domingo, 4 de dezembro de 2016

VAZIO, DESESPERANÇA, INUTILIDADE E ABSURDO NO WESTERN EXISTENCIALISTA DE MONTE HELLMAN

O outsider Monte Hellman está relegado ao ostracismo nos dias que correm. É um talentoso maverick, de carreira impulsionada pelo cineasta de guerrilha Roger Corman. Por isso, fez-se expert na capacidade de extrair o máximo do mínimo. Legou ao cinema os preciosos e pouco vistos Corrida sem fim (Two-lane blacktop, 1971) — incluído no rol de 2012 dos 250 melhores filmes de todos os tempos da Sight & Sound — e Galo de briga (Cockfighter, 1974). Porém, de sua filmografia sempre terei lugar reservado para os dois westerns dirigidos em 1966, em regime de empreitada, um após o outro, filmados no deserto de Utah com apertados 150 mil dólares ao longo de 18 dias: o extraordinário Tiro certo (The shooting) — atualmente conhecido como Disparo para matar — ao qual se seguiu A vingança de um pistoleiro (Ride in the whirlwind), cuja apreciação foi sorteada para a publicação da vez neste blog. O absurdo título brasileiro depõe contra um dos mais inusitados dramas ambientados no Velho Oeste. É realização merecedora de toda a atenção, caso contrário passará por corriqueira. A ação importa pouco. O foco principal está concentrado nos personagens, em suas motivações, nos espaços físicos e sociais que percorrem. O roteiro, do ainda muito jovem Jack Nicholson — intérprete de Wes, membro de uma desafortunada trinca de cowboys vitimada por circunstâncias adversas —, permitiu a Monte Hellman extrair uma horse opera com tinturas existencialistas, ao gosto de Albert Camus. Afirmo-o com segurança, sem o temor de parecer exagerado.






A vingança de um pistoleiro
Ride in the whirlwind

Direção:
Monte Hellman
Produção:
Monte Hellman, Jack Nicholson, Roger Corman (não creditado)
Proteus Films
EUA — 1966
Elenco:
Cameron Mitchell, Millie Perkins, Jack Nicholson, Katherine Squire, George Mitchell, Rupert Crosse, Harry Dean Stanton, John Hackett, Tom Filer, B. J. Merholz, Brandon Carroll, Peter Cannon, William A. Keller, Neil Summers, James Campbell, Walter Phelps, Charles Eastman, Gary Kent.



John Ford e Monte Hellman no Festival de Montreal de 1966



Reza o ditado: "Santo de casa não faz milagres". Imaginem então quando o sujeito é um autêntico outsider, com poucas chances de ser enquadrado no bem comportado e definido esquema de produção cinematográfica dos Estados Unidos, mesmo nos contestadores anos 60! Quanto a isso, a palavra deve ser dada ao grande maverick Monte Hellman, o equivalente a um Sam Peckinpah menos afortunado. O selvagem diretor de Meu ódio será sua herança (The wild bunch, 1969) ao menos encontrou lugar no sistema hollywoodiano, apesar de cerceado de todas as formas pelos produtores. Hellman, por sua vez, teve que se contentar com arranjos mais modestos, praticamente mirrados. Não fosse a reputação conquistada na Europa, principalmente na França — onde seus filmes granjearam o merecido status de autorais e renovadores —, continuaria desconhecido no próprio país natal. Não obstante, os dois westerns existencialistas que dirigiu em 1966 para Roger Corman, A vingança de um pistoleiro e Tiro certo[1] (The shooting) —, no deserto de Utah, um após o outro e em regime de empreitada com aperto de tempo e dinheiro —, sequer encontraram distribuição nas salas exibidoras do Tio Sam. Foram lançados na TV após dois anos e em VHS bem mais tarde.


