um documento social de realismo impressionante. Com ação ambientada na Berlim de 1931, dois anos antes da subida de Hitler ao poder, está a meio caminho entre O anjo azul (Der blaue angel, 1930), de Josef von Sternberg, e Os deuses malditos (La caduta degli dei, 1969), de Luchino Visconti, dois poderosos tratados cinematográficos sobre os temas da alienação e da decadência, também passados na Alemanha pré-hitlerista. Cabaret difere de ambos por ser um musical, considerado por muitos o primeiro filme adulto do gênero, exatamente por abordar a fragilidade dos indivíduos e das relações humanas num dos instantes mais conturbados e tensos da cena contemporânea.


Não há como questionar a seriedade de Cabaret. Entretanto, merece reparos o exagero de chamá-lo de "primeiro filme musical adulto". Ora, obras clássicas, divertidas, eletrizantes e aparentemente descompromissadas como Cantando na chuva (Singin in the rain, 1952), de Stanley Donen e Gene Kelly, e Amor, sublime amor (West side story, 1961), de Robert Wise e Jerome Robbins, por exemplo  a primeira brincando com um período dramático da história do cinema, a passagem do filme mudo ao sonoro; e a segunda reatualizando o drama de Romeu e Julieta, de Shakespeare, ao mesmo tempo em que lança olhar crítico sobre a exclusão social e a violência ocultas sob o mito do sonho americano  nem por isso são menos adultas, políticas e historicamente comprometidas que a encenação de Bob Fosse.



Sally Bowles (Liza Minnelli) e o Mestre de Cerimônias (Joel Grey)


Ao olhar desatento, Cabaret pode se assemelhar a um drama desenvolvido em duas frentes aparentemente desconectadas. De um lado, tem-se o Kit Kat Klub, casa de espetáculos animada pelo Mestre de Cerimônias interpretado por Joel Grey. De outro, há a realidade social alemã, cenário no qual se movimentam os personagens Brian Roberts (York), Sally Bowles (Minnelli), Maximillian von Heune (Grien), Fritz (Wepper) e Natalia Landauer (Berenson). Brian é inglês e estudante de filosofia em Cambridge, EUA. Vem a Berlim em busca de dados à conclusão da tese de doutoramento. Torna-se íntimo da alienada americana Sally, melhor dançarina do Kit Kat Klub, que se passa por filha de diplomata e alimenta sonho de seguir carreira no cinema. Aguarda convites, que nunca chegam, para estrelar filmes da Universum Film Aktien Gesellschaft (UFA). Remediada, sempre necessitando de dinheiro, Sally vê a sorte lhe sorrir quando conhece o Barão von Heune, bissexual com quem vem a se relacionar, juntamente com Brian, num insólito triângulo amoroso. Tão alienado quanto Sally, o nobre acompanha a ascensão dos nazistas, a quem considera "gorilas estúpidos", que cumprem a função "saneadora" de livrar a Alemanha dos comunistas. Acredita que "depois daremos um jeito de controlá-los”. Para fazer frente às necessidades financeiras, Brian se dedica às traduções (geralmente de pornografia) e a lecionar inglês para os judeus Fritz e Natalia. Fritz, comerciante, é pobre e se protege do antissemitismo alemão passando por protestante. Natalia é burguesa de elevada extração. Os dois se apaixonam, mas a relação só progride quando Fritz assume a identidade étnica, claramente ciente dos riscos que futuramente terá de enfrentar ao lado de Natalia.


Liza Minnelli, exuberante como Sally Bowles

O triângulo Sally (Liza Minnelli), Maximillian von Heune (Helmut Grien) e, ao centro,  Brian Roberts (Michael York)


O Mestre de Cerimônias praticamente ilude os espectadores ao convidar os presentes ao Kit Kat Klub a esquecerem, lá fora, os duros problemas do cotidiano. No palco desfilam dançarinas em trajes sumários, encenam-se grotescos números burlescos, interpretam-se muitas canções. Tudo para o deleite de uma plateia faminta de escapismo, flagrada sob baixa iluminação, às vezes representada como um conjunto de manequins de olhos vidrados, numa clara metáfora ao comportamento coletivo dos alemães que praticamente se deixaram levar pela pregação hitlerista, sem esboçar qualquer reação. Lá fora, à luz do sol, os nazistas barbarizam, protagonizando raids sangrentos contra opositores. Expõem claramente a seriedade de seus propósitos em canções iniciadas com versos inocentes, lembrando bucólicas e inocentes baladas pastoris, nas quais figuram alusões ao verde das campinas e ao brilho do sol. Mas são finalizadas em tom marcial, pregando, à maneira hitlerista, que "o amanhã virá/o mundo pertence a mim". Brian, o estrangeiro, estranha a situação. Sente na pele a gravidade do momento. Possui consciência crítica. Diante do ímpeto nazista, pergunta a Maximillian: "Ainda acha que poderá controlá-los?" O que se segue não é propriamente uma resposta, mas a risada cínica do Mestre de Cerimônias, confirmando, a quem ainda não havia percebido, o sutil entrelaçamento dos polos narrativos de Cabaret.



