Inédito nos cinemas brasileiros, Au bonheur des dames (1930) é o último filme mudo do francês Julien
Duvivier. Por muito pouco não atingiu o patamar da plena excelência. Passou por
recente processo de restauração, quando ganhou acompanhamento musical dos mais
vibrantes. Um arrojado trabalho de câmeras flagra o processo de modernização de
Paris, o surgimento das grandes lojas de departamentos e os efeitos de tudo
isso sobre os indivíduos que ficam à margem. A realização está apoiada em
romance homônimo de Émile Zola. O epílogo, infelizmente, é problemático.
Au Bonheur des Dames
Direção:
Julien Duvivier
Produção:
Charles Delac,
Marcel Vandal
Le Film d’Art
França — 1930
Elenco:
Dita Parlo, Ginette
Maddie, Andrée Brabant, Madame Barsac, Nadia Sibirskaïa, Germaine Rouer, Simone
Bourday, Cognet, Colette Dubois, Récopé, Yvonne Taponié, Marthe Barbara-Val,
Marcelle Adam, Pierre de Guingand, Fabien Haziza, Fernand Mailly, René Donnio,
Albert Bras, Adolphe Candé, Armand Bour, Charles Franck, Jean-Paul Roger,
Durafour, Jean Liézer.
O diretor Julien Duvivier |
Não
fossem as derradeiras cenas, Au bonheur des dames — inédito nos cinemas brasileiros — seria
absoluta peça de mestre. É o último filme mudo de Julien Duvivier, cineasta
francês admirado por Orson Welles[1], com 70
títulos realizados de 1919 a 1967[2]. Esteve,
durante os anos 30, entre os principais nomes do cinema de seu país: Jean
Renoir, René Clair, Marcel Carné, Jean Vigo e Jacques Feyder, todos integrantes
do movimento passado à história como Realismo Poético.
Duvivier
começou no cinema como ator e assistente de direção de Marcel L’Herbier, Louis
Feuillade e Marcel Deschamps[3]. Levou às
telas dramas sociais, comédias, adaptações literárias e religiosas. Mas são os
filmes estruturados em episódios que lhe conferiram maior fama, como Seis destinos (Tales of Manhattan, 1942) e O diabo e os Dez Mandamentos (Le
diable et les Dix Commandements, 1962). Graças ao sucesso
angariado durante os anos 30, principalmente com a realização de O demônio da Argélia (Pepe
Le Moko, 1937), é convidado a trabalhar em Hollywood. Aí realiza
A grande valsa (The
great waltz, 1938), biografia pouco satisfatória de Johann
Strauss. Volta a Hollywood durante a ocupação nazista do seu país, obtendo
sucesso com Seis destinos e Os
mistérios da vida (Flesh and fantasy, 1943).
Retorna à França alguns anos após o término da guerra. Na década de 50 realiza
seus maiores sucessos de bilheteria, unido ao ator Fernandel: O pequeno mundo de Don Camillo (Il
piccolo mondo di Don Camillo, 1951) e O regresso de Don Camillo (Il
ritorno di Don Camillo, 1953). Além dos títulos referidos,
merecem consideração: La machine à
reffaire la vie (1923),
Credo (1924), também conhecido como La tragédie de Lourdes, Tragédia de um homem rico (David
Golder, 1930), Pega-Fogo (Poil
de carotte, 1932), A cabeça de um homem (La tetê d’un homme, 1933), Gólgota (Golgotha,
1935), A bandeira (La
bandera, 1935), Um
carnet de baile (Un carnet de bal, 1937), Anna Karenina (Anna
Karenina, 1948) e Sinfonia
de uma cidade (Sous le ciel de Paris, 1951)[4].
Em
seu conjunto, vista hoje, fica a impressão de que a obra de Duvivier
envelheceu. A ponto de parecer injustificável posicioná-lo entre os grandes do
cinema francês. Mesmo assim, está longe de ser apenas um artesão competente,
destituído de maiores atributos, como atesta Guido Brilharinho, que não o tem
como diretor de filmes “consistentes ou criativos, mas alguém dominado pelo
convencionalismo, linearidade e naturalismo, que significam absoluta submissão
à estória, cingindo-se seu objetivo à narrativa de fatos e acontecimentos”[5]. Ele seria,
para o autor, apenas um diretor competente ao qual faltam ambições poéticas por
tratar a natureza e os personagens de modo seco e direto, com o agravante de
escravizar a imagem às imposições da narrativa[6].
