domingo, 25 de agosto de 2013

COM WALT DISNEY NO NAUTILUS DE JULES VERNE E DO CAPITÃO NEMO

Minha infância foi marcada por livros de Jules Verne e filmes dos estúdios de Walt Disney. Algumas vezes os dois estavam juntos, como em As grandes aventuras do Capitão Grant (Search of the castaways, 1962), de Robert Stevenson, e 20 mil léguas submarinas (Twenty thousand leagues under the sea, 1954), de Richard Fleischer. O primeiro, adaptado de Os filhos do Capitão Grant, trazia Hayley Mills, meu primeiro caso de amor. O outro, extraído da obra de mesmo nome, está entre as primeiras e melhores realizações da Disney Productions estreladas por atores de carne e osso. É também a quarta adaptação cinematográfica do livro de Verne. Trata-se de aventura arrojada e ousada para os padrões da época, inclusive pelo pioneirismo na utilização de filmagens submarinas. A realização não poupou esforços e recursos para recriar o mundo maravilhoso percorrido pelo amargurado e trágico Capitão Nemo e seus contrariados convidados — professor Pierre Aronnax, seu assistente Conseil e o arpoador Ned Land — a bordo do fantástico Nautilus. A apreciação a seguir é de 1985.






20 mil léguas submarinas
Twenty thousand leagues under the sea

Direção:
Richard Fleischer
Produção:
Walt Disney
Walt Disney Productions
EUA — 1954
Elenco:
Kirk Douglas, James Mason, Peter Lorre, Paul Lukas, Robert J. Wilke, Ted de Corsia, Carleton Young, J. M. Kerrigan, Percy Helton, Fred Cooper.




O diretor Richard Fleischer



20 mil léguas submarinas, escrito em 1870, é um dos livros mais conhecidos de Jules Verne. Lê-lo era, até há pouco tempo, atividade obrigatória de qualquer criança ou jovem que se prezasse. Infelizmente, a garotada perdeu o gosto da leitura. Desconhece inclusive o autor, mente iluminada moldada pelo espírito científico que tomou a Europa no século 19. Publicou inúmeras obras de aventura, nas quais abundam viagens, descobertas, invenções e maravilhas: A volta ao mundo em 80 dias, Cinco semanas num balão, A ilha misteriosa, Da Terra à Lua, Os filhos do Capitão Grant, O farol do fim do mundo etc. São fantásticas até certo ponto, ao menos para a época em que foram escritas. Isso por razão muito simples: a maior parte das impossibilidades dos livros de Verne (foguetes espaciais, submarinos, aeroplanos, fontes poderosas de energia) se tornaram, logo depois, realizações corriqueiras. De autor de ficção científica no século 19, hoje encontra melhor posição no campo da literatura de antecipação.


Um submarino  o Nautilus  divide com o Capitão Nemo, seu construtor e comandante, as atenções principais de 20 mil léguas submarinas. Transcorre a segunda metade do século 19. A desconhecida embarcação surge semeando pavor às atividades marítimas, principalmente as bélicas e baleeiras. Todos acreditam ser um monstro. Sob tal denominação o Nautilus se torna conhecido. Revestido por couraça impenetrável, afunda baleeiros e vasos de guerra. Arriscar-se no mar passa a ser morte certa. Nessa situação, é impossível completar a tripulação das embarcações.


O filme é uma das primeiras realizações da Walt Disney Productions estreladas por atores de verdade[1]. É a quarta adaptação cinematográfica da obra de Verne. A primeira, de 1905, é obscura realização da American Biograph, companhia dos primeiros trabalhos de David Wark Griffith. Está preservada e possui 18 minutos[2]. Georges Méliès — mágico que converteu o cinema de curiosidade científica em veículo de entretenimento — é responsável pela segunda versão, francesa, de 1907: Deux cent miles lieus sous les mers, recheada de criaturas fantásticas que a imaginação de Verne não ousaria conceber. A terceira, americana, creditada a Stuart Paton, é de 1916. Apesar de guardar maior fidelidade ao original, tomou liberdades como o resgate de uma mulher em ilha deserta[3].


