domingo, 27 de março de 2016

GUERRA E DESUMANIZAÇÃO: COLBERT E NEGULESCO EM REALIZAÇÃO À FRENTE DE SEU TEMPO

O cinema tem vasto repertório de realizações sobre as privações de prisioneiros de guerra. Algumas são clássicas: A grande ilusão (La grande illusion, 1937), de Jean Renoir; O Inferno n° 17 (Stalag 17, 1953), de Billy Wilder; A ponte do Rio Kwai (The bridge on the River Kwai, 1957), de David Lean; Fugindo do inferno (The great escape, 1963), de John Sturges; e Furyo, em nome da honra (Merry Christmas Mr. Lawrence, 1983), de Nagisa Ôshima. Como geralmente ocorre, o elemento masculino predomina nestes e outros exemplos. Feras que foram homens (Three came home, 1950), de Jean Negulesco, é, provavelmente, pioneiro na alteração do gênero. O roteiro objetivo, preciso, conciso e não sensacionalista de Nunnally Johnson adapta o livro autobiográfico da estadunidense Agnes Newton Keith, residente em Bornéu  possessão inglesa no Pacífico Sul durante a Segunda Guerra Mundial. A autora acompanhada de europeias do lugar foram separadas de seus maridos e internadas em campos de concentração japoneses de 1942 a 1945. Produzido quando as feridas da conflagração ainda estavam abertas, Feras que foram homens inova ao apresentar os japoneses não como um bando de selvagens unidimensionais de cara amarela. A partir do relato que lhe deu origem, o filme critica a guerra desumanizadora e não os homens por suas origens. O papel de Agnes Newton Keith é um dos melhores de Claudette Colbert. Por causa das sequelas físicas decorrentes das filmagens, a atriz não pode interpretar Margo Channing em A malvada (All about Eve, 1950), de Joseph L. Mankiewicz. Melhor para Bette Davis! 






Feras que foram homens
Three came home

Direção:
Jean Negulesco
Produção:
Nunnally Johnson
20th. Century-Fox
EUA — 1950
Elenco:
Claudette Colbert, Patric Knowles, Florence Desmond, Sessue Hayakawa, Sylvia Andrew, Mark Keuning, Phyllis Morris, Howard Chuman e os não creditados John Burton, Campbell Copelin, Leslie Denison, Devi Dja, Frank Emi, Stanley Fraser, Alex Frazer, Jerry Fujikawa, John Furukawa, Gene Gondo, Clarke Gordon, Jim Hagimori, Otto Han, Billy Henry, Mimi Heyworth, Kurt Hiroshima, Albert Hirota, Robin Hughes, Shig Imori, George Ito, Tika Iwashaiki, Peter James, Virginia Keiley, Agnes Newton Keith, Robert Kino, Robert Kishita, Frank Kobata, Tom Komuro, Frank Kumagai, George Kunitake, Ken Kurosa, George Leigh, Sung Li, James Logan, Lee MacGregor, Drue Mallory, John Mantley, Harry Martin, David Matshushama, Bob Matsuo, Rollin Moriyama, Tom Muramada, Giro Murashami, Ralph Nagai, Charles Nakauchi, George Natsume, Hiroshi Neeno, Patrick O'Moore, Patricia O'Neal, Bob Oku, Tom Omori, Sam 'Isami' Ono, Melinda Plowman, Jean Prescott, Duncan Richardson, Al Saijo, Frank Saito, Jim Saito, Carol Savage, Yutaka Shimahara, Yutaka Shimizu, Arthur Shira, Robert Shirahama, John Shulick, Leslie Thomas, Arthur Tovey, George Utsunomiya, Peter J. Votrian, Douglas Walton, Helen Westcott, Kermit Whitfield, Patrick Whyte, Leonard Willey, Roy Yamadero, Jimmy Yamaguchi, Mazaji 'Butch' Yamamoto, Yamato Cain Yamasaki, James Yanari, Mas Yoshida, Akira Yoshihara.



