Tive o privilégio de testemunhar o surgimento, no cinema,
de James Bond, o 007, agente secreto licenciado para matar em nome da majestade
britânica. De 1965 para cá assisti, pela ordem de produção, a todos os filmes
dedicados ao personagem concebido pelo também espião além de jornalista e
escritor Ian Fleming. Estava com nove anos quando fui apresentado a O
satânico Dr. No (Dr. No, 1963), de Terence Young,
produção com traços visivelmente amadores se comparada aos exemplares que
viriam. A bem da verdade, sequer tinha idade para vê-lo na ocasião. Porém, na
interiorana Viçosa/MG, como bem sei por experiência própria, gerentes e
operadores davam seus jeitinhos para reduzir as margens de proibição da censura
de então. Além do mais, como o pai era bem relacionado, um papinho bem
conduzido vencia qualquer barreira e lá estava eu com assento na plateia, no
meio de gente grande. Confesso que senti um estranho e mal compreendido frisson — vivia a inocência da idade
ajustada ao meu tempo — quando Ursula Andress, no papel de Honey Ryder, emergiu
de biquíni branco no mar das Antilhas para um James Bond (Sean Connery) surpreso
e extasiado. Logo se conheceram e uniram forças para vencer o inacreditável
vilão chinês Dr. No (Joseph Wiseman), o destrambelhado da vez com ambições de
conquistar o mundo. A apreciação a seguir foi escrita em 1974, com base nas
lembranças da sessão de 1965 e em leituras feitas na ocasião. Passou, para esta
publicação, por atualizações em notas de rodapé. Atualmente não me interesso
tanto por filmes de James Bond, apesar de ainda prestigiá-los. Mas foram
atração obrigatória ao longo dos anos 60 aos 80.
O satânico Dr. No
Dr. No
Direção:
Terence Young
Produção:
Albert R.
Broccoli, Harry Saltzman
United
Artists, Eon Productions
Inglaterra
— 1962
Elenco:
Sean
Connery, Ursula Andress, Joseph Wiseman, Bernard Lee, Louis Maxwell, Jack Lord,
Louis Blaazer, Colonel Burton, Peter Burton, Reginald "Reggie" Carter,
Anthony Dawson, William Foster-Davis, Eunice Gayson, Dolores Keator, John
Kitzmiller, Zena Marshall, Michel Mok, Yvonne Shima, Marguerite LeWars e os não
creditados Abbot Anderson, Keith Binns, Chris Blackwell, Kes Chin, Anthony
Chinn, Eric Coverley, Charles Edghill, Margaret Ellery, Lancelot Evans, Alan
Gold, Victor Harrington, John Hatton, George Hilsdon, Bettine Le Beau, Byron
Lee, Rick Lester, Henry Lopez, Louis Marriott, Count Prince Miller, Stanley
Morgan, Tim Moxon, Malou Pantera, Willie Payne, Carol Reckford, Milton Reid,
Robert Rietty, Adrian Robinson, Carey Robinson, Maxwell Shaw, Bob Simmons,
Frank Singuineau, Nikki Van der Zyl.
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Bastidores de Dr. No: o diretor Terence Young com os atores Ursula Andress e Sean Connery em locações na Jamaica |
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Os produtores Harry Saltzman e Albert R. Broccoli |
Primeira aventura
cinematográfica do agente secreto James Bond, o 007, licenciado para matar em
nome de Sua Majestade Britânica. Este filhote dileto da guerra fria é criação do
escritor e jornalista Ian Lancaster Fleming (1908-1964). O autor foi, durante a
Segunda Guerra Mundial, agente secreto de verdade. Integrou os famosos T-Force
e 30 Assault Unit. Escreveu, ao todo, 14 livros de novelas e contos
protagonizados por James Bond: Casino Royale[1]
(1953); Live and let die[2]
(1954); Moonraker[3]
(1955); Diamonds are forever[4]
(1956); From Russia, with love[5]
(1957); Dr. No (1958); Goldfinger[6]
(1959); For your eyes only[7]
(1960) ― na origem, parte de uma coletânea de quatro contos publicada em livro com
esse nome ―; Thunderball[8]
(1961); The spy who loved me[9]
(1962); On Her Majesty's Secret Service[10]
(1963); You only live twice[11]
(1964); The man with the golden gun[12]
(1965); e Octopussy[13]
(1966) ― integra um conjunto de quatro contos publicados em livro com essa denominação.
