Discreto e eficaz, No mundo de 2020 (Soylent
green, 1973), de Richard Fleischer, une ficção científica e investigação
policial. Deixa de lado alienígenas monstruosos e aventuras espaciais para se
ocupar com os rumos da Terra, degradada por consumismo desenfreado, descontrole
populacional, desemprego maciço, degradação ambiental e crise alimentar.
Realizado numa época anterior ao surgimento dos partidos verdes — quando os
discursos sobre preservação de ecossistemas, tecnologias alternativas e desenvolvimento
sustentado sequer estavam na ordem do dia —, No mundo de 2020 é,
atualmente, um marco do cinema de antecipação, um grito de alerta compreensivelmente
relegado a um injusto mas conveniente esquecimento.
No mundo de 2020
Soylent green
Direção:
Richard Fleischer
Produção:
Walter Seltzer, Russel Thatcher
Metro-Goldwyn-Mayer
EUA — 1973
Elenco:
Charlton Heston, Leigh
Taylor-Young, Edward G. Robinson, Joseph Cotten, Chuck Connors, Brock Peters,
Paula Kelly, Stephen Young, Mike Henry, Lincoln Kilpatrick, Roy Jenson, Leonard
Stone, Whit Bissell, Celia Lovsky, Dick Van Patten, Morgan Farley, John
Barclay, Belle Mitchell, Cyril Delevanti, Forrest Wood, Faith Quabius, Jane
Dulo, Tim Herbert, John Dennis, Jan Bradley, Carlos Romero, Pat Houtchens,
Joyce Williams, Erica Hagen, Beverly Gill, Suesie Eejima, Cheri Howell, Kathy
Silva, Jennifer King, Marion Charles.
Em 1981 Ridley
Scott assombrou o cinema e o imaginário com Blade runner, o caçador
de androides (Blade runner), feito de imagens que
antecipam, para breve, cenário cinzento e aterrador para a Terra. Poluída e
superpovoada, diariamente bombardeada por chuva ácida, torna-se inviável. Será
como uma sucata orbitando o Sol, largada à população sem possibilidades de
migrar para paragens siderais mais acolhedoras. A dura racionalidade
instrumental orienta as relações sociais. Paradoxalmente, são robôs concebidos
à imagem e semelhança do homem — convertido em
Deus decaído e alienado —, os depositários dos últimos
resquícios de humanidade.
Hoje, com sua encenação poderosa, Blade
runner, o caçador de androides é um marco da ficção científica.
Provavelmente, até o momento, é a peça cinematográfica que melhor problematizou
o futuro próximo do planeta. Faz parte de um seleto grupo de filmes que deixou
de lado alienígenas monstruosos e aventuras espaciais para se voltar às questões
atuais, que povoam o cotidiano de considerável parcela de pessoas preocupadas
com os rumos do planeta. O discreto e eficaz No mundo de 2020 pode não
ter inaugurado essa tendência do cinema de antecipação, mas é, certamente, um
dos pioneiros mais dignos e justamente lembrados. Principalmente porque, na
época da realização, sequer existiam organizações políticas como os partidos
verdes. Em 1973, os movimentos sociais voltados à preservação da natureza, ou
que propunham a exploração racional do meio ambiente, ainda engatinhavam e
recebiam mais zombaria que atenção. “Ecologia”, “tecnologias alternativas”,
desenvolvimento sustentado”, “preservação de ecossistemas”, “biodiversidade”,
“reservas extrativistas” eram conceitos novos, polêmicos, mal definidos,
brandidos por um pequeno grupo de militantes exaltados, insistentes e abnegados
que pretendiam inclui-los nas agendas governamentais para desespero dos
defensores do desenvolvimento a qualquer preço. Richard Fleischer realizou No
mundo de 2020 quatro anos antes da estreia do então publicitário Ridley
Scott na direção cinematográfica com Os duelistas (The duellists, 1977),
separado de Blade runner, o caçador de androides pela mesma quantidade de
tempo.
O trabalho de Fleischer mistura os
gêneros policial e ficção científica, tomando por base o livro de Harry
Harrison, Make room! Make room!, roteirizado por Stanley R. Greenberg.
Ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Avoriaz. Localiza a história em New York , dois anos à
frente da data do título. O futuro se tornou apenas continuação piorada do
presente. A cidade é uma megalópole de 40 milhões de habitantes, a maior parte
largada à própria sorte, destituída de empregos, moradias e acossada, nas 24
horas do dia, por calor e poluição. À noite, o toque de recolher provoca o
congestionamento de escadarias, passagens subterrâneas, automóveis abandonados,
qualquer espaço que puder ser convertido em abrigo. Medidas de
segurança abolem a liberdade de ir e vir. O consumismo desenfreado, o aumento
descontrolado da população e o progresso a qualquer preço transformaram a Terra
num inferno de amplas proporções. Vive-se apenas por viver. No campo restam
poucas fazendas, transformadas em fortalezas bem guardadas, incapazes de
produzir alimento suficiente à sobrevivência da população. A empresa de
comestíveis Soylent Corporation supre precariamente essa carência, abastecendo
o mercado com produtos sintéticos, os tradicionais soylents vermelho e amarelo — extraídos de
vegetais energéticos, conforme a mensagem publicitária — e o recente
soylent verde — produzido do plâncton, segundo a
embalagem. De enorme sucesso, o soylent verde esgota-se imediatamente tão logo
chega às prateleiras dos postos de venda. É distribuído uma vez por semana numa
operação que exige policiamento reforçado nas ruas, além da mobilização de uma
patrulha de escavadeiras e caminhões basculantes adaptados para controlar distúrbios
urbanos. Os produtos Soylent são praticamente destituídos de gosto e cheiro.
Carne e vegetais in natura,
raríssimos, sobrevivem na lembrança dos mais velhos ou são privilégio da
reduzida casta abastada que ainda desfruta de moradias requintadas e confortáveis,
da proteção de guarda-costas e do atendimento permanente de prostitutas de luxo
— as “mobílias” — pertencentes às unidades residenciais. Os remediados vivem em
apertados apartamentos e são obrigados a despender esforço físico para garantir
o suprimento de energia elétrica.
Desemprego, crise habitacional e desabastecimento geram distúrbios em No mundo de 2020 |
De boina preta, o personagem Sol Roth (Edward G. Robinson) na fila para o abastecimento de água |
A vida foi
destituída de qualquer significado no drama encenado em No mundo de 2020.
Dessacralizada ao extremo, tornou-se pura imanência. A mesma situação de plena
descaracterização envolve a morte. O processo de desumanização aboliu as
vigílias, cerimônias e rituais fúnebres. Os cadáveres, tratados como lixo, são
simplesmente recolhidos e despachados. Não são chorados por ninguém. Mas,
paradoxalmente, o governo oferece gratuitamente os serviços do Lar, instituição
que proporciona ao cidadão cansado e/ou impossibilitado de viver, a
oportunidade de uma eutanásia indolor e digna, antecedida por vinte minutos de
belíssima e elevada sublimação, preparada segundo os desejos do interessado.
O prólogo de No
mundo de 2020 é uma sucessão de fotografias que ilustra a acelerada
decomposição da qualidade de vida no planeta desde a consolidação da Revolução
Industrial. Mostra a paulatina destruição da natureza, paralela à crescente
desumanização do espaço. A seguir começa propriamente o filme. As primeiras
imagens revelam de pronto a plataforma narrativa de Richard Fleischer. O
diretor optou por uma cenografia sombria, seca, desencantada e deprimente,
sugestiva de uma atmosfera carregada e envenenada.
O assassinato de William R. Simonson
(Cotten) — sócio da Soylent Corporation mal
informado sobre o sistema de produção da companhia — dá partida à
trama. O policial Thorn (Heston), responsável pelo caso, descobre: a vítima
estava ciente de que seria morta e, mesmo assim, conformou-se à situação. De
fato, diante do assassino Gilbert (Young), Simonson classificou o próprio fim
como necessário, único modo de evitar uma provável catástrofe. Ao investigador,
a “mobília” Shirl (Taylor-Young) revela que o patrão entrara recentemente em
estado de profunda e inexplicável depressão. Na verdade, o empresário tomou
conhecimento de um processo de horror. Em busca de alívio, confessou suas
angústias a um padre (Kilpatrick): o segredo da fabricação do soylent verde. A
revelação deixa o religioso desesperado. Thorn o procura em busca de pistas,
mas esbarra na barreira ética do sigilo de confissão. Mesmo assim, percebeu que
o assunto deixou o sacerdote visivelmente abalado. Este, logo é assassinado, a
mando da Soylent Corporation.