O diretor Jean Negulesco e seus esboços para a caracterização de Claudette Colbert como Agnes Newton Keith


Feras que foram homens é raro e esquecido drama sobre prisioneiras de guerra. O roteiro — objetivo, preciso e conciso — de Nunnally Johnson adapta o livro autobiográfico Three came home da estadunidense Agnes Newton Keith. Teve publicação em 1947, dois anos após o fim do Segundo Grande Conflito Mundial. Para interpretar a autora a produção cogitou inicialmente Olivia de Havilland. Mas a vaga ficou com Claudette Colbert. A atriz considerou o papel desafio dos mais estimulantes devido ao potencial dramático e esforço físico exigido. Tanto que chegou ao fim das filmagens com grave lesão nas costas. Submetida a tratamento, não pôde atender ao desejo do diretor Joseph L. Mankiewicz: estrelar A malvada (All about Eve, 1950). Melhor para Bette Davis, que assim ficou com o papel de Margo Channing.


Elevado à condição de best seller logo no lançamento, Three came home despertou o imediato interesse do cinema. O tema, atualíssimo e chamativo para a época, expõe o drama de um punhado de europeias e uma estadunidense — a autora — transformadas em prisioneiras de guerra e internadas em campos de concentração japoneses em Bornéu, ainda possessão inglesa. As primeiras imagens resumem brevemente o que se verá, pelas palavras da protagonista: “60 graus ao norte do Equador, no coração das Índias Orientais, está Sandakan, antiga capital de uma colônia inglesa. Em Sandakan, em 1941, havia 15 mil nativos, 79 europeus e uma americana. Eu era a americana. Meu nome é Agnes Newton Keith. Nasci em Oak Park, Illinois, e me formei na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Meu marido é Harry Keith, funcionário inglês da colônia de Bornéu. Bornéu se tornou minha casa desde meu casamento. Em Sandakan tive um filho e perdi outro. Em Sandakan esperamos... 45 homens brancos, 25 esposas e 11 crianças nos tensos dias de 1940 e 1941, com apenas uma certeza: cedo ou tarde tropas e armas japonesas surgiriam. Os homens esperavam porque era seu dever; as mulheres por suas escolhas”.


Mrs. Agnes Newton Keith (Claudette Colbert) 

  
Geralmente reconhecida por comédias — Aconteceu naquela noite (It happened one night, 1934), de Frank Capra; A oitava esposa de Barba Azul (Bluebeard’s eighth wife, 1938), de Ernst Lubitsch; Mulher de verdade (The Palm Beach story, 1942), de Preston Sturges; O ovo e eu (The egg and I, 1947), de Chester Erskine —; dramas românticos — Esta noite é nossa (Tonight is ours, 1933), de Stuart Walker; Imitação da vida (Imitation of life, 1934), de John M Stahl; Lembra-te daquele dia (Remember the day, 1941); de Henry King —; e épicos — O sinal da cruz (The sign of the cross, 1932), de Cecil B. De Mille; Cleópatra (Cleopatra, 1934), de Cecil B. De Mille; e Ao rufar dos tambores (Drums along the Mohawk, 1939), de John Ford —; Claudette Colbert havia atuado em três intensos dramas ambientados no contexto da Segunda Guerra Mundial antes de Feras que foram homens: A legião branca (So proudly we hail!, 1943), de Mark Sandrich; Desde que partiste (Since you went away, 1944), de John Cromwell; e O amanhã é eterno (Tomorrow is forever, 1946), de Irving Pichel. A realização de Jean Negulesco é bastante fiel aos terríveis fatos narrados sobre a internação compulsória de mulheres e crianças em campos de concentração. Expõe, segundo os limites permitidos pela moral hollywoodiana do final dos anos 40, visceral e dolorosa crônica ilustrada por pequenos episódios que cumprem o propósito de oferecer ideia geral do cotidiano de carências, medo, violências e submissões em seus aspectos físicos e psicológicos.


Na Europa, a Inglaterra despendia altos custos materiais e humanos na resistência praticamente solitária às investidas alemãs. Os neutros Estados Unidos foram seriamente abalados em poder de fogo no Pacífico, desde o ataque sem declaração de guerra dos japoneses ao Havaí, em 7 de dezembro de 1941. Combalidos, os dois países nada podiam fazer para acudir cidadãos nas longínquas plagas asiáticas.