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My name is Bond, James Bond (Sean Connery) |
Dr. No traz um Sean
Connery ainda aprendiz de ator. William Holden, Albert Finney, Peter O'Toole e Roger
Moore ― que adotou a identidade do personagem a partir da oitava aventura
cinematográfica, Com 007 viva e deixe morrer (Live and let die, 1972),
de Guy Hamilton ― recusaram o papel. Ao menos Roger Moore estava impedido devido
a problemas contratuais.
Sean Connery
ficou marcado como 007 e injustamente conhecido como ator de uma só nota. Representou-o
sete vezes[14]. Ele
e o personagem chegavam a se confundir.
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Louis Maxwell em sua primeira vez como a secretária Miss Moneypenny ao lado de Sean Connery no papel de James Bond |
O satânico Dr. No[15] foi concebido
nos moldes do padrão “B” de produção. Bond surge com suas principais
características bem delineadas: gosto refinado, principalmente por mulheres, cruel,
ágil, preciso, implacável e destilando ironia, cinismo e humor. Mas, desde
1953, um ano depois de lançado por Ian Fleming, o espião, na pele de Barry
Nelson, já frequentava a telinha da TV em Casino Royale — extraído
da única novela de Fleming cujos direitos os produtores Saltzman e Broccoli não
conseguiram adquirir —, adaptado ao formato do teleteatro. Cassino Royale (Casino
Royale)[16]
foi levado à tela grande em 1968, sob a direção coletiva de John Huston, Val
Guest, Robert Parrish, Joseph McGrath e do não creditado Richard Talmadge, com
vários atores fazendo James Bond.
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Bernard Lee em sua primeira vez como M, o chefe do MI6 - Serviço Secreto Britânico |
Em O satânico Dr. No o espião investiga a morte de um agente
secreto no Mar das Antilhas quando se depara com o poderoso complexo submarino
do Dr. No (Wiseman), arquivilão chinês e gênio do mal com a firme disposição de
conquistar o mundo.
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O arquivilão chinês Dr. No é interpretado por Joseph Wiseman |
O batismo
cinematográfico de 007 era considerado um salto no escuro. Nenhuma grande
companhia quis bancar os produtores, até a United Artists encarar os riscos. A
produção foi orçada em 900 mil dólares, quantia atualmente irrisória para
realizar qualquer filme. Diante da inadimplência de Albert R. Broccoli e Harry
Saltzman, a empresa adiantou 100 mil dólares para finalizar os cenários da
fortaleza submarina do Dr. No.
A princípio, o
filme obteve alguma repercussão na Inglaterra, somente. Foi praticamente
ignorado nos Estados Unidos, onde terminou relegado aos programas duplos. A
declaração do então presidente John F. Kennedy, de que um dos seus passatempos
prediletos eram as novelas de Ian Fleming, forçou a reavaliação dos estadunidenses.
Tanto que mereceu relançamento com o status
de produção de primeira grandeza. Na França, tornou-se imediato motivo de
culto, coisa que nem os gauleses conseguem explicar. Isso para desespero de
François Truffaut, que afirmou: “O cinema é uma arte em decadência desde James
Bond”.
A aventura, muito
movimentada, apresenta um espião com suficiente jogo de cintura para se
desvencilhar das mais inverossímeis situações. Mas, apesar de tudo, o 007 de Dr.
No tem, comparado aos filmes que o sucederam, pés no chão. Obedece a um
traçado mais realista, segundo a concepção original de Fleming. Com o passar do
tempo, os perigos e armadilhas ficaram cada vez mais exagerados. A espionagem passava
a adentrar, geralmente, o campo da ficção científica.
O personagem Q não
aparece em Dr. No
e o nome, apenas rapidamente referenciado, batiza a unidade de desenvolvimento
tecnológico do Military Intelligence Section 6 (MI6), o Serviço Secreto
Britânico. Ganhará a interpretação de Desmond Llewelyn (1914-1999) a partir de Moscou
contra 007, de início com o nome de Boothroyd. Passará a se chamar Q a
partir de 007 contra Goldfinger[17].
É uma espécie de Professor Pardal[18]
infatigável na invenção das mais mirabolantes engenhocas e utilitários que
livrarão James Bond de inenarráveis enrascadas. Com a invasão tecnológica e a
incorporação dos efeitos especiais mais sofisticados de filme para filme, as
histórias também ganharam incontestável ar de paródia, muitas vezes beirando a
chanchada, principalmente na fase protagonizada por Roger Moore.