Maximillian von Heune (Grien) e Brian Roberts (York) diante do futuro que se ergue

Joel Grey, ilusionista e Mestre de Cerimônias do Kit Kat Klub


As imagens tomadas no Kit Kat Klub comentam as experiências dos personagens e da própria realidade alemã. Encenam a decadência e as contradições políticas e sociais. Nesse ponto, o filme é fiel à tradição dos espetáculos montados nos palcos germânicos: coreografia, cenografia e enredo extrapolam o tablado e se abrem à crítica social e política do momento. Não para menos todos os números musicais encenados estão correlacionados aos dramas destacados no roteiro. Assim, quando Brian chega a Berlim, aparece o Mestre de Cerimônias desejando "bem vindo estrangeiro". Sally canta Mein herr, alusivo à explicação que faz a Brian sobre seu (dela) temperamento depois que se conhecem na pensão. Os embates entre nazistas e democratas são representados por uma luta na qual as contendoras, dançarinas do cabaré, se digladiam na lama. Quando Sally conhece Maximillian na lavanderia o Mestre de Cerimônias aparece exclamando "Money!", seguindo-se depois a canção Money, money, money. A relação triangular entre Sally, Brian e o Barão é encenada no palco do Kit Kat Klub através de uma canção alusiva às vantagens do amor a três. Quando os nazistas espancam Brian e aterrorizam a casa dos Landauer, a movimentação dos celerados é encenada de modo satírico no palco. A judia Natalia é simbolizada por um gorila, apontando para a inferioridade dos judeus frente ao mito da superioridade ariana.


De um lado há um mundo de aparências, feito mais de sombras que de luzes, que valoriza o fake, o ilusório, proporcionando o escapismo e, paradoxalmente, transformando-se em simulacro da realidade. De outro, tem-se, sob a luz de fato, a verdade e a brutalidade, cruamente reveladas, mas apesar de tudo, não percebidas por Sally e Maximillian. Não era assim mesmo a Alemanha de Hitler? O que foi o processo nazista de fascinação de consciências senão a coalizão de um vigoroso discurso povoado por gloriosas imagens de transcendência, com atos e fatos os mais ignominiosos, que mais tarde muitos admitiram não ter percebido?


Fritz e Natalia, assumidos em sua condição judaica, irão, pouco a pouco, se contaminar na dureza da realidade alemã. Maximillian, por sua vez, toma o rumo da Argentina, simbolizando a omissão e a incapacidade de um setor social que não teve alternativas para oferecer à barbárie. Deixa para Brian e Sally, respectivamente, 150 Marcos, quantia que parece significar o não pronunciado desejo de "se virem!". Brian, representando a intelectualidade órfã, perplexa e desenraizada, retorna à Inglaterra. Antes, sofre desilusão com Sally que, por insegurança e egoísmo, aborta o filho que ele decidira assumir, mesmo sem ter certeza sobre a paternidade (ele ou o Barão?). Ela, cada vez mais alienada, permanece na Alemanha, entregue ao ilusionismo do Kit Kat Klub, sem a mínima noção a respeito do inferno que se abre aos seus pés. As últimas imagens mostram-na alegre, como numa exaltação à decadência, enaltecendo numa canção as possibilidades escapistas do cabaré  agora com a plateia tomada por suásticas em sua quase totalidade , mal sabendo que daí a pouco a música que dará o tom na Alemanha será muito diferente.


Natalia Landauer (Marisa Berenson)

Maximillian von Heune (Helmut Grien)


Cabaret trata de conturbados entrelaçamentos pessoais. Ao mesmo tempo dramatiza, de forma metafórica, as relações dos indivíduos com a História. A fotografia de tonalidades expressionistas de Geoffrey Unsworth completa o quadro, conferindo-lhe uma atmosfera de irrealidade que parece perturbar o pensamento e as ações individuais. Tudo está imerso em decadência, tumulto e alienação: as ruas de Berlim, o paradoxal Kit Kat Klub, a pensão que abriga Brian e Sally, os restaurantes de beira de estrada.