Mrs. Agnes Newton Keith (Claudette Colbert) submetida ao poder do invasor 


Os japoneses desembarcaram em Sandakan em 18 de janeiro de 1942. Os ocidentais, mesmo civis, foram equiparados a militares e tratados como prisioneiros de guerra — algo próximo do subumano segundo orientações do código bélico do invasor. Mesmo mulheres e crianças não tinham regalias. Consumada a ocupação, terminaram isoladas e trancafiadas em exíguas e apinhadas dependências coletivas, precárias à preservação de qualquer privacidade. Estavam obrigadas ao cultivo dos próprios alimentos.


Nos primeiros meses depois da invasão os ocidentais puderam residir em suas próprias casas. Nesse meio tempo, sob efeito da tensão, Agnes aborta o segundo filho. Em maio, com os homens separados das esposas e filhos crianças, foram removidos para campos afastados de Sandakan. Inicialmente, a partir de 12 de maio de 1942, permaneceram na ilha de Berhala. Em 12 de janeiro de 1943, após 10 dias de transporte marítimo, chegaram a Batu Lintang. Daí saíram somente em 11 de setembro de 1945, libertados pela nona divisão do Exército Australiano após a rendição do Japão.


Agnes Newton Keith (Claudette Colbert)


Feras que foram homens é pioneiro por apresentar a guerra e suas consequências pela ótica feminina. Mas vai além. Em 1950, ressentimentos e feridas ainda estavam à flor da pele. Os japoneses, apesar de submetidos a intensos processos de pacificação e ocidentalização pelas forças estadunidenses de ocupação, ainda eram os “malditos japs” ou “homenzinhos de caras amarelas”. Contra a corrente, o relato de Agnes Newton Keith apresenta salutar mudança. Escreveu o livro em honra ao marido Harry Keith (Knowles) — silvicultor responsável pela preservação florestal ao norte de Bornéu — e, principalmente, do filho George, com 4 anos quando caiu prisioneiro — atuação surpreendente do garoto Mark Keuning. Não mediu esforços para protegê-lo, principalmente da inanição e enfermidades. Apesar de submetida a toda sorte de privações, humilhações e castigos, a autora não manifesta ódio racial ou qualquer tipo de ressentimento pelo inimigo. Evidentemente, os soldados do Japão são vistos segundo as convenções da época. Mas não são retratados pelo prisma da unidimensionalidade, como massa compacta de idênticos animais ferozes. Soldados os mais variados se relacionam com os prisioneiros. Além de matizá-los, tornando-os membros diferenciados e críveis da humanidade, a autora acertou contas com a ferocidade desumanizadora da guerra. Este foi o seu alvo prioritário. Percebeu os homens como vítimas do contexto belicoso, transformados, por isso, em máquinas de subjugar e matar.


No campo de concentração de Batu Lintang: Agnes Newton Keith (Claudette Colbert) e o filho George, interpretado pelo extraordinário Mark Keuning


Filmado em estúdios e nas locações onde os fatos tiveram lugar, Feras que foram homens está muito à frente de seu tempo. A história contada não forma unidade coesa. É uma sucessão de episódios sobre o cotidiano dos campos de concentração submetidos às condições exíguas de afeto, alimentação, e vestuário, além da ausência de notícias dos entes queridos. Durante aproximados 2 anos e meio de internação em Batu Lintang, Agnes não soube de Harry — ao menos segundo o filme. Mesmo assim, emergiu do conflito sem amargura e com notável senso de equilíbrio conforme expôs no livro, sempre atenta aos gestos de generosidade e boa vontade emanados do inimigo.


Em sua condução sóbria, a realização permite, acima de tudo, o brilho dos atores. Esta é uma marca do discreto e esquecido Jean Negulesco. Resgate urgente merece a obra desse exímio artesão. Não para menos Claudette Colbert lhe direcionou todos os elogios. Ela tem atuação em tudo pertinente como a Agnes Newton Keith projetada no livro. Entrega uma personagem revelada em vários níveis das possibilidades humanas, ainda mais por recusar, dada a situação que a envolve, as facilidades do maniqueísmo simplificador. Provavelmente, é o melhor desempenho da atriz.