A quarta versão é considerada a definitiva o que não significa que seja a última. Continuam surgindo novas adaptações e variações do tema. Assim, o Nautilus e seu comandante reaparecem em Capitão Nemo e a cidade flutuante (Captain Nemo and the underwater city; 1970), de James Hill; na animação 20 mil léguas submarinas (20,000 leagues under the sea, 1973), de Jules Bass e Arthur Ranking Jr.; e em O fantástico Capitão Nemo (The return of Captain Nemo, 1978), de Alex March e Paul Stader. Este é governado pela apelação despudorada: José Ferrer vive o personagem verniano, despertado pelo governo americano em pleno século 20 após 100 anos de hibernação. Recebe a missão de desmobilizar o professor Cunningan (Burgess Meredith), cientista louco que ameaça explodir Washington se não receber 1 bilhão de dólares. Nemo aceita a incumbência em troca de condições que lhe permitam buscar a perdida Atlântida. Em 1979 a história de Verne foi adaptada de forma inteiramente livre num filme de Gary Nelson bancado pela Walt Disney Productions: O abismo negro (The black hole), ficção científica ambientada nas profundezas siderais, com o Nautilus e o Capitão Nemo assumindo as respectivas identidades da espaçonave Cygnus e do Dr. Hans Reinhardt (Maximilliam Schell).


Walt Disney com a réplica do Nautilus


Disney, apaixonado confesso pelo livro de Verne, dispensou total atenção à produção de 20 mil léguas submarinas. É dele a iniciativa de convidar o então promissor Richard Fleischer para a direção. A decisão gerou espanto. Afinal, tratava-se do filho de Max Fleischer, criador de Betty Boop, rival de Walt no cinema de animação desde os anos 20. O desconfiado Richard aceitou a incumbência, não antes de consultar o pai que lhe deu sinal verde. Depois disso, Max e Disney ficaram grandes amigos.


Peter Lorre no papel de Conseil


O roteiro de Earl Felton situa em São Francisco, Estados Unidos, o início da aventura. Aí estão retidos o professor Pierre Aronnax (Lukas) — membro do Museu Nacional Francês — e seu assistente Conseil (Lorre). Não conseguem viajar para Saigon. O monstro impede a partida de qualquer embarcação. Entrevistado por jornalistas, Aronnax tem deturpadas as declarações acerca do terror marinho: aparece confirmando a existência da criatura, quando, na verdade, só aventou para essa possibilidade, visto que as profundezas oceânicas ocultam muitos segredos. Graças a isso é convidado pelo governo americano para o posto de observador de um cruzeiro militar que caçará a criatura e o desembarcará em Saigon ao término da expedição. A bordo segue também o exímio arpoador Ned Land (Douglas).



Acima e abaixo, o arpoador Ned Land (Kirk Douglas)


A busca se faz no Pacífico Sul. Nada de extraordinário é avistado. Após três meses o capitão cancela a missão e ruma para Saigon. Encontra um navio em chamas, sem sobreviventes. O vigia avista o monstro se afastando. Os canhões abrem fogo. A criatura investe contra a nau agressora, levando-a a pique. Lançados ao mar, Aronnax, Conseil e Land sobrevivem. À deriva, encontram o terror marítimo. Descobrem maravilhados que é um artefato humano, uma embarcação submarina, Nautilus, comandada pelo Capitão Nemo (Mason) que os aprisiona.


Nemo, amargurado e vingador ensandecido, odeia a civilização, particularmente a guerra. Cientista brilhante, esteve aprisionado pelo governo despótico do país natal por não revelar o segredo da poderosa fonte de energia que processou, com a qual movimenta o Nautilus. A esposa e o filho foram assassinados; ele condenado a trabalhos forçados nas minas do campo de prisioneiros de Rorapandi. Consegue escapar, acompanhado de outros forçados. Estes formam a tripulação do Nautilus, construído na ilha de Vulcânia, base secreta de Nemo. Sobreviver no mar não é problema. O gênio do comandante converteu as profundezas oceânicas em vasto campo de produção de alimentos os mais diversos.