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Acima e abaixo: Ursula Andress como Honey Ryder após fulgurante emersão |
Sequência
marcante é a aparição da primeira bondgirl,
Ursula Andress como a fatal Honey Ryder, inesquecível em deslumbrante ― para a
época ― biquíni branco ao despontar no mar e avançar rumo à praia diante o
olhar incrédulo e extasiado de 007.
O tema musical de
Monty Norman, executado logo no início — quando 007 caminha sob a mira de uma
arma de fogo, da direita para a esquerda da tela, até se virar rapidamente e
disparar em direção ao público com a pistola Mauser que ajudou a popularizar —,
tornou-se marca registrada de todos os filmes dedicados ao personagem.
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Jack Lord, à esquerda, é o Felix Leiter em Dr. No; à direita, Sean Connery como James Bond |
Coube a Jack Lord
inaugurar a galeria dos intérpretes de Felix Leiter. O fiel amigo estadunidense
de James Bond e agente da CIA (Central Intelligence Agency) sempre teve as
máscaras de diferentes atores de filme para filme. Jack Lord marcou época na
televisão como o agente Steve McGarrett na série Havaí 5-0 (Havaii
5-0), criada e produzida por Leonard Freeman. São 12 temporadas
distribuídas por 283 episódios levados ao ar, originalmente, de 1968 a 1980
pela CBS (Columbia Broadcasting System).
Roteiro: Richard Maibaum, Berkley Mather, Terence Young
(não creditado), Johanna Harwood, com base em novela de Ian Fleming submetida a
tratamento por Wolf Mankowitz (não creditado). Direção de fotografia (Technicolor): Ted Moore. Música: John Barry (não creditado),
Monty Norman. Desenho de produção:
Ken Adam. Figurinos: Tessa "Welborn"
Prendergast. Montagem: Peter R.
Hunt. Direção de arte: Syd Cain (não
creditado). Produção associada:
Stanley Sopel (não creditado). Produção
de elenco: James Liggat (não creditado). Maquiagem: John O'Gorman. Penteados:
Eileen Warwick. Gerente de produção:
L. C. Rudkin. Assistente de direção:
Clive Reed. Segundo assistente de
direção: David C. Anderson (não creditado). Terceiro assistente de direção: John Meadows (não creditado). Camareira: Freda Pearson. Contrarregra (não creditada): Dickie
Bamber, John Chisholm. Compras: Ron
Quelch (não creditado). Desenhos
técnicos: Alan Tomkins (não creditado). Gravação de som: John Dennis, Wally Milner. Combinação de sons: Archie Ludski, Norman Wanstall. Operador de microfones: Don Wortham (não
creditado). Efeitos especiais: Frank
George. Arte matte: Cliff Culley
(não creditado). Efeitos visuais: Roy Field (não
creditado). Dublês (não creditados):
Peter Brace, Gerry Crampton, Bill Cummings, Steve Emerson, Alan Gold, Arthur
Howell, George Leech, Dinny Powell, Bob Simmons, Rocky Taylor. Operadores
de câmera: John Winbolt, George
Pink (não creditado). Fotografia de cena
(não creditada): Bert Cann, Bunny Yeager (Jamaica). Assistentes de câmera (não creditados): Allan Jones, John
Shinerock. Eletricista: Laurie Shane
(não creditado). Animação: Trevor
Bond. Animação dos créditos: Robert
Ellis (não creditado). Guarda-roupa (não
creditado): John Brady (masculino), Eileen Sullivan (feminino). Assistente de montagem: Ben Rayner. Uniformização de cor: Brian Borne (não
creditado). Gerente de locações:
Chris Blackwell (não creditado). Orquestração:
Burt Rhodes. Direção musical: Eric
Rodgers. Dublagem de Ursula Andress em
canção: Diana Coupland (não creditada). Músicos (não creditados): Vic Flick, John Scott. Organização da orquestra: Sidney Margo
(não creditado). Planejamento dos
créditos principais: Maurice Binder. Apresentação:
Albert R. Broccoli, Harry Saltzman. Continuidade:
Helen Whitson. Contabilidade da
produção: Len Chance (não creditado). Publicidade
(não creditado): Jean Garioch (não creditado), Roy McGregor. Produção executiva pela United Artists:
George 'Bud' Ornstein (não creditado). Secretária
da produção: Maureen Whitty (não creditado). Ternos de James Bond: Turnbull & Aser (não creditado). Companhia de mixagem de som: Westrex
Recording System. Tempo de exibição:
110 minutos.