O primeiro encontro entre o Coronel Suga (Sessue Hayakaha) e Mrs. Agnes Newton Keith (Claudette Colbert)


Porém, a nota surpreendente resulta do japonês Sessue Hayakawa no papel do Coronel Suga — comandante das forças de ocupação de Bornéu e responsável pelos campos de prisioneiros. Interpretou o Barão Kimura em Tokyo Joe (Tokyo Joe, 1949), de Stuart Heisler; o inspetor Kito de Casa de bambu (House of bamboo, 1955), de Samuel Fuller; o pirata Kuala para A cidadela dos Robinson (Swiss family Robinson, 1960), de Ken Annakin; e o Coronel Saito de A ponte do Rio Kwai (The bridge on the River Kwai, 1957), de David Lean, pelo qual ficou perenizado na memória do grande público. Em Feras que foram homens Suga é o militar autoritário e supremacista de sempre, tantas vezes dado a conhecer pelo cinema de Hollywood. Mas tem perfil realista, de um homem atravessado por contradições. Formou-se nos Estados Unidos, na Universidade de Washington. É admirador confesso de Agnes Newton Keith. Fez questão de conhecê-la tão logo tomou Sandakan. Não se furtou em lhe pedir dedicatória autografada do livro escrito em 1939, Land below the wind — sensível exposição sobre a cultura e geografia de Bornéu. Suga também é responsável pelas precárias condições dos campos de concentração. De certa forma abandonará a protagonista ao julgamento do brutal Tenente Nakata (Chuman), carcereiro de Batu Lintang. Ele a torturou por ter cometido, segundo palavras da própria Mrs. Keith, o “maior erro de sua vida”: confiar no senso de justiça do inimigo mais forte e armado quando denunciou a tentativa de estupro por soldado impossível de ser identificado. De outro lado, nos momentos finais, o combalido Suga a escolhe como interlocutora para extravasar a dor decorrente do fim da própria família, submetida aos efeitos da destruição atômica de Hiroshima.


O Coronel Suga (Sessue Hayakawa) comunica o desaparecimento de sua família, em Hiroshima, a Agnes Newton Keith (Claudette Colbert)


Os momentos entre Suga e Agnes Newton Keith fornecem a deixa para a "mensagem" passada por Feras que foram homens. Não se presta à simples exposição das condições das mulheres submetidas ao internamento compulsório. Acima de tudo, é um filme sobre relações humanas, tanto no ponto em que falham como na possibilidade de refazê-las pela prática da compreensão e do equilíbrio. Ou como revela a personagem de Claudette Colbert para o militar, "Não há diferença alguma entre nós quando se trata daquilo que atinge os nossos filhos".


As convenções maniqueístas legitimadas pelo cinema estadunidense em geral, levam o espectador a prever uma trágica tomada de liberdade em relação ao texto original — algo que lançaria Feras que foram homens na lata do lixo. Felizmente, Jean Negulesco não foi obrigado a se render ao pior, para alívio do público e da assustada protagonista. As famintas crianças prisioneiras — incluindo George —, levadas por Suga à sua residência — onde se deliciaram com os sortimentos de uma mesa farta —, voltaram incólumes para as mães.


Agnes Newton Keith (Claudette Colbert) no campo da Ilha de Berhala


Outros destaques, quase todos noturnos, são: 1) a chegada das mulheres e filhos à residência oficial do governo de Bornéu, logo ocupada pelo Coronel Suga; 2) o desembarque das prisioneiras no cais de Berhala e a caminhada sob chuva até o alojamento, sequência finalizada com os olhares assustados que exploram as exíguas e escuras dependências ao som do choro das crianças[1]; 3) a evasão de Mrs. Keith para se encontrar com o marido aprisionado nas proximidades, enquanto George, febril, é deixado aos cuidados das demais mulheres; 4) os homens separados das mulheres e filhos por uma vala, na despedida que antecede a transferência para Batu Lintang; 5) a matança dos australianos; 6) a demorada e realista tentativa de estupro; 7) o abraço desesperado e apertado em George, como a comunicar a sensação de que Agnes não mais o veria depois do encontro com o sádico Tenente Nekata; e, 8) a libertação seguida da angustiante espera pelo reencontro com Harry.