James Mason com o genial e amargurado Capitão Nemo 


Nemo admira Aronnax. Este fica maravilhado com o capitão e o Nautilus. Mas Ned Land e Conseil mobilizam esforços para escapar. Descobrem mapas de navegação e a posição de Vulcânia. Soltam ao mar garrafas com pedidos de socorro[4].


Nemo pretende fazer de Aronnax o portador de uma mensagem aos governos das principais potências: revelará o segredo da energia do Nautilus caso seja utilizada para fins pacíficos e se encerrem todas as atividades bélicas. Porém, não consegue fugir do seu destino trágico. O submarino é seriamente avariado por um vaso de guerra. Exige reparos em Vulcânia. Mas a ilha está cercada por embarcações hostis. Para preservar seus segredos, Nemo resolve explodir o lugar. Termina gravemente ferido ao armar a bomba. Toma a decisão, acertada com a tripulação, de sucumbirem todos com o Nautilus, inclusive Aronnax, Conseil e Ned Land. Desesperado, o arpoador consegue se libertar, bem como o professor e seu assistente. Levam o submarino à superfície e embarcam num escaler. Ao longe presenciam a explosão que arrasa Vulcânia e condena o Nautilus às profundezas marítimas.


Aronnax (Paul Lukas), Ned Land (Kirk Douglas), Conseil (Peter Lorre) e Nemo (James Mason)


20 mil léguas submarinas é um dos melhores filmes da Walt Disney Productions estrelados por gente de verdade. Mais que isso, é uma aventura arrojada e ousada para os padrões da época, pioneira na utilização da filmagem submarina. A produção não mediu esforços para conferir aspecto de realidade aos variados elementos fantásticos que pontuam na história. Para tanto, os pesquisadores envolvidos se viram obrigados a elaborar novos, essenciais e funcionais efeitos especiais que ampliaram em muito as possibilidades maravilhosas do cinema. Utilizados discretamente, cumpriram o papel de instrumentos para o fluir da aventura. É nesse quesito que 20 mil léguas submarinas revela superioridade frente à grande parte do cinema comercial de hoje, tomado de filmes que sacrificam a história, os personagens e a inteligência do espectador ao fogo de artifício dos efeitos especiais.


Raramente o cinema conseguiu apresentar, com tamanha credibilidade, algo tão próximo do fantástico como o Nautilus, principalmente quando, na superfície, acelera contra os navios. Parece-se de fato com monstruosa e inimaginável criatura maligna, algo semelhante a imenso jacaré de olhos brilhantes (os faróis) e esverdeados. A imagem é inesquecível.


Reza a lenda que o planejador da produção, Harper Goff, passou anos na prancheta até conseguir a aparência definitiva do Nautilus nas telas. Não bastava simplesmente concebê-lo. Além de não existir no século 19, fazia-se necessário associá-lo ao terror idealizado pelos sobreviventes dos ataques.


O Capitão Nemo (James Mason), o professor Aronnax (Paul Lukas), um tripulante e o Nautilus ao fundo


Filmar o submarino, valendo-se de modelos, foi um problema para a produção. 20 mil léguas submarinas foi fotografado em CinemaScope quando o processo estava em seus primórdios[5] e carecia de perfeição. A lentidão das lentes exigia muita luz e elevava em demasia os custos das tomadas. Diante disso, Harper Goff construiu réplicas deformadas do Nautilus, filmadas com objetivas comuns. As imagens daí resultantes voltavam à normalidade quando adaptadas ao processo da tela larga. O mesmo acontecia com rochas e demais elementos cenográficos. Os resultados do artifício foram mais que convincentes.


Não apenas a parte externa do Nautilus é um primor de concepção visual. O assombro também domina no interior do submarino, principalmente nos aposentos de Nemo e na sala de comando dotada de imensa e circular janela panorâmica.