Essencialmente, deve-se ao produtor e cineasta de guerrilha Roger Corman a existência cinematográfica de Monte Hellman. Estreou na direção em 1959, com o obscuro e pouco relevante A besta da caverna assombrada (Beast from haunted cave). Após quatro anos estava entre os realizadores — Francis Ford Coppola, Jack Hale, Jack Hill, Dennis Jakob, Jack Nicholson[2] e Roger Corman — que viabilizaram o cult O terror[3] (The terror, 1963), creditado unicamente ao último. Em 1964 trouxe à luz os pouco vistos Flight to fury[4], Guerrilheiros do pacífico (Back door to hell) e Cordillera[5], codirigido por George Romero. Cinco anos depois de A vingança de um pistoleiro e Tiro certo, assinou o também raro e incensado Corrida sem fim (Two-lane blacktop), que ocupa o ducentésimo quadragésimo segundo lugar na relação dos 250 melhores filmes de todos os tempos segundo a enquete de 2012 da revista Sight & Sound do British Film Institute. Seguem-se Me chamam o destruidor (Shatter, 1974), para o qual não recebeu crédito, o elogiado Galo de briga (Cockfighter, 1974), produzido por Corman, e o western ítalo-espanhol A volta do pistoleiro (Amore, piombo e furore, 1978), codirigido por Tony Brandt. A partir daí a carreira entra em período de franca obscuridade. Mesmo assim, prossegue com experimentos em vídeo, curtas e participações em produções coletivas.


Jack Nicholson, intérprete de Wes e roteirista de Ride in the whirlwind


A vingança de um pistoleiro — inexplicável título brasileiro — e Tiro certo revelam como Monte Hellman absorveu bem o método Roger Corman de realização. Ambos foram concebidos em 18 dias, com locações no deserto de Utah, ao preço de 150 mil dólares — valor da ocasião. Excluída a cabana que serve de esconderijo à quadrilha de Caolho Dick (Dean Stanton) em A vingança de um pistoleiro, todos os demais cenários artificiais já existiam. O roteiro de Jack Nicholson permitiu um western em tudo diferente, sobre as agruras do viver em uma terra física e socialmente adversa. A ação pouco importa. Ganham relevo as reflexões provocadas pela paisagem e por relações sociais pouco amistosas. Não há a visão otimista do velho Oeste como terra da promissão. Tudo é impregnado de duro e ocre realismo, sem assento para bem demarcados heróis e vilões — apesar dos assaltantes e da gang de linchadores. Os personagens são apenas indivíduos enredados nos códigos da terra, lutando pela sobrevivência imediata e, ao menos o trio de cowboys desafortunados, fazendo o balanço de vidas que não deram certo. São impulsionados por escolhas imediatas, permitidas por circunstâncias à margem de qualquer controle. Devido a isso, é um filme perpassado pelo senso da tragédia. A livre escolha cede lugar à fatalidade e sensação de inutilidade, decorrente da falta de perspectivas concretas. O existir se reduz às dimensões mais básicas. Atos dependem de um jogo de escolhas governado pelo instintivo imperativo de sobreviver, apenas, sabe-se lá para que, diante de tantos percalços e predadores à espreita. Apesar de simples na concepção de produto feito às pressas, A vingança de um pistoleiro nada tem de corriqueiro. É cruel, assustador, triste, marcado pelo compasso da angústia. Sem opções, os personagens depositam fé no senso de camaradagem, mas são sempre desconfiados e solitários, perdedores sem perspectivas de dar a volta por cima.


A história está um pouco avançada quando surgem Vern (Mitchell), Otis (Filer) e Wes (Nicholson). Fracassaram no que parecia ser a vida mais promissora dos rodeios. Agora fazem o caminho de volta para Waco, Texas, na esperança de reaver os antigos empregos de cuidadores e condutores de gado. Cavalgam sem pressa. Trocam lacônicas reflexões alimentadas pela dura experiência, acerca de trabalho, solidão, fracasso e falta de possibilidades. Ouve-se, desde o começo, uma pontuação musical típica do western, da parte de Robert Drasnin, com propósito assumidamente irônico. O trio pressente algo ruim nas cercanias e encontra o cenário relativamente fresco de um enforcamento. Estão em região perigosa, guardada por celerados partidários da justiça sumária.