Uma vala separa os homens das mulheres no momento da despedida que antecede a transferência do campo de Berhala para Batu Lintang


Cabe um reparo ao epílogo, mesmo sabendo que obedeceu aos imperativos de provocar angústia e comoção. Harry — dado o extremo da condição física que o reduziu ao uso de muletas — poderia ter chegado ao campo das mulheres em um dos caminhões de transporte. Seria mais factível. Em vez disso, foi obrigado a vencer, impiedosamente, longo trecho a pé. Enquanto isso, prisioneiros em melhor situação utilizaram o transporte motorizado.


Salta aos olhos a ausência de melodrama em Feras que foram homens. Apesar de dramática, em momento algum a narrativa toma o atalho comprometedor das saídas excessivamente sentimentais e lacrimosas, inclusive no epílogo. A sobriedade domina do começo ao fim. Ao filme interessa prioritariamente o caráter dos personagens, as incertezas e sensações que vivenciam, a atmosfera e ambientação nas quais estão imersos. Ponto para o menosprezado Jean Negulesco, principalmente pelas performances que extraiu dos atores. Além de Claudette Colbert e Sessue Hayakawa, merecem elogios as interpretações de Florence Desmond e Sylvia Andrew, responsáveis, respectivamente, por dar vida a Betty Sommers e Henrietta, colegas de infortúnio de Agnes. O garoto Mark Keuning é atração à parte. Infelizmente, apareceu em apenas outro filme, realizado no mesmo 1950: Cidade negra (Dark city), de William Dieterle, para o qual fez o papel de Billy Winant.


Jean Negulesco estava no auge quando realizou Feras que foram homens. Sempre discreto, cumpriu carreira de bom contador de histórias, qualidade afirmada desde A máscara de Dimitrios (The mask of Dimitrios, 1944). Outros trabalhos relevantes de sua lavra são: Acordes do coração (Humoresque, 1946), Belinda (Johnny Belinda, 1948), A taverna do caminho (Road house, 1948), Náufragos do Titanic (Titanic, 1953), Como agarrar um milionário (How to marry a millionaire, 1953) e Papai pernilongo (Daddy long legs, 1955). Inegavelmente, teve na direção de atores a sua melhor qualidade.





Roteiro: Nunnally Johnson, com base no livro Three came home, de Agnes Newton Keith. Música: Hugo Friedhofer. Direção de fotografia (preto e branco): Milton R. Krasner, William H. Daniels (não creditado). Montagem: Dorothy Spencer. Direção de arte: Leland Fuller, Lyle R. Wheeler. Decoração: Thomas Little, Fred J. Rode. Figurinos: Charles Le Maire. Maquiagem: Ben Nye. Penteados: Esperanza Corona (não creditada). Gerente de produção: Robert R. Snody (não creditado). Assistente de direção: Saul Wurtzel (não creditado). Contrarregra: Don B. Greenwood. Som: Roger Heman Sr., E. Clayton Ward. Efeitos fotográficos especiais: Fred Sersen. Dublê para Claudette Colbert: Helen Thurston (não creditada). Direção de fotografia da segunda unidade: Charles G. Clarke (não creditado). Operador de câmera: Paul Lockwood (não creditado). Fotografia de cena: Ray Nolan (não creditado). Assistente de câmera: Ken Williams (não creditado). Guarda-roupa: Ed Wynigear. Direção musical: Lionel Newman. Orquestração: Edward B. Powell. Direção de diálogos: Jason Lindsey. Apresentação: Darryl F. Zanuck. Consultoria técnica: Sylvia Norris (não creditado). Continuidade: Stanley Scheuer (não creditado). Tempo de exibição: 106 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 2015)



[1] A verdadeira Agnes Newton Keith participa do início da sequência: é a mulher que se desloca ao lado de Claudette Colbert.