Em seu aposento pessoal o Capitão Nemo (James Mason) recebe os forçados hóspedes do Nautilus: Ned Land (Kirk Douglas), Conseil (Peter Lorre) e o professor Aronnax (Paul Lukas)


Impressionantes são também as cenas com os personagens fora do Nautilus, na exploração do fundo do oceano, usando protótipos dos modernos trajes de mergulho. Nesse contexto, Ned Land e Conseil são atraídos para um galeão naufragado onde descobrem objetos preciosos. São atacados por um tubarão. Ao cinema de hoje a cena parece simplória e amadorística. Mas foi um suprassumo para a época e anos seguintes, incutindo verdadeiro pavor ao público. Em compensação, permanece aterradora e eficientíssima a sequência do Nautilus envolvido nos tentáculos de um polvo descomunal, bem como a luta da tripulação com a mortal criatura, ainda mais quando ela se apodera de Nemo, enfim salvo por Ned Land.


O elenco é atração à parte. Qual filme da Walt Disney Productions conta com tantos nomes de peso como Kirk Douglas, Paul Lukas, Peter Lorre e James Mason? Provavelmente nenhum, pelo que sei. Douglas está ótimo como o irrequieto Ned Land. Lorre, com seu perfil atarracado e tímido, confere autenticidade e humanidade ao apagado Conseil. Ambos são perfeitos contrapontos aos sérios, fechados e cerebrais Aronnax e Nemo. Paul Lukas é grande ator, mas seu papel não demanda maiores esforços. Em compensação, James Mason fornece composição na medida ao angustiado e revoltado comandante do Nautilus.


20 mil léguas submarinas conquistou os Oscar de Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais. Também merecem destaque a fotografia de Franz Planer, a música de Paul Smith, a direção de arte de John Meehan e a decoração de Emile Kuri. Tais elementos, integrados, acentuam a atmosfera fantástica tão desejada pela produção.






Roteiro: Earl Felton, baseado na obra homônima de Jules Verne. Direção de fotografia (Technicolor, CinemaScope): Franz Planer. Montagem: Elmo Williams. Gerente de produção: Fred Leary. Efeitos fotográficos: Ralph Hammeras. Direção de segunda unidade: James Havens. Fotografia submarina: Till Gabbani. Processos especiais: Ub Iwerks. Direção de som: C. O. Slyfield. Gravação de som: Robert O. Cook. Consutor técnico: Morgan Padelford. Assistentes de direção: Tom Connors Jr., Russ Haverick. Treinador de mergulhos: Fred Lendar. Desenvolvimento da produção: Harper Goff. Direção de arte: John Meehan. Decoração: Emile Kuri. Efeitos especiais: John Henck, Josh Meador. Arte metálica: Peter Ellenshaw. Croquis e esboços: Bruce Bushman. Maquiagem e penteados: Lou Hippe. Costumes: Norman Martin. Música: Paul Smith. Orquestração: Joseph S. Dubin. Tempo de exibição: 126 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1985)



[1] A Ilha do tesouro (Treasure island, 1950), de Byron Haskin, é a primeira produção da Disney exclusivamente com atores. É também adaptação de outro clássico da literatura infanto-juvenil, a obra homônima de Robert Louis Stevenson.
[2] Não se sabe quem o dirigiu e estrelou. Na época, não era norma creditar os nomes dos diretores, atores e demais membros da equipe de produção. Essa adaptação sequer possui registros na Biograph, apesar de não haver dúvidas quanto à companhia produtora. Como essa possuía subsidiárias em vários países da Europa, além da matriz nos Estados Unidos, não se sabe também a nacionalidade dessa primeira transposição de 20 mil léguas submarinas ao cinema.
[3] A versão de Paton contém uma cena de concepção complicada para a época, quando o Nautilus abalroa o vaso de guerra “Abraham Lincoln”. As filmagens com efeitos especiais e maquetes ainda capengavam. Por isso, foram utilizados modelos reais. Temia-se, por outro lado, que o público se revoltasse por se sentir ludibriado com a utilização de miniaturas. Essa é a razão da divulgação do filme garantir que era verdadeiro o polvo sintético que ataca o submarino.
[4] A ideia de enviar pedidos de socorro em garrafas, utilizado à larga nas histórias de náufragos e prisioneiros de ilhas desertas, não é estranha a Verne. O autor lançou mão do recurso em Os filhos do Capitão Grant, também filmado pela Walt Disney Productions: As Grandes aventuras do Capitão Grant (Search of the castaways, 1962), de Robert Stevenson, que preserva o expediente. No caso, a garrafa é encontrada na barriga de um peixe fisgado pelo professor Paganel (Maurice Chevalier).
[5] O manto sagrado (The robe), dirigido por Henry Koster, é o primeiro filme em CinemaScope. Foi realizado em 1953, um ano antes de 20 mil léguas submarinas.



