domingo, 30 de abril de 2017

O PESO DA DELAÇÃO LANÇA ROBERT ROSSEN NO BARRO GERADOR DE HERÓIS E COVARDES

A perseguição do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas marcou para sempre a carreira de Robert Rossen. Autor inovador, chamou a atenção com roteiros socialmente comprometidos ao longo dos anos 30. Lançou-se na direção em 1947 com Dama, valete e rei (Johnny O'Clock) seguido, no mesmo ano, por Corpo e alma (Body and soul), obra referencial sobre as promíscuas relações do boxe com o submundo da criminalidade. Já estava visado pela extrema direita estadunidense, reunida em torno do senador Joseph McCarthy, quando denunciou a corrupção no sistema político-eleitoral do país com o corajoso A grande ilusão (All the king's men), de 1949. A partir daí as perseguições se acirraram. Convocado a depor perante o Comitê, recusou a exortação para se retratar e denunciar companheiros. Impedido de exercer a profissão, resistiu às pressões por aproximados três anos. Voltou atrás em 1953: admitiu pertencimento ao Partido Comunista e delatou 50 supostos membros da agremiação. Retornou ao cinema, mas as consequências morais e sociais da delação o abalaram para sempre. Tentará expiar o peso da culpa nos filmes que realizará a partir de 1956, notadamente em Heróis de barro (They came to Cordura, 1959), no qual se projeta no personagem do Major Thomas Thorn (Gary Cooper). O oficial, marcado como covarde, tem a paradoxal missão de acompanhar combates e eleger os soldados merecedores às condecorações por bravura e heroísmo. A apreciação a seguir, de 1987, passou por revisão em 1994. 







Heróis de barro
They came to Cordura

Direção:
Robert Rossen
Produção:
William Goetz
Columbia Pictures Corporation, Goetz-Baroda Production
EUA — 1959
Elenco:
Gary Cooper, Van Heflin, Rita Hayworth, Tab Hunter, Richard Conte, Michael Callan, Dick York, Robert Keith, Carlos Romero, James “Jim” Bannon, Edward Platt, Maurice Jara, Sam Buffington, Arthur Hanson e os não creditados Clem Fuller, Wendell Hoyt.



O diretor Robert Rossen e a atriz Rita Hayworth - intérprete de Adelaide Geary - nos bastidores das filmagens de Heróis de barro



Robert Rossen[1] faleceu precocemente aos 58 anos, em 1966. Entrou para o cinema em 1936, no quadro de roteiristas da Warner Brothers. Tornou-se autor de guiões corajosos e originais, politicamente engajados à esquerda, tendo em vista os conformistas padrões estadunidenses. Conquistou imediata e desconfortável notoriedade, agravada pela filiação ao Partido Comunista e realização de A grande ilusão (All the king’s men, 1949), no qual abordou a corrupção político-eleitoral. Foi uma das primeiras personalidades do cinema a cair na rede da intolerância e do oportunismo instalada em 1947 pela histeria da “caça às bruxas” promovida pela extrema direita.


Dentre os roteiros de Rossen, filmados por outros diretores, destacam-se: Mulher marcada (Marked woman, 1937) e Vítimas do terror (Racket busters, 1938), de Lloyd Bacon; Heróis esquecidos (The roaring twenties, 1939), de Raoul Walsh; Dust be my destiny (1939), de Lewis Seiler; Quando a noite cai (Out of the fog, 1941), de Anatole Litvak; Esquecer, nunca (They won’t forget, 1937), de Mervyn Le Roy; e O lobo do mar (The sea wolf, 1941), de Michael Curtiz. Teve três títulos levados à tela por Lewis Milestone: Revolta (Edge of darkness, 1943), Um passeio ao sol (A walk in the Sun, 1946) — um dos melhores filmes de guerra — e O tempo não apaga (The strange love of Matha Ivers, 1946). Colaborou sem receber crédito no roteiro de O tesouro de Sierra Madre (The treasure of Sierra Madre, 1947), de John Huston.


Renziehausen (Dick York), Milo Trubee (Richard Conte), Andrew Hetherington (Michael Callan), Thomas Thorn (Gary Cooper), Adelaide Geary (Rita Hayworth), John Chawk  (Van Heflin)  e William Fowler  (Tab Hunter)                                   

Adelaide Geary (Rita Hayworth) e o Major Thomas Thorn (Gary Cooper)


Estreou na direção em 1947, quando começava seu tormento político. Não obstante, realizou dois filmes nesse ano: Dama, valete e rei (Johnny O’Clock) seguido de Corpo e alma (Body and soul) — obra mestra dos filmes sobre o boxe. Infelizmente, a “caça às bruxas” truncará consideravelmente uma carreira com potencial para se consolidar como uma das mais poderosas do cinema dos Estados Unidos.