Talvez
Brilharinho tenha sido excessivamente duro com Duvivier. A impressão decorre do
modo geral como o caracterizou artisticamente. Assim, escapam da apreciação as
obras de exceção. Duvivier as tem, certamente; ao menos uma. Pode ser que Brilharinho
não tenha visto Au bonheur des
dames, dado o seu ineditismo no Brasil. Até o momento, por
aqui, sequer teve lançamento em disco. É um filme brilhante, formalmente belo e
ousado. Suas imagens não são desprovidas de poesia, apesar de o naturalismo
perpassar a narrativa e modelar as ações e destinos dos personagens. Isto,
provavelmente, é consequência do argumento de Émile Zola, no qual a realização se
baseia. Infelizmente, decorrem dessa submissão do cineasta ao naturalismo os
senões do filme, observados nos derradeiros momentos, tão evidentes a ponto de
incomodar e impedir a classificação de Au bonheur des dames como obra plenamente realizada.
Émile Zola |
As
impressões sobre a realização, a seguir, decorrem de sua apreciação em DVD de
procedência francesa, lançado em 2009 e distribuído pela Art Editions. As
imagens passaram por meticulosa restauração sob responsabilidade dos produtores
Serge Bromberg e Eric Lange. Nesse processo, ganharam acompanhamento musical —
de andamento operístico (para os momentos dramáticos) e ligeiro — composto por Gabriel
Thibaudeau e executado pelo Octuor de France.
Dita Parlo no papel de Denise Baudu |
O
começo do filme revela a maturidade atingida pelo cinema mudo na apresentação
dos personagens e exposição de detalhes. Deixa perceber, também, a influência
do expressionismo de vertente alemã, principalmente de Aurora (Sunrise,
1927), de F. W. Murnau, e Metrópolis (Metropolis,
1927), de Fritz Lang. Acompanha a chegada de Denise Baudu (Parlo) a Paris.
Órfã, de origem provinciana, depara-se com a cidade grande em ebulição. Desembarca
do trem e acompanha o fluxo da multidão. Está perplexa com tanta pulsação,
sedução e movimento. Lembra a personagem da esposa camponesa, interpretada por
Gloria Gaynor, no filme de Murnau, no momento em que é surpreendida em pleno
turbilhão do grande centro urbano impulsionado pelo poder das máquinas e tecido
na impessoalidade das relações sociais. Tudo obedece ao ritmo da pressa. Não há
tempo para parar e admirar com calma as novidades reveladas por um mundo novo e
hipnótico. Denise precisa se mexer, para não congestionar o fluxo
vibrante possibilitado pelo automatismo. A grande e moderna Paris, fascinante
por um lado, também se assemelha a uma criatura indomável, pronta a devorar os
incapazes de acompanhá-la e compreendê-la. A vibração imposta por Walter
Ruttmann a Berlin, sinfonia da
Metrópole (Berlin: Die sinfonie der grosstadt,
1927), também se faz presente na concepção imagética do início de Au Bonheur des Dames, assim
como os horrores antecipados por Lang na sua fantasia futurista, há pouco
citada.
O grande magazin: Au Bonheur des Dames |
A
perplexidade de Denise é ampliada por folhetos lançados de aviões, outdoors,
cartazes e pessoas comunicando a inauguração de Au Bonheur des Dames,
gigantesco e departamentalizado complexo comercial direcionado à satisfação das
necessidades femininas. Mas ela não tem tempo para saber do que se trata. Não
ainda, pelo menos. Precisa encontrar o tio que se ofereceu para ampará-la, o
velho Baudu (Bour), proprietário do Au Vieil Elbeuf, pequeno e decadente
comércio de tecidos.
Denise
não poderia chegar em momento mais dramático. O negócio do tio vai de mal a
pior. Os clientes desapareceram, atraídos pelas facilidades e variedades
prometidas por Au Bonheur de Dames. O grande magazin está instalado logo em
frente ao quase falido Au Vieil Elbeuf. Além do mais, Baudu já tem sob seus
cuidados a filha Geneviève (Sibirskaïa) e o noivo desta, Colomban (Haziza) —
funcionários do estabelecimento. Diante do quadro, a sobrinha se obriga a
procurar emprego. As melhores oportunidades estão em Au Bonheur des Dames.