14 comentários:

  1. Esta versão se mostra insuperável sob vários aspectos. Seja pelos atores, seja pela preocupação de máxima fidelidade ao texto de Verne. Realmente, a garotada de hoje não quer mais saber de ler nem mesmo livros de aventura. O que há de melhor nos gênios é que a eles se perdoa tudo: não tenho como não perdoar, por conta de trabalhos como este, o dado de Julio Verne ter tido um papel tão deplorável no caso Dreyfus, defendendo a execração pública do capitão em nome da recuperação da honra da França perdida na Batalha de Sedan e o dado de Disney haver-se prestado ao triste papel de dedo-duro no período macartista. Acima destes episódios deploráveis, como dito, está o trabalho realizado. Curiosamente, o Governo despótico do País de Nemo era, nada mais, nada menos, que...a Inglaterra, enquanto colonizadora da Índia. O esclarecimento vem em "A ilha misteriosa".

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    1. Olá, Ricardo Antônio Lucas Camargo,

      Muito grato por suas impressões e comentários adicionais. Não era do meu conhecimento o deplorável papel de Jules Verne no Caso Dreyfus e também não fazia ideia de que o país de governo despótico do Capitão Nemo era a Inglaterra. Sobre o papel de Disney na "Caça às Bruxas", este sim, era do meu conhecimento.

      Dia desses, deixei ao largo um comentário que lamentava o "Vinte mil léguas submarinas" pelo fato de não seguir fielmente, ao pé da letra, o original de Verne. Como se algum filme tivesse que se render totalmente ao prescrito pela obra adaptada.

      Abraços.

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    2. Realmente seria interessante ver a obra nos seus mínimos detalhes na telona, mas acho que pelo ritmo exigido no cinema impede, é diferente você ler aquela cena e você ver na tela, na sua cabeça esta sempre mais legal :D, por isso acho bom encarar como uma nova história a expectativa alta é o motivo de agente se frustar vendo adaptações para o cinema.

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    3. Por isso mesmo, Alexandre, considero que o cinema não tem a obrigação de seguir fielmente os originais literários que adapta. Literatura e literatura; cinema é cinema. Cada qual tem tem um tempo e linguagem próprios. Com a literatura, o cinema faz apenas adaptações, dependendo das circunstâncias, fiéis ou nem tanto ao original. Às vezes o original literário funciona apenas como inspiração à criação de algo muito diferente.

      Abraços.

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  2. Nossa, você me fez lembrar da minha infância. Morávamos na Rua Carijós, bem no centro de BH e minha mãe nos levava para assistir matinês no Metrópole (hoje é um banco), no Acaiaca (virou igreja pentecostal) e no Candelária (virou estacionamento). Pois foi no Cine Candelária que assistimos 20.000 Léguas Submarinas e saí do cinema encantada!

    Beijos e saudades!
    Marilda

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    1. Marilda, você aqui? Nossa! Quanta saudade. Como estão as coisas? Pois é... Conheci todos esses cinemas listados por você. Nenhum resistiu. Uma pena! Quanto ao filme, não sei bem onde o assisti. Creio que foi em Colatina/ES, no também fechado Cine Floresta, por volta de 1962. Volta e meia "20 mil léguas submarinas" passa no Telecine Cult.

      Beijos e abraços.

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  3. Outra crítica excelente, Eugênio!
    Este e A Ilha do Tesouro deveriam ser os melhores filmes live-action do estúdio até a chegada de Mary Poppins. E sobre a citação do elenco, nem mesmo o filme da babá voadora teve um elenco mega conhecido. Dick Van Dyke era iniciante (E a autora dos livros detestou a escalação), Mary foi o primeiro grande papel de Julie Andrews nas telonas...
    Tentarei assistir nas férias. Tenho um amigo que leu o livro e disse que é excelente. Infelizmente, minha geração perdeu o gosto por ler. Só vão nos cinemas ver as adaptações e não dão bola para os livros. Gostava tanto de ir numa livraria que ficava no Shopping de São Vicente, mas acabaram tirando por falta de interesse do público e construíram o McDonald's no lugar.