Desde que Jack Warner o delatou ao Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas, em outubro de 1947, Rossen — segundo Olivier-René Veillon — se transformou em “vítima privilegiada da 'caça às bruxas', ainda mais porque a classe política estadunidense jamais o perdoou por A grande ilusão[2] — realizado dois anos depois — e, para arrepio de muitos, premiado com o Oscar de Melhor Filme. Os inquisidores, provavelmente, miraram mais o cineasta provocador na exposição das mazelas do sistema do que o membro do Partido Comunista, do qual se desligou em 1945[3]. O Comitê descarrega sobre o cineasta toda a fúria e vileza. “Foi perseguido pela suspeita, pelo ódio e pelo ressentimento, tendo dirigido suas obras principais no maior desconforto profissional, obrigado a se justificar e a aceitar as humilhações públicas e os desancamentos da crítica”[4].


A repercussão de A grande ilusão leva o Comitê a reconvocar Rossen em 1951, quando concluía seu quarto filme, Touros bravos (The brave bulls). No depoimento, em 25 de junho, os inquisidores exigem a delação pública de companheiros filiados ao Partido Comunista. Rossen resiste à pressão, apoiado nas Primeira e Quinta emendas da Constituição. Torna-se blacklisted. Com o direito de exercer a profissão cassado, fica três anos sem filmar. A resistência se esgota em 1953. Solicita audiência especial, na qual admite filiação à agremiação e denuncia 50 nomes[5].


Por mais que o Comitê soubesse com antecedência das identidades de todos os delatados, tal não ameniza a situação. A delação estigmatiza dolorosamente quem a pratica. Pesa como a mais cruel das maldições. Às acusações de terceiros se soma o peso da própria consciência culpada. O delator, internamente, é um ser torturado em busca de alívio e expiação. A sensação de pusilanimidade perseguirá o cineasta pelo resto da vida. Fragilizado, retorna ao cinema em 1956, afastado do universo que o atraía: o mundo das pessoas comuns, dos temas e embates contemporâneos. Refugia-se nas páginas remotas da História e realiza o épico Alexandre, o Grande (Alexander the Great), sobre personagem que, parecendo seguir orientações dos deuses ou do destino, não se oprime por dramas de consciência. No ano seguinte dirige Ilha nos trópicos (Island in the Sun, 1957), mistura potencialmente explosiva de racismo e colonialismo. Os resultados são chochos. A peça não diz a que veio e se torna uma das realizações cinematográficas mais frustrantes de todos os tempos. Nega cabalmente a norma que, segundo Veillon, estrutura racionalmente a obra do diretor: "Um filme deve levar ao extremo as situações portadoras das contradições mais sensíveis, para que estas revelem suas tensões e a verdade íntima que encerram. Seus personagens vão até o fim de sua lógica, de sua cegueira, que é a sua lucidez, a nossa lucidez”[6].


Adelaide Geary (Rita Hayworth) e o Major Thomas Thorn (Gary Cooper)

  
Dois anos após Ilha nos trópicos vem Heróis de barro, outro filme de posição, desenvolvido sobre roteiro escrito em parceria com Ivan Moffat a partir de novela de Glendon Swarthout. A ação se desenrola em 1916, no contexto das consequências da incursão dos revolucionários de Pancho Villa aos Estados Unidos em 8 de março, quando atacaram a localidade de Columbus, Novo México, vitimando militares e civis. Em represália, a Cavalaria dos EUA invade o México com a intenção de capturar o líder revolucionário. Gary Cooper interpreta o Major Thomas Thorn, caído em desgraça pela acusação de covardia perante o inimigo: foi encontrado escondido em uma vala durante o ataque. Punido, é deslocado para a retaguarda e investido no pouco gratificante posto de Oficial de Mérito. A situação é paradoxal: um militar execrado como covarde recebe a função de observar os combates e indicar os soldados merecedores da condecoração por bravura e heroísmo.