(José Eugenio Guimarães, 1974)
[1] Adaptado para a TV em 1954 sob o nome de Casino
Royale ― duração de 48 minutos, direção de William H. Brown Jr. e com
Barry Nelson no papel de James Bond ―, terceiro episódio da primeira temporada
da série Climax!, produzida por Martin Manulis e Bretaigne Windust. Teve
quatro temporadas e 166 episódios exibidos originalmente de 1954 a 1958 pela
rede CBS (Columbia Broadcasting System, de início CBS Television Studios). Foi
levada ao cinema em 1967 como Casino Royale, comédia dirigida por
Ken Hughes, John Huston, Joseph McGrath, Robert Parrish e o não creditado Richard
Talmadge. Os produtores Albert R. Broccoli e Harry Saltzman não conseguiram
adquirir os direitos para cinema de Casino Royale. Somente em 2006, na
nova fase dos filmes dedicados a James Bond, com produção de Barbara Broccoli e
Michael G. Wilson, a primeira novela escrita por Ian Fleming se incorporou ao
exitoso empreendimento cinematográfico iniciado por O satânico Dr. No.
Preservando o título original do livro, foi filmado por Martin Campbell com
Daniel Craig no papel de James Bond. No Brasil, foi exibido com o nome de 007 ―
Cassino Royale (Nota de atualização de 2016, preparada especialmente
para a publicação neste blog).
[2] Levado ao cinema em 1973, com direção de Guy
Hamilton e Roger Moore no papel de James Bond. No Brasil recebeu o nome de Com
007 viva e deixe morrer.
[3] Filmado por Lewis Gilbert em 1979, com Roger Moore
no papel de James Bond. Conhecido no Brasil pelo título 007 contra o foguete da morte
(Nota de atualização de 2016, preparada para a publicação neste blog).
[4] Filmado por Guy Hamilton em 1971, com Sean Connery
no papel de James Bond. Título no Brasil: 007 ― Os diamantes são eternos.
[5] Sob a direção de Terence Young foi filmado em
1963. Sean Connery interpreta James Bond. Moscou contra 007 é o nome no
Brasil.
[6] Título no Brasil: 007 contra Goldfinger.
Filmado por Guy Hamilton em 1964, com Sean Connery vivendo James Bond.
[7] Com direção de John Glen, ganhou versão
cinematográfica em 1981, com Roger Moore no papel do agente secreto 007. Título
no Brasil: 007 ― Somente para seus olhos (Nota de atualização de 2016,
preparada para a publicação neste blog).
[8] Filmado por Terence Young em 1965 e com o
protagonismo de Sean Connery. No Brasil é conhecido como 007 contra a chantagem atômica.
[9] Filmado por Lewis Gilbert em 1977, com Roger Moore
no papel principal. Título no Brasil: 007 ― O espião que me amava (Nota de
atualização de 2016, preparada para publicação neste blog).
[10] Levado ao cinema por Peter R. Hunt em 1969, com
George Lazenby interpretando o agente secreto. Batizado no Brasil como 007 ―
A serviço secreto de sua majestade.
[11] Levado ao cinema por Lewis Gibert em 1967, com
Sean Connery no papel de James Bond. Título no Brasil: Com 007 só se vive duas vezes.
[12] Filmado por Guy Hamilton em 1974, com Roger Moore
como James Bond. Título no Brasil: 007 contra o homem com a pistola de ouro.
[13] Filmado por John Glen em 1983 e protagonizado por
Roger Moore. Título no Brasil: 007 contra Octopussy (Nota de
atualização de 2016, preparada para publicação neste blog).
[14] Inclusive para o "bastardo" 007―
Nunca mais outra vez (Never say never again, 1983), de
Irvin Kershner. Não integra o lote produzido por Albert R. Broccoli e Harry
Saltzman. Jack Schwartzman é o produtor. O roteiro de Lorenzo Semple Jr foi
baseado em história de Kevin McClory e Jack Whittingham, por sua vez adaptada
de Thunderball,
de Ian Fleming.
[15] Após reapresentações, o título no Brasil foi
alterado para 007 contra o satânico Dr. No.
[16] Não integra o grupo de filmes produzidos por
Albert R. Broccoli e Harry Saltzman. A produção é de Charles K. Feldman e Jerry
Bressler.