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    1. Tenho para mim que a década de 50 significou uma especie de auge da Walt Disney Productions. No cinema, a companhia se diversificou bastante. Além dos desenhos animados, iniciaram a produção dos filmes de ação viva e havia a fabulosa série MARAVILHAS DA NATUREZA além de outros documentários.

      Os melhores filmes de ação viva foram produzidos nesta década: Além de "A ilha do tesouro" e "20.000 léguas submarinas" há "Robin Hood, o justiceiro" ("The story of Robin Hood and his merrie men", 1952), de Ken Annakin; "Entre a espada e a rosa" ("The sword and the rose", 1953), de Ken Annakin; "Davy Crockett, o rei das fronteiras" ("Davy Crockett: king of the wild frontier", 1955), de Norman Foster; "Têmpera de bravos" ("The great locomotive chase", 1956), de Francis D. Lyon; "A odisseia do Oeste" ("Westward ho, the wagons!", 1956), de William Beaudine; "Audácia de um rebelde" ("Johnny Tremain", 1957), de Robert Stevenson; "O meu melhor companheiro" ("Old Yeller", 1957), de Robert Stevenson; "Não renego o meu sangue" ("The light in the forest", 1958), de Herschel Daugherty; "O signo do Zorro" ("The sign of Zorro", 1958), de Lewis R. Foster e Norman Foster; "O terceiro homem na montanha' ("Third man on the mountain", 1959), de Ken Annakin; "A espada de um bravo' ("Kidnapped", 1960), de Robert Stevenson... Creio que foi a época em que os Estúdios Disney mais ousaram. Se abriram em frentes as mais diversas. Os filmes live-action eram sobre aventureiros, exploradores, pioneiros... Para a minha geração, eram um convite à aventura e mexiam sobremaneira com o imaginário da garotada. Tenho saudades dessa época - comecei a ir ao cinema muito cedo, com minha mãe - e desses filmes.

      Abraços.

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    2. As vezes, eu desejava ter nascido nos anos 70 ou 80. Me sinto como uma pessoa fora de seu tempo, de tanto é o meu gosto peculiar por filmes clássicos. Sinto falta de live-actions originais ou adaptações de livros nunca levados para as telonas. A onda é somente remake de animações, já que nos anos 90 e 2000 eles esgotaram com remakes dos live-actions clássicos. Peyton Reed, diretor de Homem-Formiga e Sim Senhor, dirigiu dois remakes para a TV em 1995 e 1997: O Computador de Tênis (o original era de 1969, com o Kurt Russel) e o Se Meu Fusca Falasse.
      Johnny Tremain foi o primeiro filme que Robert Stevenson fez para o estúdio. Um dia, irei assisti-lo.

      Abs.


      Abraços.

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    3. Pelo visto, você nasceu há pouco tempo, Meu Deus do Céu, Bergie. Eu, com quase 62 anos, também gostaria de ser atendido em um desejo como o seu. Hehehe.

      Abraços.

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    4. Nasci em 2003. Para alguns, meu gosto pode ser considerado um pouco estranho...rs.

      Abs.

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    5. 2003? Tem apenas 15 anos? Nossa! É novíssimo!

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    6. Hahahaha. Meu gosto para coisas antigas também vai nas músicas. Prefiro muito mais ouvir os clássicos dos anos 50 do que ouvir estes Funks sem criatividade.

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  4. Boa noite Eugênio.Também sou um grande fã dos antigos filmes de Walt Disney.Quando pisei pela primeira vez num cinema (1967) foi para ver um filme Disney.Tanto gosto, que coleciono e mantenho um blog:www.adoraveisfilmesdisney.blogspot.com
    Parabéns pelas suas matérias, que são bem detalhistas e caprichadas.Valeu.

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