Talvez
Duvivier seja pioneiro no tratamento cinematográfico de um fenômeno urbano
relativamente novo: as lojas de departamentos, surgidas na segunda metade do
século 19 e que deram origem ao consumo em massa graças aos estoques variados
concentrados no mesmo espaço. Ofereciam facilidades aos clientes,
principalmente custos mais convidativos, graças à formação de estoques que
permitiam economia em
escala. Acabaram originando oligopólios e monopólios, impondo
preços à venda e à compra, pois liquidavam os pequenos comerciantes, incapazes
de concorrer em pé de igualdade com a nova estrutura. Os grandes magazins
simbolizam o perfil da metrópole modernizada, reconfigurada pela indústria e
pelo capitalismo, transformada em paraíso de consumo, centro à exibição da
ostentação e à fruição de prazeres e desejos. Apressam o fim de um tempo
reservado à celebração de valores agora antigos e desprezados, apoiados nas
relações comunitárias e pessoais, nas éticas familiares e religiosas.
Publicidade de inauguração do magazin Au Bonheur de Dames |
A
tímida e assustada Denise entra no magazin. Parece que penetrou na garganta de
um monstro. O luxo, a diversidade, a movimentação, o burburinho e a multidão a
diminuem. Vigilantes estão por toda parte, atentos aos deslizes dos clientes.
Os interiores de Au Bonheur des Dames foram obtidos na Galeria Lafayette, de
Paris. Um brilhante trabalho de câmeras — distribuídas em diversos locais,
algumas ocultas entre os produtos — capta o assombro de Denise. São cenas
dignas de antologia.
Denise
é encaminhada ao chefe de pessoal, Sébastien Jouve (Mailly). Lançando olhares
lúbricos sobre a jovem, oferece-lhe vaga de modelo. Encaminhada ao setor, deve
ficar em trajes menores na frente de todos. Acanhada e sem jeito, é
ridicularizada pelas colegas, principalmente por Clara (Maddie), intriguenta
cúmplice das pérfidas articulações de Jouve. Ela, além do mais, postada na
janela da sala de modelos, tem visão privilegiada da loja do velho Baudu.
Desvia, com acenos convidativos, os prováveis clientes de Au Vieil Elbeuf e também se insinua para Colomban.
Por causa disso, Denise entra em conflito com Clara e é demitida. Mas é
recontratada ao ganhar a atenção do proprietário do magazin, Octave Mouret
(Guingand), apaixonado por ela.
As manequins do magazin |
A
esta altura, o espectador já está familiarizado com Dita Parlo e com a
expressividade de seu olhar felino, penetrante, carregado de melancolia. Apesar
do ineditismo de Au bonheur des
dames no Brasil,
teve, provavelmente, oportunidade de vê-la em O Atalante (L’Atalante,
1934), de Jean Vigo, e em A grande
ilusão (La grande illusion, 1937), de
Jean Renoir. Atuou no cinema de 1928 a 1965[7]. Nascida com o
nome de Grethe Gerda Kornstädt, desenvolveu carreira principalmente na Alemanha
de suas origens e na França, onde angariou considerável prestígio popular.
Atuou em alguns filmes nos Estados Unidos[8], sem sucesso.
Retornou à Alemanha com estouro da Segunda Guerra Mundial, decisão que,
provavelmente, levou ao precoce eclipse de sua carreira. Trabalhou em apenas
dois filmes após o conflito[9]. Admirada por
Madonna, foi resgatada pela cantora em 1992: ela se apresenta como Dita no
livro Sex e no álbum Erotica, cuja primeira faixa se inicia com “My nane
is Dita, I’ll be your mistress tonight”[10].
Apesar
da timidez e do assédio que sofre de Sébastien Jouve e Clara, Denise se mantém
e consolida carreira no magazin, principalmente depois de despertar,
involuntariamente, a paixão de Octave Mouret. Enquanto isso, em atenção à idéia
naturalizada de progresso, considerada como necessidade inevitável, a
modernização desencadeada pela inauguração do complexo comercial de Mouret
avança com ímpeto renovado. Com o aporte de capital recebido do Barão Hartmann
(Candé), Au Bonher des Dames se amplia sobre a vizinhança, isolando ainda mais
o combalido Au Vieil Elbeuf. Não suportando as pressões, principalmente as
afetivas decorrentes do abandono de Colomban, Geneviève adoece e morre. O velho
Baudu, mesmo diante da crueza dos eventos, tenta manter a dignidade. Mas não
resiste ao receber das autoridades, logo após o falecimento da filha, uma ordem
de despejo solicitada por Mouret. Este, conduzido por Denise, testemunhara o
fim de Geneviève e a miséria da decomposta família Baudu. Porém, segundo os
imperativos que ordenam a narrativa fílmica, nada pode ser feito. Os dramas e
tragédias fazem parte, segundo o roteiro, da ordem natural das coisas.