Sally Bowles é o grande papel da carreira de Liza Minnelli. É, praticamente, o prolongamento natural de uma trajetória firmada como cantora de casas noturnas. Ela ganhou o Oscar três anos após ser indicada à estatueta pelo desempenho oferecido em Os anos verdes (The sterile cuckoo, 1969), de Alan J. Pakula. Sua interpretação é cheia de referências à Edith Piaf e Marlene Dietrich. Mas o fenópito da personagem, principalmente pelos trejeitos e corte do cabelo, lembra muito outra figura marcante do cinema alemão: Lulu, interpretada por Louise Brooks para A caixa de Pandora (Die büchse der Pandora, 1929), de Georg Wilhelm Pabst.


Liza Minnelli como Sally Bowles


Dietrich também imortalizou no cinema uma cantora de cabaré, a diabólica Lola-Lola, responsável pela queda e perdição do bem comportado e quase puritano Professor Immanuel Rath (Emil Jannings) em O anjo azul — filme que profetiza metaforicamente a Alemanha que renasceria das cinzas da República de Weimar. Entretanto, ao lado de Lola-Lola, Sally Bowles só tem realçado o seu caráter ingênuo, a ponto de mais parecer um anjo de candura.


Joel Grey, agraciado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, recebeu em 1966 o Tony pela interpretação do Mestre de Cerimônias na encenação de Cabaret nos palcos da Broadway.


Brian Roberts (Michael York)


A novela Goodbye to Berlin, de Christopher Isherwood, base ao roteiro de Jay Presson Allen e Hugh Wheeler (ao lado da peça musical Cabaret de Joe Masteroff, John Kander e Fred Ebb, e da peça I am a camera, de John Van Druten) recebeu primeiro tratamento cinematográfico em 1955, na Inglaterra, da parte do diretor Henry Cornelius em I am a camera, com Julie Harris no papel de Sally. Também passou por diversas montagens teatrais.





  




Direção de fotografia (Technicolor): Geoffrey Unsworth. Produção executiva: Martim Baum (não creditado). Roteiro: Jay Presson Allen, Hugh Wheeler, com base em Cabaret, peça musical de Joe Masteroff (libreto), John Kander (música) e Fred Ebb (letras), conforme montagem produzida por Harold Prince; na peça I am a camera (1951) de John Van Druten, adaptada da novela Goodbye to Berlin (1933), de Christopher Isherwood. Penteados: Susi Krause, Raimund Stangl. Penteados de Lisa Minenelli: Gus Le Pré. Maquiagem: Susi Krause, Raimund Stangl. Operador de câmera: Peter MacDonald. Casting: Renate Neuchl. Desenho de produção: Rolf Zehetbauer. Direção de arte: Hans Jürgen Kiebach. Decoração: Herbert Strabl. Figurinos: Charlotte Flemming. Coreografia: Bob Fosse, associado a Fred Werner. Pesquisa: Hugh Wheeler. Música, supervisão musical, arranjos e direção musical: Ralph Burns. Canções: Willkommen; Two ladies; Sitting pretty; Tiller girls; Cabaret; Mein herr; Maybe this time i'll be lucky; Money, money, money; Beedle deedle dee; Tomorrow belongs to me; Eins zwei drei; Heirat; If you could see her through my eyes. Letras das canções: Fred Ebb. Canções adicionais: John Kander, Fred Ebb. Som: David Hildyard, Hugh Wheeler. Combinação de sons: Robert Knudson, Arthur Piantadosi. Produtor associado: Harold Nebenzal. Montagem: David Bretherton. Gerente de produção: Pia Arnold. Assistentes de direção: Douglas Green, Wolfgang Glattes. Administração: Herbert Fischer. Gerente de unidade de produção: Wolfram Kohtz. Segundo assistente de direção: Stefan Zürcher (não creditado). Contra-regra: Richard Eglseder. Supervisão da edição de som: James Nelson (não creditado). Eletricista-chefe: Herbert Fischer. Fotografia fixa: Lars Looschen. Assistente de câmera: John Campbell (não creditado). Guarda-roupa: Ille Sievers. Assistente de figurinos: Ute Meyer-Martin (não creditado). Assistente de montagem: David Ramirez. Edição musical: Illo Endrulat. Coordenação musical: Raoul Kraushaar. Edição musical: Karola Storr, Robert N. Tracy. Coordenação de danças: Jutta Beil. Publicidade: Vic Heutschy, Michael Alpert (não creditado), Virginia Lord (não creditada), Myrna Post (não creditada). Auditoria da produção: Jane Meagher. Produção do palco em Nova York: Harold Prince. Instrutor de diálogos: Osman Ragheb. Assistente de coreografia: John Sharpe. Continuidade: Trudy von Trotha. Companhia de efeitos sonoros: Edit-Rite. Créditos: Modern Film Effects. Estúdio de regravação de som: Todd-AO Studios. Tempo de exibição: 124 minutos.