O papel de Cooper diz tudo. É referência ou espelho que permite ao diretor dialogar com o desconfortável peso do próprio passado recente. O cineasta, estigmatizado como traidor, delator e covarde devido à postura assumida perante o Comitê, expia-se na figura do desprestigiado Major Thomas Thorn vivendo no limite de suas próprias contradições. Heróis de barro faz jus, plenamente, à norma que, segundo Veillon, estrutura racionalmente os filmes de Rossen. Corajosamente o diretor se transforma em personagem de si mesmo. Por meio de Thomas Thorn procura extrair do lodaçal moral no qual se lançou interpretações lúcidas para palavras carregadas de valor como “coragem”, “covardia” e “heroísmo”. Pergunta: esses termos, em seus significados, são absolutos ou só fazem sentido quando se consideram as circunstâncias vividas? De outras maneiras: o que é um homem? É uma abstração? Ou somatório de um conjunto de fatores que possibilitam variadas atuações em situações as mais diferentes? Quais as qualidades extraordinárias de um herói? O herói é extraordinário? No extremo oposto, o que é um covarde? Esse é menos homem que aquele? Herói e covarde são instâncias absolutas ou intercambiáveis — mais condizentes com a plasticidade e flexibilidade dos homens?


John Chawk  (Van Heflin), Adelaide Geary (Rita Hayworth) e Thomas Thorn (Gary Cooper)


Thorn se atormenta com essas interrogações ao longo da missão aparentemente sem importância que chefia e justifica o título original do filme, They came to Cordura. Ele deverá conduzir a Cordura, Texas, sãos e salvos, os soldados Wilbur Renziehausen (York) e Andrew Hetherington (Callan), o Tenente William Fowle (Hunter), o Sargento John Chawk (Heflin) e o Cabo Milo Trubee (Conte), reconhecidos por bravura em combate e indicados à Medalha de Honra do Congresso. Uma ofensiva desencadeada sem lógica alguma, segundo os critérios definidores da estratégia militar, determinou as circunstâncias que os transformaram em heróis. Os villistas de Arreaga (Romero), entrincheirados na hacienda de Ojos Azules, estavam balística e numericamente inferiorizados. No calor da batalha alguns soldados estadunidenses demonstraram capacidade de iniciativa. Valeram-se da intuição ou das circunstâncias e, acidentalmente, fizeram-se heróis. Outros racionalizam sobre a glória e buscaram-na a qualquer preço, como os comandantes da operação mantidos em posição confortável e afastada de riscos enquanto acontecia o ataque. É o caso do velho Coronel Carl Rogers (Keith), em fim de carreira: deseja ardentemente a medalha e a promoção. Esse homem, movido pela mais pura das lógicas instrumentais, pode ser considerado um herói? Thorn descarta a possibilidade e não o indica à honraria.


Porém, de quais matérias são feitos os homens indicados à condecoração? Pertencem a uma estirpe nobre da humanidade? Heróis de barro fornece a Rossen a possibilidade de racionalizar sobre heroísmo e covardia, e, ao mesmo tempo, purgar-se, por meio de Thorn, da vergonhosa mancha que o estigmatiza.


Major Thomas Thorn (Gary Cooper) e o Tenente William Fowler (Tab Hunter)


Durante a jornada, o Major recolhe impressões sobre os heróis em entrevistas cuidadosamente anotadas. O que descobre? A aura heróica pode acobertar o mais vil dos homens, como Chawk — que se alistou na Cavalaria para escapar à prisão por assassinato. De Andrew Hetherington descobre que o gesto de coragem decorre de iluminação sagrada: o reencontro com a fé perdida, situação que o tornou pária entre os familiares. Os outros também oferecem respostas pouco eloquentes acerca da grandiosidade do herói. Thorn, em sua angústia, não admite que busca o impossível: explicações categóricas e racionais a seus dilemas.


Ao grupo se junta a prisioneira Adelaide Geary (Hayworth), estadunidense residente no México, filha de ex-senador caído em desgraça, proprietária da hacienda atacada e acusada de fornecer abrigo aos villistas. É papel à primeira vista sem importância, que parecia destinado a fornecer tempero e intriga femininos à trama assumidamente masculina. Porém, a protagonista de Gilda (Gilda, 1946), de Charles Vidor, se converte em instrumento à revelação do verdadeiro caráter dos supostos heróis, bem como em testemunha e tradutora lúcida da dolorosa expiação de Thorn — principalmente depois que esse teve o passado revelado pelo Cabo Milo Trubee aos demais soldados. Adelaide Geary é um dos melhores desempenhos da atriz.