Dita Parlo interpreta Denise Baudu |
O
despejo é insuportável para Baudu. É o fim do sentido de sua existência. O
grito de desespero que emite, para assombro geral, é propositalmente prolongado
e ampliado com a alternância, permitida pela montagem, das cenas exibindo a
demolição das construções no entorno para a expansão de Au Bonheur des Dames.
Enlouquecido, toma o revólver. Invade o magazin repleto. Atira a esmo, tentando
matar Mouret. Segue o pânico. Baudu, perseguido pela multidão, perece
atropelado pelo caminhão de entregas do magazin. Morte mais simbólica não
poderia haver. Toda a seqüência do desespero do velho, até seu trágico fim, é
entrecortada por imagens de marretadas, paredes caindo, poeira se elevando. O
novo ocupa o lugar do antigo tornado inviável.
Mas
Mouret também é atingido. Pressionado pelas necessidades da ampliação e pela
direção temerária do estabelecimento, não consegue honrar as dívidas contraídas
com Hartmann. Vai à falência. Segue-se o final problemático, com a injeção de
ânimo que recebe de Denise. Ela lhe adianta um futuro sorridente, com lugar
reservado ao empreendedor aguerrido e ao novo e maior Ao Bonheur des Dames. O
tio e Geneviève, há pouco mortos, sequer merecem lágrimas e lembranças.
Pertencem ao passado. Estão sepultados no tempo, ocultos da memória.
Desaparecem sob os alicerces da moderna metrópole em constante transformação,
marchando sempre para a frente, como a cumprir um destino manifesto. É um final
terrível, desumanizado, cruelmente otimista. Parece comunicar que o progresso é
algo neutro e bom; deve vir de qualquer maneira, apesar dos custos humanos.
Será imposição dos financiadores do filme? Ou é decorrência consciente do
realizador, compatível com o roteiro e o argumento naturalista de Émile Zola?
Denise Baudu (Dita Parlo) e Octave Mouret (Pierre de Guingand) |
Apesar
do epílogo, que por pouco não o arruína, Au bonheur des dames resiste
como obra quase máxima. As atuações de Dita Parlo e Armand Bour engrandecem o
desvalorizado aspecto humano do filme. Mas a direção também soube tirar
proveito do trabalho de câmera e da montagem. Esta tem impacto ampliado com a
adição da trilha musical de Gabriel Thibaudeau e não é exagero afirmar que
seria do agrado de Sergei Eisenstein.
Denise Baudu (Dita Parlo) e Pauline (Andrée Brabant) |
Tudo
é muito bem filmado e enquadrado. Os ângulos devidos aos posicionamentos de
câmera cumprem função dramática, ainda mais quando auxiliam a comentar e a
ilustrar as sensações dos personagens surpreendidos em sua pequenez, como que
intimidados pelo cenário físico da cidade em mutação ou do magazin fervilhando
como templo erguido à celebração do consumo.
Por
fim, ficarão para sempre estes momentos de excelência: a apresentação dos
interiores de Au Bonheur des Dames pelos olhos de Denise; as sequências que
captam a doença e a morte de Geneviève, seguidas do enlouquecimento de Baudu
imprensado contra o desabamento impiedoso de seu mundo.
Paris é remodelada. O velho vem abaixo para dar lugar ao novo. Desmorona o mundo de Baudu. |
Au
bonheur des dames é filme
para ser visto e revisto sempre que a oportunidade se fizer presente. Figura
entre aquele punhado privilegiado de obras peculiares que jamais se esgotarão
com apenas uma visão. Há, em seus planos, muitas surpresas ainda a revelar.
Estão ocultas, como algumas câmeras no interior da Galeria Lafayette, esperando
o momento adequado para ganhar evidência. Quanto ao triste epílogo, melhor
seria esquecê-lo, simplesmente, da mesma maneira que foram olvidados o velho
Baudu e seu pequeno comércio. Infelizmente, não é possível.