Vern - soberbo desempenho de Cameron Mitchell -, no cenário de seu último ato

Vern (Cameron Mitchell), Otis (Tom Filer) e Wes (Jack Nicholson) em terreno pouco favorável

  
Perto do anoitecer, o grupo chega à cabana da quadrilha liderada pelo Caolho Dick. Consegue permissão para passar a noite, apesar da recepção pouco à vontade — os anfitriões abriram o filme com assalto à diligência que resultou na morte do vigia. São instantes muito bem filmados. Apesar da carência material, Hellman não descuida das imagens, por conta do diretor de fotografia Gregory Sandor. A câmera, atenta, é feliz no registro de detalhes corriqueiros do cotidiano: por exemplo, o instante em que Wes apanha, enquanto caminha, o chapéu que vai ao chão. Os recém-chegados estão alertas, ainda mais com um dos anfitriões gravemente ferido por arma de fogo. Mesmo assim, não se preocupam. Afinal, pretendem partir nas primeiras horas do dia seguinte. Porém...


O lugar amanhece cercado por milícia pouco propensa a ouvir explicações ou negociar. O tiroteio é intenso. Aparentemente, não há como escapar. Wes e Vern se arriscam numa cavalgada até as montanhas próximas. Otis tombou morto. Os integrantes da quadrilha são abatidos ou consumidos pelo fogo lançado sobre o casebre. Sobrevivem Caolho Dick e um comparsa, minuciosamente arrastados pelos perseguidores e sumariamente enforcados.


Caolho Dick (Harry Dean Stanton)


A escapada de Wes e Vern pelas montanhas é um dos pontos altos do filme. Não se trata de simples escalada. É fuga desesperada, a pé, por rota desconhecida, com perseguidores no encalço e sem possibilidades de retorno. O aclive, recortado por acidentes, é a própria metáfora da existência. Sobram duas alternativas: desistir ou ir em frente, sabe-se lá para onde. É noite quando encontram terreno plano. No dia seguinte chegam ao esquecido sítio do pobre Evan (George Mitchell), explorado com a ajuda das conformadas esposa Catherine (Squire) e filha Abigail (Perkins). Os perseguidores vasculharam o lugar, mas podem voltar a qualquer momento. Desesperados, estropiados e famintos, Wes e Vern invadem a casa da família e a tomam como refém.


Wes (Jack Nicholson) e Vern (Cameron Mitchell) em arriscada fuga por terreno montanhoso


Interessante é o trabalho de Evan na propriedade: dia após dia na interminável e aparentemente pouco rentável atividade de decepar a golpes de machado o resto de um tronco endurecido. Chega a lembrar Joe Starret (Van Heflin), que ao menos pode contar com o auxílio de Shane (Alan Ladd) em Os brutos também amam (Shane, 1953), de George Stevens. O som da ferramenta faz a monocórdia pontuação rítmica do lugar, como se fosse o leitmotiv de uma vida feita de movimentos rotineiros, repetitivos e extenuantes, que nada produz de efetivo. Lembra Sísifo condenado ao castigo eterno no inferno da mitologia grega.


Evan (George Mitchell)


Há pouco a fazer na casa ocupada. Decorrem tempos mortos nos quais Vern e Wes tentam recuperar forças, distrair-se com jogos de damas, acompanhar o trabalho das mulheres na cozinha, perder-se em devaneios. Lá fora, para evitar desconfianças, Evan continua a repicar o resistente tronco. De nada adiantaram as explicações dos fugitivos, de que não são bandidos. As circunstâncias não ajudam. Ainda por cima, precisam lançar mão dos cavalos da propriedade para fugir — uma expropriação que revolta o remediado dono do lugar. Ao fim, diante do assédio dos linchadores próximos, evadem-se da pior maneira. Evan tentou contê-los. Foi morto por Wes após balear Vern gravemente. Aconteceu tudo o que não desejavam. Dois indivíduos honestos roubaram e mataram premidos por variáveis incontroláveis e totalmente adversas.