[17] Llewelyn interpretará Q até 007 ―O mundo não é o bastante
(The
world is not enough, 1999), de Michael Apted, quando Pierce Brosnan já
oferecia a máscara para James Bond. Considerando inclusive o Boothroyd de Moscou
contra 007, Desmond Llewelyn desempenhou o personagem em 17 aventuras
cinematográficas de James Bond (Nota de atualização de 2016, preparada para
publicação neste blog).
[18] Inventor e personagem das histórias em quadrinhos
da Walt Disney Productions, originalmente chamado de Gyro
Gearloose.
Olhando em retrospecto, este filme guarda um tom diferenciadamente histórico - não só por ter sido o primeiro da maior série do Cinema e ainda não ter a linguagem própria dos filmes vindouros, mas por ter mesmo essa cara "estranha", indecisa entre um filme "sério e realista" e uma aventura estapafúrdia de um gênio do mal prestes a conquistar o mundo com um supermíssil nuclear (coisa digna dos seriados dos anos 40 e seus cientistas loucos das matinês)! Não é ruim, especialmente se comparado às chanchadas sem graça do Roger Moore (em particular, "Moonraker"), mas está longe de ser bom... Meus favoritos com o Connery são "From Russia with love" e "Goldfinger"! Com o atual Craig, adoro "Cassino Royalle" e "Spectre", porque, apesar de flertarem muito com o estilo "ação realista à Jason Bourne", são os mais próximos da essência do personagem... Abraço, querido Eugênio Bond!
ResponderExcluirGrato, Dilberto. Sei apenas que guardo um carinho especial por "Dr. No". Mexeu muito com a minha adrenalina de garoto. Ainda guardo a lembrança de muita coisa, inclusive que uma aranha andando pelo corpo de Bond, quando estava dormindo, que me deixou com a respiração apressada. Com a exumação desta apreciação, fiquei com vontade de revê-lo, coisa que ainda não fiz. Não sei qual é o meu Bond preferido, talvez, como você, "Moscou contra 007".
ExcluirAbraços.
Eugenio,
ResponderExcluirFelizmente eu não passei pelos seus pesadelos para ver o filme do Young. Tinha, na época de seu lançamento em SSA/BA, meus 19/20 anos.
Mas recordo que o filme foi uma bomba quase que atômica na minha Salvador.
Os cinemas viviam lotados e ouvia-se muito comentários sobre o carisma do Connery que, sem duvidas para mim, foi quem mais e melhor se personificou no papel.
De certo que a fita, comparada com as que viriam logo em seguida, como Godfinger, Moscou Contra 007 e etc. era bem simpleszinha, com cenários visivelmente criados a facão. Mas o filme em si é muito melhor que outros mais sofisticados que o seguiram, sendo o de minha preferência Com 007 Viva e Deixe Morrer.
Segui vendo todas as aventuras sem perder uma, coisa que todos faziam. Era se ouvir a propaganda de um novo 007 e lá o povo se agitava e eram casas cheias.
Parei com tudo isso lá por 1980, acho, com O Foguete da Morte, um abuso de trucagens e mentiras e shows pirotécnicos, com o antipático Moore.
Somente vim a ver mais um 007 quando o Connery voltou em 1983 com o bem aceito 007 Nunca Mais Outra Vez.
Depois disso somente alguns esporádicos na TV com o Pierce, mas nada mais de fanatismo.
Agora; ainda hoje a figura da Ursula Andress mexe com meu imaginário. Magrinha, biquine branco comportado para o ano de 1962, pernas longas e não torneadas, mas com uma explosão de sensualidade de não se esquecer.
E logo o filme de O Satânico Dr. No, passou para 007 Contra o Dr. NO. Seria o salto que o filme daria com o sucesso que os demais seguintes fizeram, sempre utilizando 007 nos titulos.
jurandir_lima@bol.com.br
De fato, Jurandir;
ExcluirOs filmes de 007 nunca foram para ser levados a sério, ainda que o clima político da época, que lhe servia de contexto, fosse o mais sério e mais preocupante possível. Mas sempre ofereciam, em primeiro lugar, diversão à larga, ainda que os primeiros respeitassem mais as intenções dos originais. Depois, com Roger Moore, tudo ficou mais livre e solto, com as aventuras se transformando em paródias que beiravam o campo da chanchada. Ainda as vejo. Sempre proporcionam diversão garantida a quem não deseja se preocupar com muita coisa. O seu preferido, "Com 007 Viva e Deixe Morrer", é o primeiro estrelado por Roger Moore e tem uma vibrante canção tema do e com Paul McCartney.
Abraços, com Ursula Andress na cabeça.