A jornada é repleta de surpresas, privações e perfídias. Os soldados estão incomodados com a prisioneira, considerada traidora. Cobiçam-na sexualmente e a intimidam de todas as maneiras. Thorn está praticamente sozinho para defendê-la. A situação piora consideravelmente após um ataque villista. Para o grupo escapar — ou talvez para testar o potencial heróico dos homens —, o Major ordena a entrega de todos os cavalos ao inimigo. O Tenente Fowle o acusa formalmente de traição, com o testemunho dos demais soldados. O resto da jornada será a pé, praticamente às cegas, já que são incertas as referências quanto à localização de Cordura. Para agravar o quadro, Hetherington cai enfermo e necessita de transporte por maca.


Adelaide Geary (Rita Hayworth), Andrew Hetherington (Michael Callan) e Thomas Thorn (Gary Cooper)

Sargento John Chawk  (Van Heflin), Major Thomas Thorn (Gary Cooper), Adelaide Geary (Rita Hayworth) e o Tenente William Fowler (Tab Hunter)

  
Daí em diante a jornada se converte na via crucis de um homem. Ao tentar provar algo a si próprio, Thorn levanta a animosidade dos soldados. Estes desafiam a legitimidade de comando e pretendem até eliminá-lo fisicamente. As provações revelam a vileza dos heróis e, concomitantemente, o caráter e dignidade do covarde. Palavra de Veillon: “Gary Cooper acredita ser covarde por não ter demonstrado qualquer coragem num combate em que outros se distinguiram, mas o resto do filme revela os sórdidos motivos da audácia destes, e Cooper retoma a coragem no momento em que é o único a enfrentar, sem paixão ou ódio, o peso da adversidade”[7]. Será o suficiente para Rossen ser perdoado? Se internamente o diretor conseguiu se ajustar consigo mesmo, somente ele para responder. Quanto ao filme — apesar da força tanto da história quanto dos personagens —, deve ter feito muito pouco para redimi-lo social e pessoalmente. Afinal, quem dera tivessem todos a lucidez, a generosidade e o desprendimento da personagem interpretada por Rita Hayworth. Adelaide é, de fato, a heroína da história, desde as tentativas de conduzir Thorn a um confronto com a humanidade do ato que o estigmatizou à atitude extrema de se entregar aos soldados para o fatigado Major gozar da possibilidade de dormir sem o risco de ser emboscado. O personagem de Cooper acredita ser o pior dos homens. Por isso, recusa-se a emitir juízos morais sobre o caráter dos heróis que conduz. “Sou o que menos tem direito de julgá-los", admite. Diante disso, Adelaide Geary afirma o quanto há de falacioso nas histórias exemplares de heróis e covardes: “Uma covardia não faz de alguém um covarde; um ato de coragem não faz de ninguém um herói”, sustenta. A seguir, emenda: “Você não os julga para não julgar a si mesmo” ou, prolongando, pode-se dizer: por ter medo de perceber o quanto há de humano e frágil em tudo isso. Ou como o próprio Thorn afirma quase marginalmente nas anotações sobre o caráter dos soldados: “Todos os homens são crianças”, volúveis, portanto; mas por pior que sejam, possuem algo que os redime.


Robert Rossen continuará se equilibrando entre os trilhos da perdição e da redenção em seu próximo filme, uma vigorosa descida ao submundo do vício em Desafio à corrupção (The hustler, 1961). Três anos depois realizará a última peça de sua filmografia: Lilith (Lilith).


Adelaide Geary (Rita Hayworth) e Thomas Thorn (Gary Cooper)

  
Durante as filmagens de Heróis de barro, Dick York — um dos intérpretes de Darrin Stephens, marido de Samantha (Elizabeth Montgomery), no seriado televisivo A feiticeira (Bewitched) — se feriu gravemente na coluna ao cair de um cavalo. Periodicamente, passou a ser acometido de dores insuportáveis, que o limitaram consideravelmente nos movimentos. Por isso, aparece quase sempre sentado em A feiticeira.