Wes (Jack Nicholson) e Vern (Cameron Mitchell) abrigados na casa de Evan (George Mitchell)


Não há tréguas na perseguição. Vern, sentindo o ferimento, é amparado pelo amigo. Incapaz de resistir, pede para ser deixado no caminho. Tentará, em desesperado ato final, ganhar tempo para a fuga do companheiro. As últimas cenas revelam Wes galopando ao entardecer, o rosto perplexo em primeiro plano, indo não se sabe para onde. O epílogo, aberto, é feito de balas, interrogações e melancolia, algo como uma peça regida pelo absurdo, bem ao gosto de Camus. Como a dizer que as determinações do acaso regem a existência e não adianta esperar contribuições significativas e decisivas da racionalidade, justiça e esperança. Sobra o ato instintivo de sobreviver em campos marcados pelo sombrio e a hostilidade. Toda a atmosfera do começo — quando Wes, Otis e Vern entram em cena — tem prolongamento na fuga pelas montanhas até o pouso pouco relaxante na casa de Evan, ao som dos monótonos e inesgotáveis golpes do machado. São passagens que ilustram a sensação de adversidade e falta de controle na qual os personagens foram lançados.


Wes (Jack Nicholson), no epílogo, em desesperada fuga


Millie Perkins — revelada como a personagem do título em O diário de Anne Frank (The diary of Anne Frank, 1959), de George Stevens — não tem muito a fazer. Apenas preenche o ambiente e contribui para a atmosfera. Teve participação superior e decisiva em Tiro certo. Jack Nicholson não decepciona, tal qual o sereno Tom Filer. Por sua vez, o quase sempre subaproveitado Cameron Mitchell está surpreendentemente bem. Vern tenta ser a disposição racional em um ambiente que conspira contra a reflexão e o bom senso, e vive de se alimentar de impulsos os mais viscerais. Curiosamente, boa parte dos integrantes da milícia justiceira foi improvisada entre os participantes de um rodeio nas proximidades.


Sam Peckinpah, o diretor de fotografia Giuseppe Rotunno, Sergio Leone e Monte Hellman


Roteiro: Jack Nicholson. Produção associada: John Herman Shaner (não creditado). Música: Robert Drasnin. Direção de fotografia (Eastmancolor): Gregory Sandor. Montagem: Monte Hellman (não creditado). Direção de arte: James Campbell. Gerente de produção: Paul Lewis. Assistente de direção: Gary Kurtz. Mixagem de som: Frank Murphy. Operador de boom: Art Names. Edição de som: Robert Glenn (não creditado). Supervisão de som: James Nelson (não creditado). Coordenação de dublês: Gary Kent (não creditado), High Desert Productions. Dublês (não creditado): Neil Summers, Harry Woolman (condução da diligência). Assistentes de câmera: Russ Namarillo, Gary Young. Consultor de guarda-roupa: Bill Milton. Edição musical: Igo Kantor. Continuidade: Joyce King. Assistente para os produtores: John Herman Shaner. Efeitos de som: Edit-Rite. Regravação de som: Producers' Sound Service. Tempo de exibição: 82 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 2016)


[1] Atualmente, o título no Brasil, segundo o IMDbInternet Movie Database —, é Disparo para matar.
[2] Desses, Francis Ford Coppola dirigiu por mais tempo: quatro dias. Cf. http://www.imdb.com/title/tt0057569/fullcredits?ref_=tt_ov_dr#directors. Acessado em 21 nov. 2016.
[3] Atualmente, é conhecido no Brasil pelo título Sombras do terror, segundo o IMDbInternet Movie Database.
[4] Roteiro de Jack Nicholson.
[5] Roteiro de Jack Nicholson.

6 comentários:

  1. Hola Eugenio, excelente análisis como de costumbre.

    Observo que el problema con las traducciones de las películas es universal y catastrófico para la propia historia de algunas películas.

    En España está película tiene dos títulos por lo visto, 'Forajidos Salvajes' y después 'A través del huracán' en su salida en DVD según he podido informarme, así es imposible que una película consiga una universalidad común. Incluso Disney se atreve a cambiar de nombre a sus princesas según el país, esto se aproxima al fraude intelectual.

    Con respecto a la película que evalúas te diré que si la he visto hace algunos años y recuerdo a un Jack Nicholson muy joven y con muy buen trabajo, por otra parte uno de mis actores favoritos, siempre recuerdo su espectacular trabajo en 'Alguien voló sobre el nido del cuco' título en España.

    Un abrazo Eugenio y muy buen trabajo!!