O policial Thorn (Charlton Heston), na residência do empresário assassinado, fascinado com o perfume do sabonete e as comodidades da água corrente |
O vigilante Tab Fielding (Chuck Connors) e a "mobília" Shirl (Leigh Taylor-Young) |
O padre (Lincoln Kilpatrick) |
Thorn divide o
apartamento com um amigo, o velho Sol Roth (Robinson) que o auxilia na
retaguarda das investigações, como se fosse uma central de inteligência. Roth
pesquisa evidências, esclarece pistas, complementa informações. É o personagem
que, pode-se dizer, humaniza o mundo aviltado de 2020. Traz na lembrança a vida
na Terra anterior à atual fase de degradação. Implacável, formula um julgamento
desesperançado: “As pessoas sempre foram podres, mas o mundo era lindo”. Diante
das raras folhas de papel em branco que recebe de Thorn, recorda emocionado a
época em que as editoras funcionavam e imprimiam os mais variados livros. Sol
Roth marca presença nos melhores momentos de No mundo de 2020. É
antológica a sequência em que degusta uma refeição à base de alguma carne,
legumes mirrados e poucas frutas, alimentos de verdade que há anos não provava
e que Thorn confessa nunca ter experimentado. O mesmo Sol deixa o espectador
com água na boca quando extravasa sincero prazer ao provar restos de geleia de
morango retidos numa colher. Mas nada se compara à seqüência de sua morte.
Desgostoso após descobrir a verdadeira composição do soylent verde, o
personagem de Robinson resolve ir para o Lar. Encomenda uma eutanásia ao som de
música clássica ligeira, ilustrada durante um terço de hora por delirantes
imagens de montanhas nevadas, fundos de mar repletos de cardumes coloridos,
crepúsculos, horizontes ocupados por pássaros em revoada, florestas
verdejantes, animais convivendo em seu habitat. São vistas de uma Terra que não
existe mais, cenas que a memória confrontada pela dura realidade converteu em Paraíso. Alertado
por um bilhete, Thorn chega a tempo de acompanhar o falecimento consentido de
Sol. Extasia-se diante da beleza das imagens projetadas para o amigo. Enquanto
isso, ouve a verdade sobre o caso que investiga. A revelação está fechada à
audição do espectador.
Thorn (Charlton Heston e Sol Roth (Edward G. Robinson) |
Sol Roth (Edward G. Robinson) prestes a saborear uma rara e fresca maçã |
Controlando as
emoções diante da partida de Sol, Thorn parte em busca de provas que sustentem
as informações recebidas. É no Lar que começa a agir, acompanhando a
movimentação de caminhões que recolhem os mortos até a fábrica da Soylent
Corporation onde confirma: o soylent verde é feito de cadáveres. Essa é a
verdade descoberta por Simonson, que resultou na sua morte e do padre; provocou
o desgosto de Sol e sua consequente ida para o Lar. Agora ameaça Thorn. O
teimoso detetive conduz a investigação por conta própria. A polícia,
pressionada pela Soylent Corporation e pelo governador Santini (Bissell),
afastou-se do caso.
Thorn (Charlton Heston) nas dependências da Soylent Corporation |
Descoberto nas dependências
da Soylent, Thorn escapa, mas é perseguido. Entra em contato com Hatcher
(Peters), seu chefe imediato, a quem pede ajuda, antes de buscar abrigo no
interior do congestionado albergue da Igreja. O socorro chega quando é
localizado e ferido pelos assassinos. Desesperado, o detetive conta a verdade a
Hatcher. Seu braço parado no ar depois do grito “o soylent verde é feito de
gente” encerra No mundo de 2020, sem dúvida, um dos melhores filmes da
irregular e prolífica carreira de Richard Fleischer.