4 comentários:

  1. Eugenio,

    Claro, claro. Claro que foi muito melhor para a Davis a Colbert não poder fazer o papel.
    Aliás, se eu não viesse a conhecer este particular, passaria o resto da vida achando que o papel em A Malvada houvera sido escrito especialmente para a Davis.

    E o excelente roteirista Nunnaly Johnson?
    Lá por 1956 vi um filme por ele dirigido, intitulado A Intocável, com a muito bela Joan Collins e o Richard Burton, todos naufragos presos em uma ilha desabitada.

    E nunca mais soube ou assisti outra fita dirigida pelo mesmo mas, no entanto, vejo muito seu nome em letreiros de filmes mais antigos, com ele roteirizando peliculas. E me parece um profissional linha primeira.

    Conforme narrativa, Feras Que Foram Homens tem seu titulo atrelado aos japoneses e mostra um Negulesco como jamais conheci ou soube. Assim como explicita o espirito sombrio e absorvente da mulher prisioneira por tantos anos, sobrevivendo aos horrores de tanta dor, penuria, sacrificio e insubordinação por parte de seus aprisionadores.

    Não conhecia historia com este teor. O cinema sempre nos mostrou homens como prisioneiros de guerra e jamais mulheres.

    Adoraria conhecer algo deste quilate feito pelo Juan Negulesco, diretor exaltado até por sua própria atriz. Infelizmente é muito dificil o acesso a peliculas que nos mostre verdades e/ou ocorrencias como esta como fator da crueldade que é a guerra.

    Mais um novo e muito bem mostrado trabalho deste editor.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir, muito obrigado pela referência ao filme A INTOCÁVEL. Não o conheço, AINDA! Já vou ver se consigo encontrá-lo em algum site de descarga. Nunnaly Johnson é, acima de tudo, o roteirista de AS VINHAS DA IRA, de Ford. Johnson dirigiu oito filme. Algum, ao contrário do que diz, você deve ter visto. São: A SOMBRA DA NOITE (Night People, 1954), A VIÚVA NEGRA (Black Widow, 1954), COMO USAR AS CURVAS (How to Be Very, Very Popular, 1955), O HOMEM DO TERNO CINZENTO (The Man in the Gray Flannel Suit, 1956), OS NOIVOS DE MINHA NOIVA (Oh, Men! Oh, Women!, 1957), AS TRÊS MÁSCARAS DE EVA (The Three Faces of Eve, 1957), QUANDO A ESPOSA PECA (The Man Who Understood Women, 1959) e TENTAÇÃO (The Angel Wore Red, 1960). Provavelmente, o melhor filme dele é O HOMEM DO TERNO CINZENTO. Quanto a este que você se referiu, A INTOCÁVEL, não é dele, mas de Bob McNaught.

      Abraços.

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  2. Eugenio,

    Tens razão quanto ao Nunnaly. É que não tenho o controle dos seus filmes nos meus alfarrábios e assim não pude detectar outro filme seu visto entre cerca de 10.000 fitas.

    Mas eu vi sim O Homem do Terno Cinzento, com o Peck e vi também As Tres Máscaras de Eva.

    Agora você veja como são as coisas: eu vi A Intocável em 1958. O nome de Nunnaly Johnson consta como diretor deste filme desde aquela época anotado em meus alfarrábios. Jamais chamei este filme para fazer qualquer constatação sobre o nome do diretor, que agora o amigo me diz ser outro e que, somente hoje, depois de 58 anos, vou fazer esta alteração.

    Não sei que participação tem o Nunnaly no filme para eu ter tido tanta certeza que era o diretor. Bem...errar é humano, naturalmente.

    Peço desculpar pela informação erronea, ao tempo em que agradeço pela informação correta.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Como bem disse, Jurandir, errar é humano. Todos erramos em alguma coisa. Errar não é só humano como também faz parte da nossa vocação ao esquecimento. Vocação esta que se acentua cada vez mais na velhice. Eu tenho, atualmente, errado em muitas coisas, principalmente porque ando esquecendo muitas coisas também. Cada vez mais.

      Abraços.

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