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    1. Caro Miguel

      O problema da mudança de nome das películas, no Brasil, vem ficando cada vez mais sério. Realmente, como bem o disse, é algo que beira à fraude intelectual. Mas o termo correto é fraude, praticado muitas vezes por distribuidoras de vídeo e DVD. Algumas não possuem a devida licença para a reprodução e distribuição, assim mudam o nome para ocultar o mal feito. Mas também é um problema que decorre de desconhecimento, falta de informação, preguiça de pesquisar ou da simples vontade de cometer fraude. Pode haver outras explicações, mas não deixa de ser um problema muito grave em sua totalidade.

      Abraços.

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  2. Eugenio,

    Sua postagem me entusiasmou tanto que catei o filme na Internet e o vi.

    No meu ver a profundidade de suas palavras têm sentido, na proporção que nota-se claramente que um filme sem recursos, curto demais, e com mais de sua metade consumida antes de seu melhor momento, que é a chegada do Cameron e do Nicholson à casa do rancheiro.

    Claro que, como amantes do bom cinema, não temos como não por valores, até excepcionais, às cenas de suas fugas a pés. Ótimas cenas e cada palavra citada são ditas com intensa profundidade, em nada se comparando a westerns corriqueiros que vemos.

    No entanto, falaste duas coisas da fita que ficou notória para quem é mais atento a cinema;
    1 - a cena do tronco me lembrou mesmo Shane. Não há como não ligar.
    2 - vê-se com clareza que é uma fita pobre pois, além de imagens que poderiam ser melhores, não fica dificil se notar que as filmagens ficam longas demais em cada cena. E isto justifica os 18 dias que citaste e os apenas 150 dólares para fazer um filme. Absurdo total, já que, apenas para se ter uma ideia, Ben Hur, em 1958, gastou 15 milhões de dólares.

    Pontos acima dos normais para o milagreiro Monte Hellman.

    Mas, andei lendo sua filmografia (não conhecia qualquer filme dele) e vou procurar para ver A Volta do Pistoleiro que, mesmo não tendo seu nome como diretor, conforme entendi e sim como co-diretor, eu gostei do enredo. E se tem a mão do Hellman, mesmo sendo italiano, quero conhecer.

    Gostei do filme, mas tenho que dizer duas coisas mais; o Cameron Mitchel sempre foi um excelente ator, sempre. E em segundo lugar citar que ele é o dono da pelicula completamente. Ótimo em cada cena em que se deu presente, onde teve falas ou não. Perfeito. Não sei se estou exagerando, mas foi o que vi.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Caro Jurandir;

      É um filme em tudo fascinante e parte desse fascínio decorre exatamente de sua pobreza. O diretor tirou partido da falta de dinheiro e não queimou recursos em vão. Agora, os melhores filmes para conhecer de Monte Hellman são, além deste, "Corrida sem fim", "Galo de briga" e "Disparo para maatar". Mas não deixe de registrar aqui as suas impressões sobre "A volta do pistoleiro", caso tenha conseguido vê-lo, dirigido pelo Monte Hellman com o Tony Brandt.

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  3. Estimado amigo y compañero bloguero, Eugenio:
    Me ha resultado una espectacular crítica cinematográfica acerca de este western, titulado en español "A través del huracán" y dirigido por Monte Hellman, quien intenta desconcertar al espectador rompiendo con la tradición y los moldes establecidos anteriormente respecto al héroe, tratando de dinamitarlo, con un argumento bastante simple y unos medios escasos para el rodaje. Su argumento trata sobre una persecución que sufren dos falsos culpables por parte del sheriff y su patrulla.

    Saludos, abrazos y besos.

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    1. Exatamente como bem o disse, Estrella Amaranto.

      Não se trata de um simples western. É um filme que, ao mesmo tempo que dialoga com a tradição, também rompe com ela. Na verdade, não há maniqueísmo na história; não há heróis, não há vilões. Há apenas homens devidamente ajustados aos códigos da terra, inclusive aos absurdos de situações que não puderam ser previstas e controladas. É um pequeno grande filme.

      Abraços, beijos e espero que se recupere da lombalgia o quanto antes.

      Abraços, beijos, saludos e pronto restabelecimento.

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