Se a narrativa
não é plenamente satisfatória, tal se deve à opção que privilegiou mais o
aspecto policial que o da ficção científica. Dessa maneira, a denúncia da
degradação ambiental e da completa dessacralização da vida é posta à reboque da
investigação que corre de modo corriqueiro, obediente ao andamento dos mais
burocráticos seriados televisivos. Apesar disso, o filme provoca impacto. A
situação pintada em No mundo de 2020 é tão desesperadora que ao filar um cigarro
Thorn diz: “Se eu tivesse dinheiro fumava dois ou três desses por dia”. Momentos
antes, na mansão de Simonson, ao iniciar a investigação, ele se deleitava com a
sensação de água corrente despejada à vontade sobre seu corpo, com o frescor do
sabonete e a maciez de uma toalha perfumada — prazeres e produtos também raros
no futuro anunciado pelo filme. Charlton Heston faz um personagem convincente,
adequado a uma época de crescente instrumentalização da vida, que resulta na
perda de sentido dos mais elementares princípios morais. Thorn é um policial
que não tem pudor em abusar do poder e de suas imunidades. Colhe mais que as
necessárias provas na cena do crime. Retira da disponível “mobília” Shirl o
prazer que dela se espera.
Chefe Hatcher (Brock Peters) |
Apesar de
pertencer a Charlton Heston o papel principal de No mundo de 2020, quem
brilha em cena é Edward G. Robinson. O velho ator — que deu vida a
tantos personagens duros e malvados desde que estreou no cinema em Alma
no lodo (Little Caesar, 1930), de Mervin LeRoy — morreu duas
semanas após o encerramento das filmagens. Não teve a oportunidade de se ver
num dos seus mais generosos e sensíveis desempenhos.
Roteiro: Stanley R. Greenberg, com base na novela Make
room! Make room!, de Harry Harrison. Direção de fotografia (Panavision, Metrocolor): Richard H. Kline. Música: Fred Myrow. Música adicional: Peer Gynt, de Edvard
Grieg; Sinfonia n. 6, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky; Sexta
Sinfonia, Opus 68 ‑ Pastoral, de Ludwig Van Beethoven. Direção de música sinfônica: Gerald
Fried. Figurinos: Pat Barto. Montagem: Samuel E. Beetley. Gerente de unidade de produção: Lloyd Anderson.
Contra-regra: Terry Ballard. Produção de elenco: Jack Baur. Decoração: Robert R. Benton. Consultor técnico: Professor Frank R.
Bowerman. Confecção de vestuário:
Norman A. Burza, Betsy Cox. Coordenação
de seqüências de ação: Joe Canutt. Direção
de arte: Edward C. Carfagno. Condução
de música sinfônica: Gerald Fried. Efeitos
fotográficos especiais: Robert R. Hoag, Matthew Yuricich. Efeitos visuais especiais: A. J.
Lohman. Segundo assistente de direção:
Gene Marum. Primeiro assistente de
direção: Daniel S. McCalley. Som:
Harry W. Tetrick, Charles M. Wilborn. Maquiagem:
Bud Westmore. Penteados: Sherry
Wilson. Seqüências especiais:
Braverman Productions. Fotografias do
prólogo: Magnun. Tempo de exibição:
97 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1976; revisto e ampliado
em 1986)
Olá Eugenio!
ResponderExcluirEsta fita esta longe de qualquer otimismo e resenha um pessimismo diante de fatos de tragédias que ocorrem nos nossos dias desde que a obra foi lançada em 1973. Podemos não estar passando por estes momentos IPISIS LITERIS conforme as narrativas do filme, mas a Humanidade, cada vez mais gananciosa e desumana, faz com que tudo venha a se destruir no mundo.
Tudo foi abordado de forma correta em seu texto, e não há como não se lembrar de cada cena através das linhas pautadas. Mas mesmo com esta mensagem pessimista, a sequência poética do filme fica com a morte de Sol, no último desempenho do fantástico Edward G. Robinson, que já se encontrava muito debilitado.
Aliás, durante as filmagens, foi muito ajudado por Charlton Heston, que o ajudava nas falas quando o veterano ator as esquecia, e o astro de “BEN-HUR” e “A MARCA DA MALDADE” o tratava com dedicado carinho e respeito, com quem havia contracenado em “OS DEZ MANDAMENTOS”, quase 20 anos antes. NO MUNDO DE 2020 foi o canto de cisne de Robinson, que deixou um marco indelével na cinematografia mundial.
Grande abraço
Paulo Telles
Filmes Antigos Club Artigos
http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br/
Olá Eugenio!
ResponderExcluirEsta fita esta longe de qualquer otimismo e resenha um pessimismo diante de fatos de tragédias que ocorrem nos nossos dias desde que a obra foi lançada em 1973. Podemos não estar passando por estes momentos IPISIS LITERIS conforme as narrativas do filme, mas a Humanidade, cada vez mais gananciosa e desumana, faz com que tudo venha a se destruir no mundo.