Roteiro: Noël Renard, adaptado de novela
homônima de Émile Zola. Direção de
fotografia (preto-e-branco): André
Dantan, René Guichard, Émile Pierre, Armand Thirard. Figurinos: Gerlaur, Marthe Pinchard. Guarda-roupa: Siegel.
Obras de arte: Susse, Brendt. Desenho de produção: Christian-Jaque, Fernand Delattre. Pintura: W. Percy Day. Trilha musical (restauração): Gabriel Thibaudeau, executada por Octuor de France. Músicos
(restauração): Jean-Louis
Sajet, Yoriko Naganuma, Jean-Christophe Grall, Laurent Jouanneau, Paul Broutin,
Michel Fouquet, Jacques Thareau, Antoine Degremont, Jacques Gauthier,
Jean-Michel Davis, Sophie Fournier. Estúdio de som (restauração): Studio Acoust. Gravação de som (restauração): Ettienne Bultingaire. Assistente de edição de som (restauração): Ludovic Palabaud. Direção de som e mixagem (restauração): Jean-Paul Darras. Pós-produção (restauração): Giles
Gautheron. Produção (restauração): Serge Bromberg, Eric Lange. Tempo
de exibição: 85
minutos.
(José
Eugenio Guimarães, 2012)
[1] Cf. TULARD, Jean. Dicionário de cinema. Porto
Alegre: L&PM, 1996. p. 204.
[2] O primeiro filme que
dirigiu é Haceldama ou Le prix du sang. O último é Diabolicamente tua (Diaboliquement
vôtre). Cf. Ibidem.
[3] Cf. EWALD FILHO,
Rubens. Dicionário de cineastas.
São Paulo: Nacional, 2002. p. 221.
[4] Recentemente, no
Brasil, deve-se ao Telecine Classic — extinto canal por assinatura das
operadoras Net e Sky — a exibição de muitos títulos de Julien Duvivier.
[5] BRILHARINHO, Guido.
Tecnalidade artesanal. In: —. O
filme dramático europeu. Uberaba: Instituto Triangulino de
Cultura, 2010. Disponível em http://jornaltelescopio.blogspot.com.br/2011/12/julien-duvivier.html.
Acessado em 18 nov. 2012.
[6] Cf. Ibidem.
[7] A estréia no cinema
se deu em Geheimnisse des Orients (1928), de Alexandre Volkoff. Encerrou a
carreira com La dame de pique (1965), de Léonar Keigel. Cf. DITA Parlo.
Disponível em http://www.imdb.com/name/nm0663077.
Acessado em 23 nov. 2012.
[8] Kismet (1931), de William Diertelle; Entre beijos e espadas (Honor
of the family, 1931), de Lloyd Bacon; e Mr. Broadway (1933), de Johnnie Walker . Cf. Ibidem.
[9] Justice est fait (1950), de André Cayatte, e La dame de pique. Cf. Ibidem.
[10] Cf. Ibidem.
Simplesmente brilhante a forma como José Eugênio capta as nuances do filme, transcendendo a proposta com sua ótica sobre a inexorável marcha do progresso, que sobrepõe-se a valores e sentimentos mais humanos.
ResponderExcluirObrigado, Francisco.
ExcluirMas tudo é mais fácil quando o filme é brilhante. Ou quase isso, devido aqueles senões que aponto em seus instantes finais.
Hoje, ao telefone, conversando com Bellinassi a respeito de "Au bonheur des dames", disse-me que encontrou cópia no Youtube. De fato, mas não é a versão silenciosa, de Julien Duvivier, que comento aqui, mas a adaptação dirigida por André Cayatte em 1943. Em todo caso, ofereço o link:
http://www.youtube.com/watch?v=4RmBmB1RlDI.
Abraços
Puxa! Pena que este filme não esteja disponível entre nós. Estou louco para vê-lo. Preciso tomar as devidas providências!
ResponderExcluirMuito grato pelo comentário e pela dica.
Cláudio Luis Rangel.
Olá, Cláudio Luís.
ExcluirAssisti a "Au bonhuer des dames" num DVD de origem francesa, emprestado por um amigo.
Talvez você consigo adquiri-lo via serviço de importação de alguns estabelecimentos, como a Livraria Cultura, que tem filiais em várias cidades do Brasil. Verifique o site www.livrariacultura.com.br.
Abraços e obrigado.