(José Eugenio Guimarães, 1974; revisto e ampliado em 1982)






[1] EWALD FILHO, Rubens. Dicionário de cineastas. São Paulo: Global, 1977. p. 159.
[2] Ibidem.






9 comentários:

  1. Que eu me lembre foi o único filme que assisti com a Liza Minneli, gostei muito. Ajude minha vaga lembrança J.E., ela atuou em que outros filmes????
    abçs
    monica

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    1. Olá, Mônica!

      Sim, ela atuou em muitos outros filmes, em cerca de 25, pelo que sei. O primeiro é de 1949, "A noiva desconhecida" ("In the good old summertime"), de Herbert Z. Leonard, quando tinha 3 anos. Trabalhou com a mãe, Judy Garland.

      Você provavelmente a viu em "Os aventureiros do Lucky Lady" (1975), "New York, New York"(1977), "Regresso ao mundo maravilhoso de Oz" (1974), "Questão de tempo" (1976), "Diz-me que me amas" (1970), "Os anos verdes" (1969), "Arthur, o milionário sedutor" (1981) etc.

      Abraços.

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    2. "A noiva desconhecida", por curiosidade, é uma refilmagem de "A loja da esquina", de Ernst Lubitsch, com James Stewart (por sinal, a regra do original melhor que os "remakes" foi seguida, no caso, embora, dentre estes, "A noiva desconhecida" tenha sido o melhor). Vi "Os aventureiros do Lucky Lady", uma aventura picaresca bem próxima, curiosamente, dos filmes de gangster, e em "New York, New York" e "Arthur, o milionário arruinado", continuação do filme de 1981, que eu não cheguei a ver. Liza dublou a Dorothy na versão em desenho animado de "A volta do Mágico de Oz".

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  2. Realmente, um grande filme. E a fala de Maximilian, o barão bissexual (tendência que se revelará também em Brian, como se verá do diálogo áspero que tem com Sally), quanto a poder controlar os gorilas estúpidos que fazem o serviço de limpar a Alemanha da praga do comunismo, num certo sentido, lembra o que escreveu o Prêmio Nobel de Economia Paul Samuelson, ainda na década de 60, na sua "Introdução à análise econômica" quanto ao apoio que a classe média costuma dar ao fascismo precisamente pelo medo do perigo vermelho e, mais tarde, vem a dar-se conta da impossibilidade de controlar o que se baseia precisamente no irracional da destruição do inimigo como um fim em si mesmo.

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    1. Houve um tempo em costumava ilustrar algumas aulas de Ciência Política com "Cabaret", Ricardo Antônio Lucas Camargo, exatamente pelos aspectos que tão bem destacou.

      Abraços.

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  3. Esse filme parece ser bom. Quem sabe eu assista, vou anotar.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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    1. Olá, Arthur Claro;

      Estou atrasadíssimo na resposta. Desculpe-me. Mas, a esta altura, espero que já tenha visto "Cabaret". É obrigatório. Filme para todo o sempre.

      Abraços.

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  4. Un excelente articulo como siempre de Eugenio Guimaraes, de una excelente película musical. Sin duda unas interpretaciones magistrales de sus protagonistas que ensalzan a la excepcional voz de Liza Minnelli que borda sus actuaciones y dejando el listón muy alto en un indiscutible clasico musical

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    1. Muchas gracias por el aporte, caro Jordi Cabré Carboó. De hecho, esta es una película ejemplar, tanto por la dirección como por las interpretaciones y capacidad de firmar un diálogo entre las músicas y uno de los momentos más críticos de la historia contemporánea. Es una película que me agrada muchísimo. Permitió nuevas posibilidad al género del musical.

      Abrazos y saludos.

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