Tudo foi abordado de forma correta em seu texto, e não há como não se lembrar de cada cena através das linhas pautadas. Mas mesmo com esta mensagem pessimista, a sequência poética do filme fica com a morte de Sol, no último desempenho do fantástico Edward G. Robinson, que já se encontrava muito debilitado.
Aliás, durante as filmagens, foi muito ajudado por Charlton Heston, que o ajudava nas falas quando o veterano ator as esquecia, e o astro de “BEN-HUR” e “A MARCA DA MALDADE” o tratava com dedicado carinho e respeito, com quem havia contracenado em “OS DEZ MANDAMENTOS”, quase 20 anos antes. NO MUNDO DE 2020 foi o canto de cisne de Robinson, que deixou um marco indelével na cinematografia mundial.
Grande abraço
Paulo Telles
Filmes Antigos Club Artigos
http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br/
Olá, Paulo Telles (Filmes Antigos Club Artigos/http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br),
ExcluirCaro Paulo, uma das coisas que mais me deixam injuriados é a atual identificação de Charlton Heston com a liberdade do uso de armas nos EUA. As pessoas se lembram somente dessa faceta do ator. Esquecem totalmente que ele foi um dos atores mais comprometidos com causas sociais. Participou de não sei quantas campanhas em prol dos direitos civis, de apoio a Luther King etc. Mas toda a história do cara é varrida por causa da adesão as armas. É muito fundamentalismo. Um deslize na biografia e toda uma vida vai pelo ralo, não importa o que o biografado tenha feito. Muito injusto isso.
No cinema, Heston foi uma das personalidades mais generosas. Não podemos esquecer de seu empenho para auxiliar Sam Peckinpah na conclusão do vilipendiado MAJOR DUNDEE (JURAMENTO DE VINGANÇA) ou do apoio dado a Orson Welles à conclusão de A MARCA DA MALDADE, mais recentemente, no processo de restauração desse filme.
É conhecida a ajuda que Heston prestou ao debilitado Edward G. Robinson em NO MUNDO DE 2020. O velho ator estava praticamente surdo quando o filme foi realizado, além de estar com o câncer em estágio muito avançado. As instruções, durante as filmagens, tinham que ser ditas diretamente no ouvido do ator. Heston e a equipe refizeram pacientemente várias cenas prejudicadas pelos problemas de audição e fragilidade de Robinson.
A emocionante cena em que os personagem de Heston e Robinson ingerem alimentos frescos e naturais, não estava no roteiro. Foi uma construção dos atores, a pedido do diretor. Já a sequência da morte de Sol, no Lar, é em tudo emocionante. De vez em quando, procuro essa passagem no Youtube. É uma pena, pois parece que não há versões em DVD ou BR de NO MUNDO DE 2020 em território brasileiro.
Grande abraço.
Hola querido Eugenio...Como pasa el tiempo para la época del cine verdad? Yo creo que cuando se realizó la producción el tiempo se veía como algo muy lejano, sin embargo, ya estamos muy cerca del año 2022...Creo que sería muy bueno difundir estos temas que siguen siendo necesarios pues aun hay mucho mercenario que sigue talando y saqueando nuestra naturaleza.
ResponderExcluirEstupenda reseña cielo, además del análisis minucioso y muy preciso me gusta mucho la parte de las fotografías, genial, te mando besitos y un abrazo gigante...!!!
Gracias por el comentario, María Del Socorro.
ExcluirParece increíble ... Pero, esta película, desgraciadamente olvidada en los días de hoy, fue hecha en el ya distante 1973. Ese año, yo estaba apenas con 17 años. ¿Cuánto tiempo ha pasado de aquí para allá. Sin embargo, la película sólo ganó una terrible actualidad. Las sociedades y la naturaleza sólo se han degradado. La alerta que emite es justa y más que necesaria. Estamos entrando en un período en el que la explotación capitalista y su sanación incesante por lucro y generación de exclusión social están cada vez más descontroladas. Los Estados y la política están debilitados para detener lo que viene por ahí. Sólo queda a nosotros, ciudadanos, la capacidad de hacer frente, con nuestros cuerpos frágiles, al desastre que liquidará el futuro y el mundo prometido a nuestros hijos.
Beijos.