A partir da leitura atenta de seu texto tive imensa vontade de colocar algumas linhas de um livro ìmpar de um cineasta realmente estranho e que tem uma maneira de filmar muito própria. Tarkovski. Seu livro, ESCULPIR O TEMPO, é uma aula de estética realmente ímpar.A clareza e o altissimo nível conceitual que ele esculpe em suas páginas realmente somam ao tempo. Diz o cineasta russo:
ResponderExcluir"A verdadeira imagem edifica-se sobre a destruição do gênero, sobre o conflito com ele. E,neste caso, os ideais que o artista aparentemente busca expressar não se prestam, sem dúvida alguma, às restrições dos parâmetros de um gênero.
Qual é o gênero de Bresson? Ele não tem nenhum. Bresson é Bresson. Ele é,em si mesmo, um gênero. Antonioni, Fellini,Bergman, Kurosawa, Dovjenko, Vigo, Misoguchi, Buñuel - não são iguais senão a si proprios."
Luís Manuel
Luís,
ExcluirDesconheço este "Esculpir o tempo". Cheguei a pensar que o tinha, no meio daqueles livros que a gente vai comprando e, depois, esquece que tem, até porque o tempo (sempre ele!) não permite que a gente leia tudo em tempo hábil. Será que existe esse negócio de tempo hábil? Já existiu? Mas, voltando: preciso comprar esse livro. O título "Esculpir o tempo" fascina e instiga. O escultor que se dedica a isso não deve ser DESTE tempo.
Quanto à classificação por gêneros, faz muito pouco sentido atualmente. No cinema, foi praticamente uma invenção hollywoodiana, do sistema de estúdios, com suas unidades de produção organizadas de formas bastante específicas.
Já que você citou o Bergman, aproveite para comprar o livro "Imagens", do próprio. Foi reeditado pela Martins Fontes, recentemente. Seria uma boa oportunidade para você confrontar o Ingmar Bergman com o Tarkovski, chamado por muitos de Bergman russo ou Bergman das estepes.
Abraços.
Sou quase que totalmente ignorante na obra de Duvivier, e digo quase, porque tenho Anna Karenina (1948) com Vivien Leigh na minha coleção. O que eu não entendi, José Eugenio Guimarães é o que Sinfonia de Paris do Vincente Minnelli está fazendo na lista do Duvivier. O filme de Minnelli é um remake?
ResponderExcluir(Meia hora depois...)
Mr. Google me ajudou a esclarecer isso: é que você traduziu "Sous Le ciel de Paris, 1951" em seu blog como "Sinfonia de Paris" (mesmo ano e título do filme do Minnelli), mas o título em português do filme do Duvivier foi "Sinfonia de Uma Cidade".
Abraços, Ary Ximendes
Olá, Ary,
ExcluirNão, o filme de Duvivier não é um remake de "Sinfonia de Paris" do Minnelli. Mas ele teve, também, este título quando foi lançado no Brasil, conforme o "Dicionário de Cinema" do Jean Tulard e o "Dicionário de Cineastas" do Rubens E. Filho. Posteriormente, para evitar confusão, teve o nome trocado para "Sinfonia de uma cidade".
Abraços.
Excelente exposição de uma verdadeira relíquia.
ResponderExcluirGrande abraço, Delgado.
Olá, Delgado!
ExcluirGrato pela apreciação. Fico aguardando novas visitas e comentários.
Grande abraço.
Es increíble la descripción que haces de la historia y de esos mensajes subliminales que solo una mente critica y brillante como la tuya logra detectar...Estupenda reseña y la fotografía FABULOSA....!!!
ResponderExcluirBesitos cielo,un placer llegar a esta joya fílmica que es tu blog...!!!
Olá, Maria Del Socorro!
ExcluirSi no fuera por el final, esta sería una película perfecta. Espero que consiga verla, si fuera de su interés. Creo que podrá encontrarla en webs de download, inclusive la versión restaurada. Discúlpeme pela tarda en responder y más una vez gracias por el comentario y por la visita.
Besos y abrazos.
Fantástica narrativa fotos do filme nunca exibido no Brasil(Eu não vi)
ResponderExcluirAdoro cinema e acho este blog excelente
Olá, Marina!
ExcluirObrigado pela visita e pelo comentário. Não, de fato está película do diretor Julien Duvivier nunca foi exibida comercialmente nos cinemas brasileiros. Agradeço também pela referência elogiosa ao blog.
Beijos e abraços.