Roteiro: Ivan Moffat, Robert Rossen, com base em novela de Glendon Swarthout. Direção de fotografia (Eastmancolor, Cinemascope): Burnett Guffey. Música: Elie Siegmeister. Desenho de produção: Cary Odell (não creditado). Direção de arte: Cary Odell. Montagem: William A. Lyon. Maquiagem: Clay Campbell, Ben Lane (não creditado), Robert J. Schiffer (não creditado). Penteados: Helen Hunt, Armiene (não creditado). Direção de fotografia da segunda unidade: Frank G. Carson. Operadores de câmera (não creditados): Andrew J. McIntyre, Val O'Malley, Emil Oster. Consultoria técnica: Coronel Paul Davison. Assistente de direção: Milton Feldman, R. Robert Rosenbaum (não creditado), David Salven (não creditado), Roger Slager (não creditado). Direção de segunda unidade: James Curtis Havens. Direção de fotografia da segunda unidade: Frank A. Carson. Assistente de direção da segunda unidade: Carter De Haven Jr. Consultoria de cor: Henri Jaffa. Supervisão de gravação: John P. Livadary. Orquestração: Arthur Morton. Direção musical: Morris Stoloff (não creditado). Decoração: Frank A. Tuttle. Figurinos: Jean Louis (não creditado). Líder de equipe no Departamento de Arte: Ray Bassell (não creditado). Contrarregra (não creditada): Irving Goldfarb, Edward Goldstein, Harry Hopkins, David Horowitz. Mixagem de som: George Cooper (não creditado). Mikeman: Sol Jaffe (não creditado). Gravação de som: Harold Lee (não creditado). Edição de som: Ernest Reichert (não creditado). Cabos de som: George Ronconi (não creditado). Coordenação de dublês: Jack Conner (não creditado). Dublês (não creditados): May Boss (p/Rita Hayworth), John L. Cason (p/ Van Heflin), Tony Epper, Clem Fuller, Doug Gunther, Walt La Rue, Fred Lerner, Dean Smith, Slim Talbot (p/Gary Cooper). Assistentes de câmera (não creditados): Morris Bauchman, Albert Bettcher, Jack Botthof, Willard Klug, Eugene Lenoir, Walter Meins, Don Murphy, Clyde Prior, James Saper, Charles Stapleton. Fotografia de cena (não creditada): Robert Coburn, Homer Van Pelt. Eletricista-chefe: Seldon White (não creditado). Supervisão de figurinos masculinos: Tom Dawson (não creditado). Pirotecnia: Ivan Connors (não creditado). Continuidade: Doris Grau (não creditado). Fornecimento de alimentação: Rolly Harper (não creditado). Encenação de lutas: 'Chema' Hernandez            (não creditado). Treinador do papagaio Maggie: A. W. Kennard (não creditado). Marcação de cena para Rita Hayworth: Mary Lou Tobler (não creditada). Lentes fotográficas: Panavision. Sistema de mixagem e gravação de som: RCA Sound System. Tempo de exibição: 123 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1987; revisto em 1994)



[1] Grafado originalmente como Rosen.
[2] VEILLON, Olivier-René. O cinema americano dos anos cinquenta. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 248.
[3] Sobre seu rompimento com o Partido Comunista, Rossen declarou: “as razões pelas quais se entra no PC são as mesmas pelas quais se sai” (In: PARAIRE, Philippe. O cinema de Hollywood. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p. 151).
[4] VEILLON, Olivier-René. Op. cit. p. 244.
[5] CF. KATZ, Ephraim. The film encyclopedia. 2. ed. Nova York: Harper Perennial, 1994. P. 1179.
[6] VEILLON, Olivier-René. Op. cit. p. 250.
[7] Ibidem. p. 251. 

2 comentários:

  1. Hola estimado Eugenio.
    Aunque en principio hay que saber diferenciar entre las posiciones políticas personales y el arte como cineasta, en el caso de Rossen se hace muy difícil pues lo que hizo es totalmente inmoral.
    Lo que no cabe ninguna duda es que ver a Gary Cooper y a Rita Hayworth en una misma película es algo fabuloso e indescriptible por encima incluso de la calidad de la propuesta presentada.
    Un brillante análisis por tu parte que es un placer leer y volver a releer otra vez.
    Fuerte abrazo!

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  2. De pleno acordo, caro Miguel. Tanto Rossen como Kazan cometeram o mais indigno dos gestos. Afirmo isso categoricamente, mesmo sabendo que é complicado julgar alguém sem saber das pressões que estava suportando e também na posição em que me encontro, sem poder sentir concretamente o contexto da "caça às bruxas". Porém, há outros que resistiram até o fim, inclusive pagando o preço da própria vida. Desgostosamente, em meu país, politicamente perturbado por um golpe de Estado e com instituições representativos e judiciais totalmente em frangalhos, a delação vem, se uns tempos para cá, se tornando um valor positivo para a população mais vizinha do senso comum. Desde abril de 2016 o Brasil respira um ambiente macarthista.

    Gracias por sua avaliação.

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